TRADUÇAO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

31.— Ofertando tâmaras...

ANO
 11
Desde os Emirados Árabes Unidos
FÉRIAS 15/24
EDIÇÃO
 3262

Estamos, uma vez mais em Abu Dhabi. No desenho de nossas férias planejamos sete dias em Paris, intercalados de 15 dias no Golfo Persico. O prelúdio parisiense ocorreu de 14 a 18 de janeiro. Após este, viajamos para Doha. Assim, estivemos cinco dias no Qtar aos quais aditamos os oito dias de cruzeiro, que encerramos ontem em Dubai. Da maior cidade dos Emirados Árabes Unidos viemos a sua capital, Abu Dhabi, onde ficaremos até quarta-feira, quando retornaremos à Paris, para o posfácio da viagem, que se encerará na segunda-feira, com a viagem Paris/Lisboa/Porto Alegre.
Assim, mesmo que tenhamos estado em Abu Dhabi, com o cruzeiro no último sábado, na manhã de ontem, expandimos aqui nossa estada na região onde humanos venceram a rudez do deserto criando oásis feitos por cidades modernas— ou, mesmo futurísticas — que semearam nas areias e nas águas, onde fazem surgir ilhas artificiais que acolhem caravaneiros contemporâneos.
A distância entre as duas capitais dos dois mais importantes dos sete emirados é de 165 km que percorremos em sua maior parte em magnifica autoestrada, a qual só tem acesso automóveis, com três amplas pistas em cada direção. O senhor Muhamadh venceu o trecho em menos de duas horas com habilidade, talvez porque em alguns trechos usasse o ‘rosário islâmico’ para recitar algumas suras corânicas. A rodovia está assentada sobre o deserto e é margeada pelas onipresentes tamareiras com alguns povoados, sempre com as casas agrupadas em torno de uma mesquita.
A Wikipédia ensina que “a tamareira ou datileira (Phoenix dactylifera) é uma palmeira extensivamente cultivada pelos seus frutos comestíveis, as tâmaras [vale lembrar que em inglês tâmara é date]. Pelo fato de ser cultivada há milênios, a sua área natural de distribuição é desconhecida, mas seria originária dos oásis da zona desértica do norte de África [...]. É uma palmeira de média dimensão, de 15 a 25 m de altura, por vezes surgindo em touceira, com vários espiques (caule da palmeira) partilhando o mesmo sistema radicular, mas em geral crescendo isolada. As folhas são frondes pinadas, com até 3 m de comprimento, com pecíolo espinhoso e cerca de 150 folíolos. Cada folíolo tem cerca de 30 cm de comprimento e 2 cm de largura”.
Existem dezenas de variedades de tamareiras. Recolho de site português que as “tâmaras são uma boa fonte de potássio na dieta, assim como um ingrediente útil nas formulações hidratantes para os cosméticos.[...] é também um alimento que provém da palmeira tamareira, que em grego tem a designação de Phoenix. O nome que ainda hoje é dado ao fruto – Dactylifera – vem da palavra grega dactylos, que significa dedos. Em árabe, a palavra tâmara significa dedo de luz (douglat nour), devido à forma e à transparência luminosa dos frutos da tamareira. A par destas e de outras curiosidades que giram em torno deste fruto, o seu interesse reside fundamentalmente nas propriedades nutricionais e cosméticas e, por consequência, nos benefícios que traz para a saúde” http://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina.
Ontem à noite na janta, encantado com tudo que já ouvi nestes últimos dias tomei, pela primeira vez suco de tâmaras. Gostei muito. Lembro nesses dias as leituras de Karl May (1842—1912), um ficcionista alemão, onde um dos livros era ‘Laranjas e Tâmaras’ que narrava histórias de beduínos.
Desejo em um sonho fantástico, ofertar a cada uma e cada um dos leitores destas edições férias 2017, algumas tâmaras. E que façam bom proveito

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

30.— Duas palavras-chave “artificial”/”maior”

