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sexta-feira, 19 de abril de 2019

19.— O dia do índio em uma sexta-feira (ainda) santa



ANO
 13
AGENDA 2 0 1 9
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3402
É importante recordar que hoje também é "o dia do índio" e a celebração da semana santa, pelas religiões hegemônicas, não pode silenciar lembranças ancestrais! Ao nos encantarmos com a lua cheia destes dias vale rememorar quem são os donos das terras que, mais uma vez, estão sob a ameaça de apropriação pelas gananciosas indústrias extrativistas de minérios e madeiras.
Escrevo nesta sexta-feira santa. É, mais uma vez, recorrente a pergunta: por que a Páscoa não ocorre sempre na mesma data como o Natal? Vejam o hibridismo na determinação das datas da Páscoa e do Natal, as duas maiores festas da cristandade. Uso muito a propósito termo cristandade, significando o conjunto dos povos ou países cristãos e, assim, não estou me referindo aos que professam a fé cristã. A primeira ocorre numa data móvel, regida pelo calendário lunar, entre 22 de março e 25 de abril. E para que não se diga que a lua determina a data de eventos móveis religiosos (Pentecostes, Corpus Christi, Ascensão etc.) ela também define a data do Carnaval — que pode ocorrer entre 03 de fevereiro e 09 de março — até porque esta festa se associava às celebrações quaresmais, segundo alguns sendo a celebração do adeus a carne (= carne vale) antes dos dias de abstinência de carne que se prolongavam até a Páscoa. Enquanto o Natal ocorre sempre em 25 de dezembro, com data definida pelo calendário solar, provavelmente para se fazer sincrética a festas pré-cristãs celebradas pela passagem solstício de inverno no hemisfério Norte.
A data da Páscoa (tanto na Igreja Católica como nas Igrejas Protestantes e Igrejas Ortodoxas, mas não há necessariamente coincidência com o calendário judeu é calculada como ocorrendo no primeiro domingo após a lua cheia (lembremo-nos que Sexta-Feira Santa é dia de plenilúnio), seguinte à entrada do equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte. Essa definição foi um momento que pôs fim a uma histórica divergência dentro da Igreja. Este ano o Pessach (= Páscoa judaica) é celebrado a partir do início da noite de hoje, sexta-feira, 19 de abril até o início da noite de sábado, 27 de abril).
Há denominações cristãs que têm fixada a Sexta-Feira Santa em 12 de abril, definida a partir de leituras dos Atos dos Apóstolos relacionadas com a data da morte de Jesus no suposto ano 33 da era cristã.
 Um jornal de Porto Alegre, na véspera da Páscoa de 2006, em um material de curiosidades acerca da festa, explicou que para calcular a data da Páscoa bastava adicionar 46 dias a data do Carnaval. Certamente, ao fazer matéria sobre o Carnaval poderia explicar que para calcular a sua data basta subtrair 46 da data da Páscoa.
 Numa contribuição a uma vida mais saudável, encerro esta edição pascoalina com informe trazido da página da Unimed:
Os benefícios do cacau. É normal associar a palavra cacau ao chocolate, inclusive os benefícios do chocolate têm relação justamente com o cacau presente na composição. Conforme a Netherlands Journal of Medicine, revista científica da Associação Holandesa de Medicina, os fabricantes de chocolate têm estabelecido técnicas de processamento do cacau que eliminam o amargor, mas, devido a esse processo, até 90% dos flavonoides (compostos bioativos com propriedades antioxidantes) podem ser perdidos.  
A ingestão de cacau pode estar ligada a diversos benefícios, como a melhoria do funcionamento do coração, além dos compostos antioxidantes que aumentam a concentração do “colesterol bom” (HDL), o auxílio ao bom funcionamento do sistema nervoso central e o apoio ao retardamento do envelhecimento precoce.
Tenha cautela com a ingestão de chocolate! Os benefícios associados ao consumo de chocolate amargo ou meio amargo existem em função da presença dos flavonoides. Recomenda-se que o consumo não ultrapasse 30 g no dia, caso contrário pode haver ingestão excessiva de gorduras e carboidratos (essa quantia representa quatro dos quadradinhos menores de uma barra de chocolate!). A boa notícia é que as fontes de cacau não se restringem aos chocolates: é possível encontrá-lo em versões, como a semente do cacau “in natura” e o cacau em pó orgânico, que são fáceis para incluir em diversos preparos caseiros.

Um comentário:

  1. Ao querido Chassot e a todos que por aqui passarem. Falta-me a fonte, neste momento, de uma matéria que acessei em 2018 com este título: "Índio não é fantasia". Dizia da importância de se valorizar as tradições indígenas sem ridicularizá-las com as fantasias tão propagadas pelas escolas. Divulguei o material, afinal, as escolas precisam refletir a respeito, assim como devem refletir sobre as comemorações que realizam e as rotinas que se repetem. Valiosos dados, meu amigo Áttico, nesta blogada. Mui grato!

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