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sexta-feira, 31 de maio de 2019

31.— Os idiotas úteis, mostram no 30M que NÂO são imbecis



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A postagem desta edição do blogue ocorre, mais uma vez, desde Marabá /PA, quando quase completo a primeira das cinco semanas consecutivas que estarei fora de Porto Alegre. Na edição de hoje gostaria de registrar as emoções vividas nesta quinta-feira, 30 de maio, dia no qual mais de um milhão de pessoas, em mais de 200 cidades de todos os 26 estados brasileiros e do Distrito Federal se uniram à população para pedir a continuidade de uma educação pública gratuita e de qualidade. Críticas à reforma da Previdência foram também muito significativas.
Eu participei das manifestações com os meus colegas da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará e também com professores e alunos do IFPA, Câmpus Marabá pedindo pela continuidade das Universidades públicas e dos Institutos federais. Não é sem temor que se ouve do governo da República propostas de cobrar mensalidades ou até a catastrófica tentativa de privatizar Universidades e Institutos federais.
Éramos cerca de mil pessoas que percorremos sob sol que fazia temperaturas maiores de 40º graus. Nem sempre era fácil de caminhar por ruas onde a irregularidade dos calçamentos tornava mais penosa a marcha de mais de três quilômetros.
Cedo, vestindo a camiseta em defesa da educação pública da ADUFRGS, que usara no 15M, juntei-me aos professores e alunos da UNIFESSPA no Campus Um. Os cartazes produzidos pelos participantes eram de singular criatividade. Quando deixamos o Câmpus para caminhar por modernas avenidas e por tortuosas vielas, participantes foram generosos no emprestar ao alienígena desprevenido protetor solar e um chapéu; depois ganhei, ainda, um guarda chuva (ou uma útil e prática sombrinha) para me proteger do sol canicular. Em um dado momento, talvez por ser eu o mais anoso dos participantes, fui instado, muitas vezes, a ficar dentro de um dos carros do cortejo, quando a trajetória era mais íngreme e mais difícil para caminhar.
Retornados ao campus Um, as lideranças apresentaram pautas preparativas à greve geral do dia 14 de junho. A avaliação de que as manifestações do 15M foram mais numerosas é verdadeira e explicável. Então participaram outros movimentos sindicais. Agora foram apenas os professores e aluno dos sistemas federais. Mas, há unanimidade de que os participantes ontem foram em número bem maior que os de domingo em apoio ao presidente.
À tarde, participei de uma palestra proferida pelo Prof. Dr. Rômulo Angélica, da UFPA, docente visitante Sênior na UNIFESSPA, como eu, acerca de plágio e auto-plágio no Programa de pós-graduação em Química.
Neste evento, à minha primeira intervenção, disse às referências que ilustre conferencista já fizera [homenagem ao Dia do Geólogo (dia 30/05) e homenagem ao Dia do Geógrafo (dia 29/05] eu era obrigado a lembrar que hoje é também um dia muito especial em que milhares de professoras, professores, alunas e alunos foram às ruas para pedir a continuidade de uma educação pública e gratuita. Acrescentei que alguns desses que enfrentaram calor de mais de 40º graus e estiveram nas ruas de todo Brasil pedindo por Educação, agora, estamos presentes aqui na sala.
Como se vê não tem sentido a grotesca aparição do ministro ‘dito’ da Educação, de guarda-chuva, para se proteger das ‘fake news’ que diziam haver protestos nas ruas. Parece que o ministro vive em outro planeta, que muito provavelmente, plano.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

