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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

24.- ENTRE A PROMESSA E A PROPINA


ANO
 9
Um bom DILMA!
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 2936

Ajuda-me, nesta proposta de a cada dia desta semana, emprestar minha contribuição à busca de uma mais consistente alfabetização política, um escritor que leio a cada domingo. De maneira usual, discordo dele e mais, de vez em vez, ele me aborrece.
Mas, no último domingo Ferreira Gullar ‘valeu a pena’. Não vou imaginar que — por ser o texto do dia 19, o primeiro depois de sua recente unção à imortal da Academia Brasileira de Letras — tenha abandonado seu ranço conservador e reacionário. Talvez. Ainda esta semana, centrava uma discussão em sala de aula: quando ao votar, não pensarmos em nós, mas nos outros, estamos votando com maturidade. Foi por aí que aderi a Gullar. Agora, que já podemos dizer que o nervoso domingo é depois de amanhã, ofereço o texto referido. Ao final há uma pequena sugestão noticiosa.
Entre a promessa e a propina Faltando sete dias [este texto foi publicado domingo dia 19] para que decidamos, com nosso voto na urna, quem governará o país, parece-me necessário nos lembrarmos de que nem sempre o nosso interesse pessoal imediato corresponde ao interesse da sociedade.
E que, por isso mesmo, muitas vezes, ao votarmos só pensando em nosso interesse próprio, votamos contra nós mesmos.
É exatamente desse equívoco que se valem os políticos espertos, que visam o poder pelo poder. A nós, cidadãos, cabe distinguir entre esse tipo de político e o outro, imbuído de espírito público, que deve merecer nosso voto.
Entendo que nem sempre é fácil perceber, no que dizem os candidatos, o que é sincero e o que corresponde a intenções honestas do que é mera embromação. Mas não é impossível, desde que avaliemos, com objetividade, as promessas que fazem, se o que prometem é factível, como têm atuado e quais são os seus aliados.
Dá trabalho, mas compensa, porque só assim se evita que mais vigaristas se tornem legisladores ou governantes.
Esse cuidado, infelizmente, não tem estado presente na escolha que os eleitores fazem dos candidatos. A prova disso está no que a imprensa tem divulgado e que, por incrível que pareça, ainda nos espanta.
Um jornal publicou recentemente a seguinte notícia: quase metade dos candidatos mais votados nestas eleições de agora estão sob investigação policial.
A reportagem informava que 40 dos 108 deputados federais mais votados e senadores eleitos para a próxima legislatura estão sendo investigados pela polícia ou pelo Ministério Público.
As acusações vão desde o desvio de recursos públicos e improbidade administrativa a crime de tortura e falsidade ideológica. Entre os suspeitos, estão ex-governadores, ex-ministros, parlamentares reeleitos e que foram eleitos pela primeira vez.
Todos eles, portanto, detentores de mandatos populares para fazer leis que pautarão a vida de todos nós. E isso, muito embora exista a Lei da Ficha Limpa, que pretende impedir a eleição desse tipo de políticos.
O que se pode esperar de pessoas como essas, transgressoras das leis e dos princípios éticos?
Nesta segunda, houve em São Paulo no TUCA (Teatro da PUC-SP) um memorável comício. Talvez, há muito, não houve algo semelhante no Brasil. Detalhes em http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/palavra-minha/forca-simbolica-ato-com-dilma-e-lula-na-puc-de-sao-paulo/

