ANO
9 |
EDIÇÃO
3061
|
Em 06 de maio anunciava o envio à Editora Unisinos de
uma proposta revisada e atualizada para uma reedição de A Ciência é masculina? É, sim senhora! Celebro,
aqui e agora, a chegada dos exemplares da 7ª edição. É saboroso ver aquele
mirrado livrinho que apareceu a primeira vez em 2003, com 103 páginas, já
parecer agora mais robusto com suas 148 páginas. Vários exemplares da nova edição foram autografados na noite de
quinta, na Unipampa em Dom Pedrito.
Meus agradecimentos são para a muito competente equipe da Editora Unisinos. Personifico-os no muito atencioso Prof. Carlos Alberto Gianotti, sempre o meu editor exigente, mas compreensivo.
Meus agradecimentos são para a muito competente equipe da Editora Unisinos. Personifico-os no muito atencioso Prof. Carlos Alberto Gianotti, sempre o meu editor exigente, mas compreensivo.
Não
sem uma ponta de constrangimento ratifico aqui o que anunciava em 6 de maio. O nosso
continuado centramento em uma leitura Ocidental. Filosofias orientais, como o
budismo ainda não foram apreendidas. A estas, talvez consigamos acrescentar
também as marcas do islamismo em nossa formação. Outra dimensão que ainda
empobrece esta nova edição é ausência das muito importantes contribuições de
matriz africana. É estimulante marcar todas estas deficiências numa reedição para
lançar pistas para diálogos e definir estudos que poderão contribuir para
ampliar futuras edições.
Quando no último dia 9, no texto LAUDATO SI’: Sobre o Cuidado da Casa Comum, no qual aportei comentários amealhados de
maneira muito cética acerca da última encíclica do papa Francisco, escrevi que nos
comentários acerca da Religião, a
matriz judaico-cristã aflora de maneira permanente, ignorando o orientalismo.
Aqui parece importante marcar quando se consegue
fugir a ortodoxia. Nisso ratifico a importância de Lilith, no capítulo ‘A nossa ancestralidade judaica’, que permite
inferir o quanto o apagamento do nome de uma admitida primeira mulher, anterior
a Eva, significa um histórico endurecimento de posturas machistas na tradição
judaica (assumido, posteriormente pela tradição cristã). Talvez, essa análise lilithiana
seja a inclusão mais importante aditada ao livro a partir da 5ª edição. O tema é bastante desconhecido; por exemplo, na
noite de quinta na minha fala em Dom Pedrito, pareceu novidade para a grande
maioria de um auditório de quase uma centena participantes.
Na foto de Maria Helena Mena Dutra com a Profa. Dra.
Elena, Pró-Reitora de Graduação da Unipampa.
É novidade, no Para saber mais uma breve biografia de Teresa D’Ávila, marcado pelo valor literário e reformador de sua obra que me aventurei ler um pouco. Outro nome que passa figurar na mesma secção, é o de Teano, uma matemática do século 6º antes de Cristo; a desconhecia. Agora, tira a primazia de Hipátia, como nome feminino mais antigo na História da Ciência.
É novidade, no Para saber mais uma breve biografia de Teresa D’Ávila, marcado pelo valor literário e reformador de sua obra que me aventurei ler um pouco. Outro nome que passa figurar na mesma secção, é o de Teano, uma matemática do século 6º antes de Cristo; a desconhecia. Agora, tira a primazia de Hipátia, como nome feminino mais antigo na História da Ciência.
Continuo usando como indicador, para a tese que sustento, a
reduzida premiação a mulheres com Prêmios Nobel, vale ratificar aqui, o quanto
este indicador que tenho usado pode ser desclassificado. Já foi comentado, apenas para trazer um
exemplo, o quanto aumentou o descrédito à Fundação Nobel, quando em 2009, o
beligerante presidente estadunidense Barack Obama recebeu o Nobel da Paz,
traduzindo o caráter político do prêmio.
Mas, válido ou não a premiação é um indicador que temos e na
mirada ao mesmo, tenho escrito, nos últimos anos, a cada outubro, quando da
divulgação dos Prêmios Nobel, mais especialmente os três de Ciências (Física,
Química e Medicina/Fisiologia) que a Ciência continua masculina. Isso causa
certa desilusão, pois, sonhadoramente, queremos novos tempos.
Um dos quadros inserido na nova edição — que está a seguir —parece
mostrar o quanto ainda é oportuno estar já na própria capa do livro a resposta à
pergunta A Ciência é masculina? que constava sem respostas nas primeiras
edições. Realmente é apropriado responder-se: É, sim senhora!
2003(1ª)
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2008(4ª)
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2012(6ª)
|
2014(7ª)
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FÍSICA
|
175 02
|
187 02
|
194 02
|
199 02
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QUÍMICA
|
145 03
|
157 03
|
163 04
|
169 04
|
MEDICINA
|
186 06
|
196 08
|
201 10
|
207 11
|
TOTAL
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504 11
|
540 13
|
558 16
|
575 17
|
Mesmo que sonhemos com uma Ciência mais feminina (com homens e
mulheres com iguais envolvimentos) este caminho ainda parece distante. O quadro
mostra os totais de galardoados junto com o número de mulheres premiadas, com
informações distintas extraídas de quatro edições do livro. Nas três premiações,
mesmas com evolução do destaque às mulheres, ainda muito lenta, mesmo nos
tempos mais recentes, vê-se situações bem diferentes nestes 11 anos. Na Física,
quando o número de homens premiados cresceu em 24, nenhuma mulher foi premiada
(isso já há mais de 60 anos). Na Química houve também um aumento de 24
premiados, dos quais apenas uma mulher. No terceiro dos prêmios a situação é
mais auspiciosa: no aumento de 21 premiados, seis são mulheres.
A nova edição está disponível em www.professorchassot.pro.br
/ livraria virtual. O preço inclui o frete por correio comum. Para mais de
cinco exemplares, para o mesmo endereço, há 10% de desconto.
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