ANO
 11
A bordo do Vision of the seas
FÉRIAS 17/24
EDIÇÃO
 326


Em Dubai, de onde escrevo esta edição, começa a segunda-feira. Vou agendar a blogada para entrar em circulação, dentro de seis horas, quando começará a segunda-feira no Brasil, para os que estão na zona territorial do horário de Brasília.
O cruzeiro está terminando. Às 23h já foram levadas nossas malas. No começo da madrugada, ao amanhecer, após o café, será nosso turno para deixar o Vision of the seas, que por uma semana foi nossa referência residencial. Não é muito trivial, saber que da cabine 8543 não veremos mais as águas azuis esverdeadas do Golfo Pérsico e que não acompanharemos mais o balé de centena de pássaros que voavam, nadava e pescavam aos nossos olhos.
Está noite o clima era de despedida. As pessoas pareciam simultaneamente mais tristes e mais alegres. Os tripulantes, que vivem rituais de despedidas a cada semana, pareciam que experimentavam despedidas pela vez primeira. Nós passageiros, alguns já com muitos cruzeiros, se assemelhavam a Gelsa e a mim, estreantes na gostosa maneira de fazer turismos, vez ou outra secamos lágrimas incontidas.
Houve desfiles, bailes, orquestras mais dolentes, discursos, abraços, beijos, acenos de mãos contidos e organização de grupos no Whatsapp. Dar um tchau ao indiano Willy Fernandes, que a cada noite preparava nossa cama adornando-a com uma escultura diferente feita com toalhas de banho, dizer para a queniana Carolynne o quanto ela foi querida conosco nas atenções nos jantares festivos no Aquarium ou agradecer montenegrino Artan as sugestões de pratos especiais foi algo muito saboroso. Refiro apenas três entre as dezenas de mulheres e homens que nos serviram a quem distribuímos muitos ‘chogrun’ (o muito obrigado árabe). Há muito a agradecer a todos. A tripulação é competente e atenciosa.
Entre os passageiros há muitos que ganharam só um sorriso, outros ‘many thanks’ com vários nos alternamos como interrogantes e respondentes a pergunta ‘where you from?’ que catalisava um início de conversa. Despedirmo-nos das paulistas Christina e Larissa e da Rita e da Giulia envolveu muito afeto. Não faltou dizer a alguns ‘nos vemos em um próximo cruzeiro’.
Caberia, aqui e agora, fazer um relato do domingo, no qual estivemos das 09h às 18h fora do navio curtindo a gigantesca Dubai. Tenho tempo limitado.    Várias vezes relatei nesta semana o que vimo e o que fizemos. Não vou fazer agora.
Vimos neste domingo principalmente rasca cielos (adequadíssima aqui esta palavra espanhola). Em duas fotos da Gelsa faço uma síntese, mostrando o maior edifício do mundo com seus imponentes 828 metros de altura. Só enumerar tudo que se diz conter no prédio demandaria quase uma blogada. Só falar dos shoppings centers daria um livro. Vimos em oposição às alturas dos arranha-céus muitas diferentes de mesquitas. O governo de Dubai faz ter presente que não tenha mesquitas mais distantes de 500 metros uma da outra (e assim as há centenas na maior cidade dos Emirados Árabes Unidos). Elas não são apenas locais de orações a Alá mas servem para de maneira continuada lembrar a necessidade de se dizer ‘oxalá’ ou ‘assim queira Alá!’ Vou referir algo que chega parecer uma página de ficção científica e cuja visitação nos encantou. As ilhas artificiais de Dubai em um relato com a ajuda da Wikipédia podem ser assim resumidas.
A Palm Islands sobre os quais grandes obras de infra-estruturas comerciais e residenciais são construídas. As ilhas são os maiores projetos de saneamento em todo o mundo e se constituirão como as maiores ilhas artificiais do mundo. Elas estão já em uma parte muito significativa prontas. As ilhas são a Palm Jumeirah, a Palm Jebel Ali e da Palm Deira.
Cada assentamento será no formato de três palmeiras, encimado com uma crescente, e vai ter um grande número de edifícios residenciais, centros de entretenimento e lazer. As ilhas Palm estão situadas ao largo da costa dos Emirados Árabes Unidos, no Golfo Pérsico e vai acrescentar 520 km de praias para a cidade de Dubai.
As primeiras duas ilhas são composta de aproximadamente 100 milhões de metros cúbicos de rochas e areia. Todos os materiais serão importados dos EAU. Entre as três ilhas haverá mais de 100 hotéis de luxo, residencial exclusivo de praia ao lado vilas e apartamentos, marinas, parques de diversão, restaurantes, shoppings, centros esportivos e de spas.
Aliás as duas palavras-chave são: ‘artificial’ e ‘maior do mundo’. Ilha artificial, baia artificial, porto artificial, marina artificial.... maior edifício, maior shopping, maior mesquita, maior riqueza.
Encerro o relato destes oito dias navegando por mares nunca antes navegados, dizendo que valeu apena e que o Vision of the seas    já faz saudades. Oxalá, um dia faremos mais um cruzeiro.