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

23.- A EDUCAÇÃO NO TUCANISTÃO


ANO
 9
Um bom DILMA!
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 2935

Já estamos à véspera de um depois-de-amanhã: o expectante dia que tem acelerado palpites e palpitações. Há ainda indecisos. Mas, ampliam-se, verazmente, fontes informações.
Nesta dimensão trago um texto do professor Vladimir Safatle, livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo). Ele foi publicado na terça na Folha de S. Paulo. Acredito que após sua leitura não restará leitor indeciso ou propenso a anular seu voto. Com votos de sábado no qual nos demos conta que ainda vale fazer campanha na busca de uma Brasil melhor para mais brasileiros.
A educação de Aécio Quem realmente se importa com a educação nacional não pode decidir seu voto sem antes refletir sobre alguns dados a respeito de nossas universidades. Queiram seus protagonistas ou não, esta é uma eleição de retrovisor. Não só o governo apoia-se principalmente naquilo que já fez, usando o discurso da perda possível do que foi conquistado como motor de mobilização. A oposição também se apresenta com basicamente os mesmos personagens vindos do finado governo FHC.
Desde o responsável pelo programa econômico até a responsável pelo programa de educação, todos, a começar pelo próprio Aécio Neves, estiveram organicamente ligados aos oito anos de governo FHC. Não houve autocrítica alguma nem renovação ou reposicionamento a partir dos fracassos passados. Por isso, impossível não esperar a reedição do que o país já viu nos anos 90.
Vale a pena insistir neste ponto porque o legado educacional desses anos foi lamentável. Durante oito anos, o país não inaugurou nenhuma (há de se sublinhar, nenhuma) nova universidade federal. Ao contrário, quando o sr. Paulo Renato entregou seu cargo de Ministro da Educação, o país conhecera oito anos sem concursos públicos para professores universitários, deixando um déficit de 7.000 professores no sistema nacional.
Apenas a título de exemplo, a UFRJ, uma das mais importantes universidades do país, diminuiu (sim, diminuiu) em 10%, sendo obrigada, entre outras coisas, a fechar cursos noturnos por não ter dinheiro para pagar a conta de luz (não, isso não é uma metáfora). Bem, depois de 2002, 18 novas universidades federais foram inauguradas.
Como se não bastasse esse legado, seu partido, no governo do Estado de São Paulo há mais de duas décadas, é atualmente responsável direto pela situação falimentar das universidades paulistas. Afinal, é o governador do Estado que indica os reitores, muitas vezes contra as escolhas da maioria da comunidade acadêmica, como foi com o polêmico senhor João Grandino Rodas. Nestes anos de Tucanistão, o Estado paulista impôs um ritmo de crescimento às universidades desprovido de dotação orçamentária para tanto. O resultado é a crise que aí está.
Agora, se isso não basta, façam uma pesquisa e perguntem qual é a situação da Universidade Estadual de Minas Gerais, esta sim sob a responsabilidade direta do senhor Aécio e seu grupo. Suas condições deterioradas de trabalho, com seus professores "designados" e sua infraestrutura precária, são conhecidas no meio acadêmico e motivos de greves periódicas.
Com toda esta história e este presente, há de se perguntar: é essa "renovação" que o país precisa? 
Um convite especial: assista ao vídeo produzido de maneira independente por artistas do Rio Grande do Sul

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

22.- É MENTIRA OU É VERDADE?


ANO
 9
Bom Dilma!
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 2935

A semana nervosa chega à metade. A quarta-feira — o dia de Mercúrio — em alemão foge ao culto a deuses. Conta-se que, um monge piedoso querendo exorcizar o paganismo celebrado na nominação dos dias da semana, conseguiu que este dia fosse chamado de Mittwoch: meio da semana.
Dentro da contribuição que procuro trazer à alfabetização política, comparto hoje um texto de Ricardo Melo, 58, jornalista. Na Folha, foi entre outras funções, editor da 'Primeira Página'. Também foi chefe de Redação do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), editor-chefe do 'Diário de S. Paulo', do 'Jornal da Band' e do 'Jornal da Globo'. Na juventude, foi um dos principais dirigentes do movimento estudantil 'Liberdade e Luta' ('Libelu'), de orientação trotskista. O ortigo foi publicado na segunda, no caderno Eleições da Folha de S. Paulo.
É MENTIRA OU É VERDADE? NÃO É UMA QUESTÃO DE PONTO DE VISTA
A frase atribuída ao nazista Joseph Goebbels — uma mentira repetida mil vezes se transforma em verdade — tem sido a resposta preferida do candidato Aécio Neves e sua equipe diante de críticas. O problema é quando a verdade, repetida mil vezes, continua sendo verdade, sem contraponto ou contraditório capaz de desmenti-la.
O candidato tucano construiu uma pista de pouso em propriedade familiar. A chave da mordomia ficava na mão de parentes, os quais, aliás, ele empregou aos montes. Tudo documentado. Nenhum estudo, mesmo fabricado às pressas, provou a necessidade da obra. Isso não é uma questão íntima. É dinheiro público queimado para fins pessoais. Existe uma ação em curso, por improbidade administrativa. É um fato, não depoimento selecionado de delação desesperada, desculpe, premiada.
O governo de Minas destinou uma gorda fatia de publicidade para empresas de telecomunicações dos Neves. Nem o candidato nega. É deselegante perguntar como o rapaz lida quando se encontram o público e o privado? Cabe aos brasileiros descobrir o montante, pois envolve gente disputando a Presidência. "Não registramos quanto foi gasto", respondem o tucano e seu staff.
Documentos do Tribunal de Contas de Minas Gerais apontavam suspeitas de irregularidades no governo do atual senador. A capivara foi citada durante um dos debates. Horas depois, a papelada desapareceu do site oficial do tribunal, uma instância pública(!). Tomou Doril. Sumiu. E nada se faz a respeito.
O drible no bafômetro e outros momentos pouco edificantes da rotina noturna do senador estão fartamente documentados na internet e imprensa escrita. Não são montagem, assim como não é falso o stand-up daquele artista de fim de noite que relacionou Maradona e Aécio quanto ao consumo de drogas. Hoje o mesmo personagem posa de aecista desde criancinha. Mas nunca desmentiu a performance.
Balela a história de que trazer a público tudo isso é baixaria etc, etc. Isso é falta de argumento de quem não tem resposta.
Pense bem: quantas vezes já não deparamos com indivíduos brilhantes (o que não é propriamente o caso...), mas com uma trajetória errática, que seríamos incapazes de indicar para uma função, mesmo menor, numa empresa? Não há nisso preconceito nenhum; somente o desejo de saber qual é a pessoa certa para o lugar certo.
"Ah, mas e os programas, as propostas?", indagam os puritanos habituais. Bem, todos conhecem o que pensam tanto Dilma quanto Aécio e seu braço direito, Armínio Fraga.
A primeira pelo que ela e seu partido fizeram nos últimos tempos no Planalto. Aécio, pelo que ele e sua equipe revelam em entrevistas e jantares. Coisas como corte de gastos sociais, esvaziamento de bancos públicos, encolhimento de salários, facão nas empresas, tarifaço, mudança nas leis trabalhistas e por aí vai. As tais medidas impopulares. Para ele, sem isto o Brasil vai piorar. Acredite quem quiser.
Com a campanha perto do fim, supostas regras de etiqueta surgem para esconder o essencial. Cortina de fumaça. Estão em jogo a vida e o futuro de milhões de pessoas. Elas têm todo o direito de conhecer quem pretende ocupar o cargo mais alto da República.
Pesquisas são só pesquisas. A depender delas, o PT não teria ganho no primeiro turno na Bahia e em Minas Gerais, Aécio não teria os votos obtidos em São Paulo, e o PMDB estaria fora do segundo turno no Rio Grande do Sul.
A questão não é satanizar institutos. É dar aos seus levantamentos o peso que merecem. Mais do que nunca, o primeiro turno mostrou que a palavra final é do eleitor, não de pesquisados. Da mesma forma que é patética a tática de carimbar como mentiras verdades inapagáveis, registradas em vídeo, áudio e folhas de papel. 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

