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quinta-feira, 22 de maio de 2014

22.- CAIUE, MOGNO, TRACAJÁS E VITÓRIA-RÉGIA.

ANO
 8
BELÉM - PA
EDIÇÃO
 2781

Na blogada de hoje faço amealhares de uma quarta-feira belenense. Na manhã de ontem, aproveitei não ter atividades no Seminário da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática e fiz uma circulada pelo bairro São Brás onde está o hotel. Primeiro admirei uma caixa d’água de ferro inaugurada em 1885. A estrutura, com 20 metros de altura, é de ferro fabricado na Europa. Tanta resistência comporta até 1.570.000 litros de água. O monumento abastece até hoje bairros próximos. Em 1979, foi tombado como patrimônio estadual histórico, paisagístico e turístico. A caixa d’água é abastecida por uma estação de tratamento, cujos tanques de decantação estão sob uma olhada da janela de meu quarto.
Depois pela Av. Governador Magalhães Barata, admirando imponentes casarões históricos cheguei ao Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi. É muito significativo ver, situado no centro urbano de Belém, um parque uma área de 5,2 hectares. Foi fundado em 1895, sendo o mais antigo do Brasil no seu gênero. Além de abrigar uma significativa mostra da fauna e flora amazônicas, o Parque concentra as atividades educativas do Museu Goeldi, tal como um laboratório para aulas práticas. Recebe anualmente cerca de 200 mil visitantes.
Esta foi a segunda vez que estive neste local encantador. Nas cerca de duas horas que me deliciei, na manhã de ontem, no parque selecionei quatro atrações destaques: 1) uma árvore que anda; 2) um imponente mogno; 3) mais de uma centena de tracajás; e 4) um lago com vitórias-régias.
1.- Caiue, a árvore que anda, é uma palmeira, quando na sombra de árvores, procura um espaço entre as copas para receber sol nas suas folhas — daí os índios dizerem que ela é a árvore que anda. Surpreendeu-me verificar, o tronco "deitado" no chão na busca do sol. Isto determina o deslocamento de sua copa.
2.- Encantou-me ver um mogno — nome que como filho de marceneiro, ouvia meu pai pronunciar reverente — uma árvore grande (altura de 25 a 30 m, com tronco de 50–80 cm de diâmetro) que ocorre em baixas densidades (geralmente, menos de uma árvore adulta por hectare) em florestas.
3.- Na Amazônia já participei de a iações de dissertações envolvendo tracajás. Nunca os havia visto. Ontem vi mais de uma centena deles reunidos. Não sei qual o coletivo de tracajás. Tracajá é um quelônio dulcícola de tom negro azulado com manchas amarelas. Vive em muitas bacias hidrográficas do norte da América do Sul.
4.- Ver ao vivo plantas e flores de vitória-régia, que os não amazônicos só conhecem de imagens foi emocionante. Há no bosque um logo de vitórias-régias — uma planta aquática típica da região. Ela possui uma grande folha em forma de círculo, que fica sobre a superfície da água, e pode chegar a ter até 2,5 metros de diâmetro e suportar até 40 quilos se forem bem distribuídos em sua superfície.
Ainda pela manhã, fui mais uma vez visitar a basílica de Nazaré, muito próxima do parque. Sempre me encanta a suntuosidade de templo.
À tarde, no mesmo esquema já referido nos dois dias anteriores, assisti a quatro bancas, onde cada doutorando relata o estado de seu projeto e este é a iado por dois professores, um doutorando (colega de turma) com a participação do orientador.
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À noite, fui agraciado com jantar de filhote pelos meus amigos Conceição Rosa e José Carneiro, comigo no 'retrato'. Ela já me fizera companhia ao café, pela manhã. Tínhamos muito a conversar os três. É oportuno corrigir uma informação que dei na edição de segunda, acerca da denominação de Cans, que parece ser o local onde estava a  a que se sepultava os cães.
Permitam-me uma sobremesa. Anderson Simão Duarte, um biólogo que prepara sua tese envolvendo estudos acerca da tradução de metáfora para Libras. Por tal está mito atento às metáforas usada nas diferentes falas. Ele me enviou algumas, fotos em uma mensagem muito original. A mensagem está abaixo com foto de seu autor comigo.
Salve, salve... meu professor GIGANTE!
Segue as fotos do teu "Enunciado Metafórico Criativo", sim, para mim foi único e impar, logo, jamais verei outro igual. Tuas palavras foram "neutras", pois a mim, foram mais que sintaxe ou pragmática, foram dialógicas e exotópicas, portanto, foram direcionadas a mim!
As experiências e saberes de uma águia são compartilhados a todas as outras, sim, me senti as outras... vendo com os ouvidos, escutando com os olhos e saboreando com as minhas utopias.
Obrigado pelo mel que ofertastes.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