domingo, 29 de janeiro de 2017

28.— Na capital dos Emirados Árabes Unidos

ANO
 11
A bordo do Vision of the seas
FÉRIAS 16/24
EDIÇÃO
 3261

A edição dominical deste blogue é, talvez, a última postada a bordo do Vision of the seas. A segunda-feira será ‘contabilmente’ o oitavo e último dia do cruzeiro. Para a última noite a bordo (neste domingo) está organizada uma operação quase bélica para o desembarque. Por exemplo, até as 23 horas de hoje as malas já deverão estar etiquetadas e colocada diante das portas das cabines.   Os horários de desembarque estão escalonados em 26 grupos desde das 04h15min às 8h50min. Há um vídeo instruindo sobre o desembarque.   A operação não é trivial: desembarcar 2,3 mil passageiros, com pelo menos o mesmo número de malas, em poucas horas é uma operação exigente.
A Gelsa e eu estenderemos nossa estadia no Golfo Pérsico até quinta-feira, quando, então retornaremos a Paris. No dia de hoje, como última atividade turística do cruzeiro teremos um dia em Dubai, para onde estamos viajando agora, quando está terminando nosso sábado.  
Ao amanhecer de hoje, depois de uma viagem de cerca de 40 horas, o navio ancorava em Abu Dhabi, capital do emirado do mesmo nome e também a capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU). Logo após ao café deixamos o navio e fizemos os procedimentos de emigração e com ônibus fizemos um tour no modelo de descer em alguns pontos, já comentado aqui. E, uma vez mais, a estrela do dia foi uma mesquita: 
Imponente Mesquita Scheikh Zayed (foto da Wikipédia). O Xeque Zayed bin Sultan al Nahyan (1918—2004) principal responsável pela criação do EAU foi Emir de Abu Dhabi, quando este graças à descoberta de petróleo no território este torna-se um país riquíssimo. Foi presidente da EAU mais de 30 anos (1971-2004).
A Mesquita de Abu Dhabi   é a maior do Golfo Pérsico e considerada a terceira maior mesquita do mundo com capacidade de acomodar 40,000 fiéis.   Há 80 cúpulas brancas e com 4 minaretes visíveis de vários pontos de Abu Dhabi. Seus amplos pátios e mais de mil colunas são cobertos de mármore branco trabalhado com mármores coloridos. Seu interior é coberto por um tapete persa considerado o maior tapete do mundo, fabricado por mais de 1200 artesãs medindo 5,627 m2 e pesando 47 toneladas 
A foto ao lado, uma das várias que fiz, retrata um ângulo que me encantou.
Comparado com a mesquita principal de Mascate que ainda nesta quinta-feira nos encantara esta é menor, mas parece mais rica e mais trabalhada.
Ante e depois da visita da Mesquita percorremos outros pontos de Abu Dhabi. Estivemos também em um souk (=mercado).]Acerca dos EAU e sua estrutura social pode-se dizer o mesmo que escrevo do Qatar ale o mesmo. Os 80% dos expatriados são discriminado e tem muito menos benesses na saúde, na educação e outras bebesses, só fruídas 20% da população formada pelos emiráticos. Isto causa um mal-estar, pois são estrangeiros que com sua força física constroem o país.

