ANO
13 |
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EDIÇÃO
3391
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Esta semana de despedir janeiro foi de ‘quase’
tirar o time de campo ou pegar a bola, colocá-la embaixo do braço dizendo: “Vou para casa, não quero mais jogar!”. Meu
pai diria: “Cada um sabe onde o seu
sapato aperta!”
O meu apertou em diferentes locais das maneiras as
mais diversas. Preferi tirar o sapato e calçar uma alpargata velha. Melhor que
isso só andar descalço. Esta alternativa, esta semana, não dava para ir para
rua sem cremar a sola dos pés e torrar os miolos (argumento de minha infância
para não brincarmos no sol em tempos pré-protetor solar). A canícula dessa
semana fez o melhor contraponto ao inverno rigoroso no Hemisfério Norte. Tivemos alguns dias com temperaturas próximas
ao 40º com sensação térmica de mais de 45º. Não raro, olhei minhas tardes e
dei quase zero à minha produtividade. O calor senegalesco foi um dos lpurgatórios
desta semana... ele nos absolve de vagabundeares!
Mas houve/ há/ haverá um inferno em nossas vidas e
este tem o nome sonoro que até há um tempo não conhecíamos: Brumadinho. Quanta poesia pensar em uma
bruma tênue se fazendo brumadinho. A poesia terminou logo. Agora brumadinho
parece um dos infernos de Dante.
Realmente é dantesco a cada momento ver aumentar o número
de assassinados pela Vale, como se estivesse a anunciar o número de medalhas de
ouro de um país que disputa uma olimpíada
de desgraças patrocinada por uma mineradora do vale de lágrimas.
Nesta semana mais uma vez o judiciário se olvidou que deve fazer valer a Justiça. A dor que
se apossou do Presidente Lula e de milhões de admiradores do grande líder brasileiro
podia não ter acontecido. O STF podia ter autorizado. a tempo, de Lula
comparecer ao sepultamento de seu irmão Vavá. Lula foi representado por
centenas de correligionários.
O governo do coiso podia ter uma
sessão ‘a desgraça nossa de cada dia’.
Foi publicado os nomes dos nove homens (não há mulheres) mais importantes do
MEC. Aqueles que são os mais importantes na gestão da Educação do ‘Pátria Amada Brasil’ como agora se denomina
nas propagandas o nosso país. Ao invés de trazer os nomes, vou referir os
títulos (que não são de mestrado ou doutorado): 1 General; 2 Coronel; 3 Tenente-coronel; 4 Coronel-aviador;
5 Oficial da reserva não remunerada da Marinha; 6 Coronel da reserva remunerada
dos Bombeiros; 7 sem titulação militar; 8 Coronel da reserva; 9 General. O que
se pode militar para a Educação.
Na semana passada, quando assisti, no dia 24, a
sessão de encerramento da sumarenta 9ª Escola de Verão do ILEA (ver edição do
dia 25/01/2019) depois da densa exposição da Professora Elisabeth Mazeron Machado,
acerca da ‘direitização’ da Europa e da América perguntei: Professora, por quem torcer na Venezuela?
Minha pergunta antecipava-se ao último dia 25 de janeiro, quando houve uma
tentativa de golpe de Estado planejada em Washington, e Juan Guaidó, presidente
da Assembleia Nacional, em desacato, se autodeclarou presidente interino da
Venezuela. Esta figura não existe na legislação desse país.
A professora Elisabeth considerou uma boa pergunta:
primeiro
devemos torcer para que não haja mortos em nenhum dos dois lados e depois para
que não haja interferência estrangeira. Vale observar quem por primeiro
reconheceu o golpe: Estados Unidos e Brasil.
Luis Hernández Navarro, jornalista escreveu no La Jornada (México) em 30/01/2019
traduzido no Brasil de fato*
É falsa a afirmativa de que a Venezuela tem dois
presidentes. Só tem um, que se chama Nicolás Maduro. No dia 20 de maio de 2018,
ele foi eleito em uma eleição livre, transparente e confiável, da qual
participaram 16 partidos políticos. Seus candidatos concorreram e Maduro obteve
mais de 6,8 milhões de votos, equivalente a 67% dos votos válidos.
Claro que para os Estados Unidos é mais prático
saquear o petróleo da grande reserva venezuelana do que buscá-lo no Oriente
Médio. Se na Venezuela, ao invés de
reservas de ouro, só crescesse cenouras será que persistiria o manifesto desejo
estadunidense de levar a democracia a rodos os povos...
O chavismo tem uma característica: seu nível de
organização e politização. Agora eu sei para quem tenho que torcer na
Venezuela.
Ao amigo Áttico e aos que por aqui passarem, meu abraço! Estamos em 2019 vivendo aquela passagem do sono enterrado em pesadelo e do acordar que não se consuma. Será que, de fato e pelas regras do consenso, o Brasil foi entregue como gado graúdo ao carniceiro? O pesadelo, no meio desacordado, se estende e já não sei se quero acordar. Às vezes, penso que não quero me despertar para crer que acontecendo, darei conta da situação dizendo: "foi só um pesadelo!". Como pudemos, meus amigos, fabricar tamanha situação absurda de vergonha e humilhação? Estas categorias, diríamos na academia universitária, são as cerejas de uma pasta que se crê bolo de qualidade e que não passa de massa podre, no sentido estragado do termo e da confeitaria que perde a receita. Bem, agora que compartilho o desabafo com quem sabe ouvir, vou-me para os trabalhos literários junto das crianças. Elas também precisam aprender a reagir, para que não sejam transformadas no cavalo Sansão de "A revolução dos bichos", de George Orwell, que depois de toda uma vida de trabalhos extenuantes para os administradores, foi vendido ao matadouro.
ResponderExcluirMeu caro Élcio,
ResponderExcluira selvageria das mineradoras é tão grande, há tanto querer ter ouro e outros metais que vale a Vale até matar.
Parece — e nisso tens expertise — que nem as crianças estão livres de sofrerem com os atos criminosos.
Com sonho de outros infernos com menos algozes,