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segunda-feira, 23 de julho de 2012

23.- ACERCA DE UM DOMINGO PORTEÑO



Ano 6*** BUENOS AIRES ***Edição 2182
Como na semana passada este blogue se fez um diário de cinco dias soteropolitanos, agora trago relatos de uns poucos dias porteños. Depois de trazer ontem um aperitivo iconográfico das livrarias, que neste domingo já degustei um pouco, esta edição conta algo do dia de ontem.
O 22 de julho foi ensolarado e frio com ‘cielos despejados’ ou céus sem nuvens. Vou dividir os relatos em três tempos. Nos mesmos, a Gelsa e eu tivemos a companhia da Edla Eggert, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisinos, que com a Gelsa está ministrando um curso no Doutorado em Educação da Universidad Nacional Tres de Febrero.
Pela manhã fizemos uma caminhada do hotel em direção à Plaza de Mayo para vermos um dos ícones da capital argentina: La Casa Rosada. No trajeto nos encantamos com muitos prédios históricos, onde destaco a visita que fizemos à Basílica de Nuestra Señora de la Merced (conhecida como Iglesia de la Merced), um dos templos católicos mais antigos da cidade de Buenos Aires. Encontra-se junto do grande Convento de São Raimundo Nonato, localizado a poucos metros da Plaza de Mayo. Surpreendeu-nos na muito linda basílica, o muito pequeno número de fiéis que assistiam a missa dominical: talvez uma dúzia se contarmos o celebrante.
Na Plaza de Maio, hoje também a city financeira da capital, além da imponente sede do governo de onde comanda o país a odiada/amada Cristina Kirchner, vimos um cenário com muitas manifestações, das quais as conhecidas ‘abuelas de la Plaza de Mayo’ são marca histórica. Os trinta anos da Guerra das Malvinas é um dos protestos atuais mais vigorosos. Há, ainda, uma repetida frase, vista também em outros pontos da cidade: “¡Llega de hambrear los jubilados!” ou ”Chega de fazer os aposentados passar fome!”
Ainda na Plaza de Mayo, fomos ao encontro de duas colombianas alunas do Curso da Tres de Febreo, que estavam em uma movimentada celebração da data nacional da Colômbia. Associamo-nos à centena de participantes, quando pudemos saborear comidas típicas e ver e ouvir danças e músicas colombianas.
O segundo movimento foi a visita que fizemos ao imponente e moderno MALBA (Museu de Arte Latino-americano de Buenos Aires), quando ao lado da muito selecionada coleção permanente pudemos apreciar uma exposição temporária muito significativa: Desenho da história moderna.
Como consta no material de divulgação da exposição, trata-se da primeira grande retrospectiva de Fernando Bryce na América Latina. Bryce é peruano, nascido em Lima, em 1965 e vive e trabalha em Berlim. É um dos artistas peruanos mais reconhecidos internacionalmente. Esta exposição reúne pela primeira vez muitas das séries de desenhos do artista. Ela inclui 19 obras, composta por mais de mil peças, realizadas entre 1997 e 2011, provenientes de coleções públicas e privadas na Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Peru e Suíça.
Desde finais dos anos noventa, Bryce produz um extenso corpo de trabalho a partir de livros de pesquisa de arquivo e documentos para a construção de novas formas de representação da memória histórica. Seus trabalhos funcionam como capítulos distintos de um quadro maior de uma história abrangente geral, mas sempre incompleta. Bryce se concentra nas grandes histórias em acontecimentos históricos e os processos-chave do mundo: as realizações do imperialismo europeu, revoluções, guerras e debates ideológicos da Guerra Fria. Em resumo, o desenvolvimento de ideologias internacionais do comunismo e do capitalismo em sua definição de disputas políticas do século 20. Seu método, que chamou anteriormente como "mimético análise" - é baseado em cópias de documentos oficiais, imagens imprensa , propaganda política ou propagandas, articulando uma série de desenhos que as relações de poder e de revisão a cobertura da mídia na história do século 20. 
O coroamento do dia foi assistir à peça “Divorciadas, evangélicas y vegetarianas”, cuja síntese (extraída do folheto de divulgação) conta que em uma estação de trem, Beatriz, recentemente divorciada e com um filho, não encontra outra saída para sua vida senão o suicídio. Gloria, que foi violentada por um homem casado, salva a vida de Beatriz. Meche, a terceira personagem, é lanterninha de cinema e viúva duas vezes. Evangélica por herança de seu último marido. As 3 mulheres se encontram e estabelecem uma amizade marcada por momentos hilariantes que provocam reflexões sobre a condição feminina. 

3 comentários:

  1. A vida é uma eterna troca cultural, aos olhos de cada um a ótica muda.Aproveite Mestre!

    Abraços

    Antonio Jorge

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  2. Caro Chassot,
    tenho certeza de que essa é uma viagem que poderás amealhar mais conhecimentos ainda. Provavelmente irás cruzar com a minha filha que anda por esses mesmos lugares aí pela capital Portenha. Deverá retornar ao Brasil no final da semana.
    Um abraço,

    Garin

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  3. Limerique

    Seja por vontade ou destino
    Ó mestre, não sei, não descortino
    Tu estás a vontade
    Com toda majestade
    Sentindo-se um igual platino.

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