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quarta-feira, 23 de março de 2016

24.- Um subproduto desejável


ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3150

Não há como não nos surpreendermos. Crise gera criatividade. Talvez, o mais correto fosse dizer que o medo produz defesas. É muito provável que não me engano se afirmar: nunca fomos tão ubérrimos na produção de texto políticos. Nos últimos dias pululam análises e sugestões para garantirmos conquistas e/ou defendermos ou prostituirmos a democracia.
Não tenho contabilizado o número de documentos diários que recebo acerca da situação do Brasil. Não exagero se disser que seja bem mais de uma dezena. Não estou me referindo a postagens no Facebook ou assemelhados. Também não contabilizo charges ou algo parecido. Refiro-me a textos que me chegam por correio eletrônico ou WhatsApp.
Claro que não sou um privilegiado. Recebo a produção dos dois lados. Vou fazer mais estimativa: oito a dois, neste cruento duelo fraterno. Aqui o adjetivo significa entre irmãos e não na acepção de amoroso, como deveria ser o trato entre irmãos. Oxalá que a pugna não descambe, à moda do primeiro duelo que narra a tradição judaico-cristã. Há alguns Caim virulentos. Um destes me manda diariamente agressões que começam com uma invocação saudosa a algo que chama de ‘gloriosa revolução redentora’ que aniversariará em uma semana e tem hoje um bolsonazi a laudá-la.
Na minha análise (e claro que não consigo ler todos os textos), há que reconhecer que aqueles que produzem textos fazendo a vigilante defesa da democracia são muito mais categorizados que as hienas que uivam defendendo o golpismo. Dirá alguém que minha avaliação é tendenciosa. Aceito uma referagem isenta. Aposto no mesmo placar que usei para frequência (8 a 2) para índice de qualidade argumentativa. Talvez seja generoso, o mais correto seria dez a zero.
Dos textos que li esta semana, destaco Quatro sombras afligem a realidade brasileira de Leonardo Boff, publicado na Carta Maior e no Jornal do Brasil (de 21MAR2016).
O renomado teólogo brasileiro diz que em momentos de crise, assomam quatro sombras que estigmatizam nossa história cujos efeitos perduram até hoje: A primeira sombra é nosso passado colonial; a segunda sombra, o genocídio indígena; a terceira sombra, a mais nefasta de todas: a escravidão. Mas, quando parecia que dávamos uma virada promissora, uma quarta sombra: a corrupção volta a estigmatizar o Brasil.
O texto na integra, pode ser lido em:
http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Quatro-sombras-afligem-a-realidade-brasileira/4/35706

Aos que creem e aos que não creem, votos de que esta semana dita santa sirva também para pensarmos qual nossa opção:
#1) ficar entre aqueles que querem um regime sem liberdades;
#2) estar junto com os que sonham para nossos filhos e netos um país com os direitos democráticos para todos.
Permito-me recordar o que alertava na edição anterior — que apenas no último domingo teve 1046 acessos:: O silêncio neste momento é covardia e suicídio político. Não podemos nos acovardar.

2 comentários:

  1. Utilizo-me do brilhante texto do lúcido Leonardo Boff para ecoar uma análise em que prevalece a Razão, o Bom Senso e, principalmente a Tolerância:
    "Nunca fui filiado ao PT. Mas apesar de seus erros, a causa que defende será sempre válida: fazer uma política integradora dos excluídos e humanizar nossas relações sociais para tornar a nossa sociedade menos malvada."
    Fraterno abraço,
    Vanderlei.

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  2. Sempre certeiro admirável mestre. Sigamos na luta. Abraço afetuoso, Maribel.

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