ANO 15 |
Agenda de Lives em página |
EDIÇÃO 3712 |
Talvez devesse abster-me de blogar neste 02 de abril. Venho de uma
tradição na qual em sextas-feiras santas não eram permitidos trabalhos servis.
Minha mãe não varria a casa, meu pai não tocava em ferramentas; martelos eram
escondido a vésperas (estes foram usados para pregar Jesus na cruz), minha avó não
ordenhava vacas, nós não podíamos sequer assoviar, as emissoras de rádio só
tocavam músicas clássicas (como se nominava as músicas eruditas), onde réquiens
tinham primazia.
Para poupar-me transgressões não vou tergiversar com um presidente que
diz que ele não precisa de vacinação. Vou ficar na minha, como se dizia em
antanho.
Mais de um ano em uma quilométrica quarentena não é algo trivial. Nos
fazemos cultores de (a)fazeres nunca dantes praticados. Por ora, não sei o que
é mais prazerosos: depois de extensa jornada na cozinha, coroar o feito com o
passar um pano úmido pelo chão ou fazer uma live para milhares de
participantes.
De vez em vez, parece que estou mais (des)atento. Quando uma pequena
lagartixa espia no canto do monitor o que escrevo parece menos exótico que ver
um casal de urubus fazer uma parada na pérgola para descanso de voo, que
provavelmente é longo, pois exige pausa.
Não raro, cometo gafes. Confundo o real com o virtual. Olho na agenda.
Tenho marcado uma entrevista com pessoa de distinção. Há que dar uma ajeitada
na sala e não vestir roupa de ‘andar em casa’, com qual dou palestra para
centena de pessoas. Já tomei banho e coloquei loção porque tinha recepção de
gente especial.
Situações que mais me embaralham são aquelas que envolvem marcação de
tempo. 2020, de maneira mais usual, não é o ano passado. 2019 se parece mais
com o ano passado. Qualquer dia de segunda a quinta-feira parece sempre véspera
de sexta-feira. Tempos geridos pelo deus Cronos são menos apetitosos se
comparados com cuidados pelo deus Kairós.
Depois deste preludiar trago algo do diário do mestre escola. A segunda
edição de uma Semana Santa em quarentena fê-la um pouco obliterada, muito
cruenta. Encerramos o 13º mês pandêmico com recordes péssimos em todos
indicadores que informam acerca destes tempos viróticos. O ponto facultativo de
ontem cancelou as aulas de quintas-feiras no IFES e o encontro (com culpa) com
orientandos na Unifesspa. Sílvia e eu preparamos as aulas que vamos partilhar
na UFPA. Com os colegas da Unipampa avançamos a terminação do Festschrift.
Depois de um janeiro e fevereiro com 1 + 2 lives, em março, uma reabilitação: nove (distante da média de 2020). Destas, duas no mesmo horário (pois houve gravação prévia), superaram 12 mil visualizações.
Que
na contemplação do plenilúnio que marca o início do ano lunar pascal se vivifiquem
os votos expressos no card!
Que bela costura, querido MESTRE,em tempos pandêmicos e pascais.Só te resta bordar. Aguardo o pano.
ResponderExcluirAbração!
Violetta
Parabéns, pelo comentário que recebeste acima.
ResponderExcluirO primeiro parágrafo, me fez lembrar com muito carinho dos meus pais e de minha casa, passou-se um filme de minha vida. Eu que sempre gostei de cantarolar ou mesmo assobiar era sempre repreendida nesta época.
Para mim, ficar sem música naquela época, era o jejum mais importante.
Hoje, as pessoas deixam transbordar músicas totalmente sem noção nos nossos ouvidos. Que pena!
Um desejo enorme de que tenhas uma Feliz Páscoa junto a sua família! Beijos.
Feliz Páscoa Mestre. Votos de uma vida nova para todos nós. (Alana, Lorena, Larissa e Jorge)
ResponderExcluirUma feliz PAZcoa!🍬🍫🌷
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