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terça-feira, 31 de julho de 2012

31.- UM CONVITE PARA SABOREAR CAJUINA


Ano 7*** TERESINA ***Edição 2190
Ontem à noite, depois de mais de 30 horas no hotel, à convite da diretoria da ABQ, saí para jantar e ver um pouco de Teresina. Valeu bastante conhecer um pouco da cidade e também saborear bons peixes com colegas que estou conhecendo aqui.
Hoje pela parte da manhã, assisti a apresentação de alguns trabalhos tanto em pôsteres como em exposições horais. Surpreende-me a ênfase do número de trabalhos na linha de jogos pedagógicos. Ainda na mesma orientação, pela manhã assisti a palestra “Uso de jogos em ensino de química: teoria, métodos e aplicações” pelo Prof. Dr. Márlon Herbert Flora Barbosa Soares – UFG, que me surpreendeu pela densidade teórica.
A tarde proferi para cerca de uma centena de participantes a primeira de duas sessões do curso “História e Filosofia da Ciência catalisando propostas indisciplinares”. Antes, tive uma muito gostosa surpresa: todos os 47 livros (de meus sete títulos) que trouxe foram vendidos em poucos minutos. Cada um deles atenciosamente autografados e em sua maioria acompanhados de fotografia com o autor e o adquirente. Sou grato ao Prof. Davi Silva da UFPI, por ser um muito competente livreiro.
Estando na ‘Terra da Cajuína’ queria oferecer um pouco de cajuína a meus leitores. Preparada de maneira artesanal, a cajuína é muito comum nos estados do Ceará e Piauí. Foi inventada em 1900 pelo farmacêutico, cearense por adoção, Rodolfo Teófilo (*Salvador, 1853 + Fortaleza, 1932) que pretendia com ela combater o alcoolismo. Ele a via como um substituto benévolo da cachaça. A Cajuína, adotada como símbolo cultural da cidade de Teresina, é considerada Patrimônio Cultural do Estado do Piauí.
A Wikipédia ensina que a produção da cajuína é feita através dos seguintes processos: Extração do suco do caju // Filtração // Adição de gelatina (para a retirada da substância que dá a sensação de "travamento" na garganta) // Separação dos taninos // Clarificação.
A bebida não é um refrigerante. Ela não é uma bebida gasosa. Em média, 200 ml de cajuína têm 62 kcal.
A cajuína ganha agora uma versão orgânica. O suco bem leve de caju, com muitos nutrientes, começa agora a fazer sucesso no resto do país, pois alcançou o melhor sabor com a mistura de três espécies de caju. “Ela dá um sabor específico. Um sabor bem característico da nossa cajuína em relação à cajuína de outras regiões”, diz um empresário piauiense.
No Piauí, a população comemora a safra do caju. A castanha é vendida para o mundo inteiro e o fruto é usado para produzir a bebida mais popular da região - a cajuína - 400 fábricas fazem 4 milhões de garrafas por ano.
Para conquistar os consumidores, empresários fazem vários testes. Preparar essa mistura dá algum trabalho. As frutas são colocadas em um tanque. Uma solução de água clorada elimina fungos e bactérias. Na linha de produção, o caju é triturado e filtrado. Depois, é só encher as garrafas.
Em um tacho, a cajuína chega ainda transparente. A temperatura da água é de cem graus. O calor carameliza a frutose — que é o açúcar da fruta. Depois de 150 minutos, a bebida fica amarela. E está pronta para o consumo. O processo inteiro de produção leva apenas seis horas. Isso garante uma cajuína com alto teor de vitamina C.
“A cajuína tem cinco vezes mais vitamina C do que um suco de laranja, por exemplo. Um copo de cajuína supre a necessidade diária de vitamina C de um adulto em duas vezes e meia, além de cálcio, fósforo, ferro e outros nutrientes que existem em quantidade menor”, afirma um produtor.
Espero que tenham gostado. Desde que estou aqui, elegi cajuína como a bebida de cada refeição. Estou apreciando.

9 comentários:

  1. Querido Attico,

    que saudades despertastes ao falar da cajuína. Não só no Piauí e Ceará as tubaínas (dentre as quais, a cajuína) estão espalhadas. Eram bastante comuns pelo Nordeste todo, principalmente antes da massificação do refrigerante em nossas terras. Com a chegada dos produtos comerciais, as tubaínas foram sendo esquecidas e deixadas em um posto "menos nobre" do que seus concorrentes.

