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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

27.- Este carro?... foi Deus que me deu.

ANO
 11
Está na livraria virtual em www.professorchassot.pro.br
Das disciplinas à indisciplina
EDIÇÃO
 3235


Primeiro uma palavra de reconhecimento àqueles que em mensagens pessoais, no Facebook e das mais diferentes maneiras aderiram ao ReXistir é preciso, trazido aqui na última edição. Obrigado a cada uma e cada um.
Sempre que lia a frase “Foi Deus que me deu este carro” soava-me como certo deboche. Encontrei em mais de uma loja virtual, a  venda decalcos como o da ilustração. Quando conheci pesquisa, que parecia ocorrer na esteira das celebrações natalinas, mudo de opinião.

Li, na Folha de S. Paulo, nesta segunda pós natalina, uma matéria que é surpreendente. Ela embasa-se no instituto de pesquisa do jornal paulista. Quando justifico minhas discussões acerca de Ciência e Religião, assento na afirmação “religiosos ou não, vivemos num mundo religioso” como primeira justificativa para aprofundarmos esta discussão. Nenhum dos argumentos que expendo é convincente, se comparado com os resultados da pesquisa Datafolha.
Surpreendam-se: Nove entre dez brasileiros dizem que seu sucesso financeiro se deve a Deus.
Se olharmos a tabela, observa-se que nas três mais significativas matrizes cristãs no Brasil (Católicos, evangélicos pentecostais e evangélicos não pentecostais) a percentagem dos que atribuem a Deus o sucesso financeiro supera a 90%.

“Todo o sucesso financeiro da minha vida eu devo, em primeiro lugar, a Deus"
% dos que concordam

Evangélica Pentecostal
97

Evangélica não Pentecostal
96

Católica
91

Não tem religião
70

Espirita Kardecista / Espiritualista
76

Umbanda
63

Ateu / não acredita em Deus
23

A pesquisa diz ter ouvido 2.828 brasileiros, maiores de 16 anos de 174 municípios, com um nível de confiança de 95% e uma margem de erro de 3 pontos. O mais surpreendente — talvez, incoerente — é que quase um quarto dos ateus concorda com a afirmação acerca da causa de seu sucesso financeiro.
A referida pesquisa do Datafolha confirma algo que é um quase senso comum: Quanto menor a escolaridade e menor a renda, maior a gratidão a Deus pelas conquistas terrenas. Mas, mesmo assim, são 77% os graduados que atribuem responsabilidade divina às finanças, e 7 entre 10 entre os que têm renda mensal acima de 10 salários mínimos (R$ 8.800, pelo valor atual).
A pesquisa traz ainda dados significativos correlacionando fé e pobreza como os que acham que a falta de fé é o que leva as pessoas a permanecerem na pobreza.
Há assunto para pensarmos nesta espera de 2017. Eu surpreendo-me com estas informações.

3 comentários:

  1. Ave Chassot, volto aqui com meus pitacos. Também é interessante lembrar que além de atribuirem seus sucessos a Deus, na mesma intensidade classificam seus infortúnios ao diabo.

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  2. Meu querido Amigo Antônio Jorge,
    que prazer vê-lo aqui. Há quanto tempo. Saudades, amigo!
    Aora vê esta, que encontrei depois da postagem do blogue.

    Um levantamento do Departamento Nacional de Trânsito mostrou que os engarrafamentos nas cidades grandes têm um vilão: carros com adesivos “Foi Deus quem me deu”. O estudo acompanhou 50 mil retenções em todo o país e constatou que na grande maioria esses carros estavam enguiçados, travando o fluxo de veículos.

    “Se você reparar bem vai ver que só carros velhos usam esse adesivo. Ninguém dirigindo um BMW cola uma coisa dessas”, afirmou o diretor do estudo, Fernando Sampaio.

    Obrigado pelo retorno,

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  3. Vou intensificar minhas orações. Pedirei para que todas as santas e santos da terra do Sartorão da massa (Caxias) e do golpista Temerário possam atender meus pedidos. Serei atendido???
    Grande abraço, mestre. Li este texto graças às suas palavras.

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