21.- UM LINDO CAMPUS EM UM BAIRRO COM MISÉRIAS.

ANO
 8
BELÉM - PA
EDIÇÃO
 2780

Nesta quarta-feira de minha semana em Belém no Seminário de Pesquisa I do curso de doutorado da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, ante a extensão da agenda cumprida ontem, resumo a blogada, apenas em um registro de ontem. Já passava bastante 19h, quando cumpri minha última no Campus do Guamá.
Pela manhã fiz palestra para um auditório, onde até ver muitas pessoas assentadas no chão terminou sendo estímulo para colocar mais entusiasmo na fala “Assestando óculos para ler o mundo natural”. Um registro da doutoranda Eliane Batista postado no Facebook.
Esta atividade, originalmente programada pelas professoras Silvia Chaves e Conceição Cabral alunos de licenciaturas em Biologia, Física, Matemática e Química teve também participantes do mestrado e doutorado do Instituto de Educação em Ciências e Matemática e doutorandos e orientadores da REAMEC.
Outra satisfação foi que alguns exemplares de cinco títulos de meus livros que levara se esgotaram rapidamente, graças a competência da Ivete Brito, como atenciosa livreira. Muitas fotos e autógrafos foram parte dos sabores do dia.
Almocei com um grupo de colegas da UFPA, no POEMA. um restaurante ecológico dentro do Campus que de chega cruzando vários igarapés.
À tarde participei de quatro bancas de pré-qualificação. Na primeira uma delas, eu era um dos professores da banca e na quarta foi aquela de minha orientanda Irlane Maia de Oliveira, que fez sucesso.
Conheço dezena de campis universitários no Brasil e no exterior, mas provavelmente o Campus do Guamá é um dos mais lindos, com seus rios e igarapés e extensões de reservas de mata atlântica. Guamá vem de um vocábulo indígena e significa rio que chove.
Vale registrar que a Universidade Federal do Pará (UFPA) é uma universidade pública mantida pelo governo federal do Brasil. É uma das mais importantes instituições da Região Norte. A universidade possui mais de trinta mil alunos nos 340 cursos de graduação que oferece, nos campi de Belém, Abaetetuba, Altamira, Bragança, Castanhal, Cametá, Capanema, Marabá, Marajó e Santarém. Vários grupos de pesquisa de importância nacional fazem parte dos quadros da UFPA. Dentre as áreas de pesquisa mais destacadas encontram-se a Genética, as Geociências e as Neurociências.
A este registro auspicioso, é desagradável registrar que o Guamá é o mais populoso dos bairros de Belém com quase 100 mil habitante. É um dos bairros mais violentos de Belém. Algo desta miséria foi possível verificar, na manhã de segunda-feira, quando em vão esperávamos a abertura do campus.
Meus problemas de internet continuam críticos. Não é sem razão que esta edição circula tardiamente.

