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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

24.- DESCULPE... O SISTEMA ESTÁ FORA DO AR.



Ano 7*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2275
A meia noite se avizinha. Mais um pouco soarão as 12 badaladas. A Cinderela, em fuga, segura, com uma mão, o rodado de seu vestido para não cair na longa escadaria ao deixar o baile e com outra perde um dos sapatos que descalçara para ser mais ágil.
E eu não tenho nada pronto para o blogue.
Parecia um começo poético. Só que não vingou, dirá alguém. O cansaço me vence e me joga às cordas. A meia noite passa. A carruagem não vira abobora.
Os leitores não hão de aceitar explicações: o editor foi vencido e não tinha o que escrever. É preciso publicar algo. Contar do dia. Aceitemos que o blogue pode às vezes ser um ‘diário de mestre escola’.
Poderia contar que de repente, na meia tarde, chegaram os ventos de finados. As plantas foram desvestidas. O chão toldou-se de folhas. Estas invadiram a casa.
Faltava assunto para escrever e pior faltava internet para postar um escrito que poderia surgir de um possível embrião. Não ter internet pode brochar o escritor. Absolve-o de não ter nada publicar. Não é ele o culpado.
Isso se parece com algo que hoje é corriqueiro em nosso cotidiano. Desculpe. Não podemos marcar sua passagem... o sistema está fora do ar. Os voos não podem decolar... o sistema está fora do ar. Seu pagamento não pode ser concretizado... o sistema está fora do ar.
Boa noite, o blogue não pode ser postado hoje... o sistema está fora do ar. Talvez pela manhã, se não tiver tanto vento, pois agora... o sistema está fora do ar.
 Esta manhã mensagem assim: [...] e fui direto ao blog, para te ler. Então, vem a preocupação a edição de quarta-feira não estar no ar. Tomara que seja mesmo só uma pre-ocupação.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

