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domingo, 31 de outubro de 2010

31.- NAGOYA: um novo nome para a esperança

Porto Alegre Ano 5 # 1550

E o Brasil decidiu: DILMA é a Presidente eleita

Um domingo para o Brasil decidir. Este último dia de outubro será, talvez, o domingo mais nervoso do ano. Serão longas as horas que nos separam desde essa manhã que começa ensolarada até anoitecer, para sabermos o que mais de 135 milhões de brasileiros dirão em apenas três teclares, que levaram em média 15 segundos (no primeiro turno eram 25 as tecladas).

Ontem à noite quatro institutos de pesquisas eram unânimes em assegurar uma vitória em da Dilma: DataFolha: 55; Vox Populi: 57; Sensus: 57,2; e Ibope, 56. Assim, em todos há uma vantagem de em torno de 10%. Mesmo que pareça impossível haver alterações pode-se dizer que Dilma já ganhou? Não, até porque nesse caso a democracia poderia ser exercida por meio de pesquisas de opinião.

Por falar em números – aderindo pontualmente a Lorde Kelvin (Só podemos falar daquilo que podemos medir!) celebro com cada uma e cada um de meus leitores um aumento significativo do aumento de leitores neste outubro. A média de setembro fora de 102 e agora aponta para 121. O numero de seguidores neste mês passou de 135 para 152 e países que acessaram passou de 51 para 68.

Mas em um domingo para o Brasil decidir não poderia noticiar um melhor assunto. Transcrevo matéria da Folha de S. Paulo deste sábado.

Países alcançam acordo da biodiversidade. Após 18 anos negociando, é assinado o Protocolo de Nagoya, considerado maior pacto ambiental desde Kyoto.

Novo tratado garante a soberania dos países sobre os seus recursos genéticos; Brasil é visto como grande vitorioso.

Representantes de quase 200 países chegaram a um acordo ontem, em Nagoya (Japão), e assinaram um tratado sobre a biodiversidade. As nações concordaram em reconhecer o direito dos países sobre a sua biodiversidade. Isso significa que países que desejarem explorar a diversidade natural (como plantas, animais ou micro-organismos) em territórios que não sejam seus terão de pedir autorização para as nações donas dos recursos.
Se estudo da fauna e da flora alheia resultar em novos produtos, como fármacos ou cosméticos, os lucros terão de ser repartidos entre quem os desenvolveu e o país de origem do recurso, conforme contrato prévio.
Se houver comunidades que utilizem os recursos genéticos tradicionalmente, como tribos indígenas, elas também terão direito de receber royalties pela exploração comercial da biodiversidade.
Os diplomatas chamam esses pontos de ABS, uma sigla em inglês para "acesso e repartição de benefícios".
VITÓRIA BRASILEIRA
As negociações para estabelecer esses pontos sobre o acesso aos recursos genéticos levaram quase 20 anos. Desde a Eco-92, no Rio de Janeiro, temas ligados à biopirataria são discutidos, e os países ricos relutavam em assinar um pacto que garantisse a soberania dos países sobre a sua biodiversidade.
Por isso, o acordo realizado agora, na COP-10 (10ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica), em Nagoya, foi visto como uma grande vitória brasileira, país dono da maior biodiversidade do mundo e protagonista nas negociações no Japão.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, chefe da delegação brasileira, disse estar satisfeita.
"É realmente uma vitória. Estou certa que temos um novo arranjo para a conservação biológica. Para nós é bom, finalmente avançamos, mas não é excelente."
Ela diz isso porque algumas posições brasileiras, como o efeito retroativo para direitos sobre a biodiversidade (haveria royalties por substâncias já desenvolvidas e comercializadas, por exemplo), não estão no acordo.
A ministra defendeu, porém, que algum acordo é melhor do que nenhum acordo. "É necessário entender que precisamos de conciliação, senão não há resultados."
Ela diz que o sucesso de Nagoya, com um consenso entre centenas de países, pode servir de exemplo para as negociações do clima, que seguem em Cancún, em dezembro. "Sou uma mulher pragmática e otimista."
Não foi só Teixeira que saiu de Nagoya sorrindo. O clima entre os representantes de todos os países era de comemoração pelo acordo, que parecia distante conforme as negociações avançavam pela madrugada de sexta para sábado no Japão.
"Não é só um protocolo chato. Ele se refere a bilhões de dólares da indústria farmacêutica", disse Tove Ryding, do Greenpeace.
"Se Kyoto entrou para história como o lugar onde o acordo do clima nasceu, em 1997, Nagoya terá destino similar", diz Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CBD), responsável pela conferência.
Além do protocolo sobre a biodiversidade, várias metas de aumento na quantidade de terras e áreas marítimas preservadas foram estabelecidas. A única ausência notável foi a dos Estados Unidos, que nunca participaram da CBD.

