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quarta-feira, 28 de junho de 2017

28— Ainda, vivendo dias TEMERosos



Cheguei, há não muito da terceira sessão do Fronteiras do Pensamento. Ouvi com cerca de 2 mil pessoas Amós Oz (nascido Amos Klausner), (Jerusalém, 4 de maio de 1939). É o escritor israelense de maior prestigio na atualidade que a cada ano está entre os possíveis laureados com o Nobel de literatura.
É autor de uma extensa obra literária formada por romances, ensaios e críticas e publicada em 40 países, sendo um dos escritores israelenses mais traduzidos no mundo. Fundador e principal representante do Movimento Paz Agora, defende a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina. Isso lhe granjeia o reconhecimento de ‘espião no seu próprio país. Esta noite destaco o quanto terroristas existem não apenas entre os islâmicos.
Já li muitas obras (ainda esta noite comprei: Mais de uma luz -- seu último livro, agora lançado no Brasil), mas  se tivesse destacar apenas um, meu voto iria para De Amor e Trevas (Companhia das Letras, 2005) onde entre autobiografia e o romance o livro é uma extraordinária recriação dos caminhos percorridos por Israel no século XX - da diáspora à fundação de uma nação e de uma língua - o hebraico moderno. É também uma reflexão sobre a história do sionismo e a criação de Israel como necessidade histórica de um povo confrontado com a ameaça de extinção. Ganhador do Prêmio France Culture de 2004 e do Prêmio Goethe do mesmo ano, 'De amor e trevas' extrai sua grandeza da simplicidade de um gesto narrativo, que faz do olhar de um menino o fio condutor de uma história vigorosa e bela - a constituição da identidade de dois sujeitos, um garoto e uma nação. Essa confluência é sintetizada em cenas que marcaram a memória do escritor, como a da multidão que ouve pelo rádio, numa praça de Jerusalém, a votação da ONU que determinou a criação do Estado de Israel - cenas que se imprimem na mente do leitor com uma notável força narrativa.
Assim valeram os esforços daqueles que se envolveram postergar a minha passagem, mesmo que viaje à madrugada, pude ouvir o meu coetâneo Amós Oz.
Nesta quinta ocorre a minha quarta e última palestra desta árdua jornada junina. Iniciei por Macaé no I ENCONTRO DA REDE RIO DE ENSINO DE QUÍMICA. Após vivi uma jornada mato-grossense na qual fui pela primeira vez à São José dos Quatro Marcos e à Araputanga. Na terceira semana estive de segunda-feira a sábado em Manaus em atividades na Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática que detalhei na edição anterior. Na noite desta quinta-feira faço a conferência “Das disciplinas à indisciplina” no I Simpósio de Pesquisa em Educação em Ciências do Estado do Espírito Santo em Vitória, uma realização do IFES e da UFES.
Viajo apreensivo: tenho retorno marcado para a tarde de sexta-feira. A meu juízo o corrupto e ilícito Presidente colocou na tarde de terça-feira gasolina na fogueira e acredito que a greve geral marcada para dia 30 deverá mostrar que o ‘fora Temer’ é irreversível.
Na terça, quando mais uma vez esperávamos a renúncia vimos um bufão mentiroso dizer não saber como deus (leia-se Eduardo Cunha) o colocou na Presidência.
Vivo essa anunciada greve numa situação de ambivalência. Torço para que mesma seja mais paralisante possível. Sou ciente que se tal ocorrer, muitos brasileiros e eu seremos prejudicados. Eu certamente ficarei retido em Vitória. Sempre se diz que numa greve há que suportar ônus. Prefiro essa alteração em minha agenda a um mal infinitamente maior que prolongar ainda mais esses dias tão temerosos.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

