Ano
6*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2173
A data de hoje:
14
de julho evoca 1789, momento de um dos maiores
feitos da história ocidental. Ainda hoje parece que deveríamos sonorizar esta
edição com a Marselhesa. Já na minha infância inquiria acerca do porque o Grupo
Escolar de Montenegro ter uma data como nome: G.E. 14 Julho. Depois,
ainda na minha infância, o nome universal foi mudado para Delfina Dias Ferraz.
Pesquisei para saber quem fez o nome histórico ser defenestrado. Não encontrei
referências outras que à Escola de Ensino Médio e a uma rua em Montenegro.
Agradeço a algum montenegrino a informação.
A sugestão de
leitura deste sábado é diferente das usuais. Trata-se de um livro do qual li
apenas resenhas e uma entrevista com seu autor. Penso que o assunto merece
nossa atenção, para não passarmos por ingênuos.
DEVEMOS CONFIAR no Google?
Não! é a resposta
de Scott Cleland. Ele é
um tiranossauro rex disfarçado de cordeiro. É assim que o estadunidense Scott
Cleland enxerga o Google: uma empresa que todos pensam ser inofensiva, mas que
tem um apetite voraz por informação.
No livro Busque e Destrua – Por que você não pode
confiar no Google, Cleland, que já testemunhou três vezes no congresso dos
Estados Unidos contra a empresa, alerta para o lado desconhecido da empresa,
baseado em coleta de informações e na anulação da privacidade. Ele alerta para
as ameaças a liberdade individual, democracia e até soberania dos países. Nesta
semana, em viagem de lançamento do livro no Brasil, o autor falou para a jornalista
Marina Goulart de Zero Hora. A seguir a integra da intrevista.
Zero Hora – Por que o senhor parte em
ataque ao Google no livro Busque e
Destrua? Capa do livro
mostra o tiranossauro "vestido" como um cordeirinho
Scott Cleland – Todo mundo
sabe as coisas maravilhosas que o Google faz. É o melhor mecanismo de pesquisa.
Mas o que as pessoas não sabem é o outro lado da história. O que fiz no livro
foi explicar desde a perspectiva do consumidor o que o Google faz em relação a
eles. O Google acha que tudo que a empresa faz de bom dá a permissão para que
faça coisas que são erradas. Será que o Google respeita a sua privacidade? A
resposta é não. Respeita sua propriedade? Não. Promove a segurança? Também não.
É um monopólio? Sim.
ZH – Estamos abrindo mão da nossa
privacidade muito barato?
Cleland – Sim. Eu acredito muito em
privacidade. Se você não tem privacidade, não tem segurança, identidade ou
dignidade. Se o Google sabe tudo sobre você e você não sabe nada sobre o
Google, não é um equilíbrio justo. O Google dá às pessoas excelentes serviços grátis,
mas não explica honestamente do que você está abrindo mão em troca desses
serviços. O problema não é o que o serviço faz de bom, mas o fato de ele não
ser honesto e de ser um monopólio predatório.
ZH – Mas existem outras empresas que são
questionadas a respeito da privacidade, como Apple e Facebook. Por que focar as
críticas no Google?
Cleland – O Google é diferente porque
tem uma missão única de organizar toda a informação do mundo. A Apple quer ter
o melhor produto, mas não é acessível para todo mundo. O Facebook quer ser a
melhor plataforma de mídia social. Mas este tipo de serviço é só uma fatia. O
Google quer o bolo todo. O Facebook tem problemas sérios de privacidade, mas
não tem o problema do monopólio e das práticas antitruste.
ZH – E o que o usuário comum pode fazer?
Não é fácil evitar o Google.
Cleland – É muito difícil. Eu uso o
Google, às vezes. Mas só quando decido que estou disposto a abrir mão de certas
informações. É muito difícil escapar do Google porque eles são um monopólio e
eles rastreiam você mesmo quando você não usa serviços do Google. Os cookies
duplos rastreiam onde você vai pelo Google Maps, por exemplo. A maioria das
pessoas não tem nenhuma ideia e é inimaginável quanta informação o Google
coleta, porque não há nenhuma empresa que tem a missão de coletar toda a
informação do mundo, que inclui todas as informações pessoais de todos os
indivíduos.