Adito a esta festejada notícia os votos de que hoje, nas eleições presidenciais, a verdade vença a mentira. Embalando os melhores sonhos, o desejo de um muito bom domingo a cada uma e cada um de meus amáveis leitores. Um afago especial àqueles que aderiram a este blogue neste (ex)tenso outubro. Aos que me prestigiam há mais tempo, agradecimentos especialíssimos pela continuada parceria. A uns e outros o convite para nos lermos amanhã.

sábado, 30 de outubro de 2010

30.- Moça com brinco de pérola

Porto Alegre Ano 5 # 1549

Já meia manhã de um sábado fechado em Porto Alegre. Parece que a vigília do pleito nos faz reflexivos/temerosos. Prefiro me imaginar ressacado com mais um EDEQ que terminou.

Na edição 2010 inauguramos outro modelo. Começávamos na noite de quinta e encerrávamos ao meio dia de sábado. O novo modelo: manhã de quinta-feira ao começo da noite de sábado mostrou-se muito bom.

Ontem depois da segunda sessão do minicurso, voltei – não sem muita emoção – depois de quase 30 anos ao Instituto de Química (hoje, Faculdade de Química), onde fui professor de 1966-1981. Meu atencioso ex-aluno Marcus Seferin me disponibilizou sua sala para que pudesse redigir o final da conferencia. Na parte da tarde assisti diferentes atividades do EDEQ. Às 18h30min fiz a fala de encerramento, quando tentei responder a uma pergunta quase crucial: 30 anos de Educação Química no Rio Grande do Sul – E o futuro? não descurando a menção política que o momento ensejava.

Professores e alunos da FURG, que compareceram ao 30º EDEQ com camisetas anunciando em sua instituição o 31º tiveram sucesso com o simpático lobby. Em 22 e 23 de outubro de 2011 nos encontraremos em Rio Grande, a Noiva do Mar como há um tempo se chamava a cidade que detém o único porto marítimo do Rio Grande do Sul.

Ontem contei aqui de minha apreciação do pintor Vermeer e de alguns de seus quadros. Pois a dica de leitura sabática vem na esteira do acontecimento que contei ontem aqui. Moça com brinco de pérola é uma saborosa possibilidade de conhecermos mais o mundo da pintura holandesa no século 17, penetrando nos emaranhados da vida de Vermeer, conduzidos por Trancy Chevalier, uma escritora que parece usar a palheta para pintar palavras.

CHEVALIER, Tracy. Moça com brinco de pérola, Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2004, 6ªed. 240p. Original:Girl with a pearl earring. ISBN 85-286-0957-X.

Trracy Chevalier (nasceu em 1962 em Washington, DC) é uma romancista com um viés hitórico. Ela mora em Londres com seu marido e filho. Sua carreira começou com o livro A Virgin Blue, mas ela se tornou conhecida com seu romance Moça com brinco de pérola, um livro baseado na criação do famoso quadro de Vermeer. Seu último romance é notável Criaturas, baseado na vida Mary Anning uma coletora de fósseis inglesa do século 19.

É provável que muitos dos leitores deste blogue, como eu, nunca tenham estado em Delft. Ao terminar a leitura de Moça com brinco de pérola, a histórica cidade holandesa nos será familiar, pois junto com Griet percorremos suas ruas, atravessamos praças, margeamos canais e vamos aos mercados e à igreja e também a acompanhamos em seus encontros furtivos com o namorado em becos mais discretos.

Em Delft passamos a viver muito na casa de Jan Vermeer (1632-1675) um dos maiores pintores do século 17 e o acompanhamos a criação de alguns se seus 35 quadros, que hoje se constituem num dos maiores acervos do barroco holandês. Numa trama sagaz entre ficção e realidade, Tracy Chevalier nos envolve com um importante personagem da História da Ciência, freqüentador da casa do pintor: Antoni van Leeuwenhoek, um fabricante de microscópios em Delft e autor de importantes descobertas da biologia celular.

Griet - a heroína do livro - é uma menina contratada para ser uma das empregadas, deixando sua família protestante para viver entre católicos - quando as condições de trabalho de uma criada se assemelhavam quase à escravatura - e se torna, então, modelo do pintor, sendo retratada em famoso quadro, que dá título do livro. Ter usado os brincos de Catherine, mãe dos 11 filhos do pintor, atrai a ira da esposa e traz ao romance desfecho imprevisível.

