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sábado, 21 de julho de 2012

21.- DICA SABATICA EM DIA DE TRANSLADOS



Ano 6*** SALVADOR ***Edição 2180
Mais um ENEQ terminou. Na minha fala de ontem, como nas duas outras, aproveitei para ampliar as denúncias contra as exigências descabidas dos CEPs, que com os exigentes TCLEs entravam pesquisas.
Na assembleia de encerramento foram apresentados e aprovados por aclamação, aplaudida de pé, dois manifestos de repúdios: um, ao governo estadual da Bahia, pelas injustiças que comete contra professoras e professoras, há 101 dias em greve, que já vivem dolorosas privações e outro, ao governo federal, pela calamitosas situações das universidades e institutos federais, há mais de dois meses de greve.
Hoje é um sábado de translados. Deixo Salvador na metade da manhã, para chegar, depois de uma escala em Guarulhos, à Porto Alegre na metade da tarde. À noite viajo a Buenos Aires, onde devo chegar quase no ocaso deste sábado.
Cumpro os rituais sabáticos: neste blogue é usual oferecer uma dica de leitura. Refiro isso, pois aqui em Salvador amealhei novos leitores.
Na madrugada de quarta-feira, quando iniciava a partida, disse-me: ‘Falta algo para leitura de bordo!’ Corri olhos em aquisições mais recentes. Precisava algo leve: material e espiritualmente. Elegi um que havia comprado em ‘queima de estoque’ em uma livraria virtual. Parecia palatável.
Como em meu voo não era permitido abrir um notebook, pelo ensardinhamento a que são submetidos os passageiros, pude em diferentes momentos de Porto Alegre/Guarulhos/Salvador ler Os Wessel, uma história sem cortes, que em 200 páginas ilustradas com fotos de época, narra a saga da família desde a vida nos campos de concentração durante a II Guerra Mundial à fuga da Hungria ao Brasil em 1956. Conclusão: acertei, na eleição da leitura de bordo e por tal ela se faz dica de leitura deste sábado viajor.
WESSEL István. Os Wessel, uma história sem cortes. São Paulo: Francis, 2004. 202p, 235X163x16mm. (Preços variados em diferentes mercados na Internet) ISBN 85-89362-38-8
István Wessel pertence a quarta geração de uma família de açougueiros húngaros e que elevou à categoria de grife e hoje pertence a história das carnes e das letras no Brasil.
Dedicou-se sempre a promover a marca através de constantes inovações no ramo das carnes e paralelamente, nos últimos vinte anos, trabalhando como colaborador em jornais, revistas, rádio e televisão da chamada grande imprensa.
Entre suas atividades ele destaca em sua página: Diretor da Carnes Wessel e Colunista na BandNews FM. Cursou Administração na FGV e Hotelaria em Cornell – USA.
Além do resenhado aqui hoje publicou: Segredos da Família Wessel - O livro sobre carnes - São Paulo: Melhoramentos; Cozinha Húngara - São Paulo: Melhoramentos; Wessel - Os segredos da carne - São Paulo: DBA & Melhoramentos; Churrasco - Dando nome aos bois - São Paulo: Cia. Editora Nacional e Chefes do coração (co-auotria) - São Paulo: Ateneu.
Livro hoje trazido como sugestão foi lançado em 2004 pelo gourmet e empresário e mostra a saga de sua família húngara que trouxe uma tradição centenária, no envolvimento com carnes que faz sucesso hoje.
Trouxe algo do autor. Para dizer do livro, trago excertos de um texto de Carlos Sambrana
O ano: 1933. O endereço: Tata, uma pequena aldeia na Hungria. Ali, o jovem Lázló Wessel, de 18 anos, participava de um exame público para provar que era um açougueiro completo, capaz de trabalhar com todos os tipos de carne. Era um evento que mobilizava toda a cidade. Lá estavam os “hentes” (profissionais especializados no corte da carne de porco) e os “mészaros” (mestres no trato bovino). Um time de jurados avaliava o desempenho do rapaz. Se bem-sucedido, teria a tão esperada permissão para trabalhar no ofício. Numa das provas, deveria, com suas próprias ferramentas, abater um boi, um vitelo e um porco. Em seguida, tinha de retalhá-los, preparar os variados tipos de frios e ainda realizar um teste de atendimento no balcão. Passou no desafio, o mesmo realizado por seu pai e seu avô um século antes, com louvor. Lázló virou gente grande.
Um corte no tempo. 2004, São Paulo. O filho de Lázló, István Wessel, também teve que provar o seu talento no trato com as carnes. Hoje, ele é um dos únicos em todo o Brasil a servir comida de primeira em restaurantes cinco estrelas e lanchonetes com hambúrgueres. Nas duas pontas, transformou-se em referência para seus pares. Mais do que isso, trouxe para o século 21 a destreza que corre no sangue da família Wessel desde 1830. São quase duzentos anos de segredos passados de pai para filho. Detalhe: a profissão aparece gravada nas certidões de nascimento dos membros do clã. Algumas das histórias marcantes desta dinastia de açougueiros pode ser acompanhada no recém-lançado livro Os Wessel, uma história sem cortes. Em 200 páginas ilustradas com fotos de época, István narra a saga da família desde a vida nos campos de concentração durante a II Guerra Mundial à fuga da Hungria comunista em 1956. A partir daí, a vida no Brasil é uma história de sucesso. “Não tinha a idéia de publicar um livro”, diz István Wessel. “Só queria deixar as recordações para a família.”
Se a Hungria perdeu um dos maiores especialistas no corte de carne, o Brasil ganhou muito com a chegada dos Wessel. Vale apena conhecer uma história que tem muitos cortes.

4 comentários:

  1. Caro Chassot,
    ainda é madrugada, mas o teu blog me despertou a vontade de fazer um churrasco. Desejos à parte, o livro de Wessel aponta para uma característica do povo brasileiro que prezo muito: acolhimento à diversidade! Espero que nunca venhamos a abandonar essa cordialidade. E que seja aperfeiçoada!

    Um abraço,

    Garin

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  2. Caro Chassot,
    Dica excelente, vou lembrar de procurá-lo na internet. Bom fim de semana, JAIR.

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  3. Costumes tradicionais de família enriquecem a cultura e perpetuam práticas e conhecimentos através dos tempos, pena constatar que o mundo moderno não dá o devido mérito a estes valores. A globalização aproxima e nivela os costumes, o modismo leva ao jovem a "enterrar" suas raízes e a imitar um estilo único, padronizado.

    Abraços

    Antonio Jorge

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  4. Olá mestre! Muito interessante esta dica. Já troquei e-mails com o Sr. Wessel, que foi muito simpático comigo. Desconhecia que ele era um escritor. Muito bom! Abraços

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