ANO
11 |
Farewell to the cozy world of the Arabian Peninsula
FÉRIAS 20/24
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EDIÇÃO
3264
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Esta é 14ª — e última — edição postada no encantador mundo árabe
que nos acolheu desde o dia 18 de janeiro, quando chegamos à Doha e de quem nos
despedimos hoje, quando depois voarmos de Abu Dhabi para Doha e daí viajarmos
para Paris, teremos encerrada a parte principal de nossas férias.
Foram 16 dias (15 noites) onde estivemos, pela primeira vez, em
três países [Qatar, Omã e AEU (Emirados Árabes Unidos)], em cinco cidades (Doha,
Khasab, Mascate, Dubai e Abu Dhabi) e três moedas. Acerca de cada dia busquei trazer
algo. É natural imaginar o quanto esta tarefa é difícil e por tal, incompleta.
Não nos despirmos de nossos óculos para ver o mundo dos outros parece natural.
É mais fácil procurar enquadrar os outros em nosso modelo. É mais fácil aceitar,
por exemplo, que todos sejam (e se comportem como) cristãos e perguntar porque
os islâmicos não são como nós.
Não consigo fazer uma síntese da viagem: vimos e vivemos
situações muito diferentes daquilo que usualmente estamos insertos. Talvez, a
melhor constatação seja esta: nunca
estivemos (e parece não existir) em um lugar no Planeta, que tenha mudado tão
fantasticamente em período de 50 anos.
Vimos fotos de Abu Dhabi dos anos 1960, que se assemelham a uma
aldeia de nômades, no meio do deserto. Quando se abre os olhos para a
realidade, se vê um mundo real, excepcionalmente, moderno e deslumbrante, nada
parecido com qualquer outro sítio que conhecemos. As duas fotos que ilustram
esta edição são: a primeira, uma
reprodução de Abu Dhabi, nos anos 1960, que colhi no Museu da Heritage Vilage;
a segunda, fotografei Abu Dhabi desde a Heritage Vilage, no mesmo cenário da
foto anterior.
Há dois tempos históricos: Before the oil //After the Oil ou Antes da descoberta de Petróleo // Depois
da descoberta do Petróleo. O petróleo foi descoberto aqui em 1958.
Abu Dhabi detém 95% do petróleo e 92% do gás natural. Abu Dhabi
detém 9% das reservas comprovadas de petróleo do mundo e quase 5% de gás
natural do mundo.
Na manhã desta quarta-feira visitamos primeiro a Heritage Vilage, um amplo complexo com
precárias tentativas de reproduzir a vida na região antes da descoberta do
petróleo. Há a impressão que não guardaram nada e, então, fizeram reproduções
quase grosseiras do que deveria ter sido os assentamentos urbanos na primeira
metade do século 20. Há um museu e uma exposição de diferentes artífices mostrando
como eram os fazeres então.
À saída da Heritage Vilage, na busca de um táxi, o acaso nos
presenteou com o Jamil (nome fictício). No começo a conversa foi cautelosa entre
as duas partes, para logo sabermos que estávamos pela primeira vez em contato
com um emirático, isto é um dos 18% que não fazem parte dos ditos expatriados
(=emigrantes de outros países) que vêm aos AEU para trabalhar.
Jamil é professor de Educação Física, mas não encontra colocação
pois não há interesse naquilo que ensina. Ele estudou oito anos em Manchester
no Reino Unido, onde obteve o PhD. A conversa era agradabilíssima e isso nos
fez alterar planos. Jamil nos levou aos mercados de tapetes, de tâmaras, de
peixe, plantas, de flores... Aprendemos muito.
Agora estou deixando o admirável mundo árabe. Sonhos? Sim. Pelo
menos dois. Um dia voltar a região são para fotografar mesquitas, de todos os
tamanhos e de todas as cores. O outro: ser fluente em árabe para poder
conversar com homens e mulheres da região para elucidar minhas muitas
perguntas.
Numa linguagem temeriana me dirião: interrogações? Sempre te-las-ei... Mesmo assim, valeu navegar em mares nunca dantes navegados. Até
a próxima blogada, talvez de Paris, onde até a manhã de segunda posfacieremos
estas férias.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMeu caro Vanderlei,
Excluirque bom teu retorno.
Estava com saudades de teus comentários sempre incisivos e pertinentes,
com amizade
Caro Mestre, será que os Árabes cuidam das suas empresas petrolíferas como se está fazendo com a Petrobrás? Jamil com tal formação dirigindo táxi, percebe-se que "ensinar"ainda não faz parte das profissões valorizadas neste mundo capitalista globalizado... Abraços.
ResponderExcluirMeu querido colega e amigo Vanderlei!
ResponderExcluirrealmente ser professor na área da Educação nos Esportes não é a melhor é a melhor pedida nos EAU. Acresceça-se que hoje professores doutores são importados pelos EAU quando trazem campus inteiros das melhores universidades do Planeta, numa nova realidade de for,ação dos emiraticos.
Quanto ao cuidado com suas petrolíferas vi os resultados.
Obrigado pela tua presença neste blogue,