O romance de Tracy Chevalier foi adaptado para o cinema, com filme homônimo, dirigido por Peter Webber, com três indicações ao Oscar 2004 (Direção de Arte, Fotografia e Figurino) numa produção de Luxemburgo e do Reino Unido.

A Moça com brinco de pérola nos leva pela imaginação de Tracy Chevalier - uma estudiosa de Delft e da obra de Vermeer - a viajar ao século 17, tão pleno de interrogações que ainda se fazem atuais nos dias de hoje. A magia da leitura me entusiasma a recomendar a fruição de uma viagem a Delft nesse romance empolgante.

om tão colorida e saborosa dica nada mais resta que desejar um muito bom

sábado. Sei que já estamos de olho no dia de amanhã. Vivemos mais uma vez em vigília de um momento cívico que é decisivo não para a Educação brasileira, mas para a nação brasileira ou para as nações latino-americanas.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

29.- “Vermeer, professor!”.


Porto Alegre Ano 5 # 1548

Eis que iniciamos o primeiro dia do quinto tríduo deste excepcional outubro com cinco SEX/SAB/DOM. No primeiro deles vivemos as nervosas emoções do primeiro turno. Deste último tríduo, em termos eleitorais, falo um pouco adiante.

Como contei aqui, nesta quinta e sexta feira vivo intensamente a realização do 30º EDEQ. Para que meus leitores entendam minhas emoções, preciso registrar que os EDEQs – Encontros de Debates sobre de Ensino de Química são uma minhas ações no disseminar a Ciência, quando coloco como um dos meus propósitos o fazer alfabetização científica – em sua dimensão mais ampla.

Estive envolvido na organização de todos os eventos e também participei dos mesmos, com uma única exceção: faltei ao XVI EDEQ, em 1996, da Universidade de Santa Cruz do Sul, pois recém fizera uma cirurgia de tíbia e perônio; mas me fiz presentes nas reuniões de organização do mesmo e com o envio de um texto que foi lido na abertura pelo meu colega e amigo Edni Oscar Schroeder.

Assim, na manhã de ontem, no imponente auditório da PUC-RS com mais de 400 pessoas, foi emocionante assistir meu colega Maurivan Güntzel Ramos, declarar aberta a 30ª edição de um EDEQ. O Maurivan é parceiro desde o I EDEQ, realizado em 6 de dezembro de 1980, no Instituto de Química da Pontifícia Universidade Católica, desencadeado pela então emergente regional gaúcha da Sociedade Brasileira de Química. Reuniram-se, então, 73 de professores de Química, dos três graus de ensino – era assim que se falava do ensino fundamental, médio e superior–, para discutir: “As inter-relações do ensino da Química nas diferentes etapas da escolarização, bem como as interações dos pesquisadores com o ensino”.

Nestes 31 anos de EDEQs somente em 1991, para o qual estava programado o XII EDEQ na cidade de Pelotas, assumido pela UCPEL e pela SMED de Pelotas foi quebrada uma tradição ininterrupta de 11 anos. Houve uma série de tratativas, que demandaram viagens minha a Pelotas, para estabelecimento do tema, de programação, de convite a palestrantes etc, mas por problemas locais, o XII EDEQ, só viria ocorrer em 1992 na ULBRA.

A conferência de Abertura: A qualificação dos professores de Química: instâncias, processos de formação e inovação, foi realizada com muita competência pelo prof. Dr. Murilo Cruz Leal Universidade Federal de São João del Rey, onde é Pró-Reitor de Graduação. Trago da palestra uma marca do auditório: muitos jovens professores e estudantes de Química. Essa jovialidade do evento pode ser traduzida no detalhe do conferencista inaugural, só tornar-se professor de Química 10 anos depois do I EDEQ.

