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sábado, 3 de fevereiro de 2024

Bons e maus exemplos

 

      03/02/2024

          www.professorchassot.pro.br

EDIÇÃO

 

      ANO 17

LIVRARIA VIRTUAL

  3.351 

                                   

03/02/2024 Esta é a edição inaugural de 2024. Estou silente neste espaço desde a última edição de 2023, em 29/12/2023 e vivemos já o primeiro do ano. Peço aos meus leitoras e leitores a compreensão pela ausência de postagem. Foram cinco sextas-feiras com sofridas saudades de blogar.

Janeiro pareceu célere, Ele será memorizado por mais das tempestades que sobrevivemos. Ficar sem energia elétrica, água, internet, sem acesso ao smartphone por quatro ou cinco dias ou mais não é algo trivial. Estando já no terceiro destes catastróficos dias tinha uma consulta médica; para me deslocar precisei descer sete andares.  Estando no Hospital Mãe de Deus com exigências de novos exames, o médico optou por uma hospitalizou por quatro dias. Estes passados já tinha passado o mega apagão na minha região, assim não precisei ascender os sete andares. Volto a assuntar temporais ainda nesta blogada.

Na área acadêmica  as produções são mais difíceis. Convivo com Parkinson há 10 anos; nunca o freezing (= travamento do Parkinson)* tem feito de um marcha lenta. Nesta situação foi exitoso diálogo com a Profa. Dra. Cristiana Callai, Professora Associada II da Universidade Federal Fluminense - INFES/UFF  Programa de Pós-Graduação em Ensino - INFES/UFF. Produzimos um texto de quase 20 páginas acerca de Alfabetização Científica para crianças dos anos iniciais do ensino fundamental, que será submetido a Revista Linhas.

* Os episódios de travamento limitam a mobilidade de uma pessoa com Parkinson e podem contribuir negativamente, resultando em uma socialização reduzida e uma qualidade de vida mais baixa.

Além disso, o travamento pode ser perigoso: aproximadamente 38% das pessoas com Parkinson caem a cada ano, e o travamento aumenta o risco de quedas, pois ocorre sem aviso prévio. Quedas podem causar problemas de saúde adicionais, incluindo ossos quebrados ou ferimentos na cabeça.

Antes de oferecer aos leitores e às leitoras o reflexivo texto Bons e maus exemplos: na hora da tormenta, a gente descobre quem é quem de Juliana Bublitz, Editora do Informe Especial de Zero Hora, publicado em 20/01/2024 (vale ler também, a publicação da mesma jornalista no dia 17/01/2024, do texto A noite que ninguém dormiu, no mesmo jornal) ofereço sumarentos araçás vermelhos de meu jardins fotografados pelo meu filho André, que este fim de semana está comigo

Há  situações extremas, como a tempestade severa que atingiu o Rio Grande do Sul na última semana, servem, ao menos, para alguma coisa: no caos, descobrimos “quem é quem”. É nos momentos de crise, não na normalidade, que se multiplicam os bons e os maus exemplos. Cada um de nós reage de uma forma às catástrofes. A sociologia dos desastres é farta em estudos sobre o assunto. Há os que crescem em altruísmo, magnânimos, solidários, prontos a ajudar. Todos nós conhecemos alguém assim. É aquele vizinho que se envolve desde o início e que puxa o mutirão para apoiar quem perdeu tudo no bairro. É o desconhecido que empresta a escada, a senhora que oferece o copo d’água, o anônimo que pergunta como você está. Na falta de luz, mercado de bairro cria espaço para carregar celular  Nas pequenas localidades, todos se conhecem. Nas grandes cidades, não é assim. Muitas vezes, você mal sabe quem é o morador ao lado. Não importa. Na hora mais difícil, ele vai aparecer. E vai fazer a diferença. Talvez ele seja você. Há, também, os que se tornam apáticos na crise. Em geral, nem sequer são vistos. Ficam paralisados diante dos estragos. Sentem-se impotentes. Preferem recolher-se e esperar. Não atrapalham, mas também não têm a mesma capacidade agregadora dos que estão na dianteira. Por fim, há aqueles que querem tirar vantagem da situação. Sempre há.  São tipos variados. Um deles é o que se aproveita do caos para ganhar dinheiro em cima da desgraça alheia. Este é pior de todos. Você sabe: é o comerciante que triplica o preço das garrafas de água, dos sacos de gelo e dos pacotes de velas, quando esses produtos são essenciais para quem vive o momento difícil. É o dono do hotel que aumenta o valor da diária para potencializar os ganhos, afinal, “o capitalismo é assim mesmo”. É proprietário da padaria que decide desligar as tomadas para que os clientes não fiquem ali, ocupando mesas para recarregar  os telefones, consumindo pouco e gastando energia “de graça”.Quando tudo isso passar, lembremos de quem fez a diferença. Eu, por exemplo, não pretendo esquecer de Juliano Bernardon, dono do Tradicional, um simpático mercadinho no bairro onde moro, em Porto Alegre. Juliano viu que a vizinhança estava em apuros com os celulares desligados. Então, instalou uma régua com dez plugues junto a duas mesas na parte externa do estabelecimento. Ele chegou a ir a sete postos de combustível atrás de diesel para manter em funcionamento o gerador - e, assim, garantir energia para seu negócio e para os clientes, que viraram amigos, enternecidos com o gesto solidário e gentil. Para a nossa sorte, há muitos Julianos por aí, gente que “faz o bem sem olhar a quem”, que ajuda a unir as pontas do tecido social e amarrar firme essa coisa que chamamos de sociedade. São essas pessoas que merecem a nossa consideração, não as outras que, por alguns trocados, perderam a chance de mostrar grandeza. Como o temporal nos obrigou a aprender a viver sem ele.

