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sábado, 26 de março de 2022

Assunto recorrente e sempre polêmico.


ANO 16***25/03/2022***EDIÇÃO 2040

Por razões técnicas os blogares dos dias 18 e 25 de março são excertos de edições passadas. A edição de hoje é de setembro de 2012. 

Trago algo da imprensa desta semana, que tem como manchete: DESCOBERTA POLÊMICA. A tese trazida não é nova. A hipótese é muito provável, se nos dermos conta como as mulheres foram apagadas na história do cristianismo. Eis a notícia:

Um fragmento de papiro que provavelmente data do ano 350 da Era Cristã retrata Jesus usando a expressão “minha mulher”. Segundo a historiadora da Universidade de Harvard (EUA) Karen King, responsável pela análise do texto antigo, que ela apelidou de “Evangelho da Mulher de Jesus”, o fragmento não traz informações confiáveis sobre a figura histórica de Cristo, já que a narrativa quase certamente teria sido composta séculos depois da morte dele.

O que o texto mostra, no entanto, é o intenso debate sobre os prós e contras do sexo e do casamento nos primeiros séculos do cristianismo – uma controvérsia que ainda deixa marcas em temas como o celibato dos padres ou a ordenação de mulheres, por exemplo.

O “Evangelho da Mulher de Jesus” vem a público com uma aura de mistério, além da inevitável polêmica que o tema do fragmento traz. Sua procedência exata é desconhecida. Sabe-se apenas que, em 2010, um colecionador de antiguidades (cuja identidade está sendo preservada) mandou um e-mail para Karen King, especialista em cristianismo antigo da Escola de Teologia de Harvard.

O colecionador queria ajuda para traduzir o fragmento – uma única folha de papiro, medindo oito centímetros de largura por quatro centímetros de comprimento. O texto foi escrito em copta, idioma descendente da língua dos faraós que era falado pela maioria dos egípcios na época do Império Romano (e ainda é usado na liturgia dos cristãos do Egito).

A pesquisadora pediu a ajuda de outros especialistas em papiros e na língua copta e acabou por decifrar o que restou do texto. A descoberta foi anunciada pelo jornal The New York Times. Os fragmentos dizem, entre outras coisas, “Maria (Madalena?) é digna disso” e, logo depois da menção a “minha esposa”, “ela será capaz de ser minha discípula” e “eu habito com ela”. Dá para esperar um debate acadêmico feroz em torno do manuscrito. Entre os especialistas que revisaram o artigo da revista especializada The Harvard Theological Review no qual está a análise do manuscrito, dois chegaram a questionar a autenticidade do material.


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sexta-feira, 18 de março de 2022

É TEMPO DE FALAR (TAMBÉM) DE FLORES

  

ANO 16***18/03/2022***EDIÇÃO 2039

Por razões técnicas os blogares dos dias 18 e 25 de março são excertos de edições passadas. A edição de hoje é de março de 2019. 

Se diz ser o outono a estação mais agradável (pelo menos na região Sul). Estar entre um verão que dá à capital gaúcha a alcunha de ‘Forno Alegre’ e um inverno, com um minuano de renguear cusco, dá ao outono características privilegiadas: temperaturas amenas e ausência dos ‘ventos de finados’ que são presença já no começo da primavera.

Já escrevi em outro blogar como Porto Alegre tem floradas que dão a cidade um charme: as mais lindas certamente são aquelas produzidas pelos ipês, com distintos matizes, quando a semana da Pátria é tintada de amarelo. Logo depois vêm jacarandás que atapetam (não sem perigo) as calçadas de roxo. Os guapuruvus quando florem parece que as altas copas receberam um banho de chuva de ouro.

Nesta abertura outonal é chegada a vez das paineiras. Elas este ano estão majestosas. As fotos são de meu filho André Chassot. As paineiras são generosas. Das flores recebemos os frutos e destes a paina -- uma fibra natural semelhante ao algodão, de mil e uma utilidade: usada, por exemplo, como enchimento para colchões e travesseiros.  

