Depois ter Manaus como cenário nas três últimas edições e nestes
2,5 dias amazônicos o doutoramento de Irlane Maia ter merecido a centralidade
dos fazeres, trago, nesta primeira sexta-feira, 13 do ano, uma evocação
manauara.
Na segunda-feira, dia 9, duas horas depois de pousar, após dois
voos POA/RIO/MAO de 2+4 horas, estava em sala de aula para uma atividade com
alunas e alunos da Licenciatura em Ciências Naturais da UFAM. Um atencioso convite
da Profa. Ana Cláudia Maquiné entrara na agenda. A atividade de então foi
marcada por duas notícias, que se faziam manchetes.
A primeira tornou o encontro in memoriam de Zigmunt Bauman, de cuja morte, aos 92 anos, recém
tomáramos conhecimento. Mais de um dos estudantes souberam trazer conhecimentos
acerca do filósofo e sociólogo polonês da modernidade líquida.
A segunda notícia do dia evocava o dia 9 de janeiro de 2007,
quando há 10 anos o iPhone foi apresentado ao grande público por Steve Jobs,
visionário fundador da Apple, falecido em 2011.
Perguntei quem tinha smartphone. Tantas foram as mãos
erguidas que refiz a pergunta: Quem não tem smartphone? Nenhuma mão erguida. No
grupo de cerca 30 estudantes, predominante feminino e bastante díspar
socialmente, todos têm smartphone.
Houve uma concordância de que poucas vezes um aparelho revolucionou
tanto os costumes como este pequeno acessório. Ele reúne mais de uma dezena de
utilidades (relógio, rádio, despertador, cronômetro, calculadora, lente, lupa, lanterna,
gravador, máquina fotográfica, agenda, diário, emissor e receptor de mensagens
de correio e de voz, suporte para navegar na internet ...) e serve até para
telefonar.
Há quase unanimidade que não se possa sair de casa sem
smartphone. E como vivíamos, por exemplo, em 2005? Há quem diga que em um
shopping ou em aglomerado humano não poderemos localizar alguém sem este factótum.
Na aula as discussões se ampliaram: o quanto somos
testemunhas da história, isto é quanto vemos ‘as coisas acontecerem’. Fomos
retrocedendo no tempo e olhando algumas descobertas (automóvel, avião, eletricidade,
água encanada, roda, fogo...). Qual a predecessora de todos as descobertas?
Talvez, se pudesse propor a descoberta feita por ancestral nosso que descobre
que com uma vara consegue alcançar o fruto mais alto de uma de uma árvore, que
possa ter catalisado em nosso processo evolutivo a transição de quadrúpedes para
bípedes.
Estas discussões determinam comparações infundadas: “vivemos
hoje dias de um grande avanço tecnológico”. Talvez, o descobridor da tecnologia
para o fabrico de uma colher de pau ou de osso tivesse sido mais avançada (ou
exigente) que descoberta de como fazer um avião voar.
Há muito assunto para refletirmos.
############ Esta edição anuncia que a partir de amanhã este blogue
mudará momentaneamente o tom. Este será, uma vez mais, editado com trazidas do
“diário de um viajor” onde contarei ‘férias
edição 2017’ [14/01 a 07/02].
Pois o smartphone lembra alguns artefatos fictícios, dentre os quais destaco a caixa-materna, que Jack Kirby concebeu para seus Novos Deuses, nos quadrinhos da DC Comics. A tal caixinha é a coisa mais parecida com um smartphone que a ficção já concebeu, e olha que faz um certo tempinho que Kirby as imaginou. Elas foram apresentadas, junto com os Novos Deuses e personagens correlatos, em 1971, ou seja, 46 aninhos faz a tal caixinha. É uma das provas de que ficção e realidade cada vez mais se entrelaçam...
Mestre,
ResponderExcluirPois o smartphone lembra alguns artefatos fictícios, dentre os quais destaco a caixa-materna, que Jack Kirby concebeu para seus Novos Deuses, nos quadrinhos da DC Comics. A tal caixinha é a coisa mais parecida com um smartphone que a ficção já concebeu, e olha que faz um certo tempinho que Kirby as imaginou. Elas foram apresentadas, junto com os Novos Deuses e personagens correlatos, em 1971, ou seja, 46 aninhos faz a tal caixinha. É uma das provas de que ficção e realidade cada vez mais se entrelaçam...