As atividades da tarde se iniciaram com a primeira parte (a segunda ocorre esta manhã) dos 16 minicursos, distribuídos em amplo espectro da Educação Química. Eu ministre para cerca de professores e alunos um sobre: A História e Filosofia da Ciência como catalisadora de ações transdisciplinares. Houve, então algo insólito. Eu falava sobre o significado das primeiras observações de Galileo Galilei com telescópio em 1609, Destacava que Copérnico havia proposto que a terra girava, e que isso só seria comprovado, então, por Galileo. Contei então que este importara lentes da Holanda, mais precisamente de Delft, e que no fabrico das mesmas certamente estava envolvido Anton Van Leeuwenhoek, que é conhecido pelas suas contribuições para o melhoramento do microscópio, além de ter contribuído com as suas observações para a biologia celular (descreveu a estrutura celular dos vegetais, chamando as células de "glóbulos"). Utilizando um microscópio feito por si mesmo (possuía a maior coleção de lentes do mundo, cerca de 250 microscópios), foi o primeiro a observar e descrever fibras musculares, bactérias , protozoários e o fluxo de sangue nos capilares sanguíneos de peixes. Então disse que ela frequentava a casa do pintor... e eis que me falta o nome do pintor. Ocorre aquele famoso branco, que comigo parece sempre pré-anunciado. Disse que talvez me lembrasse ainda até o fim da aula. Referi que era um pintor que eu gostava muito, autor de quadros como ‘A leiteira’ e ‘Moça do brinco de pérola’. Um jovem professor vem a meu auxílio sugerido Dürer. Descartei a sugestão. Menos de dois minutos o professor Guy Barros Barcelos, socorre-me: “Vermeer, professor!”. Não sem espanto, digo “Sim, Johannes Vermeer! Como te ocorreu?” Ele simplesmente me mostra um pequeno celular, no qual perguntara para o professor Google. O professor Guy, que nasceu no ano do 8º EDEQ na UNIJUÍ, não poderia imaginar que nele eu recebera um telegrama de minha mulher.

Depois dos minicursos houve um café de confraternização e seguram-se 15 sessões de Rodas de pesquisas e experiências docentes, onde houve exposições orais, de cerca de 10 trabalhos em cada uma. À noite ocorreu uma confraternização na Churrascaria do CTG 35.

Agora pela manhã o evento prossegue, sendo que às 18h30min faço a conferencia de encerramento: 30 anos de Educação Química no Rio Grande do Sul – E o futuro?

Já que trouxe evocações de EDEQs, uma última: esta 30ª edição também me remete ao XVIII EDEQ foi realizado na Universidade de Cruz Alta - UNICRUZ (a décima primeira Universidade diferente que acolhia o evento), Universidade de Cruz Alta de 22 a 24 de outubro em 1998. Foi, muito provavelmente o mais politizado dos EDEQs pois ocorria às vésperas do segundo turno das eleições para o governo do estado de algumas unidades da federação e no Rio Grande do Sul estas foram muito polarizada e terminaram com a memorável vitória de Olívio Dutra, para o Governo do Estado.

Essa evocação faz ponte para as emoções deste fim de semana. Com as pesquisas digulgadas ontem à noite como Dilma Rousseff (PT) pontuou (nos votos totais) 50% contra 40% de José Serra (PSDB), a possibilidade de alteração dessa tendência fica limitada. Então é impossível haver alterações e Dilma já ganhou? Não, até porque nesse caso a democracia poderia ser exercida por meio de pesquisas de opinião.

Além disso, são de conhecimento público os diversos equívocos dos institutos de pesquisa no primeiro turno – embora o Datafolha tenha indicado com clareza qual poderia ser o resultado da eleição presidencial. O fato é que desta vez há uma convergência maior nos resultados dos principais institutos de pesquisa. Se todos estiverem errados na identificação de tendências, será realmente um convite para que refaçam integralmente suas metodologias.

Outro dado relevante: pesquisas não fazem previsão de resultados, mas apenas apontam tendências no momento em que a sondagem é realizada.

Com todos esses resguardos, os meus votos de uma muita boa sexta-feira a cada uma e cada um de meus queridos leitores vem marcados com essa saborosa charge. Seja ela a futurição do que espero/esperamos possa ocorrer depois de amanhã. Amanhã, numa quase vigília cívica, nos lemos aqui, provavelmente. Até então.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

28.- Comparar é preciso

Porto Alegre Ano 5 # 1547

Os parágrafos em CAIXA ALTA são desformatações do editor. Rogo desculpas.

Já é quinta-feira da semana nervosa pré-segundo turno. Depois de amanhã poderemos dizer é amanhã. Quanto já nos imaginamos como será nosso anoitecer do último dia de deste longo e tenso outubro.

Acabo de receber a notícia do falecimento da Tia Lúcia, no Faxinal em Montenegro. Era casada com o tio Arlindo, irmão de meu pai. Ainda recentemente – quando comentei o sepultamento do meu tio Afonso –, neste blogue coloquei uma foto dela comigo neste blogue. Agora sua neta Carla Suzana Nabinger me dá uma notícia que me entristece. Lamentavelmente, meus compromissos acadêmicos me impedem de estar no cemitério do Faxinal esta manhã.