24,- Respingos da Era Vitoriana


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Nesta semana ocorreu algo que se teme se repita com mais frequência. Há meses tinha agendado atividades na UFFS no câmpus de Realeza, PR. Subitamente, minha alegria de estar, mais uma vez, com os colegas de um dos campi mais originais foi cancelada. O corte de verbas para Educação, que agora devemos chamar de contingenciamento, muda cenários.
Em compensação neste domingo inicio uma jornada inédita em termos de fazeres profissionais. Vou ficar cinco semana ausente de Porto Alegre.
Na última semana de maio e na primeira de junho tenho atividades na UNIFESSPA em Marabá, PA. Nas duas semana seguintes, uma ficarei em Manaus, no seminário anual da REAMEC e na outra farei uma semana de residência na Escola do SESC no Riode Janeiro. Na quinta semana (última de junho) deverei estar, mais uma vez, em Marabá.
Muitas vezes, nesses tempos nos quais o Capitão chama estudantes e professores que protestaram no memorável 15M de “uns idiotas úteis, uns imbecis” não é fácil manter o entusiasmo, exigência muito importante em nossos fazeres de disseminar Educação. É muito desconfortável sentir uma esterilidade intelectual. Ouso dizer que este é um mal que se espraia gerando desânimo entre discentes e docentes.
Mas o Capitão não é original na suas maluquices: lembro do Jânio Quadros proibindo rinhas de galo ou fazendo de bermudas moda para os funcionários públicos; ou recordo do Collor fazendo estrepolias na Casa da Dinda ou andando de jetski no lago Paranoá.
Mas encontrei alguém de melhor pedigree para comparar desmandos do Paizão e seus três filhotes.
Nesta semana, para entender o cenário da Revolução Darwiniana, estudei um pouco o Século 19, e nele a Era Vitoriana: período que Alexandrina Victoria (1819-1901) foi Rainha do Reino Unido de 1837 até a morte, (64 anos) e também Imperatriz da Índia a partir de 1876. Estes tempos foram muito significativos.
A dupla moral sexual era comum na era vitoriana. Se por um lado a rainha mandou aumentar as toalhas de mesa do palácio para que cobrissem as pernas da mesa na sua totalidade uma vez que dizia que elas podiam fazer lembrar as pernas de uma mulher aos homens, por outro, desenvolvia-se um mundo sexual clandestino onde proliferava o adultério e a prostituição.

Foram também nestes tempos que vieram em Londres (não simultaneamente) três dos maiores gênios do pensamento moderno do Ocidente: Charles Darwin, Karl Marx e Sigmund Freud. Isto nos esperança. Mesmo com dirigentes que semeiam armas podemos buscar a Paz.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

17.— “... são uns idiotas úteis, uns imbecis”



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Para o presidente, estudantes e professores que protestaram no memorável 15 de maio de 2019: “são uns idiotas úteis, uns imbecis”>A resposta foi adequada e educada: #Alunos! Estudem para não ficarem burros como o presidente... Eu acrescentaria um adjetivo muito comum há um tempo: #Alunos! Estudem para não ficarem burros e malcriados como o presidente...
Mais de 40 mil pessoas pararam Porto Alegre nesta quarta-feira, 15 de maio, durante as mobilizações em defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência. Em um grande ato unificado como há tempos não se via com caminhada pelas ruas da cidade e encerramento na Esquina Democrática.
Os cortes orçamentários anunciados pelo Ministério da Educação (MEC) foram o foco dos discursos das entidades presentes nos atos que começaram na Faculdade de Educação (Faced/UFRGS) com um enorme abraço à instituição. A pauta desse governo é entregar o Brasil para o mercado especulativo. Os manifestante de maneira organizada e uníssona se posicionaram: não vamos entregar a educação pública!
Agora a luta é pela construção da greve de 14 de junho que vai parar país, em defesa de uma nação soberana.
Porto Alegre não foi um ato isolado. Nos 26 estados da República e no Distrito Federal houve manifestações. Bem mais de um milhão de ‘idiotas e imbecis’ em mais de 200 cidades buscaram fazer um alerta ao desgoverno na área da Educação.
A ilustração é uma das muito criativas produções do 15M. Não conheço a autoria do bem posto trocadilho, mas recebi, também, a referência de meu colega Enzo Fagúndez, do Uruguai.
No mesmo memorável 15M circularam no Rio Grande do Sul duas notícias que também não são aqui situações díspares. #1 Idosos permanecem em filas de espera nas ruas, por mais de 12 horas, para serem atendidas em postos de saúde. #2 não mais se decretará prisão enquanto houver presos contidos em containers por falta de lugar nos presídios.
Estas duas notícias nada exóticas desde que se constata que um Estado antes tão cioso de seu brio está literalmente falido. O dramático na situação: quando por fala de recursos financeiros se vive a penúria na saúde, no sistema prisional, na educação um dos três filhos de belicoso capitão propõe que se invista uma fabulosa quantidade de dinheiro para a produção de armas atômicas, para sermos respeitados pelos países comunistas.
Realmente parece que não somos nós professores e alunos que protestamos nesta quarta-feira que somos imbecis e idiotas. O presidente não vê os desmandos dos três filhotes. Talvez no trio coubesse com mais adequação a adjetivação que nos conferiu. Isto nos faz aprender: com este governo não há negociação!