O google daria um tema excelente para um livro de George Orwell
ResponderExcluirEm tempo: curiosamente, tive uma queda na lembrança e fiquei inseguro, não tendo certeza de como escrveria o nome correto de Orwell. Fui ao Google confimar!
Caro Chassot,
ResponderExcluirtu e eu já conversamos, uma vez, sobre essa questão de privacidade. Tenho quase a mesma opinião: não preciso "resguardar" minha privacidade porque não tenho o que esconder. Bem antes do Google, a privacidade dos humanos já era controlada por senhores aristocratas e por governos autoritários com suas "polícias" de plantão.
Na verdade, tanto os governos quanto o mercado se perde no meio da multiplicidade de informações.
Um abraço,
Garin
Da roda veio o automóvel, do automóvel os acidentes. Do avião vieram as batalhas aéreas, dos antibióticos vieram as superbactérias e etc. etc. Toda evolução tem seu preço. Na relação custo benefício estamos no lucro.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Caro Attico,
ResponderExcluirgostaria de aditar a teu texto a história ficcional da Pizzaria Google. Creio que ela nos leva a refletir os caminhos aos quais estamos sendo direcionados...
- Pizzaria Google, boa noite! ?
- De onde falam?
- Pizzaria Google, senhor. Qual é o seu pedido?
- Mas este telefone não era da Pizzaria do…
- Sim senhor, mas a Google comprou a Pizzaria e agora sua pizza é mais completa.
- OK. Você pode anotar o meu pedido, por favor?
- Pois não. O Senhor vai querer a de sempre?
- A de sempre? Você me conhece?
- Temos um identificador de chamadas em nosso banco de dados, senhor. Pelo que temos registrado aqui, nas últimas 53 vezes que ligou, o senhor pediu meia quatro queijos e meia calabresa.
- Puxa, eu nem tinha notado! Vou querer esta mesmo…
- Senhor posso dar uma sugestão?
- Claro que sim. Tem alguma pizza nova no cardápio?
- Não senhor. Nosso cardápio é bem completo, mas eu gostaria de sugerir-lhe meia ricota, meia rúcula.
- Ricota??? Rúcula??? Você ficou louco? Eu odeio estas coisas.
- Mas, senhor, faz bem para a sua saúde. Além disso, seu colesterol não anda bom…
- Como você sabe?
- Nossa Pizzaria tem o banco de dados mais completo do planeta. Nós temos o banco de dados do laboratório em que o senhor faz exames também. Cruzamos seu número de telefone com seu nome e temos o resultado dos seus exames de colesterol. Achamos que uma pizza de rúcula e ricota seria melhor para sua saúde.
- Eu não quero pizza de queijo sem gosto e nem pizza de salada. Por isso tomo meu remédio para colesterol e como o que eu quiser…
- Senhor me desculpe, mas acho que o senhor não tem tomado seu remédio ultimamente.
- Como sabe? Vocês estão me vigiando o tempo todo?
- Temos o banco de dados das farmácias da cidade. A última vez que o senhor comprou seu remédio para Colesterol faz 3 meses. A caixa tem 30 comprimidos.
- Porra! É verdade. Como vocês sabem disto?
- Pelo seu cartão de crédito…
- Como?!?!?
- O senhor tem o hábito de comprar remédios em uma farmácia que lhe dá desconto se pagar com cartão de crédito da loja. E ainda parcela em 3 vezes sem acréscimo… Nós temos o banco de dados de gastos com cartão na farmácia. Há dois meses o senhor não compra nada lá, mas continua usando seu cartão de crédito em outras lojas, o que significa que não o perdeu, apenas deixou de comprar remédios.
- E eu não posso ter pagado em Dinheiro? Agora te peguei…
- O senhor não deve ter pagado em dinheiro, pois faz saques semanais de R$ 250,00 para sua empregada doméstica. Não sobra dinheiro para comprar remédios. O restante o senhor paga com cartão de débito.
- Como você sabe que eu tenho empregada e quanto ela ganha?
