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sexta-feira, 26 de abril de 2019

26.— Despedindo abril e já prelibando maio



ANO
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EDIÇÃO
3403
E... já estamos no último fim-de-semana aprilino. A adjetivação cabe na primeira das acepções do Priberam, mas não na segunda: "aprilino" Fresco, jovem ou viçoso. E não é pela cadenciada chuva que alegra o mundo vegetal, na região sul, desde o começo da sexta-feira que ressalvo uma dicionarização. Este findi será para muitos dedicado à insólita faina de fazer ajustes leoninos. Não sem razão que este é um fazer usualmente procrastinado, a cada ano, para o ocaso do mês de abril.
Em pelo menos meio século não vivi tensão igual a deste ano para fazer o tal ajuste. Se cresse em mal olhado, diria que durante três dias ele mirou meu computador. Meu drama começou quando, por problemas havido com meu notebook, não consegui fazer a sempre ditosa importação de dados do ano anterior. Gastei horas procurando, até assumir a ingente tarefa de começar uma declaração do ponto zero. Afortunadamente, tinha uma cópia papel da declaração anterior.
Talvez, o mais difícil foi acessar o INSS par ver meus ganhos enquanto aposentado. Faltava-me o número de benefício. Ocorre que chegar à página do INSS é quase uma maratona, pois há uma infestação de ‘prestadores de serviços’ que se atravessam. Conseguido o número conseguir ler aqueles quase hieróglifos para dizer que não és um robô é um outro feito dantesco. Falta-me agora apenas o número do recibo de entrega da última declaração. Aceito, ou melhor, troco dicas.
Mas o quase domado leão não merece ser assunto maior aqui. Há tanto de mais grave ocorrendo na ‘pátria amada, Brasil!’ como um diretor do Banco do Brasil ser demitido pois uma peça publicitária institucional incluía excluídos, na busca da ampliação da diversidade. Vivemos no ofício das trevas.
As universidades e os institutos federais estão cada vez mais na alça de mira do privatista ministro da Economia. Há uma série de 10 slides, mostrando que, diferentemente do que arrota o coiso, a primazia da produção do ensino, da pesquisa e da extensão estão nas instituições públicas.
Desta preciosa peça formativa destaco, aqui e agora, o último informe: saber que dois terços dos Universitários brasileiros vêm de famílias com renda média de um e meio salário mínimo. Este dado justifica o meu fazer educação na universidade pública. Quem desejar o conjunto das dez peças, basta me solicitar pelo achassot@gmail.com
 Isto, de per si (para retroagir ao medievo junto com a Pátria amada) deveria levar-nos às ruas para defender a Escola pública.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