terça-feira, 20 de maio de 2014

20.- (DIS)SABORES BELENITAS


ANO
 8
BELÉM - PA
EDIÇÃO
 2779

A marca maior de meu primeiro dia em Belém foi a extensa participação no Seminário de Pesquisa I do curso de doutorado da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, da qual, ontem, fiz um pouco ciente meus leitores. É preciso dizer, que diferente de outras situações, ontem fui quase que exclusivamente ouvinte.
O esquema destes seis dias aqui consiste de falas plenárias pela manhã. À tarde os cerca de 30 doutorandos, da segunda turma que, que ingressaram em 2013, divididos em dois grupos, por linhas de pesquisa, apresentam seus projetos de investigação a uma banca da qual fazem parte o orientador, dois outros orientadores e um doutorando do grupo.
Ontem pela manhã, as atividades do seminário tiveram prejuízos, pois quando se chegou ao bucólico campus da UFPA, às margens rio Guamá, os quatro portões de ingresso estavam bloqueados por um movimento grevista. Centenas de estudantes, dezena de professores tiveram o acesso impedido. O mesmo ocorreu com participantes de pelo menos dois eventos nacionais. O Seminário da REAMEC foi transferido para um hotel. A universidade só foi reaberta no final da tarde.
A inauguração do evento foi com um nada ortodoxo hino nacional com diversos excertos executado por vários grupos musicais de Castanhal, a cidade amazônica da música e terra natal de José Carneiro, colaborador deste blogue. Que há uns anos me levou a conhecer sua cidade. A palestra matinal foi proferida pela professora doutora Rosália Aragão, que apresentou ‘Orientações utópicas sobre a postura doutoral’.
Hoje, as atividades retornam ao campus. É meu dia de maiores atividades. Pela manhã faço uma fala “Assestando óculos para ler o mundo natural” para alunos de licenciatura da UFPA, Esta atividade foi alçada a ser parte do seminário. A tarde Irlane Maia Oliveira, da UFAM, uma de minhas orientanda de doutorado, apresenta na linha de pesquisa Fundamentos e metodologia seu projeto: “Saberes primevos que sabem à extensão”. Ainda participo da pre-qualificação do projeto “A presença da perspectiva CTS no ensino de ciências nos anos iniciais: um olhar a partir das concepções dos professores e dos materiais de ensino utilizados na prática pedagógica no município de Itacoatiara/AM” que será defendido pela doutoranda Ethel Silva de Oliveira.
Se falei em (dis)sabores: os sabores foram reencontrar muitos colegas que não via há muitos anos e outros, que mesmo distantes há menos tempo, deu graças reencontrar. Também na mesma linha estão novos colegas que conheço, agora pela primeira vez. Palpitar nas bancas de qualificação, também foi saboroso.
Dissabores: não ter acesso ao campus. Há uma sensação de perda. Mas pior dissabor que isso: a difícil conexão de internet no hotel onde me hospedo e também naquele onde foi o evento ontem. Sonho com melhorias nos próximos dias.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

19.- EM BELÉM COM A REAMEC

ANO
 8
Porto Alegre / Belo Horizonte / Belém
EDIÇÃO
 2774

Quando esta edição entrar em circulação, estarei a 3 horas da chegada à Belém. Deixei Porto Alegre depois das 19h e em voo de um pouco mais de duas horas fui a Belo Horizonte. De Confins, uma hora depois, um voo de cerca de 3 horas leva-me ao aeroporto ao Aeroporto Internacional de Belém - Júlio Cezar Ribeiro, conhecido também como Aeroporto Val de Cans.
O nome do aeroporto homenageia um pioneiro da aviação na Região Norte - Júlio César Ribeiro de Souza, um paraense nascido em 18/06/1834, que iniciou estudos de balões e inventou o balão tipo fusiforme. Realizou seu primeiro voo experimental no Balão "Victória" nos céus de Paris em 08/11/1881.
O nome Val-de-Cans — talvez originado de uma região localizada em Portugal — aparece nos documentos de medição de terras já no começo do século 18. A fazenda Val-de-Cans, área onde está o aeroporto hoje, foi deixada em testamento por D. Maria Mendonça aos padres Mercedários em 1675. Posteriormente, por Carta Régia de 1798 foi autorizado o sequestro e venda dos bens dos padres, logo depois comercializado por terceiros.
Minhas ações em Belém nesta semana estão ligadas à Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática. A REAMEC é formada por 25 universidades e outras instituições de ensino superior dos nove estados da Amazônia Legal Brasileira: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Coordenado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a REAMEC possui polo no Pará, sob a coordenação da Universidade Federal do Pará (UFPA), e ainda um polo no Amazonas com coordenação da Universidade do Estado do Amazonas.
A REAMEC tem como objetivo formar 200 professores doutores nas áreas de Ciências e Matemática até 2020. Neste mês de maio houve os primeiros doutoramentos na Rede.
As atividades de meus alunos de Teorias do Desenvolvimento Humano no Centro Universitário Metodista do IPA — assistir a Homo Sapiens 1900 ocorrem com colaboração de minhas colegas Professoras Elisa da Silva e Cunha, coordenadora do Curso de Música, e Maria Cecília de Araujo Rodrigues e ainda do meu aluno Fernando Noguez, músico que produziu uma edição do documentário. Sou devedor de gratidão aos três.
Homo Sapiens 1900 é um documentário denúncia do diretor sueco Peter Cohen lançado em 1998 que foi construído a partir de arquivos de fotos e filmes na tentativa de narrar como a Europa na passagem do século 19 para o 20. Então se tentou estabelecer a eugenia e a limpeza racial como formas de aperfeiçoar o ser humano. Há relatos de estrema crueza e quase inverossímeis. 

