ANO
10 |
EDIÇÃO
3150
|
Não há como não nos surpreendermos.
Crise gera criatividade. Talvez, o mais correto fosse dizer que o medo produz defesas.
É muito provável que não me engano se afirmar: nunca fomos tão ubérrimos na produção de texto políticos. Nos
últimos dias pululam análises e sugestões para garantirmos conquistas e/ou
defendermos ou prostituirmos a democracia.
Não tenho contabilizado o
número de documentos diários que recebo acerca da situação do Brasil. Não
exagero se disser que seja bem mais de uma dezena. Não estou me referindo a
postagens no Facebook ou assemelhados. Também não contabilizo charges ou algo
parecido. Refiro-me a textos que me chegam por correio eletrônico ou WhatsApp.
Claro que não sou um
privilegiado. Recebo a produção dos dois lados. Vou fazer mais estimativa: oito
a dois, neste cruento duelo fraterno.
Aqui o adjetivo significa entre irmãos e não na acepção de amoroso, como
deveria ser o trato entre irmãos. Oxalá que a pugna não descambe, à moda do
primeiro duelo que narra a tradição judaico-cristã. Há alguns Caim virulentos.
Um destes me manda diariamente agressões que começam com uma invocação saudosa
a algo que chama de ‘gloriosa revolução redentora’ que aniversariará em uma
semana e tem hoje um bolsonazi a laudá-la.
Na minha análise (e
claro que não consigo ler todos os textos), há que reconhecer que aqueles que
produzem textos fazendo a vigilante defesa da democracia são muito mais
categorizados que as hienas que uivam defendendo o golpismo. Dirá alguém que
minha avaliação é tendenciosa. Aceito uma referagem isenta. Aposto no mesmo
placar que usei para frequência (8 a 2) para índice de qualidade argumentativa.
Talvez seja generoso, o mais correto seria dez a zero.
Dos textos que li esta
semana, destaco Quatro sombras afligem a realidade brasileira
de Leonardo Boff, publicado na Carta Maior e no Jornal do
Brasil (de 21MAR2016).
O renomado teólogo
brasileiro diz que em momentos de crise, assomam quatro sombras que
estigmatizam nossa história cujos efeitos perduram até hoje: A primeira sombra é nosso passado
colonial; a segunda sombra, o
genocídio indígena; a terceira sombra,
a mais nefasta de todas: a escravidão. Mas, quando parecia que dávamos uma
virada promissora, uma quarta sombra: a corrupção volta a estigmatizar o Brasil.
O texto na integra, pode
ser lido em:
http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Quatro-sombras-afligem-a-realidade-brasileira/4/35706
Aos que creem e aos que não creem, votos de que esta semana dita santa sirva também para pensarmos qual nossa opção:
#1) ficar entre aqueles
que querem um regime sem liberdades;
#2) estar junto com os
que sonham para nossos filhos e netos um país com os direitos democráticos para
todos.
Permito-me recordar o
que alertava na edição anterior — que apenas no último domingo teve 1046
acessos:: O silêncio neste momento é covardia e suicídio político. Não podemos nos acovardar.
Utilizo-me do brilhante texto do lúcido Leonardo Boff para ecoar uma análise em que prevalece a Razão, o Bom Senso e, principalmente a Tolerância:
ResponderExcluir"Nunca fui filiado ao PT. Mas apesar de seus erros, a causa que defende será sempre válida: fazer uma política integradora dos excluídos e humanizar nossas relações sociais para tornar a nossa sociedade menos malvada."
Fraterno abraço,
Vanderlei.
Sempre certeiro admirável mestre. Sigamos na luta. Abraço afetuoso, Maribel.
ResponderExcluir