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quarta-feira, 23 de julho de 2014

23.- 30% DOS ALIMENTOS PRODUZIDOS, DESPERDIÇADOS


ANO
 8
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EDIÇÃO
 2843

Abro esta edição com o registro de agenda. Nesta quarta-feira participo de dois eventos na região litorânea do Rio Grande do Sul. Pela manhã estarei mais uma vez em Osório, a Terra dos bons ventos, para uma palestra no XVIII Fórum Internacional de Educação. À tarde, faço uma fala na VIII Jornada Pedagógica de Três Cachoeiras, promovida pela Prefeitura Municipal por meio de sua Secretaria Municipal de Educação e Cultura. É primeira vez que estarei na cidade, cortada pela BR-101, conhecida como a "Terra do Caminhoneiro", devido ao grande número de motoristas que lá residem.
A Folha de S. Paulo publicou nesta segunda-feira, 21JUL2014, na capa do caderno Mercado, matéria assinada por Tatiana Freitas, que vale conferir.
30% DOS ALIMENTOS PRODUZIDOS, DESPERDIÇADOS A alta no preço dos alimentos e o aumento previsto para a demanda nos países emergentes colocaram o desperdício no centro do debate sobre segurança alimentar.
Os volumes perdidos justificam a preocupação. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos ou desperdiçados por ano em todo o mundo – o equivalente a 30% de tudo o que é produzido.
O número considera perdas em todos os estágios – do campo ao prato. E, apesar de os alimentos pesarem cada vez mais no bolso, o maior índice de perdas (35%) ocorre no consumo, puxado pelos países desenvolvidos, responsáveis por 56% do desperdício, segundo o Banco Mundial.
Quem nunca recusou uma cenoura porque estava torta demais? Ou quebrou a pontinha de um quiabo para saber se estava no ponto para levar para casa? São ações que parecem inofensivas, mas pesam nas estatísticas. Afinal, ninguém vai comprar aquele quiabo que ficou com a pontinha quebrada na banca. Será, portanto, desperdiçado.
Estudo divulgado no mês passado pelo painel de especialistas em segurança alimentar das Nações Unidas analisa os efeitos desse desperdício. Entre eles está a menor oferta de comida no mundo e, como consequência, preços elevados.
Por outro lado, destaca o estudo, preços mais altos tendem a incentivar maior cuidado com os alimentos – teoria que ajuda a explicar a maior preocupação com o desperdício atualmente e as novas iniciativas para reduzi-lo.
Na edição de amanhã, com matéria colhida na mesma fonte, uma análise da situação do Brasil.

