ANO
10 |
EDIÇÃO
3153
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Desde ontem circula a 7ª edição do Alfabetização científica: Questões e desafios para a Educação. No
final de 2015, recebi uma mensagem, tendo como assunto: livro esgotado! Era do Joel
Corso, Editor-adjunto da Editora Unijuí. Dizia: Professor Attico, é uma grande alegria comunicar que o livro
Alfabetização Cientifica encontra-se praticamente esgotado. Vibrei. Em
outra mensagem, uma recomendação difícil: Sugiro
que o livro seja reduzido, pois nossos custos estão muito elevados. Não era
a primeira vez que recebia tal sugestão.
Quando
em 2014 escrevi a abertura da sexta edição deste livro, comentei que há quatro
anos, com a 5ª edição — celebração dos dez anos do
livro —, ocorrera redução no número de páginas: 72 páginas a menos. À época, falava das
várias ablações feitas (como de dois capítulos inteiros: ‘Plugados e desplugados’ e ‘A
farsa Sokal’). Não sem dificuldades, anuncio nesta 7ª edição a supressão de
mais um capítulo: ‘Islamismo: vencendo
[pré]conceitos’. Nas quatro primeiras edições este capitulo tinha 53
páginas, a partir da 5ª passou para 31 páginas; agora é totalmente supresso.
O assunto perdeu
importância, para tal supressão? Exatamente o contrário. O islamismo aumentou,
em muito, a importância, especialmente, no mundo dito cristão. Então, os
preconceitos foram vencidos? Lamentavelmente, não. São ainda mais
significativos, que quando escrevi o livro no ocaso do 2º milênio. Então não se
falava, por exemplo, de maneira tão preconceituosa na islamização da Europa. Também,
não lembro que se recordava, então como hoje, o não cumprimento por potências,
como a França e o Reino Unido, de acordos em que eram assegurados territórios
aos palestinos, prometido em tratados no entre as duas guerras mundiais.
O assunto, agora, é
muito mais importante que então, e por tal não comporta considerações
aligeiradas em algumas poucas páginas. O islamismo é hoje a religião que mais
cresce no mundo com cerca de 1,5 bilhão de fiéis. Os cristãos são cerca de 2
bilhões, dos quais cerca da metade católicos. Só estes números serviriam para
justificar um livro (e há deles em profusão!) e não um capítulo superficial.
Poderia recordar que quando das edições anteriores, não se falava em Estado
Islâmico. Aliás, o 11 de Setembro de 2001,
que dividiu o mundo em duas eras muito distintas, só ocorreu quando da segunda
edição.
Talvez devesse dizer,
para me absolver da supressão do então capítulo 13: quando escrevi este livro, ainda não existia a Wikipédia. Lançada
em 15 de janeiro de 2001, é talvez a maior produção solidária do Planeta, com
cerca de 30 milhões de artigos (dos quais quase 1 milhão em Português) em 277
idiomas. Eu, como muitos no mundo inteiro, divido o meu envolvimento com a
produção do conhecimento em aW/dW (antes da Wikipédia/ depois da Wikipédia). Assim,
espero que a supressão esteja justificada.
Na abertura da nova edição canto loas ao livro suporte papel. Minha defesa do livro não tem um tom
saudosista. (Como é bom sentir o aroma quase sensual de estar com um livro em
uma rede!) Defendo ‘a qualidade da leitura’. É complexo fazer adjetivações.
Aceito que esteja laborando em preconceitos. A leitura em suporte papel parece
introspectiva e densa; em oposição a uma leitura em suporte eletrônico que se
afigura como volátil e ligeira, marcada pela já caracterizada rapidação. Uma soa como especulativa ou
reflexiva; outra, volátil ou grácil.
Nesta edição, como nas seis primeiras, há uma informação:
Os direitos autorais desta edição destinam-se ao Setor de Educação do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Reconheço
que eu não sou autor da maioria do que escrevo neste livro. Aprendi muito com
meu trabalho junto ao MST. Portanto, tenho orgulho de com que este livro
colaborar, mesmo que minimamente, na revolução social catalisada por homens e
mulheres que lutam pela Terra e por Educação. Assim, os meus direitos de autor
desta edição são para colaborar com a alfabetização científica dos alunos e
alunas das escolas de assentamentos e acampamentos.
O
livro traz uma novidade que não
apenas formal. Ele migra da ‘Coleção
Educação Química’ para ‘Coleção
Educação em Ciências’. Esperando que cada um dos exemplares desta sétima edição
intensifique novas rodadas de frutuosos diálogos neste admirável binômio escritaDleitura. Leitora ou leitor, aguardo tua
parte. Trocar experiências é preciso. Uma boa leitura a cada uma e cada um.
O título "Alfabetização Científica" já sugere a curiosidade intelectual pelas expressões. Quando se lê a informação da contribuição social sobre os "direitos autorais", então é perceptível a riqueza do trabalho que já avança na 7ª edição. Como não admirá-lo ???
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