ANO |
Sugestãode
lives |
EDIÇÃO 138I |
Esta já é a última edição de agosto.
Nossas esperanças desvanecem. Parecem
que não terão vez: as três vacâncias traumáticas ocorridas na presidência da
república em agostos (1954 suicídio de Getúlio / 1961 autogolpe de Jânio/ 2016
Impeachment “constitucional” de Dilma) neste 2021 não terão uma quarta tétrica
edição. Talvez, a quartelada possa ocorrer no dia 7 de setembro, quando um rei momo
desmascarado anuncia que vai botar o bloco na rua em São Paulo, com policiais aposentados
patrocinado pelo voraz agro. Aguardemos.
Mais de uma vez aqui, já comentei as
significativas modificações que houve, quando na segunda quinzena de março de
2020, todos os brasileiros de diferentes estratos sociais se tornaram
subitamente com expertise em educação à distância. Dentre todas as modificações
que houve, em diferentes maneiras de se fazer diferentes serviços (por exemplo,
o home office), nenhuma sofreu tantas modificações como educação. A Escola (quando
grafo escola com letra inicial maiúscula estou me referindo a qualquer
estabelecimento faça educação — da educação infantil à pós-graduação) nos
tempos pandêmicos teve usurpados pelo menos dois espaços tradicionalmente
importantes, que desapareceram na nova maneira de fazer educação no Brasil: não
existem mais a sala dos
professores e nem espaço de recreio ofertado aos alunos.
A sala dos professores era (sim! o tempo
verbal é passado) o local onde se comentava política, religião, futebol,
namoros... especialmente os professores comentavam acerca dos alunos. Assim
como no futebol, os 15 minutos secretos de intervalo entre o primeiro e o
segundo tempo podem mudar um jogo, também o espaço privilegiado da sala dos
professores podia mudar a aula que seria dada após o recreio. Não raro professores
e alunos se transmutavam no sempre breve tempo de recreio.
Mas sabemos ser alternativos. Importamos uma excelente prática da educação infantil (que eu curtia espiar, quando meus filhos estavam nessa etapa da escolarização): a hora da rodinha. Esta é catapultada desde o Jardim da Infância à pós-graduação. Os resultados têm sido excelentes. A hora da rodinha passa a ser excelente antidoto para necessidades que alunos e professores têm de conversar com aqueles que são seus pares na sala de aula ou nas sessões de orientação. Contar que foram vacinados, falar de uma mãe levada a óbito ou da tia infectada com covide-19. Ou narrar a receita ensinada pela avó para eliminar pragas de piolho ou contar do filme ou do livro que está lendo ou comentar a série. Tudo isso em breve tempo (menor 20 a 30 minutos) antes de anunciar ‘o assunto da aula de hoje, como vocês têm anunciado no plano de ensino é...’ Isto, antes de cada aula tem sido boa solução para situações de alunos que por exemplo estão lado a lado na foto e nunca se viram pessoalmente. Agora há espaços para quaisquer assuntos.
Há não muito, um doutorando disse que
essa tal de hora da rodinha é só para falar mal do governo. Uma boa maneira de calá-lo
é oferecer-lhe a oportunidade de falar bem do governo.
Nas aulas (em qualquer nível da
escolarização) e mesmo nas sessões de orientação a hora da rodinha (individuais
ou coletivas) a hora da rodinha é exitosa. Experimente e verás resultados. Se quiser
narrar sua experiência aqui há espaço;
Parece que devolvemos à Escola algo da sala dos professores e da hora do recreio. Isto parece ser excelente. Por tal, experimente.
Faço desta edição um ofertório à profa. dra. MANUELLA VILLAR AMADO do EDUCIMAT do IF Espírito Santo, que assumiu comigo uma parceria em um seminário com hora da rodinha do curso de doutorado