terça-feira, 22 de julho de 2014

22.- UM HOLOCAUSTO REEDITADO


ANO
 8
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EDIÇÃO
 2842

Na próxima semana este blogue completará 8 anos. São mais de 2,8 mil edições. Nos últimos dias, com muita frequência, o que mais evoco é a edição de 01 de fevereiro deste ano. Eu publiquei então, um relato doloroso, de uma visita que fizera no dia anterior.
Na Palestina em resumo vimos: construção de milhares de moradias de muito boa qualidade para colonos israelis (aqui a expressão 'colonos israelis' deve ser vista como cidadãos urbanos, profissionais liberais e trabalhadores de diferentes ramos, sem nenhuma conotação com trabalhadores rurais); erguimento de quilômetros de muros, separando palestinos e os fazendo viver em guetos em territórios que ocupam há milênios.
Uma situação dolorosamente complexa. Há algumas fotos que fiz na tarde de ontem.
Assim, parece ser impossível sonhar com nenhuma de duas situações no Oriente Médio: dois países: um israeli e outro palestino. Ou um único país co-gestionado por israelis e palestinos. Uma e outra das alternativas, agora, parecem utópicas.
Gostaria apenas de dizer aos meus leitores que a cada dia os palestinos veem seus territórios usurpados pelo aumento de ‘colonos’ que são implantados por Israel, para assegurar maiores territórios que aqueles que foram definidos pela ONU em 1948.
Ontem, o El mundo de Madrid publicou um artigo de Najib Abu-Warda, professor de Relações Internacionais da Universidad Complutense, a Universidade onde em 2002 fiz pós-doutoramento. Trago apenas dois excertos e a foto que ilustrou a análise. A íntegra pode ser lida em: http://www.elmundo.es/internacional/2014/07/20/53cbe1b5268e3e98138b4574.html
El análisis  CONVULSIÓN EN ORIENTE PRÓXIMO 
Del holocausto nazi al sionista
Hoje, 70 anos depois do Holocausto, Israel está cometendo genocídio contra os palestinos. A atual operação israelense na Faixa de Gaza causa centenas de mortes, milhares de feridos e destruição da infraestrutura. Em Gaza, uma cidade sitiada, bloqueada e sujeita a ataques por parte do exército israelense por terra, mar e ar, como na Palestina, o governo israelense e o exército cometem crimes de genocídio, de guerra, crimes contra a humanidade, agressão e terrorismo de Estado. São crimes condenáveis pelo direito internacional.
Hoje, 70 anos após o genocídio nazista contra os judeus,  se comete crimes de guerra e genocídio na Palestina, enquanto a comunidade internacional é incapaz de tomar qualquer decisão, e muito menos realizar qualquer ação. Mas acima de tudo e apesar de tudo, o governo sionista se esquece de que quanto maior o ataque, maior a reação, e que o povo palestino se apega ao direito de se defender contra a agressão, ocupação e genocídio.
É uma questão de tempo.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

21.- CELEBRANDO VIDA E MORTE

ANO
 8
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EDIÇÃO
 2841

Começamos mais uma semana. Parece que essa divisão hebdômada de nossos ciclos vitais é muito confortável. Essa herança, marcada na tradição judaica, tem também marcas do sistema geocêntrico com os sete corpos celestes mais significativos regendo cada um dos sete dias da semana.
Os findis — na adesão a um neologismo que faz parecer démodé, falar em fim de semana —, são agoras importantes na marcação das balizas que fazem nossa trajetória. Olhamos a semana que passou e semana que se inicia. Naquela, por exemplo, destaco minha estada em Nonoaí. Nesta, provavelmente, terei quatro falas, em quatro cidades diferentes de dois estados.
Mas o findi, que teve marcas de alegrias e luto ou de vida e de morte. Uma e outra das marcas foram celebradas, com sabores e saberes pertinentes.
A vida foi vivida (mesmo que pareça redundância), ratifica a ação verbal em dois momentos. No sábado, em Estrela no batizado do Lucas Francisco, um neto que assegura a sonhada continuidade da espécie; ontem, indo à maternidade para conhecer o Tiago, um sobrinho neto.
Se a vida teve duas comemorações, as mortes sentidas também. Uma e outra se referem aqui, na expressão latina: ‘ad perpetuam rei memoriam’ ou ‘para a perpétua memoria dos fatos’.
Enquanto leitores, tivemos duas perdas que se tintam amargas aqui. A um e a outro dos finados, a expressão de gratidão pelos legados deixados.

João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro (Itaparica, 23 de janeiro de 1941 — Rio de Janeiro, 18 de julho de 2014)
Escritor, jornalista, roteirista e professor brasileiro, formado em direito e membro da Academia Brasileira de Letras. Foi ganhador do Prêmio Camões de 2008, maior premiação para autores de língua portuguesa. Ubaldo Ribeiro teve algumas obras adaptadas para a televisão e para o cinema, além de ter sido distinguido em outros países, como a Alemanha. É autor de romances como Sargento Getúlio, O Sorriso do Lagarto, A Casa dos Budas Ditosos e Viva o Povo Brasileiro.
Obrigado, João Ubaldo, por nos brindares com muitas viajada à tua Itaparica. 
Rubem Alves (Boa Espe rança, Minas Gerais, 15 de setembro de 1933 — Campinas, 19 de julho de 2014)
Psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.
Bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, Mestre em Teologia e Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Seminário Teológico de Princeton (EUA) e psicanalista. Tinha um grande número de publicações, tais como crônicas, ensaios e contos, além de ser ele mesmo o tema de diversas teses, dissertações e monografias. Muitos de seus livros foram publicados em outros idiomas, como inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e romeno.