24.- Mais uma vez mais tecendo redes



Estou, na noite das fogueiras juninas, em uma Manaus muito chuvosa. À madrugada inicio o retorno de minha quarta jornada viajora deste junho. A minha primeira foi na linda Macaé no I ENCONTRO DA REDE RIO DE ENSINO DE QUÍMICA, de onde como escrevi retornei prenhe de acarinhamentos. Na semana que passou, vivi uma estância mato-grossense muito boa na qual fui pela primeira vez à São José dos Quatro Marcos e à Araputanga que me ensejou muito mais que experimentar caititu, violando, sem saber, leis de proteção ao meio ambiente. Na semana que vem, com a conferência na noite de quinta-feira no I Simpósio de Pesquisa em Educação em Ciências do Estado do Espírito Santo em Vitória, encerro meu ciclo junino.
Mas o que fiz desde segunda-feira em Manaus (sem dar nenhuma palestra ou curso)? Participei do Seminário de Pesquisa II que integra o currículo de formação do curso de doutoramento da REAMEC-Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática.
A seguir falo do milagre e do santo. Ou melhor, inverto a ordem cotidiana. Apresento primeiro o santo (a REAMEC) e depois narro o milagre (o Seminário de Pesquisa II).
A REAMEC Os nove estados amazônicos [Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins] com três polos Belém (UFPA), Manaus (UEA) e Cuiabá (UFMT), pela conexão em rede de quase 30 universidade, oferecem o Curso de Doutorado em Educação em Ciências e Matemática – Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGECEM). Este curso se dá a partir da associação em REDE (AR) de Instituições de Ensino Superior da Região Amazônica Legal Brasileira, denominada Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC).
A organização da rede tem como meta formar 150 doutores até 2020 na Amazônia Legal, por meio de ação acadêmica colaborativa entre as IES e os doutores existentes na Região e também colaboradores de outras regiões, da área e de áreas afins. Até o momento já foram formados 74 (sessenta e dois) doutores.
A definição se inicia quando o Fórum de Pró-Reitores de Pós-Graduação dos Estados que compõem a Região da Amazônia Legal, sensíveis às carências da área de Educação em Ciências e Matemática na região propuseram, em setembro de 2006, a criação da REAMEC (REDE AMAZÔNICA DE EDUCACAO EM CIÊNCIAS).
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Realizaram-se seminários no Amapá (2006) e São Luís (2007) – para apresentação discussão da ideia que se anunciava. Em agosto de 2007, aconteceu em Manaus um workshop, no qual se avançou na definição da estrutura inicial do projeto de doutorado acadêmico e da funcionalidade da rede. Nessa mesma reunião, foram escolhidos professores doutores das IES da Região, como representantes estaduais, que constituíram a COMISSÃO REAMEC, responsável pela elaboração da proposta de curso.
A comissão de elaboração da proposta de curso reuniu-se em outubro de 2007 para início dos trabalhos. Nesse encontro pensou-se numa proposta de curso já desenhada inicialmente no Workshop de Manaus. A partir de então, a equipe reuniu-se em Belém e em Cuiabá para finalizar a proposta de curso. O projeto de curso foi encaminhado à CAPES em 28 de março de 2008. Comissão de Avaliação colocou a proposta em diligência, o que implicou uma primeira visita em outubro de 2008, por Comissão de Consultores. Na avaliação foi sugerida uma nova visita aos Polos Acadêmicos da Rede; esta aconteceu em outubro de 2009. Após o encaminhamento do parecer a CAPES a recomendou o curso em 23 de fevereiro de 2010. A partir de então houve ingressos bianuais mediante disputadas seleções de candidatos de universidades parceiras de: 2011: 30 // 2013: 45 // 2015: 60 //2017: 30. Da primeira turma foram doutorados 29 e da segunda 45, num total de 74 doutores.
Os doutorandos fazem seleção para uma de cada uma das duas linhas de pesquisa: Linha A: Formação de Professores para a educação em Ciências e Matemática; Linha B: Fundamentos e Metodologias para a Educação em Ciências e Matemática. Muitas das produções da rede são disseminadas pela: REVISTA da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática ISSN: 2318 - 6674
O Seminário de Pesquisa II Antes de fazer o exame de qualificação, que antecede à defesa de tese, cada doutorando da REAMEC deve fazer ao final do primeiro ano de curso o Seminário de Pesquisa I e mais ou menos na metade do curso (cerca de meio ano antes do exame de qualificação: o Seminário de Pesquisa II. Estes seminários, ocorrem durante uma semana, em uma das três cidades polos (Belém, Manaus ou Cuiabá). Os rituais da semana dos seminários I e II são os mesmos.
 Nesta semana, além de palestras ou seminários, cada doutorando deve fazer uma exposição acerca de seu projeto de tese, durante 20 minutos a uma banca formada por dois doutores, o orientador e um doutorando do grupo, com a participação dos demais doutorandos e professores de cada uma das duas linhas de pesquisa. A um mês do seminário, o doutorando deve enviar aos três componentes o seu projeto de tese.
O ritual de cada uma das cerca de 10 bancas diárias (de cada Linha de Pesquisa) de uma hora cada, contempla a já referida exposição de 20 minutos seguida com um diálogo de 10 minutos com um doutorando de sua turma e linha de pesquisa. A seguir há comentários e inquisições por 10 minutos de cada um dos dois doutores e encerrando-se a banca com a fala do orientador por 10 minutos.
Assim, esta semana houve 2 vezes (uma por Linha de Pesquisa) trinta bancas, como a que descrevi acima. Na manhã de terça-feira houve uma fala do diretor de Educação Básica do Ministério de Educação; segunda-feira uma plenária de abertura e hoje, uma de clausura. Como descontrair é preciso, ontem à noite, confraternizamos com a cozinha amazônica. E estava muito bom.
Agora, na torcida para às 3h50min começar a voltar para amanhã ao entardecer, a Gelsa e eu receber filhos, noras, genros e netos, no arraial da Morada dos Afagos e comemorar as festas juninas.