19.— O dia do índio em uma sexta-feira (ainda) santa



ANO
 13
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EDIÇÃO
3402
É importante recordar que hoje também é "o dia do índio" e a celebração da semana santa, pelas religiões hegemônicas, não pode silenciar lembranças ancestrais! Ao nos encantarmos com a lua cheia destes dias vale rememorar quem são os donos das terras que, mais uma vez, estão sob a ameaça de apropriação pelas gananciosas indústrias extrativistas de minérios e madeiras.
Escrevo nesta sexta-feira santa. É, mais uma vez, recorrente a pergunta: por que a Páscoa não ocorre sempre na mesma data como o Natal? Vejam o hibridismo na determinação das datas da Páscoa e do Natal, as duas maiores festas da cristandade. Uso muito a propósito termo cristandade, significando o conjunto dos povos ou países cristãos e, assim, não estou me referindo aos que professam a fé cristã. A primeira ocorre numa data móvel, regida pelo calendário lunar, entre 22 de março e 25 de abril. E para que não se diga que a lua determina a data de eventos móveis religiosos (Pentecostes, Corpus Christi, Ascensão etc.) ela também define a data do Carnaval — que pode ocorrer entre 03 de fevereiro e 09 de março — até porque esta festa se associava às celebrações quaresmais, segundo alguns sendo a celebração do adeus a carne (= carne vale) antes dos dias de abstinência de carne que se prolongavam até a Páscoa. Enquanto o Natal ocorre sempre em 25 de dezembro, com data definida pelo calendário solar, provavelmente para se fazer sincrética a festas pré-cristãs celebradas pela passagem solstício de inverno no hemisfério Norte.
A data da Páscoa (tanto na Igreja Católica como nas Igrejas Protestantes e Igrejas Ortodoxas, mas não há necessariamente coincidência com o calendário judeu é calculada como ocorrendo no primeiro domingo após a lua cheia (lembremo-nos que Sexta-Feira Santa é dia de plenilúnio), seguinte à entrada do equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte. Essa definição foi um momento que pôs fim a uma histórica divergência dentro da Igreja. Este ano o Pessach (= Páscoa judaica) é celebrado a partir do início da noite de hoje, sexta-feira, 19 de abril até o início da noite de sábado, 27 de abril).
Há denominações cristãs que têm fixada a Sexta-Feira Santa em 12 de abril, definida a partir de leituras dos Atos dos Apóstolos relacionadas com a data da morte de Jesus no suposto ano 33 da era cristã.
 Um jornal de Porto Alegre, na véspera da Páscoa de 2006, em um material de curiosidades acerca da festa, explicou que para calcular a data da Páscoa bastava adicionar 46 dias a data do Carnaval. Certamente, ao fazer matéria sobre o Carnaval poderia explicar que para calcular a sua data basta subtrair 46 da data da Páscoa.
 Numa contribuição a uma vida mais saudável, encerro esta edição pascoalina com informe trazido da página da Unimed:
Os benefícios do cacau. É normal associar a palavra cacau ao chocolate, inclusive os benefícios do chocolate têm relação justamente com o cacau presente na composição. Conforme a Netherlands Journal of Medicine, revista científica da Associação Holandesa de Medicina, os fabricantes de chocolate têm estabelecido técnicas de processamento do cacau que eliminam o amargor, mas, devido a esse processo, até 90% dos flavonoides (compostos bioativos com propriedades antioxidantes) podem ser perdidos.  
A ingestão de cacau pode estar ligada a diversos benefícios, como a melhoria do funcionamento do coração, além dos compostos antioxidantes que aumentam a concentração do “colesterol bom” (HDL), o auxílio ao bom funcionamento do sistema nervoso central e o apoio ao retardamento do envelhecimento precoce.
Tenha cautela com a ingestão de chocolate! Os benefícios associados ao consumo de chocolate amargo ou meio amargo existem em função da presença dos flavonoides. Recomenda-se que o consumo não ultrapasse 30 g no dia, caso contrário pode haver ingestão excessiva de gorduras e carboidratos (essa quantia representa quatro dos quadradinhos menores de uma barra de chocolate!). A boa notícia é que as fontes de cacau não se restringem aos chocolates: é possível encontrá-lo em versões, como a semente do cacau “in natura” e o cacau em pó orgânico, que são fáceis para incluir em diversos preparos caseiros.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

