ANO
10 |
EDIÇÃO
3081
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Há uma semana, a Professora Marcia
Cordeiro, da Universidade Federal de Alfenas, publicou em sua página do
Facebook o texto que se constitui na blogada desta terça, aditada deste
comentário: É nestas horas que me lembro do
querido mestre Attico Chassot e da importância da alfabetização científica,
relatada em seus livros.
Dois terços dos brasileiros não entendem conceitos básicos de ciência Uma pesquisa divulgada
durante a 67ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), este ano em São Carlos (UFSCar), aponta ser pequena a parcela de
brasileiros que pode ser considerada cientificamente letrada – apenas 5% das
pessoas entre 15 e 40 anos.
Como destaca a Fapesp, que divulga os resultados, “isso
significa que apenas essa parcela foi capaz de compreender vocabulários e
conceitos básicos da ciência, usados no cotidiano, como biodegradável ou
megawatt, e refletir de maneira crítica sobre o impacto da ciência na
sociedade”.
Realizada pelo Instituto Abramundo (uma empresa brasileira que produz materiais de Ciências para o Ensino Fundamental www.abramundo.com.br ex-Sangari)
e pelo Ibope Inteligência, a pesquisa ouviu 2.002 pessoas com pelo menos quatro
anos de estudo, entre março e abril deste 2015, no Distrito Federal, São Paulo,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Salvador,
Curitiba e Belém.
A partir das respostas, a pesquisa estabeleceu quatro níveis de
letramento científico: ausente, elementar, básico e proficiente. O maior grupo
é o letramento elementar (48%), seguido pelo básico (31%). E enquanto 16 % da
população pesquisada não tem letramento científico, apenas 5% são proficientes.
Os grupos de letramento ausente e elementar indicam que quase
dois terços das pessoas tem conhecimento muito restrito. Ou, como resume a
Fapesp, “64% dos entrevistados tiveram dificuldade de responder a questões
básicas, como, por exemplo, se compreendiam os efeitos de medicamentos que
costumam utilizar”.
“Boa parte da população brasileira ainda não consegue fazer uso
social da ciência, porque para isso é necessário saber ler e interpretar
informações científicas”, avalia o consultor do Instituto Abramundo e professor
da UFPE, Anderson Stevens Leonidas Gomes.
De acordo com o Instituto Abramundo, os resultados podem ser
considerados representativos de 23 milhões de pessoas entre 15 a 40 anos que
completaram os quatro primeiros anos do ensino fundamental e que residem em 92
municípios das 9 regiões metropolitanas brasileiras.
Entre os que têm ensino superior, 48% atingem o nível básico e
11% podem ser considerados proficientes. “Nesse grupo de mais alta escolaridade
há uma parcela significativa, 37%, com letramento científico apenas elementar e
4% que podem ser considerados iletrados do ponto de vista científico.”
O estudo diz que 61% dos trabalhadores não atingem o nível
básico, sendo que 14% deles podem ser considerados cientificamente iletrados.
“Apenas 4 em cada 10 trabalhadores das principais cidades do país têm a
habilidade necessária para resolver problemas ou interpretar informações de
natureza científica.”
* Com informações da Fapesp e do Instituto Abramundo
A cada dia aumenta o número de analfabetos funcionais nos bancos universitários. Isso é um termômetro da qualidade de nosso ensino.
ResponderExcluirAo mestre com carinho...
ResponderExcluirSer lembrada por alguém tão singular, especial, e expressivo na área de Química é um privilégio!
Obrigada Prof. Attico Chassot pelos ensinamentos, e mais ainda pela referência em seu blog. Me sinto lisonjeada!
A blogada mostra a distância que há para ser percorrida no quesito ensino com qualidade (científica, entre outras). Enquanto isso...precarização no investimento do ensino, cortes, arrochos, congelamento de salários e...O "Sartorão da massa que o diga": nem salários em dia. Como buscarmos formação qualificada, assim? Como estimular ao conhecimento, de fato?
ResponderExcluirParece que o sistema não que que se ensine..."Colhe-se o que é plantado".
Grande abraço.