Ano
6*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2168
Há poucos
dias, no seminário “Educação e Inclusão” do Mestrado Profissional de
Reabilitação e Inclusão referiu-se estudo da antropóloga estadunidense,
Margaret Mead (1901-1978), conhecida pelo seu trabalho de campo na Polinésia.
Em um de seus estudos, como resultado de suas observações antropológicas de
culturas ‘primitivas’ e de culturas ‘desenvolvidas’, descreve três processos
básicos de educação envolvendo as gerações: culturas pós-figurativas em que os velhos ensinam as gerações mais jovens;
culturas cofigurativas nas quais
ocorre a coeducação entre os contemporâneos e culturas pré-figurativas onde os jovens passam ensinamentos aos mais velhos.
Pois neste
domingo vivi um saboroso exemplo da terceira situação: a Maria Antônia (13 anos
no próximo domingo) minha neta, com desenvoltura inenarrável, realizou uma
série de atualizações no iPad de seu avô, com mais sapiência que o Bernardo — o pai que se fazia adornar de
orgulho encantado(r) — já há cerca de trinta anos um muito respeitado
profissional da área. .
Depois desta fruída protofonia, trago Divórcio intergaláctico, do filósofo Hélio
Schwartsman publicado, ontem, na p. A-2 da Folha de S. Paulo. Lateralmente permito
afirmar, que em 28 de maio, agradecia ao autor de “O segredo de Avicena” a
publicação seu excelente texto Quão real é
a física? Respondeu-me que ‘é uma honra figurar em seu blogue’.
A seguir,
leiam porque a Cientologia é tão verossímil quanto criar gente de barro.
Divórcio intergaláctico Aproveito a
rumorosa separação de Tom Cruise e Katie Holmes para discutir a cientologia,
religião do ator que é apontada como motivo principal do divórcio. Inserção [pelo editor do blogue]
de uma encenação religiosa de Tom Cruise, fiel da Igreja da Cientologia.
A
igreja foi fundada nos anos 50 por L. Ron Hubbard (1911-1986), que, antes de
virar sacerdote, ganhava a vida escrevendo histórias de ficção científica. Por
ser uma religião nova, ela pena para obter reconhecimento lega — e as vantagens
fiscais que isso normalmente acarreta.
Teve
sucesso nos EUA e em mais meia dúzia de países, mas encontrou dificuldades em
nações como Alemanha, Bélgica, Canadá, França, Grécia e Reino Unido. Na
Alemanha, quase teve suas atividades proibidas.
Não
há dúvida de que a turma da cientologia acredita em maluquices e faz coisas
estranhas. De acordo com documentos que vazaram para o público em procedimentos
judiciais, a doutrina secreta da igreja sustenta que, 75 milhões de anos atrás,
um ditador intergaláctico chamado Xenu trouxe a nosso planeta bilhões de
extraterráqueos a bordo de aviões similares a um DC-8, perfilou-os ao lado de
vulcões e os exterminou com bombas de hidrogênio.
Os
cientólogos acreditam que a essência de muitos dos seres assassinados por Xenu
continua a vagar na Terra, causando desequilíbrio mental nos seres humanos.
Como o ditador foi auxiliado por psiquiatras em sua sanha homicida, esse ramo
da medicina é rejeitado pelos fiéis.
A
minha pergunta é se não estamos sendo preconceituosos em relação aos
cientólogos apenas porque seu sistema de crenças é relativamente novo. Objetivamente,
não há nada de menos razoável ou verossímil nas histórias envolvendo Xenu do
que nas de pessoas sendo criadas por uma entidade superior a partir de barro ou
de um pedaço de costela.
O
que faz com que o primeiro grupo de crenças seja tratado com desconfiança e o
segundo com respeitabilidade e reverência? Por mais que tente, não consigo ver
uma diferença.
Caro Chassot,
ResponderExcluirtambém acho que não há nada que possa desmontar as crenças dos cientólogos. Eles se baseiam em crenças e é difícil desmontar uma crença. Nossas crenças, sejam elas depositadas em doutrinas milenares, sejam em prospecções científicas continuam sendo crenças. Acho que é uma questão de discriminação, afinal de contas, tudo faz parte da cultura construída pelo ser humano.
Boa semana!
Garin
Somos naturalmente etnocentristas, donos da verdade sendo sempre nosso mundo o correto, a versão certa. Porém não há como deixar de identificar um certo modismo nesta nova religião. Perguntaria até que ponto é autêntica a essência da fé dos seus seguidores. Na hora das enfermidades, na expectativa da morte, geralmente o que vemos são pessoas abandonando suas crenças e seus cultos e clamando por Deus.
ResponderExcluirAbraços
Antonio Jorge
Bom dia, Caro Mestre!
ResponderExcluirComo fã de cinema e de ficção científica, fico imaginando como este excelente argumento de Mr. Hubbard ainda não virou filme do genero!
E até poderiam dar um papel para o apático Tom Cruise na trama!
Talvez como um dos apáticos extraterrestres!
Recentemente, eu assisti a algo mais ou menos parecido, o filme PROMETHEUS, do cineasta Ridley Scott.
O tema da fita é também a origem dos terráqueos!
Talvez, quando se aposentar, R. Scott resolva também fundar sua seita, a ALIENOLOGIA...
Abraços e boa semana!
Caro Chassot,
ResponderExcluirCientologia, como as demais religiões está cheia de dogmas. Dogmas cuja assertiva é: as coisas são assim porque... são assim. Não se discute. Nada a acrescentar. Abraços, JAIR.
Não acredito em religiões que me neguem o direito de falar diretamente com Deus. Acredito menos ainda nas que querem proibir Deus de falar diretamente comigo.
ResponderExcluirAbraços, mestre.
Muito estimado Chassot,
ResponderExcluirinteressante como os fatos são cíclicos. Não é minha intenção, aqui nesse bloco de comentários, menosprezar e maldizer a crença de outrem.Contudo, muito me intriga o fato de o homem ter esse fascínio pelo místico. Explicar a origem de tudo através de dogmas,alguns deles esdrúxulos, tal como os nazistas que prezavam pelo ocultismo e criam no Vril.
Com continuada admiração, Cristiano Marcell
Caro Attico,
ResponderExcluirse alguém se toma o trabalho de fuzar um pouco descobrirá que os mormons, por exemplo, tem crenças bem estranhas e não muito diferentes da cientilogia. Ainda qualquer religião cristã nos pede acreditar em coisas não muito diferentes. Por que uma seria pior qu a outra? Tal vez porque por ser mais antigas tem convencido gente suficiente para ganhar prestígio.
Ocorreme que se dessas religiões podessemos resgatar aquilo que é bom para o conjunto da sociedade (ou humanidade) e deixar o resto como "opcional" no melhor dos casos, de pronto a vida seria mais interesante.
Prof. Áttico, creio que o que diferencia é o fato de a crença de que nascemos do pó, apesar de serem tomados ao pé da letra por muitas pessoas ainda hoje, para grande parte da humanidade(creio ser a maioria) não passam de narrativas mitológicas de um tempo primitivo em que o homem necessitava explicar sua origem com pouco conhecimento que tinha, já a cientologia parece um enredo mal feito de filme de ficção científica em pleno século 21, que só se sustenta porque seus seguidores tem uma aversão canônica a psiquiatras.
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