ANO
10 |
Desde o Vale dos Vinhedos na Serra
Gaúcha
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EDIÇÃO
3083
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Esta edição sabática circula postada
desde o Vale dos Vinhedos. Estamos, mais uma vez, na simpática Pousada Borgheto
Sant’anna, (a foto é uma vista desde uma de suas janelas) fruindo das mordomias dos queridos Rubens e Vanja. Eles com expertise
modernizam o enoturismo nesta região. A Gelsa e eu viemos à Serra Gaúcha na
tarde de ontem, acompanhados de Paola Valero e Kenneth Mølbjerg Jørgensen,
pesquisadores da Universidade de Aalborg na Dinamarca. Os dois colegas, que
chegaram à Porto Alegre na segunda-feira, estão ministrando cursos e um ciclo de
conferências na Unisinos. Este fim de semana, nesta linda região, é também uma
pequena retribuição à Paola e ao Kenneth, pelas muitas deferências que já
recebemos deles em Aalborg.
Já parece ser tempo de dizer adeus
ao inverno 2015 no Hemisfério Sul. Legalmente ele se encerra na madrugada da
próxima quarta-feira. Mas, se há alguma desobediência a parâmetros
estabelecidos em nossa galáxia, parece ser o inicio e o fim das estações que detêm
a liderança.
Por estas paragens nem cabe despedir
o inverno, pois este ano ele foi um quase omisso. Houve dias agosto que registraram
as temperaturas hibernais elevadas como nunca havidas em 100 anos. É verdade
que há uma semana tivemos temperaturas negativas em várias regiões do Rio
Grande do Sul. Agora vivemos dias de prolongadas chuvas que fazem temer ‘as
enchentes de São Miguel’ evocadas pela aproximação da festa do anjo guerreiro
neste dia 29 de setembro. A climatologia trouxe mais novidades por estes dias:
reflexos do terremoto do dia 16 no Chile se fez sentir em vários pontos do Rio
Grande do Sul.
Estas não obediências pela natureza
à cartilha climática influem de maneira decisiva, e não raro dolorosamente, no
ciclo das plantas. Trago dois exemplos de meu bucólico paraíso doméstico. Há
quase um mês para a chegada (astronômica) da primavera, a minha amoreira
imponente (foto) mirando Porto Alegre do oitavo piso já estava completamente
vestida de um verde viçoso, quando era ainda época de estar desnuda.
Minhas videiras (foto) este ano me
surpreenderam, quando definia um fim de semana para podá-las já havia cachinhos
de uvas que não podiam ser sacrificados.
Geadas que atingiram serras gaúchas
e catarinenses entre o sábado (12) e a segunda-feira (14) afetarão a qualidade
e a quantidade das próximas safras de frutas. Os cultivares mais atingidos
foram a maçã, a uva Chardonnay e a ameixa. Se essa geada tivesse acontecido 20
dias antes, os problemas seriam muito menores. O inverno atípico também
contribuiu para perdas. Os dias mais quentes em julho e agosto adiantaram a
brotação, e, agora, a geada acabou congelando a flor ou a fruta jovem.
Nas macieiras da serra catarinense
os danos podem ter sido menores porque elas ainda não estão em plena florada, já
que as flores da maçã resistem a até -3°C. Entretanto, no último final de
semana, a temperatura em algumas regiões chegou a -5°C. Entre as uvas, a
Chardonnay sofre maior impacto, já que ela tem brotação precoce. As frutas de
caroço também poderão ter suas safras reduzidas, especialmente a ameixa.
Mas, há uma informação astronômica
que anuncia: o Início da Primavera
2015 começa às 5h20min
(sem horário de verão) da próxima quarta-feira, dia 23 de setembro de 2015; e termina dia 22 de dezembro de
2015;
Quando sofremos com transtornos
climáticos em uma pequena horta ou jardim domésticos, sempre há que potencializar
isso para a situação de agricultores que vivem da produção. A natureza faz do êxito
de muitos produtos uma quase loteria. Quantas vezes na véspera de uma colheita
que se anuncia promissora, uma chuva de granizo, por exemplo, destrói tudo.
São detalhes que nossa sociedade atual insiste em não ver.
ResponderExcluirSão detalhes que nossa sociedade atual insiste em não ver.
ResponderExcluirSegundo um sábio: "Deus perdoa sempre, o homem algumas vezes, porém a natureza jamais perdoa".
ResponderExcluirGostei da expressão "bucólico paraíso doméstico". Combina com seu dono: alegria, sabedoria e vitalidade...
Querido Chassot,
ResponderExcluirGostei muito de aprender sobre as consequências da conjugação de inverno quente e queda de geadas para as maçãs, uvas Chardonnay e ameixas. Desejo a elas a melhor sorte possível.
Aqui em Belo Horizonte, parece que temperaturas amenas e umidade razoável são apenas lembranças de nós outros, pessoas com DNA distante (i. é, data de nascimento remota). Quando li seu blog no início da tarde, a temperatura era de 30ºC (e segundo as informações do excelente Climatempo.com.br, com sensação térmica de 32ºC). Agora, que já passa de 22 h, a situação melhorou: temperatura de 24ºC. Quanto à umidade do ar, também houve melhora. À tarde, 20 e poucos por cento; agora, 44%. Posso garantir que até os anos 1970, uma temperatura de 30ºC, aqui em BH, era uma ocorrência rara. Algo de um dia excepcionalmente quente de verão. Para ser comentado muito tempo depois: aquele dia em que o termômetro marcou 30ºC...
Desejo-lhe uma excelente semana.
Abraços.
Tavinho
Muito querido Tavinho,
ResponderExcluirobrigado por aditares comentários climático a minha blogada. Fico muito orgulhoso em te ter como meu leitor.
Há não muito cheguei de duas horas produtivas na histórica São João del-Rey, como anunciara no blogue desta terça.
Estou muito triste com a notícia da morte da Beatriz D'Ambrosio, filha dos queridos Maria José e Ubiratan.
Saudades