Em termos familiares outro relato: quando postava este blogue, minha sobrinha Bárbara Cardoso, com seus dois queridos filhos Pedro e Manoela, chamou-me para mostrar as manifestações dos piquetes de grevistas em Marseille, sob a janela de sua casa. Vi o lixo acumulado devido à continuada greve.

Eu nesta quinta-feira e sexta-feira estarei envolvido na 30ª edição do Encontro de Debates sobre ensino, evento que me vinculo desde a primeira edição onde, além de um minicurso hoje e amanhã, faço conferência de encerramento na noite de sexta-feira. Esta ontem, pós-maratona de Chapecó me envolveu quase exclusivamente. Este ano voltamos a PUCRS em Porto Alegre., lócus do primeiro EDEQ em 6 de dezembro de 1980.

A edição desta hoje é uma muito bem posta comparação dos oito anos FHC e dos oito anos Lula. À sua muito oportuna edição aqui adito meus votos de uma excelente quinta feira.

BALANÇO COMPARATIVO DOS GOVERNOS FHC E LULA

O Brasil vive um grande momento. Há mais de sete anos o país cresce, distribui renda, controla a inflação, aumenta a oferta de crédito, sem abrir mão de uma vigorosa política social.
Os indicadores econômicos e sociais comprovam que a população está vivendo melhor, com mais comida na mesa, maior poder de consumo e melhores oportunidades de trabalho e renda.

INDICADORES ECONÔMICOS

INDICADORES

O BRASIL DE FHC

O BRASIL DE LULA

Crescimento da Economia

Variação percentual real do PIB: 1,1 % (2003)

Variação percentual real do PIB: 5,1% (2008) e 2,7% no primeiro trimestre de 2010. Em 2009, chegou a R$ 3,1 trilhões, +26% no acumulado entre 2003/2009

Salário Mínimo

R$ 200,00 (2002)

US$ 81

R$ 510,00 (2010)

US$ 288

Poder Aquisitivo

1,4 cesta básica em jan/03

2,4 cestas básicas em jul/10

Emprego Formal

28,7 milhões de empregos formais (2002)

43,1 milhões de empregos formais. Destes, 14,5 milhões de empregos foram criados de jan/03 a ago/10.

Taxa de desemprego

9,2% (2002)

6,7% (ago/10). Menor taxa de desemprego desde 2002.

Inflação

12,53% ao ano (2002)

4,31% ao ano (2009)

Exportações

US$ 60,3 bilhões (2002)

US$ 152,9 bilhões (2009)

Reservas Internacionais

US$ 37,6 bilhões (2002)

US$ 275 bilhões (2010)

Dívida com o FMI

US$ 20,8 bilhões (2002)

Dívida paga em 2005. Hoje o Brasil é credor externo e emprestou US$ 10 bilhões ao FMI (2009)

Investimento Público (Governo Federal+Estatais)

1,4% do PIB (2003)

3,2% do PIB até abril de 2010

Safra de Grãos

97,7 milhões de toneladas (2002)

148 milhões de toneladas (2010)

Risco Brasil

1.439 pontos base (2002)

206 pontos base (set/10)



INDICADORES SOCIAIS

INDICADORES

O BRASIL DE FHC

O BRASIL DE LULA

Pobreza

44,7% de pobres (2002) – renda de até meio salário mínimo

29,7% de pobres (2009).

27,9 milhões de pessoas superaram a pobreza de 2003 a 2009

Desigualdade de Renda

Índice de 0,587 (2002)

Índice de 0,539 (2009).

IDH

0.790 em 2000

0,813 em 2007

Desnutrição Infantil em menores de cinco anos abaixo do peso

12,5% (2003)

4,8% (2008).

Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos)

24,3 em 2002

19,3 em 2007

Equipes de Saúde da Família

16.734 em 4.163 municípios.

Cobertura 55 milhões de pessoas (2002)

31.423 equipes em 5.275 municípios. Cobertura 99,1 milhões de pessoas (2010)

Agentes Comunitários de Saúde

175.463 agentes em 5.076 municípios.

Cobertura 90,6 milhões (2002)

241.988 agentes em 5.364 municípios. Cobertura de 118 milhões de pessoas

(2010)

Equipes de Saúde Bucal

4.261 equipes em 2.302 municípios.

