ANO 15 |
Agenda de Lives em página |
EDIÇÃO 3698 |
Finalmente chega dezembro. Há esperanças que
2020 termine. Mesmo que pareça que estamos vendo números e protocolos que nos
assustavam nos idos de março. Será que vai começar um ano (novo)2020Beta?
O segundo turno passou. Não adiro àqueles que veem
êxito na esquerda. Me consolar com a derrota dos apoiados pelo falso Messias é
muito pouco. Ver a rejeição à Comunista em Porto Alegre, ratificou a um senso
comum fajuto que envaidece aos gaúchos: somos
o estado mais politizado do Brasil. Há não muito em eleição ao Senado,
entre o ínclito Olívio Dutra e um comentarista esportivo, se rejeitou o ex-prefeito
e ex-governador e se escolheu termos um obscuro senador. O terceiro turno em 2022
não será trivial.
Antes de oferecer o que agendei para esta
edição, há uma evocação histórica/atual a registrar.
BHOPAL 84:
Ontem, 3 de dezembro foi o Dia Mundial de
Combate aos Agrotóxicos. A data existe em homenagem às vítimas do crime de
Bhopal, na Índia, em 3 de dezembro de 1984. A história é impactante: uma
fábrica de agrotóxicos estadunidense negligenciou normas de segurança para
armazenamento do gás tóxico isocianato de metila e causou uma tragédia que
matou 2,2 mil pessoas na hora e afetou a vida de quase 600 mil pessoas ao longo
dos anos.
O Brasil de
Fato lançou o documentário Bhopal 84, que relembra essa história. O filme pode
ser assistido no canal do BdF no YouTube, no Facebook e no Instagram Brasil de
Fato;
Trinta e seis anos depois da tragédia, os
empresários não foram punidos, as vítimas receberam indenizações irrisórias e
as causas do vazamento nunca foram esclarecidas.
Agora, o
blogue no seu fazer memórias. Nesta sexta feira participei de duas lives; as
minhas 81ª e 82ª lives. Pela manhã em Campina Grande, na Universidade Estadual
da Paraíba, fiz a fala de abertura CONAPESC - DIGITAL EDITION/Congresso
Nacional de Pesquisa e Ensino em Ciências. À tarde, no Instituto Federal do
Acre dialoguei de maneira sumarenta acerca destes tempos pandêmicos com meu
colega Evandro Ghedin da UFAM.
Já
estive, de maneira presencial na UFAC, em Rio Branco. Guardo de então saborosas
evocações da terra de Chico Mendes. Aprendi até a história do Imperador do Acre.
Mas, desde 28 de outubro de 2018, o Acre catalisa evocações dolorida para mim.
E o Acre, por razões profissionais neste ano me é muito presente. A Uiara Pinho,
minha orientanda de doutorado, é professora no IFAC, em Xapuri.
Alguém pode
estar a perguntar que mal te fizeram os acreanos. Nenhum. Ao contrários, são muito
queridos. Mas aquele fatídico último domingo de outubro de2018 é dolorosamente inesquecível.
Levantei
cedo. Quando abriu a votação eu já era dos primeiros a votar. A uns era
sugerido levar uma arma. A outros levar um livro. Ao retornar dei ao
Alessandro, funcionário da portaria do meu condomínio um exemplar do A Ciência é masculina? É, Sim Senhora! que
levara à votação.
A partir
da votação contava nervoso o passar do tempo para chegar às 17h quando se
iniciaria a apuração. Havia dois candidatos.
Um fora Ministro Educação de julho de 2005 a janeiro de 2015. Durante seu mandato como ministro, houve a criação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), a implementação da Universidade Aberta do Brasil e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, assim como a implementação do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a reformulação e ampliação do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Em 2012, o ex-ministro da Educação foi
eleito prefeito do município de São Paulo, vencendo no segundo turno o
candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), José Serra. Fez
excelente governo na maior cidade da América do Sul.