21.- ABORTO: DESCRIMINALIZAR, É PRECISO!


ANO
 9
Bom Dilma!
EDIÇÃO
 2933

Primeiro cumpre-me agradecer ao prestígio oferecido à edição de ontem deste blogue. Houve um pico com mais de quinhentos acessos até o começo da noite. Isto antes do período de maior acesso (entre 20 e 24 horas). Também o alerta à blogada que postei no Facebook recebia, depois de seis horas de postagem, mais de meia centena de curtidas e 27 compartilhamentos. Recebi mensagens como ‘vou usar a blogada em discussões no meu grupo de estudos’. No FB, destaco compartilhamento feito pela professora de Química e mestranda da UFRGS Bruna Carminatti: Como sempre, as palavras do Mestre Attico Chassot nos ajudam a refletir, com seriedade e compromisso, sobre as situações importantes da sociedade.
Escrevo, hoje, acerca de um tema polêmico: o aborto. Mesmo que não advogue que vá esclarecê-lo, o assunto precisa ser comentado em termos eleitorais. Ele vem na esteira desta notícia, colhida no UOL:
A Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil, que reúne diversas denominações evangélicas de 14 Estados, decidiu apoiar Aécio Neves no segundo turno, após ter feito campanha para Marina Silva. “Vamos caminhar com Aécio e indicar nas igrejas o voto no candidato, como aconselhamento", diz o pastor Ronaldo Pereira, presidente da entidade que tem cerca de 2.800 pastores.
A justificativa para ser "contra a continuidade do atual governo" é o PT defender o Plano Nacional de Direitos Humanos. "Somos contrários ao aborto, à união estável entre pessoas do mesmo sexo e à adoção de crianças por homossexuais", diz Pereira.
A confiável beata Marina está fora do páreo. Opta-se, então, pelo santo de pau oco tucano que construiu uma pista de pouso em propriedade familiar. Aquele que escapou do bafômetro e amealha muitas outras passagens pouco edificantes na rotina noturna de um senador, fartamente documentados na internet e imprensa escrita. Que os ricos escolham um patricinho bom vivant... concordo. Mas, quando fiéis tementes a Deus sejam enganados por lobos travestidos em meigas ovelhas, deve ser denunciado.
Realmente a questão do aborto é tema de pauta do Plano Nacional de Direitos Humanos, defendido pelo PT. Mais do que ser contra o mesmo é preciso olhar o noticiário chocante dos últimos dias que “trouxe à tona uma realidade a que amiúde se faz referência nos debates acerca do aborto, mas sobre a qual ainda pesa espesso véu de abstrações e julgamentos moralistas” (Editorial / Folha de S. Paulo, de ontem).
Mesmo sabendo que os números sejam pouco fidedignos, há um grande contingente de mulheres vitimado pelos maus-tratos e pelas péssimas condições em que operam as clínicas clandestinas de aborto. Há uma situação desumana que na grande maioria dos países desenvolvidos, seria encarada com o respeito inerente aos problemas de saúde pública.
Pode-se reprovar, ou não, a escolha de uma mulher quando busca interromper a gravidez. Mas é difícil aceitar que se considere criminosa uma pessoa que nada mais é do que a vítima dos que se aproveitam da clandestinidade para cobrar pelos serviços que prestam sem controle nem escrúpulos.
A demanda pelos infames serviços de grupos não cessa de crescer. Certamente é preciso investir mais em campanhas de esclarecimento público e na ampliação do acesso a métodos anticoncepcionais, como a pílula do dia seguinte. Diminuindo, assim, as gestações indesejadas, há de diminuir também o total de mulheres que, em desespero, lançam mão do aborto, um recurso sempre traumático (Editorial / Folha de S. Paulo, de ontem).
Mas, como indica a experiência de muitos países desenvolvidos, seria o caso de perguntar se não é a clandestinidade que produz o crime, em vez de, como habitualmente se pensa, ser o crime a causa da clandestinidade.
Ser a favor da descriminalização do aborto é ser a favor da vida. Esta é a olhada que se espera poder oferecer. Barganhar votos em cima da dor de mulheres que vivem dramas por serem violentadas em seus corpos e em seus direitos parece crime maior do que abortar.
Hoje, dolorosamente temos no Brasil abortos realizados por pessoas de alto poder aquisitivo em clínicas particulares de luxo, indetectáveis, por acordo verbal entre paciente e médico, facilitados pela enorme quantia de dinheiro que é cobrada por um aborto e as mulheres sem poder econômico, que têm abortos feitos no banheiro, com agulha de tricô, cabide, navalhas ou galhos. Repito: Ser a favor da descriminalização do aborto é ser a favor da vida.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