23.- ALGO DA RECENTE HISTÓRIA DA MEDICINA



Ano 7*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2274
A comemoração dos duzentos anos de uma das mais importantes revistas de medicina enseja em artigo de Drauzio Varella, publicado na contracapa da Ilustrada da Folha de S. Paulo deste sábado, 20 de outubro, que conheçamos que apenas no início do século 20 surgiram as técnicas de assepsia e os rituais nas salas de operação.
É de surpreender, como em tempos tão próximos, ainda se convivia com práticas quase do medievo. O texto permite conexões com assuntos de História da Ciência tantas vezes presentes aqui. Vale fruí-lo e ver as vantagens que temos em relação a nossos antepassados não tão distantes.
Nota: Textos entre colchetes [...] e ilustrações são do editor do blogue.
Duzentos anos de medicina "The New England Journal of Medicine", a revista de maior circulação entre os médicos, completa 200 anos. Publicado em 1802 [provavelmente um equívoco; deve ser 1812], o primeiro número trazia um artigo de John Warren (1753-1815), um dos fundadores da Harvard Medical School. Nele, o médico descrevia os sintomas e o tratamento de um religioso que se queixava de dores fortes no peito, aos menores esforços.
Do ponto de vista científico, a descrição dos sintomas de insuficiência coronariana é impecável, mas o tratamento realizado é de assustar. O paciente, um "clérigo pletórico", [= relativo à pletora; superabundância de humores ou sangue] foi tratado com estimulantes, sangria e aplicações locais de éter. Em seguida, "recebeu novas sessões de sangria, ópio, laxativos poderosos e agentes cáusticos aplicados sobre a pele do esterno".
Como os sintomas persistiram, Warren tentou uma resina de asafétida — planta caracterizada pelo odor pútrido — e aplicou nitrato de prata nos braços e nas coxas, com a intenção de abrir fissuras na pele para drenar os maus fluidos.
Embora sejam consideradas absurdas, é preciso entender que essas práticas pareciam sensatas numa época em que os médicos e a população acreditavam que os estados de saúde e doença dependiam do equilíbrio entre o fluxo dos quatro humores corpóreos: sangue, fleuma, bile negra e bile amarela.
Para eles, um bom remédio deveria provocar sintomas suficientemente intensos para restaurar a harmonia entre os humores. Por exemplo, alguém convencido de que suas agruras resultavam do mau funcionamento dos intestinos, sentiria alívio ao receber vomitórios e laxantes. Eram os tempos da "medicina heroica", segundo a qual quanto mais grave a enfermidade, mais agressivo o tratamento.
Em 1812, o "The New England" recomendava "sangria copiosa" nos casos de ferimento por arma de fogo, estratégia bizarra, mas que conseguia diminuir os sinais de inflamação e a temperatura corpórea, dando a impressão de que não ocorreriam complicações supurativas ou gangrena. O mesmo procedimento era indicado para abaixar a febre da malária.
Ainda na primeira metade do século 19, o francês Pierre Louis (1787-1872) criou o "método numérico", ao comparar dois grupos de pacientes com pneumonia tratados com ou sem sangria, sem encontrar diferença na evolução entre eles.
A partir daí, a filosofia de ceticismo que tomou conta da prática médica encontrou em Oliver Holmes (1809-94) sua maior expressão. Em 1860, ele afirmou: "Se toda a matéria médica, como hoje é empregada, fosse afogada no fundo do mar, seria muito melhor para a humanidade -e muito pior para os peixes".
Essa postura niilista, no entanto, jamais se tornou popular, porque nenhum médico encontra permissão moral para cruzar os braços diante do sofrimento humano.
Em 1846, a revista publicou o artigo em que William Morton (1819-68) descrevia a anestesia com éter. A descoberta, no entanto, demorou mais de cinquenta anos para revolucionar a prática cirúrgica, porque os cirurgiões precisavam decidir se a analgesia justificava os riscos de morte por septicemia.
Apenas no início do século 20 surgiram as técnicas de assepsia e os rituais das equipes nas salas de operação, responsáveis pela redução das complicações infecciosas.
Em 1912, quando a revista completou cem anos, Paul Ehrlich (1854-1915), em Berlim, sintetizou um composto dotado de ação contra a sífilis, o Salvarsan. Foi a primeira prova do conceito de que os medicamentos deveriam ser específicos para a doença e não para cada doente em particular.
A descoberta teve impacto limitado, porque a especificidade do Salvarsan era mais teórica do que empírica. Apesar de beneficiar alguns pacientes, a droga provocava efeitos colaterais intensos e não agia em todos os casos de sífilis.
O pioneirismo do Salvarsan também se manifestou ao expor pela primeira vez as limitações da abordagem reducionista em medicina: a sífilis não se restringia ao Treponema pallidum, envolvia comportamento sexual, aspectos morais e discriminação social. Destruir a bactéria era condição necessária, mas não suficiente para combater a epidemia.
A revolução da farmacoterapia ainda levaria pelo menos trinta anos para acontecer. Apenas na década de 1950, cerca de 4.500 drogas novas entraram no comércio, nos Estados Unidos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