Na época da ditadura, que sucedeu ao golpe de 1964, flores, receitas de bolo e outros quetais eram boas artimanha para iludir censores. Assim não digam que não falei de flores. Em verdade, queria comentar acerca do professor fluminense que foi suspenso pois usou charges não palatáveis pelos censores. Vou me abster.

Vou celebrar que estamos terminando heroicamente o primeiro trimestre do agourento 2019. isto é bom. Mais, isto é salutar.


sexta-feira, 11 de março de 2022

(Re)escrevendo histórias ancestrais


ANO 16***11/03/2022***EDIÇÃO 2038

Na edição pretérita deste blogue, comentava um dos mais usuais fazeres de docentes envolvidos na pós-graduação: a participação em bancas. Destacava, então -- a propósito da defesa da dissertação do Rafael Cordeiro Rodrigues, na postagem do blogue da sexta-feira  -- as defesas de uma tese ou dissertação quando o doutorando ou o mestrando é nosso orientando. Levarmos um orientando à defesa não é tão fácil, pois o orientador, de maneira usual, convalida a produção de seu orientando. Isto posto, o orientador também está sendo avaliado por seus pares. 

Na noite de ontem, dia 10/03, quinta-feira, a Jhéssica Elayne Gomes da Cruz Piano defendeu com garbo a dissertação  (Re)escrevendo a história de nossos ancestrais no amealhar saberes primevos para deles fazer saberes escolares, no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Marabá. Na banca de avaliação participaram as Professoras Doutoras: Irlane Maia de Oliveira da UFAM, enquanto avaliadora externa e Alessandra de Rezende Ramos da UFOPA, como avaliadora Interna, pois é professora do PPGECM da UNIFESSPA.

Assim, ontem à noite, uma vez mais revi as defesas dos 33 mestres e 09 doutores que orientei (repito e busco justificar meu número pouco significativo de orientações: fiz doutoramento quando já estava aposentado). Há uma situação que é recorrente, mas com uma saborosa originalidade: esta é a segunda defesa (a primeira foi há uma semana a do Rafael), dentre os oito mestrandos, que oriento no PPGCECM da UNIFESSPA em Marabá. Já anuncio que a terceira será na manhã do dia 18 de abril quando quando a Edilene França Pereira Souza submeterá sua dissertação com um provável título: 
Saberes matemáticos de produtores e atravessadores no ciclo produtivos do açaí no uso de medidas não oficiais na Vila Nova Aliança em Novo Repartimento  – PA. 

Não é faina trivial fazer um resumo do resumo da dissertação da Jhéssica: (Re)escrevendo a história de nossos ancestrais no amealhar saberes primevos para deles fazer saberes escolares. É cêntrico na pesquisa: investigar saberes primevos, em risco de extinção, detidos por pessoas idosas, moradoras da Vila de Porto Grande, município de Cametá/PA. Amealhado os saberes primevos se verificou a possibilidade destes dialogarem com o conhecimento científico, para transformá-los em saberes escolares. Isso realizado se poderia dar por suficiente a pesquisa. Houve, então um espraiamento: Com a chegada, pela primeira vez, de saberes primevos transformados em saberes escolares se propôs a utilização destes ‘novos’ saberes serem utilizados por professores de Ciências da Natureza com docência  na Vila Nova Aliança. Foi então feita uma proposta de formação continuada para os professores das Ciências da natureza e se verificou o quanto isto poderia envolvê-los (e isso assim ocorreu!) em ações que viabilizassem  alfabetização científica na educação básica. Há muito mais a narrar. Um blogue quer apenas fazer alertas. Muito breve esta dissertação estará no banco de teses e dissertações CAPES. Então chamando por PIANO, Jhéssica (2022) um pesquisador constatará que realmente este blogar disse apenas o necessário. Aguardem e verão!