20.- MUDAR, PARA NÃO MUDAR


ANO
 9
LIVRARIA VIRTUAL  em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2932

Começa hoje, talvez, a semana mais importante do ano. Pelo menos, a mais nervosa. No domingo que passou, de vez em vez, encontrava-me conjecturando como viverei o entardecer do próximo domingo. Com sol ainda alto, com este horário verão, já teremos ‘a voz das urnas’. Há dois resultados que definirão com serão o Brasil e vários Estados (entre eles o Rio Grande do Sul) nos próximos anos.
Nos últimos dias li muitas análises. Escutei debates. Ouvi numerosas declarações de votos. Impressionam-me certas razões para votarem num candidato. “Eu acho a Dilma antipática” é justificativa de pessoas de quem eu esperava, no mínimo, uma avaliação política. O jornalista Luiz Fernando Vianna, autor de livros sobre música popular brasileira, entre eles "Geografia Carioca do Samba" e "Aldir Blanc - Resposta ao Tempo” escreveu na p. A2 da Folha de S. Paulo, na sexta-feira, um texto que merece ser lido. Ele está a seguir, com dois assinalamentos meus em cor.
A volta do senhor Aécio Neves não deve apenas às suas eventuais qualidades a ascensão impressionante de sua candidatura. O ódio que, espalhado pelas duas campanhas, domina o segundo turno indica que ele encarna aspirações mais profundas.
O senador mineiro é branco, conquistador, bem educado, rico de berço, nunca trabalhou (a não ser em política), está no topo das sociedades rural (sua família é dona de fazendas) e urbana (frequenta as praias, boates e os restaurantes da zona sul carioca). Representa o cume da pirâmide econômica e cultural brasileira, o ponto para onde boa parte da classe média olha com admiração e inveja.
Um montante desses eleitores cogitou votar em Marina Silva. Mas ela é autodeclarada negra, ex-doméstica, analfabeta até os 16 anos, nortista, carola, de saúde frágil e, mais grave, é cria do PT. Não faz parte do clube. Não é confiável.
O sentimento antipetista, que se fortaleceu com a piora da economia e com as graves denúncias de desvios de recursos da Petrobras, encontrou em Aécio o seu colo natural.
A legítima irritação com a corrupção faz ressurgir o grito do "mar de lama", que já elegeu Jânio Quadros e Fernando Collor, tendo antes contribuído para a morte de Getúlio Vargas — cujo fiel ministro da Justiça era Tancredo Neves, avô de Aécio.
O Bolsa Família dá condições mínimas de vida a 50 milhões de pessoas e aquece a economia de pequenos municípios; o Luz para Todos leva energia elétrica a cafundós esquecidos; o ProUni, o Fies e as cotas põem pobres nas universidades. Programas como esses são rechaçados por certas camadas da população, pois bagunçam um contrato social de 500 anos.
Sob um talvez sincero discurso de mudança, Aécio oculta um de restauração quase monárquica, de devolução do poder aos senhores de sempre. Muda-se para não mudar.