ANO 15 |
Agenda de Lives em página |
EDIÇÃO
|
Essa é primeira blogada que inaugura 15º mês pandêmico.
Mesmo que o ardor verde-amarelo se orgulhe no sediar um campeonato de futebol,
se sabe que o covid-19 está mais virulento. Não há vacina para expandir os 10%
de brasileiros que já bivacinados. Não surpreende que o Ministério das
Comunicações venha gastando mais com campanha de volta às atividades do que com
a campanha de vacinação. A terceira onda da pandemia já começou com o aumento
do número de internações em hospitais e o colapso em treze estados.
Precisamos, de vez em vez, falar amenidades. Vale pelo menos tentar.
Pois ontem, na celebração do dia santo católico, estudava o
calendário da Religião da Humanidade, ou Religião Positivista, fundada por Augusto Comte, em 1854.
Essa seria uma doutrina que daria lugar à religião comum, colocando o homem e o
desenvolvimento do estágio positivo da humanidade (a ciência e a crença no
cientificismo) no lugar da ideia comum de Deus.
Ainda embalado com as aulas desta quarta-feira, que
compartilho com a Sílvia, na UFPA, vi-me retomando o positivismo comteano.
Lembrei que, enquanto professor do Programa de Pós Graduação em Educação da
Unisinos, durante alguns semestres, uma das aulas era no Templo Positivista de
Porto Alegre.
Templo que, enquanto
fiz os três anos de científico, no Julinho, sempre que passava de bonde, me
interrogava com a frase lapidar: “Os
vivos são cada vez mais necessariamente governados pelos mortos”.
Dediquei-me, ontem, de maneira mais extensamente ao
calendário positivista: 13 meses de 28 dias (ou de 4 semana) e anos bissextos,
segunda a necessidade de ajustar para acertar os dias equinociais. O calendário
é fixo. Cada um dos 28 x 13 dias cai sempre no mesmo dia da semana; por exemplo
todos os dia sete, nos treze meses são sempre correspondentes ao nosso domingo.
Vale o mesmo para os dias 14, 21 e 28 de cada mês. Vale o mesmo, por exemplo,
para dos dias 1, 8. 15 e 22 que são sempre segundas-feiras.
Como curiosidade os MESES DO CALENDÁRIO POSITIVISTA: 1 Moisés (mês da
Teocracia inicial; 2 Homero (mês da Poesia antiga); 3 Aristóteles (mês da
Filosofia antiga); 4 Arquimedes (mês da Ciência antiga); 5 César (mês da
Civilização militar); 6 São Paulo (mês do Catolicismo; 7 Carlos Magno (mês do
Feudalismo); 8 Dante (mês da Epopeia moderna); 9 Gutemberg (mês da Indústria
moderna); 10 Shakespeare (mês do Drama moderno); 11 Descartes (mês da Filosofia
moderna); 12 Frederico da Prússia (mês da Política moderna);13 Bichat (mês da
Ciência moderna). Em cada um destes 13 meses, cada um de seus dias é dedicado
(qual o nosso conhecido ‘santo do dia’), a uma personalidade que se
correlaciona com o ‘patrono’ e a ‘dedicação’ do mês.
Estava desejoso de trazer, pelo menos a listagem, dos 13 x
24 personagens. Aquietei-me. Interroguei-me, Para quê? Estava sendo questionado
por utilidade inútil.
Em 2017, assisti, em Porto Alegre o filósofo e professor italiano Nuccio Ordine
(Itália, 1958) que um dos mais renomados estudioso de Giordano Bruno. O título de sua palestra era o mesmo de um dos seus livros A utilidade do inútil – um manifesto (que tenho autografado).Ordine me ajudou nas respostas de meus porquês. Busquei o
livro. O professor de literatura “retoma um tema tradicional e inesgotável: o
valor da educação e sua relação com a cultura. Ordine identifica que vivemos
uma profunda crise cultural, que assola a Escola e a Universidade. Ambas
padecem diante do avanço de uma mentalidade utilitarista, praticista e
produtivista, motivada pela lógica implacável do lucro. Tais espaços, que
deveriam ser de formação intelectual e humanística, se convertem em empresas
capitalistas em formar não cidadãos críticos e livres pensadores, mas mão de
obra especializada para o mercado de trabalho e consumo”.
Escrevo esta blogada quando recém encerrei uma fala de
cerca de duas horas no Instituto Federal Baiano, campus Catu BA. Mais de uma
vez se atravessou como responder que a inútil utilidade de estudar o calendário
do positivismo. Tentei. Agora posso começar o fim de semana.