domingo, 18 de maio de 2014

18.- NÃO FIZ A LIÇÃO DE CASA PORQUE...


ANO
 8
Livraria virtual em WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR
EDIÇÃO
 2777

Um domingo requer uma blogada fagueira e ligeira. Especialmente este, pois terminará em um voo Porto Alegre/Belo Horizonte/ Belém. Lá durante a semana tenho atividades na REAMEC- Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática.
Esta edição é produto de dois temas trazidos mais recentemente. Nos dias 25 de abril e 09 de maio comentei aqui acerca de oficina de escrita: A arte de escrever Ciência com arte.  Dizia que aceito o mote: ‘aprende-se a escrever, escrevendo’ há um pressuposto: ‘ler é preciso’. Defendo a importância de lermos ficção, mesmo que estejamos assoberbado pela leitura e escrita de textos acadêmicos.
Nestas oficinas de escritas há a produção individual e conjunta de textos acadêmicos. Catalisado por livro bem-humorado e com ilustrações divertidas, “Não fiz minha lição de casa porque...” comentado aqui no último dia 7 de maio, fizemos um pequeno exercício de escrita de ficção. Brindo meus leitores com resultados:
Não fiz a lição de casa porque...
... sai para passear no parque com meu cão, Fred que é uma mistura de vira-lata com labrador quando encontrei uma amiga que também passeava com seu cão, uma linda labradora cor de mel chamada Chanel. Houve entre eles um encantamento imediato. Não tive coragem de separá-los. O tempo passou e quando vi... (Lilian, socióloga)
... quando fui começá-la, iniciara um conflito armado entre as letras e os números pela conquista do poder do conhecimento e isto me envolveu. (Samuel, jurista).
.... o piloto automático que tenho no meu carro levou-me para trabalhar em uma praia deserta, não tinha celular e muito menos internet, impossível fazer a lição de casa. (Felipe, educador físico).
... o meu computador resolveu entrar de férias. Ele disse: “Não ligo mais, enquanto você não passar o antivírus e atualizar o word. Estou sendo usado demais para correção de atividades acadêmicas e leitura de teses e dissertações sobre Terapia Comunitária Integrativa" (Karina, enfermeira).
Mas ao lado destes quatro textos ficcionais, recebi esta semana uma mensagem de um aluno pedido para transferir um encontro de orientação. Pensei tratar-se de uma resposta ao exercício anterior. Não sei se a ficção imita a realidade, ou é a realidade que parece ficção. Vale conhecer:
Caríssimo professor Attico, venho por meio desta mensagem eletrônica averiguar a possibilidade de nosso encontro ser transferido para outro dia desta semana. A minha cadela quebrou a unha e tive que levar ao veterinário, o sangramento foi muito intenso e atingiu o canal. Precisará ficar em observação e amanhã não tenho ninguém que possa fazer isso no horário de nosso encontro, visto que sairei cedo da manhã e voltarei para a casa por volta das 16h. Desculpa desmarcar mais um encontro, tenho certeza que tu entendes. Um Abraço Luz e uma ótima semana, Bruno, (músico)
Nestes tempos de cães com status alçados, entendi. Encontramo-nos em outro dia, quando vi fotos da adoentada. Só resta dizer um muito bom domingo para cada uma e cada um.