ANO
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EDIÇÃO
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Os dois interrogantes que se fazem título da penúltima blogada
deste festivo e memorável novembro estão muito no nosso cotidiano. Quase me
atreveria dizer (Daniel, SOS!) que eles podem definir diferenças (não disse
níveis!) no uso da língua culta.
Um e outro dos interrogantes parece merecerem duas avaliações,
pelo menos assim me afiguram. Em uma das avaliações o inquiridor quer saber dos
translados (o corretor insiste que deva escrever traslados!) para ir e vir de
uma viagem. Em outra, parece se quer saber acerca do como foram os fazeres em
função dos quais se viajou.
Esta manhã quando a dona Ceni me perguntou: Como foi de viagem? Eu contei que na ida, na escala em Brasília,
depois de ficarmos uma hora embarcados em um avião sem ar condicionado, com
promessas a cada 10 minutos que o problema estava sendo resolvido, fomos
convidados — depois de uma hora — a desembarcar e caminhar com mochilas pesados
distâncias extensas na busca de outro portão para sermos reembarcados. Disse
que na volta os transtornos foram mais emocionantes: no voo de duas horas entre
Cuiabá e Guarulhos, depois de mais de meia hora de voo foi pedida a colaboração
de médicos presentes no voo, pois era necessário prestação de socorro a
passageiro. Durante o atendimento éramos mais de duas centenas de passageiros
interrogantes. Depois do transcurso de dezenas de minutos, fomos informados que
retornávamos à Cuiabá. Partimos, uma vez mais, à Guarulhos duas horas depois.
Claro que com isto perdi a conexão para Porto Alegre. Afortunadamente havia um
voo 2,5 horas depois. Parti em hora que há muito já estaria em casa. Cheguei
quase duas horas de quarta-feira (mais de 11 horas depois de ame presentar no
aeroporto para embarque) e ainda sem minha mala, que só foi me entregue 20
horas depois. Dona Ceni, que nunca andou de avião, achou significativo
manifestar seu dó, pelos meus dissabores.
Para a Luciana, que perguntou: Como foi a viagem? Contei das palestras, das aulas e, detalhei a
defesa da Patrícia, cujo objeto de pesquisa já está farta de ouvir.
No projeto de tese apresentado à qualificação pela Professora Patrícia Rosinke
(UFMT/campus Sinop) no dia 18/11/2019
depois de ter sido submetidas em duas pré-qualificação, nos Seminários 1 e 2 em
Manaus em 2018 e 2019, nesta segunda-feira se trouxe a proposta de se examinar
o quanto são tênues os limites entre o sagrado (religião) e o profano (ciência)
— ou entre o ensino de ciências e o ensino religioso. Há uma situação aparentemente exótica: na
catedral católica romana de Sinop, 4 entre 7 painéis (8 x 6,5 m) recorrem a
representações iconográficas dos quatro
elementos alquímicos (água, ar, fogo e terra) para se fazer a
representação do sagrado marcando não apenas o tetramorfo dos quatro
Evangelistas (Lucas, Mateus, Marcos e João), há, ainda, um tetramorfo formado
pelos quatro animais, que segundo Ezequiel, profetizam os quatro evangelista na
mesma ordem antes citadas, (touro, homem, águia e leão); um observador mais
atento encontra nos painéis os 4 dogmas marianos (imaculada concepção, mãe do
salvador, sempre virgem e assunta ao céu com corpo e alma) localizado cada um
em um dos quatro pontos cardeais.
Nessa Tese trazemos algo original ou pelo menos não muito usual
em teses doutorais: é de senso comum que uma tese é uma construção coletiva envolvendo o doutorando e o
orientador. Fizemos isso mais evidente como uma ‘assemblage’ com textos da doutoranda e do orientador, como um
vinho (no sentido mais usual) de diferentes cepas..
A pesquisa tem como sujeitos colaboradores licenciandos do curso
de Ciências Naturais com habilitação em Química, da UFMT de Sinop/MT. Parece
não existir nenhuma produção acadêmica acerca dos quatro elementos em espaços
sagrados, também parece que não há nenhuma pesquisa acerca dos painéis da
catedral de Sinop, MT. As considerações preliminares nos permitem afirmar que:
o tema é importante na formação de professores de Ciências/Química; de acordo
com as justificativas, principalmente porque ciência e religião são
onipresentes em nossas vidas e por considerar a escola um espaço fundamental na
formação dos sujeitos, sendo as aulas de Ciências motivadoras de discussões
sobre a vida e seus fenômenos. Assim, já nos primeiros olhares – que somos induzidos a confirmar a nossa
tese, de que são muito tênues os limites entre o sagrado e o profano, ou entre
a religião e a ciência.
Geison (IFMT) Patricia (doutoranda) Chassot (Unifesspa), Gladys (Coordenadora do Programa, Marcel (UFMT) |
A tarde foi preenchida
por extenso tempo de aprender com a qualificação da tese de doutorado da
Patrícia que foi aprovada por unanimidade pelos dois professores presentes
Professor Geison Jader Mello do Instituto Federal de Mato Grosso e professor
Marcel Thiago Damasceno Ribeiro da Universidade Federal do Mato Grosso e por
três pareceres enviados: professor Helder Eterno da Silveira da Universidade
Federal de Uberlândia, professora Patrícia Macedo de Castro Universidade
Estadual de Roraima e professor Felício Guilardi Junior da Universidade Federal
do Mato Grosso Câmpus Sinop. Os cinco pareceres foram unânimes em reconhecer a
pertinência e a importância da tese proposta e as qualidades teóricas da mesma.
A proposta de fazer uma ‘assemblage’ ao
que parece por ser inédita na academia foi muito elogiada. Agora há pela frente a extensa apropriação das sumarentas
contribuições da banca e elaborar a versão para a defesa final.
Ainda bem que os contratempo do voo foram na volta professor! Essas situações geralmente nos deixam exaustos! Seu blog hoje trouxe além uma síntese muito boa da nossa pesquisa, leitores poderão ficar curiosos!!!
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