sábado, 17 de junho de 2017

17.— Ecos de uma jornada mato-grossense

17.— Ecos de uma jornada mato-grossense

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Quase ao ocaso do dia santo em que a Igreja Católica celebra o Corpo de Deus, retornava de uma extensa jornada no estado de Mato Grosso. Me propusera fazer um relato extenso dos quatro dias juninos. Quase pensei pular este ponto de minha agenda, pois trouxe além de muitos acarinhamentos uma gripe que se espraia em dores de ouvido, garganta e olhos. Credito a ambientes excessivamente refrigerados em uma das regiões mais quentes do Brasil.
Precisei ficar acamado, buscando recuperação. Minha ida a Manaus na próxima segunda-feira está ameaçada. Mas preciso fazer um registro, para publicamente dizer obrigado pelas calorosas acolhidas. Faço um relato sintético.
Depois de já ter estado em cidades mato-grossenses (Cuiabá, Tangará da Serra, Barra do Garça, Sinop, Rondonópolis...) fui pela primeira vez a São José dos Quatro Marcos e Araputanga.
Em um voo direto de 2,5 horas fiz Porto Alegre / Cuiabá. Cheguei quase meio-dia no aeroporto Marechal Rondon e fui acolhido pelo Professor Edmur, coordenador do Curso de Educação Física da Faculdade Católica Rainha da Paz, instituição que é polo cultural da região e que ensejou minha viagem. Os 330 quilômetros que tínhamos a percorrer foram agradabilíssimos pela sumarenta conversação. Disse ao concluir a viagem que parecia que estava encontrando um irmão que não via há muito.
A primeira atividade de extensa programação foi um jantar, em São José dos Quatro Marcos, com família do Professor Gédson Cardoso Kempe — sua esposa Meire, filhas Sarah e Laura e filho Miguel e outros familiares —. Fui acolhido de maneira muito querida. O prato principal foi um assado de caititu (nome científico: Pecari tajacu) também conhecido por caitatu, ou porco-do-mato, talvez, produto de uma caçada indevida.
Na terça tive uma programação que incluiu uma visita a uma reunião de estudos de um dos CEPAFROs — Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica da Região de Cáceres. Também visitei a direção Faculdade, quando discutimos Educação e esboçamos planos.
 Após fiz a primeira fala que seria para o Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Física — cerca de 12 pessoas que haviam lido o livro Das Disciplinas à Indisciplina, durante o primeiro semestre. Mas a reunião contou com 98 pessoas. Houve participantes que percorreram mais de mil quilômetros para estar nas palestras. O GRUEFIS homenageou-me com artístico desenho, que reproduzo.
À noite diz a palestra A Ciências é Masculina para mais de duzentos professores e alunos da FCARP. As duas falas foram muito aplaudidas e em uma e outra autografei muitos livros e tirei centenas de fotos.
Na quarta-feira pela manhã, fiz a palestra “Assestando óculos para olhar o mundo para mais de 200 alunos e professores do ensino na Escola Estadual deputado Bertoldo Freire em São José dos Quatro Marcos. À tarde discorri acerca das quatros mais significativas revoluções paradigmáticas no mundo Ocidental para mais de 200 alunos e professores na Escola João Sato em Araputanga. Estas duas em escolas públicas tiveram como marca de plateias de mais de 400 jovens muito atentos
Em cada uma destas 4 palestras cujo público total foi de mais de 700 pessoas, eu iniciei com um sonoro ‘Fora Temer’ com o punho esquerdo cerrado, sempre entusiasticamente aplaudidos pelos presentes. Ainda nas noites de terça e quarta, após as palestras participei de confraternizações com colegas professores.
No retorno, na quinta-feira, duas saborosas sobremesas à jornada mato-grossense: A primeira, privar por 330 quilômetros de Araputanga a Cuiabá, da sábia companhia da Professora Edna, advogada e professora da FCARP; se pudéssemos fazer uma antologia de tudo que conversamos se produziria um livro alentado prenhe de muitos saberes. A segunda, estar, mesmo que brevemente na casa do Professor Edmur, antes de ir ao aeroporto. A aí conhecer sua esposa, filhas, genro e o Matheus que encanta o avonar do Ednur e da Conceição.
Registradas as emoções pela maneira muito querida de estar acolhido nestes dias de ‘mais uma vez no Mato Grosso’, torço para melhorar e ir na segunda-feira à Manaus.