Muito bom dia de sábado, amigo Áttico! Desta Sorocaba, não tão gélida como minha terra Angatuba, ambas em SP, abraços de resistência! Permita-me compartilhar um sonho que tive com o ser abjeto - recuso-me a dizer seu nome, porque não confiro a ele qualquer dignidade - num momento de agressividade: de tanto esbofeteá-lo, vendo-o caído, fiz por urinar em todo o seu corpo. Da parte da criatura indigna de humanidade, nenhuma reação. Voltamos a conversar, mas continuava a tê-lo como não de confiança. E assim terminou aquele sonho com o corpo e a mente descansados por algum tipo de vingança. Não sou dado a ela, mas a mente estava necessitada de alguma ação como retorno ao que temos vivido nos imediatos anos anteriores. Agora que compartilhei, lembrei-me do que se dizia, desde a minha tenra infância: "não dá lucro". Se se queria dizer de algo que não valia o esforço, dizia-se: "não dá lucro". Não era, exatamente, para alguma relação comercial, mas para todas as relações da vida. Então, o lucro sempre foi o condutor e a diretriz daqueles comportamentos, com o que, eu, já discordava, mas não sabia explicar com clareza para aqueles que me ensinavam. Na linha do lucro, desembocamos no "útil". Dele, pensei nos amigos para os quais eu oferecia os chamados presentes inúteis em seus aniversários. Podia ser um clips quebrado, uma tampinha de creme dental ou um chaveirinho que não fecha. Enfim, poderia ser qualquer coisa que não mais se usaria, daí, o inútil, mas com a força do significado por quem ofereceu. Nas palavras de Leonardo Boff, um verdadeiro sacramento que ultrapassa a representatividade para tornar-se em realidade tangível material-emocional-sensorial de sentimento e de bem querer. Obrigado pelo espaço, amigo Mestre! Abraços de saúde e de esperança!
ResponderExcluirMuito querido Élcio!
ExcluirTambém querida Dri, que nos acolhe com querideza em seu espaço privilegiado! Eu hoje recebi desde Sorocaba dois presentes!
Um artefato e outro mentefatos! Este está intocável de repouso não se sabe onde, talvez acomodado em uma nuvem!
É um mentefato narra sonhos. Sonhos que regam o corpo insepulto de um presidente! Afortunadamente mesmo que tenha o líquido a cor da gasolina não é gasolina!
O Artefato tem o nome genérico de livro mas não é qualquer livro é um livro trabalhado e é um livro prenhe de dedicatórias. Nestas sou um privilegiado pois ganho cantares que me em me cantam e me surpreendem! Sou distinguido por estar na mesma página de Dimitri Ivanovich Mendeleev com crianças de todas as infâncias. Ganhei a capa histórica de um dos meus livros e dedicatórias manuais que catalisaram exclamação. Há que ficar muito grato por tantas homenagens que talvez me faça reencontrar o menino de vidro... capaz da Areia fazer surgir cristais vítreos que se transmutam em vitrais!
Com imensa gratidão
Mestre Chassot assisti, como ouvinte, sua Palestra do Instituto Federal Baiano. Estou encantada com tantas palavras sábias que ainda ecoam pelo meu pensamento.
ResponderExcluirSou Professora aqui em minha cidade ( Caetité- cidade Natal do Educador Anisio Teixeira) da rede eEstadual da Educação Básica e estava buscando motivos para estudar e ensinar Iniciação Científica, matéria esta que tenho nenhuma experiência
Obrigada por despertar em mim o prazer por buscar . Buscar sempre.
Obrigada!
Má.Nilza Bastos.
Muito atenciosa colega Maria Nilza Bastos!
ExcluirTeu comentário nesta blogada compensa qualquer esforço e/ou cansaço que tivesse feito nesta memorável palestra no IFBaiano, campus Catu que tu comentas.
Renova minha disponibilidade de ampliarmos um diálogo acerca da alfabetização científica
Caro Mestre: o que será da humanidade quando findar o útil esforço da manutenção da inutilidade? Teremos vida humana ou feneceremos pela artificialização da vida algoritizada? Está cada vez mais difícil a apreciação do inútil, tão essencial para a poesia enquanto materialização do espírito....Grato por manter a chama do cultivo da inutilidade.....Abraços!!!
ResponderExcluir