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sexta-feira, 4 de março de 2022

MALVA, UMA RIQUEZA PARAENSE QUE MURCHOU

ANO 16***04/03/2022***EDIÇÃO 2035

Na última edição deste blogue comentava um dos mais usuais fazeres de docentes envolvidos na pós-graduação: a participação em bancas. Estas são presentes em dimensões muito díspares, como então descrevi. Referi que nestas ações acadêmicas há duas, dentre outras, situações: a defesa é de uma tese ou dissertação quando o doutorando ou o mestrando é nosso orientando. Levarmos um orientando à defesa não é tão fácil, pois o orientador convalida a produção de seu orientando. Isto posto, o orientador também está sendo avaliado por seus pares. 

Nesta manhã, quando o Rafael Cordeiro Rodrigues e eu levamos à defesa a


dissertação SABERES PRIMEVOS QUE MOBILIZAM MEMÓRIAS, HISTÓRIAS DE VIDA E EXPERIÊNCIAS DOCENTES: narrativas de professores que ensinam Ciências da Natureza no contexto amazônico-paraense revivi, uma vez mais, esta situação que é recorrente, mas com uma saborosa originalidade: esta é a primeira defesa, dentre os oito mestrandos, que oriento no PPGCECM da UNIFESSPA em Marabá.

Já orientei 33 mestres e 09 doutores, em seis instituições diferentes [UFMT, UNISINOS (onde coordenei o PPGEducação), URI de Frederico Westphalen, Centro Universitário Metodista – IPA, REAMEC e UNIFESSPA],  reconheço que meus números de mestres e doutores orientados são muito reduzidos. Há pelo menos uma explicação notável:  fiz doutoramento quando já estava aposentado, desde 1992, como Professor Titular do Instituto de Química da UFRGS. 

Cabe trazer aqui ‘um resumo do resumo da dissertação’ aprovada, na manhã desta sexta-feira, 04/MAR/2022, pela Prof. Dra. Graziele Borges de Oliveira Pena, da UFMT, enquanto, Examinadora Externa e pelo Prof. Dr. José Sávio Bicho de Oliveira, da UNIFESSPA, enquanto Examinador Interno. Muito breve esta dissertação estará no banco de teses e dissertações CAPES. Serão, então, acessíveis saberes que não se pode fruir em um rápido  blogar.

Diante das sempre desejadas ações formativas para um ensino de Ciências da Natureza, com abordagens diversificadas, o Rafael realizou pesquisa fazendo tessituras com narrativas de cunho qualitativo.de quatro professores. Na pesquisa se buscou compreender experiências formativas expressas por professores que ensinam Ciências da Natureza, a partir de suas histórias de vida e das inter-relações mobilizadas por saberes primevos que, mediados por saberes acadêmicos se transmutam em saberes escolares relacionados com o cultivo da malva.

Situando o objeto de investigação como possibilidade na (e para) a formação de professores que ensinam ciências no contexto Amazônico Paraense, Rafael buscou  -- enquanto pesquisador -- direcionar o percurso da pesquisa resultando na definição de um problema cêntrico de investigação: Em que dimensões formativas, os saberes primevos inerentes ao cultivo da malva (Urena lobata linn) vão ao encontro das histórias de vida e à mobilização de práticas pedagógicas de professores que ensinam conteúdos científicos? 

Os quatro professores, com tempos de magistério entre 15 a 21 anos, têm evocações tênues do auge de a malva como riqueza agrícola paraense e da queda do valor da mesma pela substituição da matéria prima de embalagem (por exemplo, da sacaria do café por produtos plásticos). Mesmo assim pareceu para eles fazer de muitas destas evocações saberes primevos. Não sem razão que o Rafael acrescenta como um apêndice apresentado como Descrição técnica para o cultivo de malva. Até por isso esta dissertação vale como leitura.

