Ano
7*** Porto Alegre ***Edição 2251
Esta blogada domingueira abre referindo três dos tópicos
de sábado ontem anunciados. Pela manhã, a sessão do seminário “Educação e
Inclusão” do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão incorporou-se ao V
Colóquio de Pesquisa da História do Metodismo no RS, que teve como foco a
presença das mulheres na Igreja. Ao almoço tive a presença querida de Enrique
del Percio, da Universidade de Buenos; as três que estivemos juntos foram
curtas para dois amigos que não se viam deste julho. À noite, 10 colegas do Mestrado
Profissional de Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário Metodista do
IPA confraternizaram aqui; a chuva
alterou planos, pois os jardins não puderam ser curtidos plenamente.
Se na edição da última segunda-feira destaquei que um
Secretário Municipal de um dos mais importantes municípios do Rio Grande do Sul
perdeu o cargo por chamar a Semana Farroupilha de uma ‘babaquice’ eis um
contraponto triunfalista (que parece quer fazer conversos, impedindo que alguns
de nós sejamos expulsos do solo gaúcho), publicado na mesma data e jornal onde
estava a notícia que assuntei na edição dia 24, com o qual encerro o ciclo das
comemorações setembrinas:
PAMPIANAS Carta aos intelectuais do jornalista Giovani Grizotti
Apesar de estar expressando minhas ideias neste espaço,
dedico este artigo a quem não vive o tradicionalismo. Para os adeptos do CTG,
nada do que escreverei aqui soará estranho.
Venho de uma intensa cobertura jornalística da Semana
Farroupilha, com reportagens de TV, textos em um blog do G1 e vários projetos
especiais, entre os quais, a inédita chegada da Chama Crioula ao estúdio do
Jornal do Almoço. Neste mês de setembro, o Estado se uniu em torno de uma
tradição. Não houve cidade que não celebrasse a cultura de nosso Estado. O
Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre, espera reunir 1 milhão de pessoas até
este domingo, quando encerra as atividades. Uma tradição que se espalhou pelo
país. Emissoras afiliadas da Globo na Bahia e em Rondônia deram cobertura às
festividades nos seus Estados. A Chama Crioula foi acesa, em cavalgada, até na
Esplanada dos Ministérios.
Mas há um porém. Há quem diga que se trata de um fenômeno
temporal, ou seja, restrito ao mês de setembro. Engano. E os números confirmam:
anualmente, quatro dos maiores grupos de baile animam cerca de 500 fandangos em
clubes e CTGs. São aproximadamente 280 rodeios por ano, reunindo cerca de 1,2
milhão de pessoas, entre desportistas e visitantes, segundo cálculos do MTG.
Mas pouco disso aparece nas agendas culturais.
Artistas nativistas como César Oliveira & Rogério
Melo lotam CTGs e, acreditem, até casas noturnas voltadas ao pop e ao rock. Não
raro, esses músicos conquistam prêmios nacionais. E segmentos da mídia com
isso? Não se sabe. Aliás, o que é mesmo tradição gaúcha? Coisa de “gauchinho”,
expressão que, não raro, costumo ouvir de alguns colegas. Ou, quem sabe, um
“circo”, como me escreveu, esses dias, um desses músicos intelectuais da
cultura, reagindo a um texto que publiquei no G1.
A intensa movimentação cultural tradicionalista nos 12
meses do ano não deixa dúvidas: é preciso rever esses conceitos. Afinal, antes
de sermos do mundo, temos de ser regionais.