ANO
11 |
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EDIÇÃO
3288
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de abril de 2017. Um dia paradoxalmente triste e alegre.
Triste
por se ver a necessidade de uma significativa parcela da população brasileira precisar ir às ruas para clamar contra um governo ilegítimo e corrupto, para que
este não dilapide as leis que asseguram direitos dos trabalhadores.
Alegre,
pelo orgulho de se poder conviver como povo nas ruas, e maneira ordeira fazer de
uma sexta-feira ensolarada outonal um espetáculo ao se bradar contra as
reformas trabalhista e da previdência.
Talvez,
do ponto de vista ético, o melhor seria hoje fazer greve neste blogue. Este registro,
que quer ser breve, é apenas para dizer: eu, como milhões de brasileiros,
estive nas manifestações e bradei “Fora Temer!”
As
interpretações sobre o dia de hoje podem ser as mais dispares. O Ministro da
Justiça, um pseudo-sábio, disse que consideradas as manifestações, pela sua inexpressividade
quanto a participação, podem ser vistas como de apoio às reformas. Cada um vê o
que a sua acuidade intelectual permite ver.
Eu
participei de uma caminhada ao meio dia desde a Faculdade de Educação da UFRGS
até a Esquina Democrática, na Andradas com a Borges de Medeiros. Foi emocionante.
Soube, que de seis horas depois de encerrar minha participação, a passeata
continuava.
Gelsa
e eu, tivemos a querida companhia de Teresa Smart e Joseph Hanlon. Eles são
dois pesquisadores de universidades londrinas que têm expertise em Moçambique, Cazaquistão
e Bangladesh. Uma e outro, de maneira continuada, desenvolvem trabalhos na
África e na Ásia, há mais de um quarto de século. Teresa e Joe já me acolheram,
em mais de uma oportunidade em sua casa, localizada de maneira privilegiada
próxima ao British Museum; nestes dias tenho a honra de tê-los, mais uma vez,
em minha morada. A propósito vale recordar que em 11/12/2014 resenhei aqui “Galinhas
e Cerveja: Uma receita para o crescimento” da autoria deles.
Assim
neste registro desta memorável última sexta-feira de abril de 2017 rejubilo por
ter participado da caminhada contra o reformismo insano e homenageio a dois
intelectuais londrinos que catalisaram nossa presença em um verdadeiro espetáculo
cívico. E há que continuar a temer Temer!