sábado, 28 de janeiro de 2017

28.— O mundo submarino de um cruzeiro

ANO
 11
A bordo do Vision of the seas
FÉRIAS 15/24
EDIÇÃO
 3260


A edição deste sábado foi preparada aqui no Golfo Pérsico quando quase terminava a sexta-feira, enquanto no Brasil o sol ainda ia alto.  O dia 27 de janeiro foi para mim o primeiro dia de minha vida sem estar em momento algum sobre terra, pois passei todo dia embarcado no Vision of the seas e este ofereceu atividades das mais díspares. Muitas vezes era difícil fazer uma seleção. Assistimos uma palestra sobre Abu Dhabi e Dubai, uma entrevista coletiva e, entre várias outras atrações, um show: ‘Beatles celebration’ onde 4 jovens artistas caracterizados como George, Ringo, Paul e John nos levaram gostosamente aos anos 60 do século passado.
Acredito que a maioria das pessoas que colocam a chave de ignição em um automóvel e a giram um quarto de volta e arrancam, deslocando-se no carro, não sabem exatamente o porquê o carro anda e porque esta chave seja chamada de ignição. Por exemplo, como a gasolina produz energia para fazer com que as rodas tracionem o carro.
Desde domingo tenho uma permanente interrogação: como 790 tripulantes, que parecem, em sua maioria jovens sorridentes, oriundos de 53 países, conseguem oferecer a 2.320 passageiros, muitos dos quais idosos e alguns portadores de necessidades especiais, a vivência de sete dias de grande bem-estar?
Como funciona um automóvel quer ser minha metáfora, como no Vision of the seas, para procurar a entender como coisas funcionam? Quando vemos um teatro de bonecos esquecemos como são manejados os fios para animar os marionetes, como também esquecemos de perguntar por que um carro anda ou como funciona um cruzeiro?
Talvez, valha antes de responder esta última pergunta, referir algumas informações do navio (trazidas de folder distribuído a bordo). O Vision of the seas foi construído na França em 1996. Este tem 278,94 metros de extensão e quase a altura da Torre Eiffel. Com o aço necessário para sua construção daria para construir 70 estátuas da Liberdade e seu custo de 275 milhões de dólares daria para comprar 4.000 automóveis Jaguar, quase dois para cada um dos passageiros.
O folder antes citado refere a quantidade de alimentos e bebidas que serão consumidos nesta viagem. São números que surpreendem, a exemplificar por cerca de cerca de 4 toneladas de frutas frescas e mais de uma tonelada de frangos ou 10.200 garrafas de cerveja, apenas para citar três exemplos. É fácil imaginar o volume de água potável consumida em cada dia, produzida por dessalinização no próprio navio.
Trouxe uns poucos dados de um dos navios de cruzeiro dos mais modestos, para que se entendam minhas interrogações. Estas me causaram espécies quando soube da jornada de trabalho de alguns funcionários: dez horas de trabalho diário, durante sete dias por semana para depois de sete meses terem dois meses de férias, com a garantia de retorno assegurado.
Movido por interrogação como a que trouxe antes, compareci a uma entrevista coletiva com o comandante Marc do Vision of the seas, um polonês de Gdansk. É preciso referir que se faz do comandante (em todos os cruzeiros) uma figura quase mítica e há os que vestem gala quando estão em eventos que ele aparece; tirar foto o dançar com o comandante dá prestígio. Depois de ouvir respostas a perguntas como: “O que o senhor queria ser quando era pequeno?” Mesmo não sendo fluente em inglês, pedi a palavra, aventurei-me e falei: “Algo que para mim é distinguido, quando de meu primeiro cruzeiro com o Royal Caribbean é a competência e a cortesia de todos os funcionários. Minhas perguntas vêm daí. Como são as condições de trabalho do pessoal? Por exemplo, como você organiza sua jornada diária? Como são as agendas ou escalas diária, semanal e mensal dos funcionários: Quando ocorrem os tempos livres deles: E as férias dos funcionários? E as questões trabalhistas?”
Minhas perguntas foram muito consideradas e respondidas pelo comandante e por outro graduado do primeiro escalão. Houve referências a leis e tribunais internacionais que disciplinam trabalhos do pessoal embarcado e a permissão de jornadas de dez horas diárias em trabalho desta natureza. Um brasileiro do primeiro escalão da tripulação, há alguns anos na empresa, na noite de ontem, assegurou-me a idoneidade e a seriedade da mesma.
Não sei se me convenci, mas ainda sinto um ressaibo amargo da existência de um discutível regime de trabalho para essas mulheres e esses homens sempre tão corteses. Talvez, alguém esteja a lembrar-me o dito do pintor Apeles, que depois de ter considerada a opinião do sapateiro sobre a fivela da sandália que pintara em uma tela, aquele quis também sugerir modificações no manto. “Professor! Não vás além de tuas chinelas!”
Esta blogada é dedicada ao meu colega e amigo Jairo Brasil,  um arauto na defesa de trabalho mais salubre.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