GRATIDÃO: Reconheço agradecido ao Jhony -- da Chronnos Marketing Empresarial -- que com competência e objetividade, resolveu o problema de formatação do blogue, que não apenas me fazia muito desagradado, mas dificultava o ler de meus leitores.
Por tal a edição anterior teve um bisar.

quinta-feira, 3 de março de 2022

ASTRONOMIA AMAZÔNICA*bis


ANO 16***25/02/2022***EDIÇÃO 2034bis

Mais uma vez este blogue se tinta de luto: faleceu ontem minha prima-irmã Enilda Junges Lopes. Muitas evocações se tecem desde ontem, especialmente dos meus dois primeiros anos de Porto Alegre (1958 e 1959), quando morei na casa dos queridos tia Rosinha e Tio Arnaldo, pais da Enilda. Choro saudades.

Um dos mais usuais fazeres de docentes envolvidos na pós-graduação é a participação em bancas. Estas são presente tanto na formação de mestres quanto de doutores, em dois momentos muito díspares: uma é a banca de qualificação (que sempre destaco como a atividade que tem o nome mais bem posto:  pois é o momento que mestrando/ doutorando traz a banca uma proposta, que os membros da banca buscam qualificar). 

Há ainda neste fazer acadêmico duas outras situações: a defesa é de uma tese ou dissertação de é de orientando de quem somos orientador. Levarmos um orientando à defesa não é tão fácil, pois o orientador convalida a produção de seu orientando. Há ainda uma outra que somos convidados para um dos avaliadores. Temos que avaliar uma dissertação ou tese de mestrando ou doutorando, que estudou dois ou quatro  anos um tema específico e temos duas ou três semanas para avaliarmos. 

Esta manhã participei de uma avaliação da Dissertação de Mestrado de Gleyson Miranda de Souza apresentada ao Programa de Pós-Graduação em ensino de Física, no Curso de Mestrado Nacional Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ensino de Física. Em se tratando de um mestrado profissional o mestrando deve apresentar um produto. Na dissertação em tela narra-se a produção e aplicação de livro paradidático para o ensino de Astronomia Cultural: “Uma aventura pelos céus da Amazônia” A dissertação e o produto foram orientados pela Profa. Dra. Camila Maria Sitko Meira dos Santos. Estiveram comigo na banca os professores doutores da Unifesspa Cláudio Emídio e Maria Liduina. O trabalho apresenta reflexões que envolvem o ensino de Astronomia na Educação Básica, mais especificamente, a Astronomia Cultural. Há proposta de uma sequência didática e de um livro paradidático no contexto da Amazônia, que se refere às constelações indígenas. A temática do multiculturalismo faz parte dos Temas Contemporâneos Transversais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), assim como contempla a habilidade EF09CI15: “relacionar diferentes leituras do céu e explicações sobre a origem da Terra, do Sol ou do Sistema Solar às necessidades de distintas culturas (agricultura, caça, mito, orientação espacial e temporal etc.)”. Este trabalho apresenta atividades práticas de Astronomia, as quais consideram as diferentes formas de se interpretar o céu.


O produto educacional foi aplicado a partir de uma sequência didática e o público-alvo foram 20 alunos do 9º ano do ensino fundamental da escola Tia Erica Strasser, localizada no município de Moju-PA. A sequência didática contou com a elaboração de 4 atividades práticas, incluindo a leitura do livro paradidático
“Uma Aventura pelos Céus da Amazônia”, aulas expositivas, uso do software Stellarium e atividades observacionais do céu a olho nu. Verificou-se que atividades como esta despertam a curiosidade dos alunos e contribuem para o processo de alfabetização científica, no entanto, ainda existem muitas barreiras a serem superadas, tais como a falta de recursos didáticos/paradidáticos apropriados, salas adequadas, ausência de computadores nas escolas, falta de formação adequada para os professores, entre outros fatores. Espera-se que o material aqui construído possa ser utilizado em outros contextos, por outros docentes, a fim de se explorar a área da Astronomia cultural na Educação Básica.