sexta-feira, 10 de maio de 2019

10.— Ainda em continuada defesa da Educação



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Meu segundo blogar neste maio deste desespera(nça)do 2019 ocorre quando no Brasil inteiro de busca, como nunca antes, defender os Institutos e as Universidades federais. O reitor da Universidade Federal de Pelotas é taxativo. Ante o corte sofrido, a UFPel poderá funcionar até agosto. Relatos semelhantes ocorrem do Sul ao Norte e de Leste a Oeste do Brasil. O que mais faz tristeza é ouvir a solução simplista e trágica: privatizarmos as universidades e daremos bolsas aos carentes, como se universidade fosse apenas um colegião de dar aulas.
Outra estratégia maquiavélica da ‘equipe econômica’ é dividir quem brada em defesa da educação pública de qualidade: vamos apoiar a formação de veterinários e engenheiros mas se deixa de investir em cursos de Filosofia e Sociologia. Isto é nefasto.
Permito destacar a receptividade que teve a edição passada: edição do blog desse mês de maio. O anúncio de que a nona edição de A Ciência é masculina? É, Sim Senhora! . trará dois parágrafos que não apenas surpreendem mas exigem uma releitura até da capa, pois de acordo com a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), “entre 2014 e 2017, o Brasil publicou cerca de 53,3 mil artigos, dos quais 72% são assinados por pesquisadoras mulheres”. Não sem ufanismo chegou-se, de maneira exagerada a propor: A Ciência é masculina? Não no Brasil, Senhora! Se recomenda quem não leu a edição passada uma lida. Vale a pena, especialmente, os comentários.
Esta edição circula quando já estou me preparando para deixar Marabá depois de uma semana aqui aonde fui surpreendido uma troca de voo: estava previsto que viajaria Marabá / Brasília / Porto Alegre; com alteração viajo Marabá / Belém / Brasília / Porto Alegre. Depois de sair daqui à madrugada devo chegar nos mesmos voo e horário, às 12:20 de sábado.
Minha atividade heliocêntrica aqui foram as aulas na terça e na quinta no componente curricular História e Filosofia da Ciência, em companhia de minha colega Alessandra Rezende que compartilha (no sumarento significado de repartir o pão) o seminário.  Na aula de terça minha participação foi satélite. O astro foi o prof. dr. André Luiz Picolli da Silva, que com muita competência trouxe à discussão: ‘Entre o mito e a ciência’.
Foi muito bom ver o quanto grupo de mestrandos (15 mulheres e 5 homens) se envolverem em discussões a respeito de Ciência e Filosofia. Foi uma atividade muito gratificante ver o grupo propor caminhos para o enfrentamento dos desafios da educação com ciências e matemática regional e nacional, a partir da articulação entre saberes pedagógicas educacionais, conhecimento de aspectos históricos e epistemológicos.
Foi uma experiência muito densa me envolver com mestrandos e de maneira mais extensa com minhas duas orientandas Jhéssica e Leilane, que estão muito engajadas (e eu, também) com as propostas que estão desenvolvendo.
 Na manhã desta sexta-feira atendi, também. convite da Pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica, Cindy Stella Fernandes, para uma reunião para avaliar as contribuições do Professor Visitante Nacional Sênior Amazônia-PVNS. O momento foi oportuno para a integração das atividades desenvolvidas nos programas de pós-graduação, bem como, para o planejamento de ações institucionais.
À tarde, durante algumas horas, com a Professora Alessandra, estive no Simpósio da Gestão do Conhecimento e Biodiversidade. Um evento organizado pelo ICM-Bio / Instituto Chico Mendes de Conservação  da Biodiversidade que me impressionou muito. Fui convidado para almoçar e recebi uma artística caneca e amostras da produção de doces com frutos da região.
Encerro esta blogada ratificando registro que fiz aqui em 12/abril em Acerca da sensação de se sentir paraense! Neste 14 maio, ocorre no Grupo de Ensino de Química da Faculdade de Química - ICEN UFPA em Belém do Pará, por iniciativa de seu coordenador, Prof. Dr. Adriano C. Fernandes, o evento "Caravana de Leitores" [apresentado no banner], para o qual fui escolhido para ser o primeiro homenageado. Como escrevinhador de livros o destaque me emociona.
 Desejo muito que o evento seja um sucesso, pois a caravana tem como objetivo além de realizar justas homenagens a autores de livros, também tem a finalidade de tentar formar professoras e professores leitores. Como o Adriano, sou um defensor da construção de uma cultura da leitura em nosso país, essa cultura poderá ser alcança se nossas professoras e professores se tornarem leitores.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