Cobertura 26,1 milhões (2002)

19.977 equipes em 4.785 municípios. Cobertura de 93 milhões de pessoas

(2010)

SAMU

Não existia

1.347 municípios com SAMU

Taxa de analfabetismo (maiores de 15 anos)

11,9% (2002)

9,6% (2009)

Plano Safra da Agricultura Familiar (Pronaf)

R$ 2,4 bilhões safra 2002/2003

R$ 16 bilhões safra 2010/2011

Transferência de Renda – Bolsa Família

R$ 2,3 bilhões (2002)

R$ 13,1 bilhões (2010)

Benefício de Prestação Continuada (BPC) – Atendimento total

1,6 milhões de beneficiados pessoas e R$ 3,4 bilhões (2002)

3,3 milhões de beneficiados e R$ 20,1 bilhões (2010)

Redução do Trabalho Infantil (população de 5 a 17 anos)

12,6% (2002, exclui a área rural da Região Norte)

11,8% (2004, inclui a área rural da Região Norte)

9,8% (2009, inclui a área rural da Região Norte)

Número de Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)

0

6.981 (2010)

Compra direta da Agricultura Familiar - PAA

0

92.642

Restaurante Popular

0

89 em funcionamento

Escolas Técnicas Federais

11

214 até o final de 2010

Universidades Federais

1, em função da criação do Estado de Tocantins

14 Universidades e 117 novas expansões



O Governo Lula mudou o Brasil
1 – 27,9 milhões de pessoas saíram da pobreza de 2003 a 2009.
2 – 35,7 milhões de pessoas ascenderam às classes AB e C. Pela primeira vez a classe média é maioria.
3 – A desnutrição infantil caiu 61%: de 12,4% em 2003 para 4,8% em 2008.
4 – O salário mínimo teve aumento real de 71% e nominal de 155% de 2002 a 2010. É o maior nível dos últimos 40 anos. O salário mínimo atual (R$510,00) compra 2,4 cestas básicas. Em janeiro de 2003 o mínimo comprava 1,4 cesta.
6 – A renda do trabalhador é a maior desde 2002.
7 – O número de empregos formais criados bateu o recorde: 14, 5 milhões desde 2003 até agosto de 2010.
8 – As taxas de desemprego estão no menor nível desde 2002: 6,7%.
9 – Pela primeira vez, o Brasil tem mais empregos formais do que informais e mais trabalhadores na previdência social do que fora do sistema.
10 – O Programa Luz para Todos atende a 12,4 milhões de pessoas com 2,5 milhões de ligações até agosto de 2010.
11 – O Plano Safra da Agricultura Familiar destinou R$ 16 bilhões para a safra 2010/2011. O recurso é seis vezes maior do que os R$ 2,4 bilhões do ano safra 2002/2003.
12 – De 2003 a 2009, o Programa de Reforma Agrária incorporou 46,7 milhões de hectares, assentou 574.609 famílias, e criou 3.348 assentamentos.
13 – Em oito anos foram criadas 15 universidades e 124 campi no interior do país.
14 - 214 escolas técnicas foram instaladas durante o governo Lula. Em oito anos, o governo fez mais escolas técnicas do que todas as que foram criadas na história do Brasil.

15 - ProUni: 704,6 mil bolsas desde 2005.

16 – Foram criadas quase 15 mil Equipes de Saúde da Família, um aumento de 87% em relação a 2002.
17 – Foram contratados 66,5 mil Agentes Comunitários de Saúde, um acréscimo de 37,9%.

18 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) - criado em 2003, contempla 1.309 municípios, tem 1.188 ambulâncias de suporte básico, 329 ambulâncias de suporte avançado. Cobertura de 107 milhões de brasileiros, 55,9% da população

19 – O PIB aumento 8,9% no primeiro semestre de 2010: o melhor resultado da série histórica iniciada em 1996.
20 – As reservas internacionais aumentaram sete vezes em oito anos e pela primeira vez o Brasil é credor externo e emprestou ao FMI.
21 – O Brasil vai colher a maior safra de grãos da história este ano: 148 milhões de toneladas.
22 – Pela primeira vez, o Brasil é autossuficiente em Petróleo.
23 - Em cinco anos dobrou o número de brasileiros que acessam a internet: quase 68 milhões. Mais de 1/4 dos domicílios conta com computadores ligados à rede.
24 - O Brasil lidera, pelo 2º ano consecutivo, ranking do progresso de países em desenvolvimento na luta contra a fome, organizado pela ONG Action Aid.