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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

13.- Não se faz visitas como antigamente



ANO
 14
AGENDA 2019
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EDIÇÃO
3348
Há quase um senso comum de que falas que começam “No meu tempo não era assim... ou no meu tempo era melhor...” são de saudosista alienados ao mundo hodierno. Eu discordo. Eu sou dado a comparações acerca das transições culturais não apenas para entender os mais jovens, de maneira mais especial meus filhos e netos e meus orientandos, mas, mormente a mim mesmo como indivíduo em uma sociedade em mutações. Percebo um leitor murmurando: mormente é coisa de velho.
Meu foco hoje quer ser outro. Gostaria de obter de uma fração de meus leitores uma resposta a interrogante capital: Tu fazes/recebes visitas? O que é uma visita? O dicionário pouco me ajudou na primeira visitação: visita s.f. 1. Ato ou efeito de visitar. Então busquei: visitar – v. tr. 1. Ir ver outra pessoa por cortesiadevercuriosidadecaridade etc. Agora a pergunta: Tu fazes/recebes visitas? ganha mais densidade.
A curiosidade que catalisou o frontispício desta blogada: Não se faz visitas como antigamente surge de viver uma semana de sumarentas visitas. Elas se pareciam com visitas de outrora se comparados com as que se fazem os ‘facefriends’.
Tive privilégio de na terça e na quarta feiras receber a visita do filósofo argentino Enrique Del Percio, que inspirou meus estudos que podem ser sumarizados no que se fez título de palestras e de meu último livro: Das disciplinas à indisciplina.
O Enrique deu exemplo de sua generosidade quando convidado pela UERGS para atividades acadêmicas, antecipou sua viagem à Porto Alegre em três dias para dedica-los a visitação do Alfredo Culeton, um filósofo e psicanalista argentino há muito residente em Porto Alegre e a mim. Ele não via a um e outro acerca de cinco anos. A visita de terça-feira, em um momento nos reuniu os três na Morada dos Afagos e depois, também em companhia da Daiana, uma acadêmica de Direito argentina, ora em intercâmbio na UFRGS, fomos à UNISINOS São Leopoldo. Ali, Enrique e eu, entre outros fazeres, a convite do Alfredo, participamos de mesa redonda com alunos do curso de filosofia. Esta atividade foi uma gostosa maneira de espraiar a visita.
Acerca do privilégio de ter passados algumas horas com o Enrique na quarta-feira, eu poderia resumir num entoar loas por poder fruir estar com um polímata. Tal situação tem dupla leitura: primeira, a oportunidade de se poder inquirir o interlocutor acerca das muitas interrogações que se tem; outra, a oportunidade de reconhecer as próprias limitações e formular planos exigentes de estudos. Momentos como estes devem equivaler a um pós-doutoramento.
Na quarta-feira houve o almoço (quase) mensal que venho mantendo com meu ex-orientando de mestrado Jairo Brasil. Como não havíamos nos encontrado em agosto, as novidades foram muitas.
Para esta sexta-feira havia outro encontro que se prognosticava sumarento, mas meu bi-confrade Ivan Pinheiro (grupo Ciências e Espiritualidade & Clube de leitores da Tag) assoberbado por outros fazeres, deixou de ouvir como, ao participar no mês passado de sessão solene da Assembleia Legislativa de Goiás em homenagem a maçons goianos ilustres, tive, segredado pela Danila, como solenidade exigia, explicado porque tanto se homenageava as cunhadas.
Realmente parece ser importante fazer visitas modelos pré-WhatsApp e assemelhados. Ouso dizer emojis também colaboram para abortar uma escrita menos bárbara. Uma boa sugestão, modelo Del Percio: fazer/receber visitas.
Hoje, ainda que não se rotule como visita, merece um registro muito especial o almoço, no qual minha nora Tatiana e meu neto Pedro celebramos juntos com o André o início hoje de sua 50ª volta ao redor do sol.
Como posfácio: esta manhã, quando na Academia anunciava minha ausência, por duas semanas, perguntado para onde ia, disse: para a Amazônia, ajudar a apagar as queimadas. Minha afirmação não era/é metafórica. Na fala que fiz ontem, para cerca de 100 pessoas no IFRS Porto Alegre, evocando o antigo prédio onde era a loja da Mesbla, incluí como prelúdio comentários acerca da Encíclica Laudato Si’ como antidoto às políticas ambientais e indígenas do atual governo.
 O catastrófico aumento das queimadas é consequência destas atuais políticas. Busco mostrar que Papa Francisco, num dos mais lúcidos documentos acerca do cuidado de nossa Casa comum, nos alertava já há cinco anos. Neste segundo semestre já preludiei a Laudato Si’ em mais de uma dezena de palestras em vários estados brasileiros. Esta é uma das ações para ajudar a apagar incêndios.
Tenho deixado como tema de casa: estudar a Laudato Si’, Basta perguntar ao professor Google e ele levará ao sítio do Vaticano, em Português, com muito boas sugestões de leituras. Eis uma excelente dica para o fim de semana.

2 comentários:

  1. Querido!
    Que texto bonito!
    Espero que tenha entendido o quão importante são as cunhadas para a maçonaria!!
    Beijo!
    Danila

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    Respostas
    1. Querida! entendi -- com tua segredada explicação --a densidade fraterna das cunhadas na maçonaria.
      Muito obrigado

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