03.— Uma releitura do A Ciência é masculina?



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E, já é maio deste desespera(nça)do 2019. Não olho para atrás, pois a cada dia há uma notícia que se assemelha a um apunhalar a Educação no Brasil. Parece ser mais salutar prelibar o futuro... Vejo, então, que quando das cinco edições deste blogue previstas para este maio, irei duas vezes para Marabá. Vou estar com colegas, vou me envolver com mestrandos e com orientandas. O seminário acerca da História e Filosofia da Ciência que compartilho com a Alessandra Rezende teve uma sumarenta abertura ontem. Agora, não dá para deixar cair a peteca.
Estou preparando a nona edição de A Ciência é masculina? É, Sim Senhora! . antecipo aqui dois parágrafos da nona edição que não apenas surpreendem mas exigem uma releitura de alguma ‘certezas’. Eis dois parágrafos que pedem releituras.
 
A releitura da capa é de Danila Mendonça.
Dados surpreendentemente opostos aos trazidos até aqui merecem destaque. Eles estão presentes em um muito atual estudo do Observatório Ibero-Americano de Ciência, Tecnologia e Sociedade, destacado pela Agência Brasil, em 23/03/2019, intitulado As desigualdades de gênero na produção científica ibero-americana* destaca que “o Brasil é o país ibero-americano com a maior porcentagem de artigos científicos assinados por mulheres seja como autora principal ou como coautora, de acordo com a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). Entre 2014 e 2017, o Brasil publicou cerca de 53,3 mil artigos, dos quais 72% são assinados por pesquisadoras mulheres”.
O informe da Agência Brasil ainda acrescenta: atrás do Brasil, aparecem a Argentina, Guatemala e Portugal com participação de mulheres em 67%, 66% e 64% dos artigos publicados, respectivamente. No extremo oposto estão El Salvador, Nicarágua e Chile, com mulheres participando em menos de 48% dos artigos publicados por cada país.
Temos, assim, novos sonhos a acalentar. Poderá haver novos matizes na produção da Ciência. Em tempos aziagos sonhar é preciso.