ANO
13 |
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EDIÇÃO
3406
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A postagem desta edição do blogue ocorre, mais uma vez,
desde Marabá /PA, quando quase completo a primeira das cinco semanas consecutivas
que estarei fora de Porto Alegre. Na edição de hoje gostaria de registrar as
emoções vividas nesta quinta-feira, 30 de maio, dia no qual mais de um milhão de pessoas,
em mais de 200 cidades de todos os 26 estados brasileiros e do Distrito Federal
se uniram à população para pedir a continuidade de uma educação pública
gratuita e de qualidade. Críticas à reforma da Previdência foram também muito
significativas.
Eu participei das manifestações com os meus colegas
da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará e também com professores e
alunos do IFPA, Câmpus Marabá pedindo pela continuidade das Universidades
públicas e dos Institutos federais. Não é sem temor que se ouve do governo da
República propostas de cobrar mensalidades ou até a catastrófica tentativa de
privatizar Universidades e Institutos federais.
Éramos cerca de mil pessoas que percorremos sob sol
que fazia temperaturas maiores de 40º graus. Nem sempre era fácil de caminhar
por ruas onde a irregularidade dos calçamentos tornava mais penosa a marcha de
mais de três quilômetros.
Cedo, vestindo a camiseta em defesa
da educação pública da ADUFRGS, que usara no 15M, juntei-me aos
professores e alunos da UNIFESSPA no Campus Um. Os cartazes produzidos pelos
participantes eram de singular criatividade. Quando deixamos o Câmpus para
caminhar por modernas avenidas e por tortuosas vielas, participantes foram generosos
no emprestar ao alienígena desprevenido protetor solar e um chapéu; depois
ganhei, ainda, um guarda chuva (ou uma útil e prática sombrinha) para me
proteger do sol canicular. Em um dado momento, talvez por ser eu o mais anoso dos
participantes, fui instado, muitas vezes, a ficar dentro de um dos carros do
cortejo, quando a trajetória era mais íngreme e mais difícil para caminhar.
Retornados ao campus Um, as lideranças apresentaram
pautas preparativas à greve geral do dia 14 de junho. A avaliação de que as manifestações
do 15M foram mais numerosas é verdadeira e explicável. Então participaram
outros movimentos sindicais. Agora foram apenas os professores e aluno dos
sistemas federais. Mas, há unanimidade de que os participantes ontem foram em número
bem maior que os de domingo em apoio ao presidente.
À tarde, participei de uma palestra proferida pelo
Prof. Dr. Rômulo Angélica, da UFPA, docente visitante Sênior na UNIFESSPA, como
eu, acerca de plágio e auto-plágio no Programa de pós-graduação em Química.
Neste evento, à minha primeira intervenção, disse às
referências que ilustre conferencista já fizera [homenagem ao Dia do Geólogo
(dia 30/05) e homenagem ao Dia do Geógrafo (dia 29/05] eu era obrigado a
lembrar que hoje é também um dia muito especial em que milhares de professoras,
professores, alunas e alunos foram às ruas para pedir a continuidade de uma educação pública e gratuita. Acrescentei que alguns
desses que enfrentaram calor de mais de 40º graus e estiveram nas ruas de todo
Brasil pedindo por Educação, agora, estamos presentes aqui na sala.
Como se vê não tem sentido a grotesca aparição do
ministro ‘dito’ da Educação, de guarda-chuva, para se proteger das ‘fake news’
que diziam haver protestos nas ruas. Parece que o ministro vive em outro
planeta, que muito provavelmente, plano.