22.- KINDER versus AVENIDA BRASIL



Ano 7*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2273
De repente, na noite da última sexta-feira, especialmente, quando me deslocava do encerramento do 32º EDEQ no Planetário da UFRGS para atividade acadêmica no Centro Universitário Metodista do IPA, me senti um alienígena.
Noticiava-se (já ouvira, algo nos noticiosos ao desjejum) que o Brasil ia parar, devido ao imprevisível final de uma novela. Falava-se que o país teria colapsação de energia. E eu não sabia nada do assunto. Sinto uma sensação de excluído quando não entendo de uma notícia.
Era informado que naquela noite terminaria uma novela. Soube então o título da mesma. Será que teria ver aquela desgrenhada e quilométrica avenida que se serpenteia lentamente quando se chega ao Galeão, ou melhor, ao ‘Aeroporto Maestro Antônio Carlos Jobim’ na Cidade Maravilhosa, que no percurso da Avenida Brasil não assim tão maravilhosa.
Quando se dizia que o Brasil inteiro parava, professores e mestrandos ouvíamos de dois muito competentes profissionais, durante aula no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão apresentar a “Kinder”.
Não sei das emoções que teve o encerramento da novela, mas para mim jamais me impactariam como ao saber, pelos depoimentos de Carla Rejane Crixel Fernandes e Guilherme Barnasque Duarte, que desde 1988, há em Porto Alegre uma instituição presta atendimento interdisciplinar a bebês, crianças e adolescentes portadores de deficiências múltiplas, sem condições financeiras. Ela é a única no gênero que oferece educação especial para deficientes múltiplos com comprometimento grave, integrando a reabilitação e habilitação.
A Kinder acredita no potencial de aprendizagem do ser humano, independente do grau de lesão física, sensorial ou mental, propiciando a estas crianças e jovens o direito de ir à escola (www.kindernet.org.br).
Parece não haver dúvidas que pelo menos uma fração de brasileiros na noite teve uma programação muito mais relevante. Mas ontem minha leitura de jornais me atualizou um pouco.
Os noticiosos contaram que o último capítulo de Avenida Brasil, exibido nesta sexta-feira pela Globo, teve muitas emoções. Carminha confessou ter matado Max, foi presa, saiu da cadeia três anos depois e foi recebida por Lucinda no lixão. Se reconciliou com Nina e Jorginho. Cadinho acabou casando oficialmente com suas três mulheres, que largaram Jimmy após uma discussão – elas queriam só dinheiro e ele se+xo.
Realmente ‘emocionante’. Mas li mais: a novela 'Avenida Brasil' ganhou destaque na mídia internacional
Rendeu assunto também para a mídia internacional. O site do jornal britânico “The Guardian” destacou o fato de a presidente Dilma Rousseff ter adiado o comício que faria com Fernando Haddad, candidato do PT à prefeitura de São Paulo, para não perder quórum por conta da novela (o evento aconteceria no mesmo horário, às 21h). O assunto ainda rendeu reportagens no site da BBC da América Latina e Caribe.
O jornal francês “Le Figaro” creditou a popularidade da novela ao “inovador” retrato da ascensão social dos brasileiros. “O Brasil está apaixonado por uma novela”, defendeu a publicação logo no título.
Realmente, há que por reserva a manchetes consagradas como estas: “O Brasil inteiro pulou carnaval durante três dias” (nos jornais de quarta-feira de cinza); “O país inteiro parou para assistir o jogo do Brasil” (recorrente durante a Copa do Mundo); “Nesta sexta-feira todo o Brasil aguarda emocionado para saber quem...” (nos noticiosos de 19OUT2012). 

domingo, 21 de outubro de 2012

21.- FOI UM SÁBADO PARA DESPEDIR O ‘OLÍMPICO



Ano 7*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2272
Esta blogada dominical faz um registro histórico: ontem, com a Ana Lúcia e o Eduardo, filha e genro, e meus netos Guilherme e Felipe, fui despedir-me do Olímpico Monumental. A 48 dias da inauguração da Arena (8 de dezembro) esta cresce com a impressionante velocidade de 3.700 operários.
Há ainda 4 jogos no Olímpico e nas últimas semanas uma mania movimenta aficionados ou não: despedir-se do Olímpico Monumental, inaugurado em setembro de 1954. Eu, que há talvez 35 anos, não ia uma partida de futebol, acompanhei com muita alegria a Ana Lúcia seu trio.
As emoções começaram no final da manhã, quando com a Clarissa e a Carolina fomos comprar os ingressos. As comemorações se encerraram com um retorno em quase silenciosa caminhada, com parte das 24 mil pessoas que sofreram no estádio. Viemos a pé até a João Pessoa com a Princesa Isabel.
Sim, o clima era de frustração. Os golos, orgasmos do futebol, não houve. E como os ‘quase-golos’ não contam, mesmo que houvesse pelo menos meia-dúzia, tudo terminou em zero a zero.
Mesmo que uma hora antes de iniciar já estivéssemos acomodados, os 90 minutos passaram nervosos e rápidos. Esta domingueira se completa com um registro imagético de ontem. A este se adita votos de um bom domingo — de 23 horas — a cada uma e cada um.

sábado, 20 de outubro de 2012

20.- ENCICLOPÉDIAS: ¿QUE REVOLUÇÃO?



