Ano
6*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2098
As muito densas blogadas acerca da “Teoria” do Design Inteligente da semana
que passou — as mais concorridas e discutidas nos quase seis anos deste blogue
— fizeram esquecida a especulativa edição de 18 de abril que teve como
manchete: ‘O elefante que quebrou (a
perna d)o rei’.
Alertava, então, que se enganava, todavia, quem pelo
título acreditasse que narraria uma fábula moral de Esopo. Não! Trouxe naquela
edição uma história imoral, pois há algo mais quebrado que um quadril real no
reino de Espanha de agora. Contesta-se a monarquia como forma de governo.
Na esteira do assunto, especialmente pelo ato desencadeador
— Sua Majestade Real, Don Juan Carlos de Bourbon, Presidente Honorário da
Fundação Mundial de Proteção à Natureza WWF caçava elefantes na Namíbia, na foto —
surgiram vários assuntos acerca do comportamento animal.
Nesta última blogada aprilina de 2012, trago
excertos de um interessante artigo, do qual fiz uma tradução livre. Pareceu-me
oportuno compartir com meus leitores.
Poucas pessoas que convivem ou conviveram com
animais vão duvidar de seus sentimentos expressos durante eventos comoventes e
memoráveis para seus proprietários. Um renomado etólogo [especialista em comportamento animal], o
canadense Jeffrey M. Masson, entrevistado pelo jornalista espanhol Sebastian
Moreno* quando ele publicou o livro "Quando
os elefantes choram", disse que seria não-científico reduzir o
comportamento animal só termos de hormônios, porque substância químicas, como a
oxitocina, a serotonina, epinefrina e a testosterona — que se acredita afetando
as ações e sentimentos humanos — também são encontrados em animais.
Estudos de campo desse reconhecido etólogo mostram que
a maioria das pessoas que lida com animais sempre acreditou: que animais amam e
sofrem, choram e riem. E mais, seus corações se elevam com a esperança e caem
com desânimo. Sentem-se sozinhos, se apaixonam, apreciam a beleza, sofrem
decepção ou são curiosos, olham para trás com nostalgia e sentem a felicidade futura.
Este cientista relatou estudos impressionantes de muitos animais, não só os
animais de estimação mais comuns, como gato e cachorro. Ainda mais, ele disse
que os cães sentem mais do que qualquer outro animal, incluindo os seres
humanos.
O etólogo apresentou
estudos surpreendentes sobre o comportamento de muitos animais: aranhas, lobos,
papagaios, macacos, crocodilos, ratos. Ratas, por exemplo, são muito sociáveis,
capazes de adotar filhotes de coelhos, gatos e também são tão limpas quanto os
gatos, pois estão constantemente higienizando-se. A higiene de ratos pode
ser verificada no Hospital Ramon y Cajal, Madrid, em cujo sótão os ensaios para
produzir animais de laboratório são importantes para o transplante, porque seu
corpo é muito semelhante aos seres humanos. Prefere-se ratos ao invés de
suínos devido a sua higiene. Um transplante de intestino completo foi
realizado pela primeira vez na Espanha, neste Hospital, foi testado primeiro em
ratos.
Um guia de uma
reserva, distante cerca de 140 km, notou que no dia de uma caçada, 80 elefantes
desapareceram dos lugares que frequentava; foram encontrados vários dias mais
tarde, escondido no fundo da reserva. Manson relaciona este episódio com a recente
descoberta de que os elefantes comunicam através de ondas de longe subtônicas,
sons de baixa frequência que o ouvido humano não pode perceber.
Acerca dos elefantes
e seu senso de solidariedade para com qualquer outra raça há um episódio com
registros impressionantes e várias testemunhas. Durante um safári na África, como este
que compareceram ao Rei de Espanha e sua comitiva, quando o rei fraturou
o quadril, um grupo de animais, girafas, elefantes, rinocerontes, foram vistos
fugindo em massa para a selva mais densa, perseguidos por carros e tiros dos
caçadores.
Durante uma fuga, um rinoceronte pequeno foi preso
em uma armadilha, incapaz de acompanhar o grupo. Os perseguidores furiosos
ficaram surpresos quando viram um elefante, que era o último do grupo, virou um
tronco esticado e salvou o rinoceronte do grupo humano de perseguidores. Manson
ficou ainda mais espantado porque ele diz que o rinoceronte é o único inimigo
natural do elefante.
Solidariedade
entre os animais, uma lição para os humanos, tais como o Rei de
Espanha que são
capazes de fazer milhares de quilômetros e pagar muito dinheiro para a emoção
de matar elefantes que viviam felizes.