ANO | Sugestãode
lives | EDIÇÃO 1378 |
Já é, mais uma vez, uma primeira blogada de agosto. É o mês que saberes populares
souberam — com certo bom gosto — aproveitar uma rima tosca e rotular com adequação: agosto, o mês do desgosto, também na imagem de Renato Fontes.No Brasil político — não raro de difícil
compreensão para nós outros que não ascendemos a palácios do Planalto — há pelo
menos três viradas que poderiam ter uma sequenciação no mesmo cargo: 1954— suicídio
de Getúlio Vargas/ 1961— renúncia de Jânio Quadros/ 2016— Impeachment de Dilma Rousseff/
2021— xyz de Bolsonaro.
Vale reler o que nesse blogue se
publicava há dois anos: do Extraclasse, publicação mensal do Sindicato dos Professores do Rio Grande do
Sul Sinpro/RS transcrevia “A mistura de ignorância, obscurantismo, boçalidade e grotesco
desafia a própria linguagem para definir Bolsonaro e seu séquito”.
Ainda em 02/AGOSTO/2019 trouxe de Eliane Brum (se tivesse que
escolher ler apenas um jornalista, seria ela a escolhida) na edição brasileira
do El País: “Jair Bolsonaro é um perverso. Não um louco, nomeação injusta
(e preconceituosa) com os efetivamente loucos, grande parte deles incapaz de
produzir mal a um outro. O presidente do Brasil é perverso, um tipo de gente
que só mantém os dentes (temporariamente, pelo menos) longe de quem é do seu
sangue ou de quem abana o rabo para as suas ideias. Enquanto estiver abanando o
rabo – se parar, será também mastigado. Um tipo de gente sem limites, que não
se preocupa em colocar outras pessoas em risco de morte, mesmo que sejam funcionários
públicos a serviço do Estado, como os fiscais do IBAMA, nem se importa em
mentir descaradamente sobre os números produzidos pelas próprias instituições
governamentais desde que isso lhe convenha, como tem feito com as estatísticas
alarmantes do desmatamento da Amazônia. O Brasil está nas mãos deste perverso,
que reúne ao seu redor outros perversos e alguns oportunistas. Submetidos a um
cotidiano dominado pela autoverdade, fenômeno que converte a verdade numa
escolha pessoal, e portanto destrói a possibilidade da verdade, os brasileiros
têm adoecido. Adoecimento mental, que resulta também em queda de imunidade e
sintomas físicos, já que o corpo é um só”.
E... já é agosto de novo. Nesta semana este blogue fez 15º aniversário. Esta é a primeira edição do ano 16, Nem sei avaliar se o mágico fluir do tempo é moroso ou é rápido. Não raro me desligo de Cronos. Me parece mais tranquilo me entregar Kairós, que na mitologia grega, é o deus do tempo oportuno. Cronos é por demais rigoroso no controlar o tempo e pode, não raro, ser dispensado nestes tempos pandêmicos.
Talvez, agosto nos presenteie com algo de bom gosto. Quando sextarmos de novo será 13 de agosto... Expectante.
Caro MESTRE: Agosto sempre um mês repleto de eventos significativos em diversos aspectos. Particularmente, Eu, meu Filho e meu Pai nascemos no corrente mês. Penso que a grande expectativa seria um enventual evento na história de nossa política. Talvez um desejo por alívio, dado o que temos enfrentado: na presidência a símbolo do obscurantisno, da ignorância, da maldade humana (ódio social)...Saudades!!!
ResponderExcluirTens razão: não se trata de loucura, mas de perversidade, porque consciente; trata-se ainda, de uma situação desesperadora, porque um ser abjeto é capaz de "mastigar", no sentido de eliminar e exterminar, sem remorsos, é claro, claríssimo. Permita-me, meu bom amigo Chassot, homem da convivência, questionar aos que por aqui passarem: como explicar à vítima, que será mastigada, que o horrendo ser não a poupará, ainda que ela submeta-se à sua vontade, caso o desagrade ou impeça de impor-se, sacrificando-a, se julgar necessário? Se não aceito que a vítima idolatre seu algoz, como fazê-la entender que seu sacrifício é só uma questão de tempo? Abraços esperançosos de que o abjeto caminha para se diluir em sombras seu rosto e sem corpo.
ResponderExcluir