    Durante os anos dourados do plantio da laranja em Sairé, um parente produzia e engarrafava uma tubaína derivada deste fruto cítrico.

    Obrigado por me possibilitar essas reminescências.

    Grande abraço.

    PAULO MARCELO

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  2. Bom dia mestre, seu relato remeteu-me a lembranças de trinta anos atras quando estive no nordeste pela primeira vez e experimentei a cajuina. Lembro-me de ser alertado que o primeiro contato não seria muito promissor, e realmente a primeira vista achei horrível. Depois o sabor foi me conquistando e em pouco tempo estava apaixonado pela bebida. Infelismente tambem vemos hoje em dia a consequencia das bebidas alternativas no nosso suco de laranja.

    abraços

    Antonio Jorge

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  3. Caro Chassot,
    percebi o professor de Química explicando o preparo da Cajuína - não há como separar. Confesso que fiquei curioso para descobrir o sabor da bebida, já que só tomei o suco do caju. Quem sabe um dia vou a Teresina para descobrir, in loco, o sabor da bebida da terra.
    Um abraço,

    Garin

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  4. Limerique

    Qualquer viagem do Chassot educa
    Nossa imaginação ele cutuca
    É um viageiro
    Com tiro certeiro
    Nesta se apresenta de mestre cuca.

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  5. Obridada pelo convite à cajuína, mas ainda insisto que na minha terra, o Acre, tem muitos pratos ainda mais saborosos.Vale conferir. um abraço.

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  6. Grande mestre Chassot, muito esperava por esse momento de estar com o senhor. Hoje em particular o senhor pôde sentir calorosamente a nossa Teresina, pois minha mão queimava quando cheguei perto do senhor, foi muito gratificante poder passar esses dias de congresso com o senhor..e com maior prazer e grande admiração q tenho pelo senhor q digo q conhece-lo foi muito especial para mim. Nunca, nunca vou esquecer!Não consigo expressão com palavras o q sinto pelo senhor ...nossa!!! As palavras fogem , minhas pernas tremem, esperava muito por esse dia, estava contando os dias para conhecê-lo. Não acredito q conheci, não sabe o quanto é especial para mim, e agora vou ler e reler o livro, sempre lembrando dos momentos passados!! Obrigada pela atenção que teve, e obrigada por ser tão carinhoso e atencioso! Como já sabe tem uma leitora n° 1 aqui em Teresina!!! E agora ainda mais apaixonada ao ler o seu livro. Ah, e a foto eu vou ampliar e colocar no meu quarto mesmo!!
    um grande abraço , e um beijo! Valdelice Cruz-UFPI.

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  7. Quanta honra ter a ilustre presença deste Mestre em nossa terra!
    Abraço.
    Ingrid - UFPI

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  8. Grande Mestre foi um prazer indescritoível conhcê-lo, adorei a palestra e o minicurso. Seus livros são incríveis. Sò lamento não poder assistir a palestra de amanhã na UESPI, sou do interio do estado e tenho que voltar pra casa. Espero que tenha gostado do nosso estado.

    Francisco Andrade

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  9. Boa Noite, Professor.

    Quero mais uma vez agradecê-lo pela disponibilidade em ajudar. Sou Fábio, professor do IFPI (aquele dos dias da semana em grego, lembra?). Como falei para o senhor, já ministrei algumas vezes a disciplina de História da Química no curso de licenciatura em Química do IFPI e busco melhorar a disciplina para contornar certas dificuldades que meus alunos encontram. Uma delas é a localização no espaço e no tempo, pois muitos alunos não tem noção de quanto tempo transcorreu, por exemplo, entre o apogeu das cidades-estado da Grécia e o fim da idade média ocidental. Também demonstram não terem noção das dimensões dos grandes impérios ou mesmo a localização dos centros urbanos importantes de cada época. Quando detecto isso, acabo dedicando a aula mais à história geral e à geografia do que deveria. Outra dificuldade (e talvez a maior delas) é a resistência dos alunos em desconstruir a noção de desenvolvimento linear do conhecimento, o que compromete, a meu ver, o próprio entendimento do que é e para que serve a História da Ciência. No próximo semestre (que só Deus sabe quando vai começar) vou ministrar novamente essa disciplina e já andava preocupado com a maneira de conduzí-la, mas vi nas suas palestras uma chance de começar a contornar as dificuldades.

    Certo de sua ajuda, aguardo resposta.

    Um abraço!

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