ANO
9 |
EDIÇÃO
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Este cinco de junho, que pela magia do ritmo de
calendário religioso móvel ocorre após o dia de Corpus Christi (que pode ser
entre 21 de maio e 24 de junho) expandindo para alguns o feriado a feriadão, é
um dia muito especial: Dia Mundial do Meio
Ambiente. Sabemos, que a
cada dia se comemora algo. Mas a celebração de hoje transcende a banalidade que
impregna algumas comemorações. Não é sem razão que muitos fazem da primeira
semana de junho a Semana do Meio Ambiente.
O cinco de junho — Dia Mundial do Meio
Ambiente — é uma das datas
de celebração internacional por decisão
da Assembleia Geral das Nações Unidas na resolução (XXVII) de 15 de dezembro de
1972 com a qual foi aberta a Conferência de Estocolmo, na Suécia, cujo tema
central foi o Ambiente Humano. Parece natural que, entre as múltiplas
celebrações que nos são propostas, poucas como a de hoje mereceria ser consagrada
como um dia de densas reflexões.
Se ontem comentávamos aqui uma festa herdada do
medievo, hoje vivemos uma comemoração muito recente. Ela surge quase no último
quartel de ‘nosso’ século 30. Nossos pais, nossos avós não a celebravam,
talvez, por que para eles todos os dias era de cuidar do meio ambiente, mesmo
que essa concepção do ambiente natural não fosse discutida.
Permito-me, num evocar de saudade, lembrar um
ambientalista que homenageio em A ciência
através dos tempos assim:
Para Afonso Oscar Chassot (1906-1987), meu pai,
que, mesmo nunca tendo visto seu nome
impresso em um livro ou jornal, muito me
ensinou:
a gostar de ouvir notícias,
instrumental importante para conhecer e
entender a história,
e
a vibrar com a profissão,
marceneiro hábil que era, trabalhando a madeira
com amor.
Para ele, este livro e estes versos,
adaptados da poeta Hannah Szenes (1921-1944):
Bendito o fósforo que ardeu e acendeu a
fogueira!
Bendita a lavareda que ardeu no âmago do
coração!
Bendito o coração que soube parar com honra!
Meu pai foi ambientalista quando esta palavra
não existia. Quando morávamos em uma rua que tinha coleta domiciliar de lixo,
jamais eu assisti descartar qualquer material para a coleta pública de lixo.
Tudo era aproveitado em sua oficina de fabrico de artesanatos, em embalagens,
no trato de animais domésticos (galinhas ou um porco que quase sempre compunham
o patrimônio familiar), especialmente na horta como adubo etc. Quando eu já
morava em Porto Alegre, era instado a trazer embalagens; ele sabia como reaproveita-las.
Creio não ter sido diferente com meus ancestrais, particularmente por terem
vivido quando ainda não se era abalroado para essa imensa ‘fartura’ de
embalagens descartáveis.
A Roma, minha aluna na Universidade do Adulto
Maior, é uma coletora de quaisquer tipos de tampas de embalagens que encaminha
à reciclagem. Quando a questionei do por que, ela lembrou-me da parábola do
beija-flor, que levava gotas de água no seu bico para ajudar a debelar o
incêndio na floresta. Afortunadamente temos muitos preocupados com o reciclar.
Segundo um relatório (de março de 2011) da
Agência Europeia do Ambiente, a taxa de reciclagem dos países europeus aumentou
21% entre 2001 e 2010. Atualmente, 35% de todo o lixo gerado nas cidades ganha
vida nova e ainda gera receita: a boa gestão de resíduos sólidos da União
Europeia já rende 1% do PIB do bloco. Na ponta do lápis, trata-se de um mercado
que emprega 2 milhões de pessoas e rende 145 bilhões de euros por ano.
Mas muitos países ainda precisam ir além, a fim
de atender as metas mandatórias ambiciosas do bloco, que determinam uma taxa de
reciclagem de lixo urbano de 50% até 2020. Cinco deles já chegaram lá. Na
Áustria, Alemanha, Bélgica, Holanda e Suíça, a vontade política e a
participação civil deram um novo valor ao lixo. Exemplos que devem inspirar o
Brasil, que recicla apenas 13% de seus resíduos urbanos.
A preocupação em tornar-nos mais efetivos na
preocupação poderia ser um bom propósito pessoal neste Dia Mundial do Meio Ambiente de 2015.
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ResponderExcluirMeu caro Jair,
Excluirteus acrósticos faziam saudades.
Tuas postagens, mesmo de vez em vez, trazem sempre motivos a densas reflexões.
Agradecido,
Este acróstico está completo, o outro estava capenga.
ExcluirDepois que a natureza criou a vida
Instalou o Homo sapiens ali no meio
Agora tudo bem, missão cumprida!
Mas o homem não disse a que veio.
Unidos bichos e plantas em seguida
Nunca se desvirtuaram, assim creio
Dividiam o espaço em razão contida
Indiferentes sem qualquer manuseio.
Ali era um paraíso de larga avenida
Ladeada de árvores com sombreio
Dúvida não havia, farta era comida
Ouvindo-se dos pássaros o chilreio.
Mas homem não desejava harmonia
Ele se achava o dono desse pedaço
Insuflou morte e desdita onde queria
O dono sou eu, o que quero eu faço!
Assim morte da mata e esgoto fedia
Milhares de seres não deixam traço
Babaca, ele não percebe o que viria:
Inabitável Planeta de vida escasso.
E agora José, qual o próximo passo?
Nada restará dessa vida de única via
Tudo que existe conhecerá o fracasso
Em terra arrasada nenhum pássaro pia.
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