ANO
12 |
LIVRARIA VIRTUAL em
Www.professorchassot.pro.br
|
EDIÇÃO
3322
|
A última blogada de
outubro 2017 circula quase ao ocaso da 14ª Semana Nacional
de Ciência e Tecnologia (SNCT 2017). Minha participação na mesma foi com uma
fala, na noite de terça-feira, para cerca de 150 pessoas, no campus de Capivari
um dos 37 campi do IFSP, distribuídos pelo estado de São Paulo, em 35
municípios diferentes.
O lema desta edição
da SNCT — que este ano pareceu bem mais discreta, pois uma das marcas do governo
do temeroso é reduzir orçamentos — é ‘a Matemática está em tudo!’. Justificar acerca deste ‘estar em tudo’ pode
demandar assunto para vários livros.
O convite que recebi
do IFSP foi para que abordasse a questão do gênero na Ciência. Meu texto básico
foi o livro ‘A Ciência é masculina? E,
sim senhora!’ que recebeu uma contextualização para fazer presente o lema
da SNCT-2017.
Ao lado das usuais
considerações que faço do amplo predomínio masculino na premiação dos laureados
com Nobel: Desde 1901 a 2017 nas três premiações de Ciência: 601 laureados dos quais
apenas 18 mulheres (3,0%); destas 18, apenas três ganharam a premiação sem ter
junto a companhia de homens. Para que não se afirme que a situação está mudando
destaquei a situação de 2017: 11H + 00M + 01 organizações: Física, foram três
homens; Química, também três homens; Medicina, três homens; Literatura, um
homem; Economia, um homem e Paz, uma organização.
Aditei as premiações
com o Nobel referências à medalha Fields, popularmente conhecida como o Nobel
da Matemática: Medalha Fields, oficialmente
conhecida como Medalha Internacional de Descobrimentos Proeminentes em
Matemática. É um prêmio
quadrienal, concedido a dois, três ou quatro matemáticos, com não mais de 40
anos de idade, durante cada uma das sessões do Congresso da União Internacional
de Matemática (IMU). O prêmio de 15 mil dólares canadenses é homenagem ao matemático
canadense John Charles Fields. A medalha foi entregue pela primeira vez em
1936, para o matemático finlandês Lars Ahlfors e o matemático estadunidense
Jesse Douglas. Entregue a cada quatro anos desde 1950, já houve 56 laureados.
Quando da última
premiação em 2014: houve dois laureados que merecem destaque aqui:
Maryam Mirzakhani
(na foto): a primeira mulher, assim como a primeira iraniana a receber o
prêmio. Ela nasceu e cresceu no Teerã e faleceu nos estados Unidos, onde
trabalhava, em 14 de julho de 2017, com 40 anos de câncer de mama, contra o
qual lutou por 4 anos. Um gênio? Sim, mas também uma mulher, uma mãe e
uma esposa. Ao receber a
Medalha Fields, Maryam Mirzakhani declarou: É
uma grande honra e ficarei feliz se isto encorajar jovens mulheres cientistas e
matemáticas. Estou convencida de que muitas outras mulheres receberão esse tipo
de recompensa nos próximos.
O segundo destaque
da última premiação é o brasileiro Artur Ávila Cordeiro de Maia [29 de junho de
1979 (38 anos), Rio de Janeiro] tornou-se o primeiro matemático da América
Latina a ser condecorado com a Medalha Fields.
Na Matemática, há
ainda o Prêmio Abel (em norueguês: Abelprisen) é um prêmio de matemática
atribuído anualmente pelo Rei da Noruega. Foi instituído em 2002, por ocasião
do bicentenário do matemático norueguês Niels Henrik Abel (1802-1829). Tem um
valor monetário equivalente a seis milhões de coroas norueguesas (cerca de R$ 3
milhões ou 800 000€). Já houve 18 premiados, todos homens.
Há poucos dias o El
Pais*, na edição em Português, publicou excelente matéria relacionada com esta
blogada que se associa ao lema da 14ª SNCT a Matemática está em tudo!’ desta destaco apenas um parágrafo: “Alan Turing é possivelmente
o mais famoso dos matemáticos britânicos envolvidos na Segunda Guerra Mundial.
Ao lado de sua equipe em Bletchley Park, decifrou o código de comunicação
secreta dos nazistas, assentando as bases do uso de computadores para resolver
problemas ao utilizar uma sequência de passos lógicos. Entre seus colaboradores
estava Joan Clarke, uma das poucas mulheres matemáticas que se envolveu desde o
início da guerra. Essa circunstância mudou drasticamente com o desenvolvimento
da disputa. No ano de 1945, em Bletchley Park trabalhavam cerca de 10.000
pessoas, das quais cerca de 7.500 eram mulheres, formadas em física, matemática
e engenharia, entre outros. Com grande parte dos homens no front, as mulheres
puderam ocupar lugares que até então lhes eram vetados”.
UM ANÚNCIO Está
pautado para próxima edição uma celebração aos 500 anos da reforma luterana que
ocorre na próxima terça, dia 31 de outubro.