12.— Acerca da sensação de se sentir paraense



ANO
 13
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EDIÇÃO
3401
À difícil redação desta edição deste blogue duas evocações se fizeram pressurosas. (O quanto seriam árduos nossos fazeres se as evocações fossem um livro em branco? Há porquê acreditar no épico gauchesco Martim Fierro, de José Hernandez: O diabo tem mais de diabo por ser velho do que por ser diabo! ).
As evocações — uma e outra já trazidas aqui — são uma próxima e outra remota. Nestes 13 anos de blogares, na maior parte do tempo este blogue foi diário. Houve tempos de edições bissemanais. Nos últimos anos, não sem dificuldades, tenho cumprido a promessa de uma edição semanal, nas sextas-feiras, no início do fim de semana. Minha interrogação mais continuada: como conseguia fazer edições diárias se agora é difícil mantê-las semanais? Não aceito o diagnóstico que tenha ficado mais preguiçoso. Talvez, mais seletivo na escrita. Esta a próxima.
Agora a remota. Ante a minha não rara aridez intelectual não encontrando assunto para a edição semanal, lembro de uma continuada interrogação trazidas muitas noites por minha mãe: “O que vou cozinhar, amanhã?” Deveria ser uma preocupação pertinente a uma dona-de-casa que tinha — com muito limitadas posses — prover a mesa para o marido e 7 filhos. Pois as vezes, do sábado à sexta-feira qual minha mãe, me interrogo: acerca do que vou escrever na próxima edição.
Trago, então para cumprir tabela, duas das dezenas de mensagens recebidas esta semana. A cada uma adito breve comentário. Uma e outra mexeram comigo.
Caro Chassot, acabo de receber a notícia que não conseguiremos utilizar a verba, por questões burocráticas, para a compra da passagem aérea. Infelizmente não será possível mantar nosso convite. É realmente uma pena. Em nome de toda a comissão peço desculpas pelo transtorno causado. Cordialmente, André Rodrigues. Para quem, há não muito falou na UNICAMP ter agora uma fala na USP parecia algo a aditar a sua fortuna crítica. Devo dizer que não me frustrei. Ao contrário. Fiz a seguinte metáfora. Falar acerca da BCNC na mesma mesa com o Luiz Carlos Freitas era semelhante e estar com Einstein numa mesa para discutir a Teoria da Realidade. Parece que neste meu mundo saboroso de palestrante, pela primeira vez me senti aliviado.
Boa tarde Professor Chassot! Primeiramente irei me apresentar, sou o professor Adriano C. Fernandes do curso de licenciatura em química da UFPA.Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente no EVEQ de Araraquara em 2013, onde tive o prazer de tomar um cafezinho com o senhor. Desde então tenho trabalhado arduamente na formação de professores de ciências, em especial, na formação de professores de Química.
O grupo de pesquisa em ensino de química (GREQ), no qual, sou coordenador, tem realizando diversas atividades para colaborar na formação de professores. Entre as diversas atividades realizadas, surgiu a ideia de homenagear autores que tenham obras que contribuem para a formação docente, o evento foi denominado "Caravana de Leitores", e o senhor foi escolhido para ser o primeiro homenageado. Assim, gostaria de sua permissão para homenageá-lo, o evento "Caravana de Leitores" irá apresentar e divulgar algumas de suas obras, tais como, Alfabetização Científica, A ciência e Masculina, etc.
A seguir descreve um pouco do Evento: A 1º “Caravana de Leitores”, evento promovido pelo Grupo de Pesquisa em Ensino de Química (GREQ) traz como tema o professor Attico Chassot. A “Caravana de Leitores” tem como objetivo estimular a formação de professores de ciências leitores, bem como homenagear autores que contribuem na formação docente. Através de palestras e bate-papos organizados pela equipe do GREQ serão apresentadas as principais obras do autor homenageado.
Desde já agradeço por sua atenção Atenciosamente, seu grande fã Prof. Dr. Adriano C. Fernandes Faculdade de Química-ICEN Coordenador do Grupo de Ensino de Química UFPA.
Minha resposta traduz muito do que senti: Muito estimado colega Adriano! recebo comovido o anúncio da homenagem que a licenciatura em Química da UFPA me outorga através da caravana de leitores! Obrigado pela sensibilidade de teu anúncio que me acolhe no Pará onde estou há oito dias enquanto Professor visitante Sênior da UNIFESSPA, assim amealho mais uma razão para amar esta terra. Emocionado, achassot.
Na ilustração evoco o registro de outra homenagem recebida de paraenses. 
Assim, fiquei gratificado com o registro da Viviane, da assessoria de Imprensa da Universidade Federal do Sul e do Sudeste do Pará que está em https://www.unifesspa.edu.br/noticias/3416-ppgecm-alunos-da-unifesspa-participam-da-2-aula-inaugural-com-professor-chassot

sexta-feira, 5 de abril de 2019

05.— Um outro foco para ser mais professor: Marabá.



ANO
 13
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EDIÇÃO
3400
Estou desde terça-feira, mais uma vez, em Marabá. Fico até terça-feira, dia 9. Estou aqui, enquanto Professor Visitante Sênior da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará/ UNIFESSPA. Dentro de uma das concepções que assume este blogue esta, de vez em vez, é se fazer diário de um viajor. É assim, um pouco da proposta para esta primeira edição de abril 2019.
Marabá, com cerca de 300 mil habitantes; se localiza no estado do Pará, a cerca de 500 quilômetros ao sul de Belém. Sua localização tem, por referência, o ponto de encontro entre dois grandes rios, Tocantins e Itacaiúnas, formando uma espécie de "y" no seio da cidade vista de cima. A cidade é formada basicamente por seis distritos urbanos interligados por rodovias.
O povoamento de origem europeia da região de Marabá principiou no início do século 19, porém, somente consolidou-se com a chegada de imigrantes árabes, goianos e maranhenses, em 1894. O desenvolvimento do município, durante um grande período, foi dado pelo extrativismo vegetal, mas, com a descoberta da Província Mineral de Carajás, Marabá desenvolveu-se muito rapidamente, tornando-se um município com forte vocação industrial, agrícola e comercial. Atualmente, Marabá é um grande entroncamento logístico, interligada por cinco rodovias ao território nacional, por via aérea, ferroviária e fluvial. Referir que o endereço do hotel é na rodovia Transamazônica dá uma dimensão do quanto encontro aqui reminiscências da geografia do Brasil.
Marabá tem, como característica, sua grande miscigenação de pessoas e culturas, que faz jus ao significado popular do seu nome: "filho da mistura". É também conhecida como Capital do Carajás, Terra da Castanha e Cidade Poema; este último apelido remete ao poema Marabá do escritor Gonçalves Dias.
Em uma futura edição falo de uma muito jovem Universidade (seis anos) e do PPGECM do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática, ao qual me vinculo, no qual esta semana proferi a 2° aula magna (a primeira no passado também fui eu), apresentei seminário no grupo de pesquisa e fiz orientações individuais e grupais.