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sexta-feira, 2 de abril de 2021

02ABR2021 *** Por um sumarento tríduo pascal


 

 ANO 15

Agenda de Lives em página

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EDIÇÃO

3712

 

Talvez devesse abster-me de blogar neste 02 de abril. Venho de uma tradição na qual em sextas-feiras santas não eram permitidos trabalhos servis. Minha mãe não varria a casa, meu pai não tocava em ferramentas; martelos eram escondido a vésperas (estes foram usados para pregar Jesus na cruz), minha avó não ordenhava vacas, nós não podíamos sequer assoviar, as emissoras de rádio só tocavam músicas clássicas (como se nominava as músicas eruditas), onde réquiens tinham primazia.

Para poupar-me transgressões não vou tergiversar com um presidente que diz que ele não precisa de vacinação. Vou ficar na minha, como se dizia em antanho.

Mais de um ano em uma quilométrica quarentena não é algo trivial. Nos fazemos cultores de (a)fazeres nunca dantes praticados. Por ora, não sei o que é mais prazerosos: depois de extensa jornada na cozinha, coroar o feito com o passar um pano úmido pelo chão ou fazer uma live para milhares de participantes.

De vez em vez, parece que estou mais (des)atento. Quando uma pequena lagartixa espia no canto do monitor o que escrevo parece menos exótico que ver um casal de urubus fazer uma parada na pérgola para descanso de voo, que provavelmente é longo, pois exige pausa.

Não raro, cometo gafes. Confundo o real com o virtual. Olho na agenda. Tenho marcado uma entrevista com pessoa de distinção. Há que dar uma ajeitada na sala e não vestir roupa de ‘andar em casa’, com qual dou palestra para centena de pessoas. Já tomei banho e coloquei loção porque tinha recepção de gente especial.

Situações que mais me embaralham são aquelas que envolvem marcação de tempo. 2020, de maneira mais usual, não é o ano passado. 2019 se parece mais com o ano passado. Qualquer dia de segunda a quinta-feira parece sempre véspera de sexta-feira. Tempos geridos pelo deus Cronos são menos apetitosos se comparados com cuidados pelo deus Kairós.

Depois deste preludiar trago algo do diário do mestre escola. A segunda edição de uma Semana Santa em quarentena fê-la um pouco obliterada, muito cruenta. Encerramos o 13º mês pandêmico com recordes péssimos em todos indicadores que informam acerca destes tempos viróticos. O ponto facultativo de ontem cancelou as aulas de quintas-feiras no IFES e o encontro (com culpa) com orientandos na Unifesspa. Sílvia e eu preparamos as aulas que vamos partilhar na UFPA. Com os colegas da Unipampa avançamos a terminação do Festschrift.


Depois de um janeiro e fevereiro com 1 + 2 lives, em março, uma reabilitação: nove (distante da média de 2020). Destas, duas no mesmo horário (pois houve gravação prévia), superaram 12 mil visualizações.

Que na contemplação do plenilúnio que marca o início do ano lunar pascal se vivifiquem os votos expressos no card!

4 comentários:

  1. Que bela costura, querido MESTRE,em tempos pandêmicos e pascais.Só te resta bordar. Aguardo o pano.
    Abração!
    Violetta

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  2. Parabéns, pelo comentário que recebeste acima.
    O primeiro parágrafo, me fez lembrar com muito carinho dos meus pais e de minha casa, passou-se um filme de minha vida. Eu que sempre gostei de cantarolar ou mesmo assobiar era sempre repreendida nesta época.
    Para mim, ficar sem música naquela época, era o jejum mais importante.
    Hoje, as pessoas deixam transbordar músicas totalmente sem noção nos nossos ouvidos. Que pena!
    Um desejo enorme de que tenhas uma Feliz Páscoa junto a sua família! Beijos.

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  3. Feliz Páscoa Mestre. Votos de uma vida nova para todos nós. (Alana, Lorena, Larissa e Jorge)

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