Ano
6*** BUENOS AIRES ***Edição 2182
Como
na semana passada este blogue se fez um diário de cinco dias soteropolitanos, agora
trago relatos de uns poucos dias porteños. Depois de trazer ontem um aperitivo
iconográfico das livrarias, que neste domingo já degustei um pouco, esta edição
conta algo do dia de ontem.
O
22 de julho foi ensolarado e frio com ‘cielos despejados’ ou céus sem nuvens.
Vou dividir os relatos em três tempos. Nos mesmos, a Gelsa e eu tivemos a
companhia da Edla Eggert, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação
da Unisinos, que com a Gelsa está ministrando um curso no Doutorado em Educação
da Universidad Nacional Tres de Febrero.
Pela
manhã fizemos uma caminhada do hotel em direção à Plaza de Mayo para vermos um
dos ícones da capital argentina: La Casa Rosada. No trajeto nos encantamos com
muitos prédios históricos, onde destaco a visita que fizemos à Basílica
de Nuestra Señora de la Merced (conhecida como Iglesia de la Merced), um dos templos
católicos mais antigos da cidade de Buenos Aires.
Encontra-se junto do grande Convento de São Raimundo Nonato, localizado a
poucos metros da Plaza de Mayo. Surpreendeu-nos na muito linda
basílica, o muito pequeno número de fiéis que assistiam a missa dominical:
talvez uma dúzia se contarmos o celebrante.
Na Plaza de Maio, hoje também a city financeira
da capital, além da imponente sede do governo de onde comanda o país a odiada/amada
Cristina Kirchner, vimos um cenário com muitas manifestações, das quais as
conhecidas ‘abuelas de la Plaza de Mayo’ são marca histórica. Os trinta anos da
Guerra das Malvinas é um dos protestos atuais mais vigorosos. Há, ainda, uma
repetida frase, vista também em outros pontos da cidade: “¡Llega de hambrear
los jubilados!” ou ”Chega de fazer os aposentados passar fome!”
Ainda na Plaza de Mayo, fomos ao encontro de
duas colombianas alunas do Curso da Tres de Febreo, que estavam em uma movimentada
celebração da data nacional da Colômbia. Associamo-nos à centena de
participantes, quando pudemos saborear comidas típicas e ver e ouvir danças e
músicas colombianas.
O
segundo movimento foi a visita que fizemos ao imponente e moderno MALBA (Museu
de Arte Latino-americano de Buenos Aires), quando ao lado da muito selecionada
coleção permanente pudemos apreciar uma exposição temporária muito
significativa: Desenho da história moderna.
Como consta no material de divulgação da
exposição, trata-se da primeira grande retrospectiva de Fernando Bryce na América Latina. Bryce é peruano, nascido em Lima,
em 1965 e vive e trabalha em Berlim. É um dos artistas peruanos mais
reconhecidos internacionalmente. Esta exposição reúne pela primeira vez muitas
das séries de desenhos do artista. Ela inclui 19 obras, composta por mais
de mil peças, realizadas entre 1997 e 2011, provenientes de coleções públicas e
privadas na Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Peru e Suíça.
Desde finais dos anos noventa, Bryce produz um
extenso corpo de trabalho a partir de livros de pesquisa de arquivo e
documentos para a construção de novas formas de representação da memória
histórica. Seus trabalhos funcionam como capítulos distintos de um quadro
maior de uma história abrangente geral, mas sempre incompleta. Bryce se
concentra nas grandes histórias em acontecimentos históricos e os
processos-chave do mundo: as realizações do imperialismo europeu, revoluções,
guerras e debates ideológicos da Guerra Fria. Em resumo, o desenvolvimento
de ideologias internacionais do comunismo e do capitalismo em sua definição de
disputas políticas do século 20. Seu método, que chamou anteriormente como
"mimético análise" - é baseado em cópias de documentos oficiais,
imagens imprensa , propaganda política ou propagandas, articulando uma série de
desenhos que as relações de poder e de revisão a cobertura da mídia na história
do século 20.
O
coroamento do dia foi assistir à peça “Divorciadas,
evangélicas y vegetarianas”, cuja síntese (extraída do folheto de
divulgação) conta que em uma estação de trem, Beatriz, recentemente divorciada
e com um filho, não encontra outra saída para sua vida senão o suicídio. Gloria,
que foi violentada por um homem casado, salva a vida de Beatriz. Meche, a
terceira personagem, é lanterninha de cinema e viúva duas vezes. Evangélica por
herança de seu último marido. As 3 mulheres se encontram e estabelecem uma
amizade marcada por momentos hilariantes que provocam reflexões sobre a condição
feminina.
A vida é uma eterna troca cultural, aos olhos de cada um a ótica muda.Aproveite Mestre!
ResponderExcluirAbraços
Antonio Jorge
Caro Chassot,
ResponderExcluirtenho certeza de que essa é uma viagem que poderás amealhar mais conhecimentos ainda. Provavelmente irás cruzar com a minha filha que anda por esses mesmos lugares aí pela capital Portenha. Deverá retornar ao Brasil no final da semana.
Um abraço,
Garin
Limerique
ResponderExcluirSeja por vontade ou destino
Ó mestre, não sei, não descortino
Tu estás a vontade
Com toda majestade
Sentindo-se um igual platino.