Ano 7*** Teresina ***Edição 2191
O 10º Simpósio Brasileiro de Educação Química da ABQ que me faz
em Teresina desde domingo terminou. Nesta terça o vivi intensamente. Pela manhã
visitei a sessão de pôsteres do evento, onde devo ter interagido com mais
trinta trabalhos. Em cada um há que ouvir relatos nervosos/orgulhosos do(s)
autor(es) e ‘ser inteligente’ para opinar e/ou fazer alguma pergunta. A peregrinação
inclui tirar fotos e receber manifestações de carinho.
Ao final da
manhã, assisti à palestra: Pós-graduação
e as especificidades da Região Norte proferida pela Profa. Dra. Terezinha
Valim – UFPA. Ao lado de buscar entender um outro Brasil, foi bom reencontrar a
amiga e colega gaúcha/paraense Terezinha, parceira de há muito no fazer alfabetização
científica. Na primeira hora da tarde assisti a mesa-redonda: Ensino de química na educação à distância.
Estatísticas e perspectivas futuras, com os professores doutores Airton
Marques da Silva – UECE / ABQ, Ana Cristina Facundo da Silva – UFRN e Rosa Lina
Gomes do N. Pereira da Silva – UFPI.
Antes da segunda sessão do minicurso História
e Filosofia da Ciência catalisando propostas indisciplinares, que foi muito
fruído, apesar da exiguidade de tempo, dei uma entrevista para um canal de
televisão local. [foto]
Encerrou-se o 10º Simpequi, mas não termina minha estada em Teresina.
Nesta quarta-feira, pela manhã atendo convite da Universidade do Estado do
Piauí e dou uma palestra, assim
anunciada no portal da UESPI. Ao meio-dia almoço na UFPI e para a tarde está
programado visitar o encontro dos rios Poti e Parnaíba e também uma usina de
beneficiamento de castanha de caju.
Na noite de ontem recebi um convite muito original: Vamos comer capote? Disse que desconhecia. Então, soube ser que se
trata de um dos mais importantes pratos da culinária piauiense.
Para explicar a meus leitores que ontem saborearam aqui a
cajuína, trago Cláudio Barros [www.overmundo.com.br/]
que afirma: “No Piauí, acredito,
existe um traço gastronômico incomum: o capote. Para os que desconhecem o termo
ou o confundem com vestimenta ou com Truman Capote, esclareço logo: trata-se de
uma ave, também conhecida como galinha d'angola ou guiné, como se diz no
Maranhão. Antonio Houaiss, em seu Dicionário, definiu como prato da cozinha piauiense que
mistura galinha-d'angola com arroz e arremata o tempero com pimenta-de-cheiro.
Aqui, como em nenhum outro canto do Brasil, aprecia-se essa ave de origem africana, que em Angola, seu habitat, é chamada de galinha do mato. Portanto, lá como cá, o capote não foi totalmente domesticado. Seguramente está nessa característica selvagem seu sabor especial, que não é acentuado, mas que deixa no chinelo outra iguaria muito apreciada em nossa terra, a galinha caipira - galinha de capoeira para os pernambucanos, sergipanos, alagoanos e paraibanos.
O consumo de capote no Piauí é hábito tão comum que o Estado seguramente é o único no Brasil onde existem restaurantes especializados no preparo da ave. Em Teresina, há o Capote com C Maior e o Capote da Dalva. Em Campo Maior - 70 quilômetros de Teresina - há pelo menos cinco restaurantes especializados. Na capital, o capote faz parte do cardápio de um grande número de restaurantes.
Basicamente, come-se capote ao molho (pardo, leite de coco ou molho comum, com urucum), frito e misturado com arroz. Em qualquer uma das versões, uma festa para papilas gustativas, que se aguçam ainda mais com o toque da pimenta de cheiro que acompanha ou com o pegado, que consiste no arroz queimadinho do fundo da panela em que se prepara o capote”.
Pois o capote, conheci na minha infância como ‘angolista’ ou ‘tô
frac’ em função da emissão que fazem esta variedade de galinha que lembra a
casa de minha avó paterna. Recordo ainda seus ovos azulados, que há mais de 60
anos não lembrava. Como as angolistas se anunciam que estão fracas, aquelas que
fizeram parte do cardápio pareciam de pouca carne. Mesmo assim foi bom degusta-las
com cajuína.
Caro Attico,
ResponderExcluirtua primeira postagem agostiniana me fez também lembrar a infância. Na casa da minha tia Hilda, irmã da mamãe havia angulistas, mas nunca comi sua carne. Acho que eram criadas só para postura. Vou procurar aqui em Porto Alegre algum lugar onde possa encontrá-la a fim de fazer um falso capote gaúcho.
Um abraço,
Garin
Excelente os comentários gastronômicos, nosso imaginário nos leva a um tour pelas mesas brasileiras. Senti falta de uma referência a uma das características do nosso nordeste, a beleza da mulher nordestina.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Limerique
ResponderExcluirAgora Chassot quase gabola
Pegou a galinha de Angola
Tirou suas penas
Grandes, pequenas
E colocou-a na caçarola.