Ano 6 | PORTO ALEGRE | Edição 1854 |
Não vou repetir, aqui e agora, quando vejo agosto de 2011 esvair-se: tempus fugit. Quando olho que comecei este mês em Saint Petersburgo, realizando um dos meus sonhos de turista e tudo que me envolvi desde então, parece que evocações como a da imagem que colhi quando passeava em dos canais da Veneza setentrional, está distantes há meses e não apenas 4 semanas. Imagens como esta parecem próximas e distantes.
Na Rússia tive dias de rigoroso verão (vivi temperaturas de 42ºC) e aqui um dos agostos que bateu recordes em números dos dias de chuvas neste século e também com o maiordias onde houve temperaturas negativas.
Um agosto onde nesta terça-feira já dei a quinta das 18 aulas do semestre de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa para turmas de Ciências Biológicas, Educação Física, Música e Pedagogia. Um mês em que me entristeço ao saber dos problemas de saúde de meus colegas e amigos Roque e Edni, como já contei aqui. A propósito de saúde também eu fiz mais de uma dezena de exames médicos numa (quase) rotina. Tive a fortuna de receber os melhores resultados.
Neste mês, por conjugação de vários fatores, olhamos aqui muitas vezes a História. Quando foi a recordação do aniversário de minha mãe, visitei sua cozinha. No dia dos pais, evoquei o meu pai carpinteiro da Viação Férrea.
Comentamos aqui o Movimento da Legalidade e também a expansão da indústria automobilística no ABC paulista e também as lideranças surgidas no sindicato dos metalúrgicos. Falamos do suicídio do Getúlio e da renúncia do Jânio.
No ir-se deste agosto chama-me a atenção a necessidade de olharmos de maneira continuada a História, inclusive para dar imortalidade àqueles que queremos. Então vejo que estas miradas têm dimensões muito diferentes. Lia, há dias um livro sobre o ano 1000 e como era a humanidade então. Temos poucas informações. Agora, há momentos que conhecemos melhor. Vejo que nós, leitores deste blogue, somos todos mulheres e homens do século 20. Dá virada do 19/20, sabemos das certezas da Ciência pelos relatos de outros. Ninguém de nós viveu, então. Todavia todos nós fomos testemunhas da comemorada virada do 20/21 acompanhando a chegada do novo milênio em diferentes geografias.
Poucos de nós acompanhamos ocorrências da Segunda Guerra Mundial, Alguns de nós recordamos de fatos relacionados com o Movimento da Legalidade, mas aqui leitores que só conhecem aquele movimento por terceiros. Todavia, todos se recordam do memorável (e badalado) 11 de setembro de 2011.
Assim olhar a História, quando os dias parecem ser cada vez mais acelerados, te dimensões temporais diferentes. Mas há Historia se fazendo aqui e agora. Está as vezes quase passa desapercebida, mesmo que um dia, talvez passados muitos anos, diremos como anciãos da tribo: “Meninos, eu vi!”
Trago um exemplo dos noticiosos que é um feito muito original da história do Século 21, que nossos avós sequer poderiam imaginar.
Mulheres fazem 1º casamento gay direto em São Paulo: O Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais de Hortolândia realizou sábado, dia 27 de agosto, o primeiro casamento civil homossexual direto do Estado de São Paulo e o terceiro no Brasil. Até então, o Judiciário só havia autorizado conversões de uniões estáveis em casamentos.
A auxiliar de produção Kátia de Albuquerque, de 37 anos, e a motogirl Ednéia Rodrigues de Souza, de 32, casaram-se em regime de comunhão parcial de bens. O pedido de casamento foi aceito pelo Ministério Publico e a cerimônia, autorizada pelo juiz do Foro Distrital de Hortolândia, Luiz Mori Rodrigues.
Em um trecho da justificativa da sua decisão, o magistrado refutou argumentos contrários de ordem religiosa e afirmou que considera "natural" a união. "A atração por pessoas do mesmo sexo, do ponto de vista psíquico, excluídos os preconceitos e razões de ordem religiosa, é tão natural quanto a atração por pessoas do mesmo sexo", escreveu.
A primeira autorização para casamento civil homossexual direto em São Paulo foi concedida em 20 de julho, em Cajamar, mas a cerimônia só acontece em 8 de outubro. Os noivos, Wesley Silva de Oliveira e Fernando Júnior Isidorio de Oliveira adotarão a comunhão parcial de bens. Em seu deferimento, a juíza Adriana Nolasco da Silva, da 1.ª Vara do Foro Distrital de Cajamar, elogiou a decisão do Supremo Tribunal Federal, que em maio considerou que casais homossexuais têm os mesmos direitos e deveres que a legislação brasileira estabelece para os casais heterossexuais: "O STF (...) acabou por prestigiar o princípio da dignidade humana, possibilitando ao cidadão a oficialização de sua relação afetiva, qualquer que seja sua orientação sexual."
O próximo casamento gay no Estado ocorre em 17 de setembro, em Jardinópolis, entre Josy Borges, de 29 anos, e Natália de Almeida, de 20. Pedidos semelhantes foram negados em Jundiaí, Franca e Santa Bárbara d’Oeste (IHU On-line/ Unisinos).
Aqui está algo da história deste agosto. E, agora, nos leremos ‘Quando setembro vier!’. Que para cada uma e cada um, aqui possa ser – também – um ponto de encontro para dois dedos de prosa.