- O senhor paga o INSS dela mensalmente com um DARF. Pelo valor do recolhimento dá para concluir que ela ganha R$ 1.000,00 por mês. Nós temos o banco de dados dos Bancos também. E pelo seu CPF…
- ORA VÁ SE DANAR!
- Sim senhor, me desculpe, mas está tudo em minha tela. Tenho o dever de ajudá-lo. Acho, inclusive, que o senhor deveria remarcar a consulta que o senhor faltou com seu médico, levar os exames que fez no mês passado e pedir uma nova receita do remédio.
- Por que você não vai à m….???
- Desculpe-me novamente, senhor.
- ESTOU FARTO DESTAS DESCULPAS. ESTOU FARTO DA INTERNET, DE COMPUTADORES, DO SÉCULO XXI, DA FALTA DE PRIVACIDADE, DOS BANCOS DE DADOS E ESTE PAÍS…
- Mas senhor…
- CALE-SE! VOU ME MUDAR DESTE PAÍS PARA BEM LONGE. VOU PARA AS ILHAS FIJI OU ALGUM LUGAR QUE NÃO TENHA INTERNET, TELEFONE, COMPUTADORES E GENTE ME VIGIANDO O TEMPO TODO…
- Sim, senhor…entendo perfeitamente.
Excluir- É ISTO MESMO! VOU ARRUMAR MINHAS MALAS AGORA E AMANHÃ MESMO VOU SUMIR DESTA CIDADE.
- Entendo…
- VOU USAR MEU CARTÃO DE CRÉDITO PELA ÚLTIMA VEZ E COMPRAR MA PASSAGEM SÓ DE IDA PARA ALGUM LUGAR BEM LONGE DE VOCÊ !!!
- Perfeitamente…
- E QUERO QUE VOCÊ ME ESQUEÇA!
- Farei isto senhor… …(silêncio de 1 minuto)
- O senhor está aí ainda?
- SIM, POR QUÊ? ESTOU PLANEJANDO MINHA VIAGEM… E PODE CANCELAR MINHA PIZZA.
- Perfeitamente. Está cancelada. …(mais um minuto de silêncio) – Só mais uma coisa, senhor…
- O QUE É AGORA?
- Devo lhe informar uma coisa importante…
- FALE!
- O seu passaporte está vencido.
Paulo Marcelo,
Excluirfantástica (e não tão ficcional) as conveniências da Pizzaria Google.
Ah! Obrigado pelo retorno aqui. Não precisei do Google para medir o tempo que se fez saudades desde teu último comentário.;
A admiração do
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirUso o Google, sei que você também usa e acho que todos os blogueiros e usuários da internet também o fazem. Honestamente não sei em que minha privacidade interessa a essa ferramenta de busca. O Google é a Enciclopédia Britânica vitaminada e multiplicada por um milhão. Enquanto a Britânica atualizava a cada três ou quatro anos, o Google atualiza a cada milissegundo, e todos somos beneficiários e colaboradores dele. Ainda vou ler o livro de Scott, mas será que ele só aponta os defeitos do buscador ou também apresenta soluções? Abraços internéticos, JAIR.
Chassot
ResponderExcluirExcepcional sacada discutir essa invasão de privacidade pelo buscador de maior acesso mundial nesta edição sabatina. Esse grande BIG BROTHER mundial parece não ter qualquer receio de se imiscuir em nossas vidas. E sempre desconfiei que esse volume de informações tivesse uma origem não muito honestaem sua fonte de captação. Mas se é através dos cookies que as informações são capturadas, cada vez mais estamos refens da tecnologia. E eu me utilizei do Google tambem para divulgaçao de minha empresa de consultoria e confirmei o quanto esse pessoal fatura. Imagine que pra voce fazer merchadising no Google necessita antecipar valores em depósito para ter o serviço. É uma mina de dinheiro.
Certamente a dica de leitura valeu e já estou atrás do livro.
JB
Perdão mestre Chassot pelo comentário totalmente fora de hora, mas tenho o hábito de reler suas velhas publicações e as considerações que fazem das mesmas. Não puder deixar de ler e dar o merecido mérito a sátira postada pelo nosso amigo Paulo Marcelo Pontes. Sensacional, se possível gostaria de saber a autoria.
ResponderExcluirAbraços
Antonio Jorge