ANO
9 |
LIVRARIA
VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2994
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Pelo anúncio que fiz ontem aqui, é fácil inferir minhas emoções
deste domingo quase natalino. Comparto com cada uma e cada um algo destas
emoções. Trago para marcar o encontro de hoje, um texto que está em ‘O livro
dos abraços’ de Eduardo Galeano.
Esta narrativa fez história. Na última terça, proferi, à última
hora, palestra ‘Assestando óculos para olhar o mundo’ no Programa de Pós
Graduação em Educação em Ciências e Matemática do Instituto Federal do Espírito
Santo. Foi de minhas falas mais emocionantes. Talvez por ser a última do ano (a
75ª) ou porque as cerca de meia centena de pessoas que assistiam a fala terem
recebido na véspera um convite imprevisto. Dentre os muitos acarinhamentos, uma
mestranda, que é contadora de histórias, pediu a palavra. Então a Nalvinha de
Souza recitou emocionada o texto que está adiante. Ela enviou-me com esta
mensagem: Querido Chassot, bom dia!
É com alegria que lhe envio o conto
que narrei em sua homenagem. Conheci sua obra através do querido professor e
amigo Donizete e fico encantada a cada descoberta do seu trabalho. Quero
aproveitar cada oportunidade de lê-lo e ouvi-lo. Te acompanharei pelo blog.
Estou te enviando o
conto de Eduardo Galeano (texto) e segue um link de um vídeo que postei no you
tube com uma narração que preparei para você. http://youtu.be/LugSjF1xuMw
O Mundo
Um homem da aldeia de Neguá; no litoral da Colômbia, conseguiu
subir aos céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto,
a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.
— O mundo é isso — revelou — Um montão de gente, um mar de
fogueirinhas.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não
existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e
fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o
vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos
bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha
vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto
pega fogo.
Um fruído domingo a cada uma e cada um. Sejamos a fogueira que
nos compete.