domingo, 11 de junho de 2017

09.— Um domingo, entre o ontem e o amanhã

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Um domingo muito especial quase termina. Aqueles da região sul do Brasil, muito provavelmente festejaram o sol. Foi o legítimo Sunday, depois de muitos dias chuvosos que fizeram mortes e expulsaram milhares de pessoas de suas casas. Deste penúltimo domingo do outono ficará lembranças de temperaturas negativas e de neve flocular.
Dou-me conta que para mim este domingo é para celebrar um ontem e um amanhã.
Este blogar é para registrar este o ontem e o amanhã em um continuado fazer Educação que me encanta.
Ontem à noite, vim de Macaé, RJ, prenhe de gratificações. Amanhã pela manhã, vou São José dos Quatro Marcos, MT, grávido de expectativas.
Se fosse me perguntado como vivi os momentos em que participei do muito bem organizado I ENCONTRO DA REDE RIO DE ENSINO DE QUÍMICA, diria que mais do que ter uma palestra finalizada com extensos e intensos aplausos, que iniciou quando todos os 53 livros que levará já autografados (um reconhecido obrigado muito especial às queridas Jéssica e Eliane, livreiras ímpares!), mais que a oportunidade de assistir uma das aulas do minicurso "Química na cozinha", mais do que aproveitar as duas viagens terrestres de quase três horas cada, uma para aprender de maneira sumarenta com o meu colega Eduardo Fleury Mortímer e outra para conhecer acerca da Igreja Apostólica da Família com o Antônio Augusto, motorista da Unigranrio. Também, não foi a beleza da paisagem (na foto) o que mais me seduziu...
Para mim a maior trazida do convívio, na noite e tarde de sexta e na manhã de sábado em Macaé, com alunos e professores de várias universidades fluminenses e de alguns outros estados foi a maneira querida (escolhi com vagar o adjetivo) como fui acolhido. Mesmo que cerca dos duzentos participantes, conhecesse antes, talvez apenas uns 20%, vivi algo inenarrável.

Amanhã, viajo mais uma vez ao Mato Grosso, onde há poucos dias estive por uma semana. Já estive em várias cidades mato-grossenses (Cuiabá, Tangará da Serra, Sinop, Rondonópolis...). Desta vez vou pela primeira vez a São José dos Quatro Marcos e Araputanga  (num destaque na foto ao lado). Tenho duas falas nesta terça-feira, Faculdade Católica Rainha da Paz, uma para o Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Física e outra para professores e alunos da FCARP. Na quarta-feira pela manhã, falo na Escola Estadual deputado Bertoldo Freire em São José dos Quatro Marcos e à tarde na Escola João Sato em Araputanga.
Estas atividades estão sendo catalisadas pelo Professor Gédson Cardoso Kempe, da FCARP de quem fui orientador de mestrado com a significativa produção: “Práticas corporais indígenas inseridas à Educação Física Escolar não indígenas. Acolhi sua disponibilidade para ser meu anfitrião nestes três dias no Mato Grosso e assim poder oferecer minhas discussões insertas em meu fazer educação. Sou realmente expectante pela nova semana que se aproxima.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

