A blogada inaugural às edições de dezembro pode ser
considerada um excerto do 'meu diário de
bordo' acerca de meus
navegares por partes deste imenso
Brasil. Narro sucinto relato desta semana que foi sumarenta, mesmo com
lamentável imprevisto.
Na noite de segunda-feira houve a
penúltima sessão do ano do Fronteiras do
Pensamento. Ouvir o britânico Nial Ferguson foi uma experiência muito significativa.
Ouvir historiadores sempre é interessante, mesmo que muitas vezes discordemos dos
óculos por eles usados para olhar os acontecimentos. A crise da civilização
ocidental, particularmente da Europa e também análises sobre os Estados Unidos
combalido pelo trafego de drogas foram muito válidas. As especulações de um
conferencista ganham outros contornos quando se diz estar ele entre as cem
pessoas mais influentes do Planeta.
Já na terça-feira começou uma inusual
viagem que ainda se prolonga neste sábado, quando faço este relato diretamente
da capital da Paraíba, recém sabendo que a primeira etapa de meu voo foi
cancelada.
Então, à madrugada de terça-feira
viajei Porto Alegre / Congonha / Goiânia. No aeroporto de Santa Genoveva era
aguardado pela professora Maria Angélica, do Instituto Federal Goiás. Ela teve
ação decisiva para conseguir ir a Paraíba desde Goiás. Após um café fomos à
Inhumas, uma cidade de quase 60 mil habitantes na Região Metropolitana de
Goiás. Para tal percorremos em quase 1,5 horas cerca de 40 km de intenso
tráfego. Para o almoço Maria Angélica e eu tivemos a companhia Danila, também
professora do IFG.
Ao entardecer participei com mais
seis autores de uma mesa-redonda acerca de nossas produções literárias. Esta
atividade antecedeu a palestra A Ciência
é masculina? E, sim senhora! que fiz a atento auditório, que antes aderira
ao usual “Fora Temer”. Houve ainda uma sessão de
autógrafos e muitas fotos. A extensa terça-feira foi concluída com saboroso
jantar regado com excelente conversação, com os professores Guenther, Lorenna, Ramon,
Danila, Ghesley sobre Educação e seus atuais desdobramentos.
Na manhã de quarta-feira fui ao IFG Campus
de Inhumas para autografar alguns livros. Após almocei com um grupo de colegas
professores IFG e à tarde ministrei uma oficina envolvendo história da ciência
e propostas indisciplinares. Ao final da tarde retornei a Goiânia com Maria Angélica ficando em hotel próximo ao
aeroporto, para no dia seguinte ter facilitada a viagem à Paraíba.
Foi uma noite memorável com a esplendorosa
vitória do Grêmio na Libertadores de América. Mesmo sozinho senti-me alegremente
irmanado a irmãos, filhos e a Gelsa, nos
comunicando pelo WhatsApp.
A quinta-feira,
último dia de dezembro, excepcional, já antes das cinco horas deixava o hotel
em Goiânia rumo ao aeroporto Santa Genoveva levado, uma vez mais, pela atenciosa Maria Angélica.
Começava então uma viagem extensa: Goiânia / Belo Horizonte / Recife / Campina Grande e desta Metrópole nordestina viajei por, por
quase três horas, via rodoviária, à Araruna. Chego mais de uma hora após o
início previsto para o curso. Mas entro, imediatamente, em auditório da
Universidade Estadual da Paraíba, com cerca de uma centena de alunos e
professores participantes da III Semana de Educação Científica e por duas horas mostro como a História da Ciência pode catalisar ações
indisciplinares. Após autografar vários livros jantei com os colegas da UEPB
Alessandra e Rui. Foram muito bons momentos de gostosas fruições.A seguir tudo que eu queria era dormir; estava cansado.
O primeiro dia de dezembro foi
magnífico; pela manhã dei, por cerca de quatro horas, a segunda parte do
minicurso, começado no dia anterior, com um sucesso de participação e de
discussões. À tarde, depois de ter almoçado no próprio campus da UEPb no Nega Joana fiz a palestra de encerramento
do evento: Uma brecha entre o nosso
passado e o nosso futuro. Para ler o passado
usei Sapiens e para o futuro outro livro de Harari Homo Deus.
Depois de termos mirado o passado e o
futuro para espiar a nossa brecha neste presente propus uma reflexiva sinfonia
em três movimentos: Primeiro movimento: uma protofonia marcada pela busca da
utilidade dos saberes inúteis; Segundo movimento: um adágio acerca das
exigências de estar em um (novo) mundo da Academia hoje; Terceiro movimento: um
alegro contendo um apetitoso convite para deixar nossa ilha e navegar por
outros mares.
Encerrado o evento com muitas
despedidas, algumas marcadas pela gostosa sensação de que estávamos juntos há
muito. O clima era de gostosa amizade.
Com o professor Altamir, Coordenador
Geral do evento viajei à João Pessoa para na manhã de sábado estar mais perto do
aeroporto e retornar à Porto Alegre. Na capital, tivemos a companhia da Elan,
noiva do Altamir para saborearmos farta porção de meca — peixe que desconhecia.
Na manhã de sábado, às 5h, Elan e
Altamir já estavam no hotel para trazer-me ao aeroporto. Ao pretendido check-in
soube que o primeiro segmento do voo fora cancelado. Sonhos de chegar se
esboroam. Pode haver imprevisto entre os eventos previsto. Esperar é preciso.
Pensava aproveitar as 5 horas de
estada no aeroporto de João Pessoa para escrever e postar esta blogada. Ilusão,
não havia internet. Fui à Infraero e à Polícia Federal: realmente não havia
internet. Procrastino a solução para Belo Horizonte. A viagem de 2,5 h à
Capital Mineira foi indormível, pois segundo o Comandante havia muito buraco na
estrada.
Assim só à meia tarde posto essa
edição.
Viajo às 18h30min para Campinas e
devo partir às 21h para Porto Alegre com chegada prevista às 22h40min ou seja
mais de 10 horas de atraso.
Ao fim e ao cabo, concluo o quanto foi significativa aditar (= na acepçãp de ser ditoso) Inhumas e Araruna na minha história
de professor. Atrasos são usuais. E eles não me fazem encantar-me menos com os
homens e mulheres que fazem Educação com os quais convivi nesta jornada. Valeu,
mesmo!