Ano 7*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2271
Vivo um sábado esperado que encerra uma de minhas mais densas semanas: três eventos com falas em Joinville, Rio Grande e Porto Alegre; aulas na graduação e na pós-graduação, tudo isso imerso em 28 horas de ônibus. Realmente é preciso um sábado para curtir evocações de tantos amigos: uns reencontrados e outros aditados.
Vestibularmente faço referência ao 32º EDEQ que nestas 5ª e 6ª feiras foi assunto aqui. Na manhã de ontem envolvi-me com um dos 21 minicursos que cadeiras extras (as salas do IF-RS Tem lotação para 40 lugares). A tarde assisti temas em debates e apresentações orais.
Dois detalhes — ao lado do destaque a excelente densidade teórica do evento e excelente organização —: 1) o numero de jovens participando do evento, o que traz expectativa de continuidade; 2) o espraiamento para além das fronteira do RS de um evento estadual, com participação de mais uma dezenas de estados incluindo Norte e Nordeste.
Na clausura houve uma homenagem ao Roque Morais, na presença de sua filha Márcia, revisitando a presença do Roque desde o 1º EDEQ, na PUC em 1980 a participação do 31º em Rio Grande no ano passado, que já não pode assistir.
Ainda o anúncio sempre esperado — onde nos encontraremos em outubro de 2013 — o 33º será na Unijuí. Ainda fui a aulas no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão e valeu muito.
Mas guardo a tradição: as edições sabáticas são para falar em livros. A busca de assunto para tal levou-me a enciclopédias. Quando olhamos o mundo do trabalho encontramos profissões que alguns de nós vimos surgir e desaparecer; por exemplo: perfurador de cartões. ¿Outra? Vendedor de enciclopédias? E como eram tentadoras suas ofertas. Como sonhávamos adquirir coleções que hoje não quereríamos nem de graça. Não temos mais espaço para alojar 20 volumes que nem se abre uma vez por ano.
Mas não precisar mais ter enciclopédia(s) — logo desatualizadas. Ou mais recentemente em versão digital, com custo para atualizações. Isto me enseja contar algo desta semana. Mas antes um alerta.
Como não tenho compromissos evangélicos, mesmo que usualmente me agrade seguir tais recomendações, hoje desobedeço uma delas: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” Mateus 6:3
Isto posto, estou justificado para fazer pública mensagem que recebi:
Caro Attico,
Você é maravilhoso. Muito obrigado pelo seu donativo para a Fundação Wikimedia!
É assim que pagamos as nossas contas -- são pessoas como você, doando cinco euros, vinte euros, cem euros. O meu donativo favorito no ano passado foram cinco libras de uma menina em Inglaterra, que havia persuadido os seus pais para que lhe permitissem doar a sua semanada. São pessoas como você, juntamente com essa menina, que tornam possível que a Wikipédia continue a disponibilizar o acesso gratuito e fácil a informação imparcial, para toda a gente por todo o mundo. Para todos os que ajudam a pagá-la, e para aqueles que não podem ajudar. Muito, muito obrigado.
Eu sei que é fácil ignorar os nossos apelos, e fico contente por você o não ter feito. Em meu nome, e em nome das dezenas de milhares de voluntários que escrevem a Wikipédia: obrigado por nos ajudar a fazer do mundo um lugar melhor. O seu dinheiro será usado cuidadosamente, e quero agradecer-lhe a confiança que deposita em nós.
Obrigada,
Sue Gardner
Diretora Executiva da Fundação Wikimedia