Ocorre amanhã,
quinta, dia 6, no Centro Universitário Metodista IPA painel que busca trazer
reflexões acerca da LAUDATO SI’: Sobre
o Cuidado da Casa Comum. A atividade, promoção do NEEHV–Núcleo de Estudos
de Educação, Espiritualidade e Histórias de Vida terá este desenho:
Tema: "Oikouméne: a nossa casa comum":(Sala A-116, às 17h)
1. Um
terremoto em uma casa dita comum - Prof. Attico Chassot
2.
Cuidando a criação - Prof. Carlos Augusto Normann
3. A Terra
na concepção neotestamentária - Prof. Edgar Zanini Timm (a
confirmar)
4. A Terra
e a terra: concepções veterotestamentárias - Prof. Norberto da Cunha Garin
No segmento que me
cabe, comentarei de maneira panorâmica a Laudato Si’, apresentando alguns destaques
trazidos na edição deste blogue do dia 09 de julho, que não repito aqui.
“Que tipo de mundo
queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?” (LS§160). Esta continuada
pergunta, que há muito viemo-nos fazendo, é o âmago da Laudato si’, acerca do
cuidado da casa comum.
Na nominação de meu
segmento, apropriei-me de metáfora de John L. Allen Jr., um vaticanólogo
estadunidense, residente em Roma: Mudar no catolicismo pode ser uma coisa
curiosa. Esta encíclica muito esperada do Papa Francisco sobre o meio ambiente,
Laudato Si’, parece a mais recente ilustração disso.
Aos não
familiarizados com o assunto, grandes transições na Igreja Católica muitas
vezes parecem irromper do nada, na sequência de um longo período em que a
Igreja parece ter estado paralisada no tempo. Tal foi o caso, por exemplo, com
o Concílio Vaticano II, em meados da década de 1960, que lançou o catolicismo
em um curso de modernização e reforma.
A encíclica Laudato
Si’ parece destinada a entrar para a história como um importante ponto de
inflexão, o momento em que o ambientalismo ficou em pé de igualdade com
respeito à dignidade da vida humana e à justiça econômica, ao lado do
ensinamento social católico. Sem dúvida, esta publicação também transforma
imediatamente a Igreja Católica no principal representante moral na pressão
dirigida se combater o aquecimento global e as consequências advindas das
alterações climáticas.
Há dias passados, em
uma aula na Universidade do Adulto Maior, comentava a Laudato Si’ e não faltou
quem dissesse: “Esta é uma encíclica para
os esquerdistas!” Respondi: absolutamente
correta a afirmação. Por exemplo, o Instituto Ludwig von Mises do Brasil www.mises.org.br uma associação voltada à defesa
da economia de mercado, da propriedade privada, e em opor-se às intervenções
estatais nos mercados e na sociedade, tem um texto dizendo: encíclica “Laudato Si´”: bem intencionada,
mas economicamente insensata. Por que? Resposta óbvia.
Também os fundamentalistas
religiosos se sentiram muito desgostosos. A página www.criacionismo.com.br diz, entre
muitas outras críticas, que um “erro típico do romanismo, presente na encíclica
Laudato Si: o erro de confundir deliberadamente o sábado com o domingo”.
Há quem afirme: “Francisco
escolheu com cuidado o momento da publicação e de seu ativismo ambiental. Em
setembro, a Assembleia Geral da ONU se reunirá para aprovar os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável. Ele pessoalmente discursará em Nova York. Depois,
em novembro, haverá a Conferência do Clima em Paris, onde se espera que
governos assinem um acordo global contra as mudanças climáticas. Segundo a
WWF-Brasil, o papa poderá desempenhar um papel importante nessas reuniões
internacionais, aumentando a pressão para que governos enfim assumam
compromissos nas negociações climáticas.”
Talvez, estejamos
vivendo um momento de alavancar o ECOmenismo: um
movimento de união de esforços que extrapola os limites das religiões e tem o
potencial de coligar religiosos, místicos, cientistas, ativistas, ateus e
outros grupos.