09.— Em Macaé, para falar em ECOmenismo

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EDIÇÃO
3299


Ainda madrugada nesta sexta-feira deixo a Região Sul, assoladas há quase duas semana por continuadas chuvas. Voo ao Rio de Janeiro, e do aeroporto Santos Dumont, por rodovia viajo 182 quilômetros até Macaé.
Com uma população de cerca 250 mil habitantes é conhecida como a Capital Nacional do Petróleo. Macaé está integrada à Região Metropolitana do Norte Fluminense e Região dos Lagos.
É minha primeira vez na cidade que também é conhecida como a Princesinha do Atlântico e nesta sexta e sábado participo do I ENCONTRO DA REDE RIO DE ENSINO DE QUÍMICA. Hoje à noite, tenho uma fala acerca de tema no qual me sinto bastante alienígena: O papel das redes de cooperação cientificas na indução das ações de ensino, de pesquisa e extensão na Educação das Ciências.
Nos objetivos do evento estão induzir ações nos três pilares (ensino / pesquisa / extensão) que são sustentáculo da Universidade procurando fazer Educação com as Ciências.
Na mirada do objetivo tido como central deste encontro cabe atribuir dois destaques, que podem trazer significância ímpar ao evento:
1) Parece importante não se dar apenas destaque especial à trazida da extensão enquanto posta isonômica à pesquisa e ao ensino, nas em ações em rede. Sonho em levantar como possibilidade mudarmos o sentido tradicional do vetor: não é a Academia que vai ensinar a Comunidade (mais usual prática de nossas ações extensionistas), mas em ações em rede poderemos ir à Comunidade para aprender seus saberes primevos e traze-los à Academia para estuda-los e faze-los saberes escolares e assim retorna-los à Comunidade.
2) O outro destaque é que mesmo que estejamos em um encontro da Rede Rio de Ensino de Química, se colocou como foco central a Educação com as Ciências (e não disciplinarmente apenas a Química), sonhando com uma transdisciplinaridade e ao laborar em utopias chegarmos, talvez, em uma desejada indisciplinaridade.
Para analisar estes dois destaques proponho sinfonia, em três movimentos, na qual se pretende um lançar redes.
#1 – Uma protofonia: assestando óculos para olharmos redes e tê-las como artefatos culturais
#2 – Um adágio: Das certezas à incerteza: uma exigente realidade para lançarmos redes
#3 – Um alegro vivo: e... a Escola hoje... Como? Indisciplinar... uma possível mostrada de ações.
Ao final, por estarmos na Semana do Meio Ambiente, inspirado na Laudato Si’ do Papa Francisco, que completa 2 anos no próximo dia 18, ao vermos os desmandos ecológicos do atual governo ilegítimo estejamos vivendo um momento de alavancar o ECOmenismo: um movimento de união de esforços em torno da defesa de nossa casa comum, que extrapola os limites das religiões e tem o potencial de coligar religiosos, místicos, cientistas, ativistas, ateus e outros grupos.
Este é um desafio que merece ser experimentado.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

05.— E por falar em cinema...

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EDIÇÃO
3298


Quando, na última quarta-feira, dia 31, postei uma blogada, dizia ser aquela para despedir maio. Dava-me conta, então, que era a oitava do mês. Ocorreu-me que, em vários maios de 2007 a 2014, foram editadas 31 blogadas a cada mês.
Pareceu-me quase inacreditável: hoje publicar oito edições num mês é algo árduo e me parece algo muito difícil. Custa-me crer que houve tempos nos quais mantive este blogue diário.
Hoje, é quase inexequível publicar duas ou três edições por semana. Não vou, aqui e agora, buscar explicações. Preciso blogar em dias juninos, ainda TENERosos. E... por tal, eis-me aqui.
Se me agrada fazer resenha de livros ou contar o que estou lendo (já fica a promessa de falar de um livro sumarento que leio: “O sagrado e o profano” de Mircea Eliade) contar acerca de filmes é menos fácil. No último sábado fui ao cinema, com a Gelsa e com a Liba, (minha sogra com quase 96 anos). O ritual de sair de casa para ir ao cinema já é algo exótico em nossos fazeres e se fazem distantes de nosso cotidiano.
E desta vez valeu muito, pois O cidadão ilustre é um filme muito bom e por isso ensaio partilhá-lo aqui. Daniel Mantovani (Oscar Martínez), um escritor argentino é laureado com o Prêmio Nobel de Literatura. Quando diante do rei da Suécia agradece a láurea diz que ao lado alegrar-se com prêmio também sente-se muito desagradado, pois parece que estão colocando um ponto final em sua carreira.
 Radicado há 40 anos em Barcelona, depois da consagração em Estocolmo, recebe dezenas de convites para homenagens, palestras e premiações. Declina a todos. Eis que chega um convite para ir a Salas, sua cidadezinha natal. Depois de muitas dificuldades volta ao povoado onde nasceu e que inspirou a maioria de seus livros, para receber o título de Cidadão Ilustre da cidade - um dos únicos prêmios que aceitou receber. No entanto, sua ilustre visita desencadeará uma série de situações complicadas entre ele e o povo local.
Quando se diz que os filmes argentinos estão em alta pois não tem a as extravagâncias do cinema estadunidense, O cidadão ilustre (em verdade uma produção hispano-argentina) ratifica esta generalização. Para quem desejar um muito bom filme tragicômico, ofereço a sugestão de quem está muito distante de se considerar um crítico de cinema.