O outro candidato, um Capitão do
Exército, expulso da corporação por organização de ato terrorista; deputado de
sete mandatos conhecido não pelos dois projetos de lei que conseguiu aprovar em
28 anos, mas pelas maquinações do submundo que incluem denúncias de
“rachadinha”, contratação de parentes e envolvimento com milícias; ganhador do
troféu de campeão nacional da escatologia, da falta de educação e das ofensas
de todos os matizes de preconceito que se pode listar.
No segundo turno não houve os
esperados debates. Houve atentado ainda não esclarecido; por recomendações
médicas o Capitão tomou resguardos.
As pesquisas falavam em empate técnico. Ou ora
eram favoráveis a um ou ora ao outro. Havia esperanças. Se pensava que as
notícias que diziam que a vitória de Haddad significaria a implantação do
comunismo era tão tolo que não sensibilizaria ninguém. O antipetismo do primeiro
para o segundo turno recrudesceu.
Era preciso ouvir as urnas...mas as 17h, para
apurar mais de 115 milhões de votos. Às 16h55mim registrava no meu diário: em
dez minutos saberemos os primeiros resultados oficiais de todos os pontos do
pais.
Ledo engano. Logo ao encerar a eleição
às 17h sabe-se que não pode ser divulgado nenhum resultado enquanto esteja havendo
votação. E no Acre eleição terminará às 19h pelo horário de Brasília.
Quando a muito sofrida espera de 2
horas pelo encerramento da eleição transcorrem, há realidade ainda mais aplastante.
Os votos estão todos apurados e não haverá o sofrimento de acompanhar os
resultados de cada estado.
Resultados finais definitivos:
Bolsonaro 55% X Haddad 45% com uma vantagem para o Capitão de 10,6 milhões de
votos.
Se diz e eu concordo: o Brasil levará décadas para compreender o
que aconteceu naquele nebuloso ano de 2018.
Na expectativa de nos lermos na próxima semana a curtir o esvanecer do 2020.
Meu querido Mestre Professor Chassot,
ResponderExcluirEstava eu por esse dias pensando em uma frase que li por várias vezes em seus livros: " A Escola ou foi mudada", em meus poucos anos de magistério e ainda aluna, não me esqueço como foi bom termos por 10 anos o melhor Ministro da Educação ( na minha humilde opinião). E me pega também neste pensamento, ....o que foi que aconteceu nas eleições de 2018? O Brasil, a população, os alunos a sociedade, o ensino, a Escola, ......iremos e estamos amargando tempos terríveis, por sermos governados por patife Capitão que somente enxerga o próprio umbigo e seu pequeno rebalho de R4.
Sempre acreditei no ensino por meio da troca, do sentimento, do carinho do olho no olho, da mão no ombro dizendo.....vamos você consegue!!! E nessa semana que passou, perdi! Perdi meu querido amigo a batalha de conseguir fazer com que todos os alunos de uma pequena turma d 35 que ficaram 20, perdi + 2. E nessa amarga perda, me coloco a pensar....o que foi que aconteceu em 2018. Há quase 700 dias não temos um " norte" , ainda não tivemos um Ministro da Educação, será que não é ali a BARBURDIA de que tanto se falou????
Deixo aqui um forte e grande abraço
Muito querida Maria Tereza! Realmente, o que nós fizemos naquele fatídico outubro de 2018? É incrível: se colocássemos em uma balança num prato o currículo de Haddad e no outro o currículo do capitão a diferença estratosférica! E 55% votaram nele mais de 10 milhões de votos de diferença? É inexplicável
ResponderExcluirMestre, que bons ventos em 2020*beta nos conduzam enquanto professores e professoras, a conduzir mudanças na formação do povo brasileiro que começou a sair da casa grande X senzala, mas assustadoramente bolsonarizou e trouxe a tona ódio enraigado e comportamento distorcidos tidos como dentro da ordem correta da humanidade. Mas como disse Erundina se não sonharmos.... Abraços e felicitações DN atrasadas. FEliz Natal (Alana, Jorge , Lorena e Larissa.
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