10 comentários:

  1. Mestre Chassot! significativo o texto da jornalista Juliana; não conecia Zeri Horas, desde Rondônia (onde o senhor já esteve várias vezes), Saúde sempre! Nikilson

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  2. E no caos, descobrimos “quem é quem”. É nos momentos de crise, não na normalidade, que se multiplicam os bons e os maus exemplos. Para a nossa sorte, há muitos Julianos por aí, gente que “faz o bem sem olhar a quem”, que ajuda a unir as pontas do tecido social e amarrar firme essa coisa que chamamos de sociedade. São essas pessoas que merecem a nossa consideração, não as outras que, por alguns trocados, perderam a chance de mostrar grandeza. Como o temporal nos obrigou a aprender a viver sem ele.: Uma profunda reflexão numa manhã  de domingo! Que você sempre encontre pessoas boas!
      Ana Claudia Maquiné 
    Manaus Universidade Federal do Amazonas

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  3. Bom dia, Mestre! Bom voltar a ler sua blogada! Sempre com mensagens que mesclam um diário pessoal e reflexões humanas profundas com sua linguagem culta e temperada com citações de alta relevância. Primeiramente seu texto foi me deixando preocupada, estava meio ppr fora dessa caos todo no RGS. Imagino o desespero das pessoas. Imagino seu desespero. Quem bom poder presenciar atitudes humanas como do Juliano. Pessoas que transformam o mundo em um mundo melhor! Utilizam a tecnologia para ajudar as pessoas. Impossível não lembrar de vc e do seu livro sobre Alfabetização Científica. Afinal de contas, pra quê que(m) serve o conhecimento científico e a tecnologia ?
    Que as tempestades deem uma trégua!
    Forte e carinhoso abraço com saudades.
    Manuella Amado
    Vitória, ES

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  4. Maravilhoso teu resgate da jornalista de ZH e quanto o texto me fez remeter àqueles momentos de aflição. Não fui submetido a eles mas fiquei muito comovido ao ver grande parcela dos nossos bairros às escuras por tanto tempo. Cabe refletir sobre as privatizações recentemente ocorridas, como da Ceee e que agora está em análise se houveram vantagens. Meu abraço querido Mestre.

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  5. Grande mestre e amigo Chassot....muito bom.o texto...força amigão

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  6. Meu mestre... grandes reflexões, grandes contribuições, vc é um daqueles que não só serão lembrados por esse Borracheiro aqui, mas também é daqueles que seguem na frente.. na frente dos nossos tempos.. e nos servem de tão presados exemplos magnânimos. Abraço meu amigo, meu bom exemplo

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    1. Muito admirado Borracheiro que se fez doutor em Química! Tua sabedoria me comove!
      Agradeço mioto a publicação:
      Esparramei suas valiosas reflexões pra esse mundão virtual

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  7. Bom dia Mestre. Que os bons ventos do Bom Jesus dos Navegante e de Iemanjá o acompanhem em 2024. Saudações do quarteto: Alana, Larissa, Lorena e Jorge Hamilton.

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    1. Jorge Hamilton e teu querido clãn! O:s votos de voces se concretizam quando me chegam aqui

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  8. Não foi sem razão que minha amiga Ivone Conceição Fossa,escreveu: Mestre, na noite do temporal, eu não estava em Porto Alegre!! Fiquei muito preocupada com todos meus amigos!! Este blog é a essência do Mestre!!

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