domingo, 20 de julho de 2014

20.- APALAVRARIA


ANO
 8
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EDIÇÃO
 2840


Para este domingo, apalavraria uma blogada para ouvir poesia. Mas antes, permito-me recordar que apalavrar pode significar, além de contratar e ajustar de palavra, combinar. Então: a proposta fica: combinaria uma blogada para ouvir poesia.
Em http://www.youtube.com/watch?v=qUsdgtYSPP4 vale assistir, em menos de 4 minutos, a poetisa Viviane Mosé que recita seu poema "Receita pra Lavar Palavra Suja" com maestria e personalidade.

sábado, 19 de julho de 2014

19.- AINDA, PENSAMENTO MÁGICO

ANO
 8
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EDIÇÃO
 2839


Encerrava a edição de ontem, com a piadinha de época envolvendo ‘torcer’ tão presentes em dias copeiros recém-vividos. Para um sábado, cabe ampliar as considerações acerca do pensamento mágico, na esteira do qual surgiu ao assunto mais algumas considerações.
Quando parece que convenço aos estudantes que ‘torcer (sem ir a campo) não modifica em nada um possível resultado, sou tentado a fazer outra pergunta: “E, rezar adianta?” Não caio na tentação. Abstenho-me de perguntar. Muitas vezes, parece sábio não promover embates entre o racionalismo e as muito diferenciadas acreditações de cada um. Na mesma direção poderia questionar: fazer promessas em troca de favores de forças míticas adianta?
Aliás, fazer promessas não está necessariamente associado à crença religiosa. Alguns hão de recordar, quando nos anos 1980, uma das febres nacionais era a ‘loteria esportiva’ que premiava a quem acertasse treze jogos de futebol. Havia muitos, então, que, antecipadamente, faziam promessas de doar (isso ou aquilo) caso fossem ganhadores. Parecia haver uma tentativa de compactuar com forças superiores: se me deres tanto, devolvo uma parte em boas obras.
Também, já que referi ontem horóscopos, estes não se associam a sentimentos religiosos, mas buscam uma dita cientificidade zodiacal. Talvez por isso que os adeptos dos horóscopos estão presentes nos mais distintos estratos culturais. Não é sem razão que muitos declinam seu signo de maneira quase isonômica como fazem com sua data de nascimento, seu CPF ou RG.
Parece que a crença no poder dos astros regerem nossas vidas está em baixa, mesmo que veja, ainda, previsões astrológicas para cada signo, publicados em jornais e revistas de grande circulação. Recordo ter conhecido pessoas que não saiam de casa sem ler as previsões para seu signo e esta previsão determinava estado de espírito, decisão acerca da roupa ou roteiro de trânsito a ser seguido. Aqui, há que registrar: dizer-se não acreditar em horóscopos, não significa afirmar que os usuários dos mesmos não sejam psicologicamente influenciados pelos mesmos. E como a orientação destes é, de maneira usual, positiva horóscopos podem ser confortáveis e até saudáveis para alguns.
Afigura-me que de maneira semelhante se pode referir ao placebo (do latim placere, significando "agradarei") que é, como registra a Wikipédia, “se denomina um fármaco ou procedimento inerte, e que apresenta efeitos terapêuticos devido aos efeitos psicológicos da crença do paciente de que está a ser tratado. Muitos médicos também podem atribuir efeito placebo a medicamentos com princípios ativos, mas que apresentam efeitos terapêuticos diferentes do esperado.”
Por exemplo, um comprimido de vitamina C pode aliviar a dor de cabeça de quem acredite estar ingerindo um analgésico, sendo um exemplo clássico de que o que melhora é não apenas o conteúdo do que ingerimos, mas também o acreditar que estamos ingerindo um medicamento. Isto é, um medicamento administrado mais para agradar do que beneficiar o paciente. Não há como não aparentar que ingerimos pílulas de pensamento mágico.