27.— Uma mesquita imponentíssima


ANO
 11
A bordo do Vision of the seas
FÉRIAS 14/24
EDIÇÃO
 3259

Esta sexta-feira, quinto dos oito é um dia diferenciado. 0 Vision of the seas partiu do porto de Mascate ao pôr-do-sol de ontem e em uma viagem ininterrupta quase 40 horas deverá chegar à Abu Dabi, na manhã de sábado. Assim teremos um dia sem escala em nenhum porto. As múltiplas atrações serão todas a bordo.
Nossa quinta-feira foi de extensos fazeres. Destacarei apenas uma saída do navio no qual visitamos duas imponentes obras da capital do Sultanato de Omã: a Royal Opera House de Mascate, uma moderna obra arquitetônica  que possui a maior órgão do mundo e a Grande Mesquita Sultão Qaboos. Após a visitação de uma e outra, pelo impacto que a Mesquita me causou brindo às minhas leitoras e aos meus leitores, ajudado pela Wikipédia, com algumas informações. Selecionei duas fotos que fiz, que dirão mais do minha tentativa de descrever a Grande Mesquita.
Em 1992, o Sultão de Omã — ontem aqui referido —  o determinou que Omã que deveria ter uma grande mesquita, cuja construção, iniciada em 1995, foi realizada em seis anos e quatro meses.
A mesquita foi construída em um local que ocupa 416 mil metros quadrados e o complexo se estende a uma área de 40.000 metros quadrados. As obras consumiram 300 mil toneladas de arenito tendo a obra finalizada uma cúpula e um minarete principal (de 90 metros) e quatro minaretes de acompanhamento (de 45,5 metros). Merece um destaque o tapete que cobre o chão da sala de oração. Ele contém, 1,7 bilhão de nós, pesa 21 toneladas e levou quatro anos para ser produzido e reúne as tradições clássicas de design Tabriz, Kashan e Isfahan. 
Foram utilizados 28 cores em vários tons, a maioria obtida a partir de corantes vegetais tradicionais. O tapete mede 70 × 60 metros, e cobre uma área de 4.343 metros quadrados do salão de oração, tudo em uma única peça.
O lustre acima da sala de oração é de 14 metros de altura. A Grande Mesquita, que leva o nome do Sultão foi por ele inaugurada em 4 de maio de 2001.
Agora, um registro do diário de bordo: na noite desta quinta-feira, dentre as muitas atrações que são oferecidas no Vision of the seas durante as 24 horas de cada dia, assistimos, no teatro principal, ao musical “Broadway: Rithme and Rhyme. 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

26.—Falando de Mascate


ANO
 11
A bordo do Vision of the seas
FÉRIAS 13/24
EDIÇÃO
 3258

As férias já estão na segunda metade. A quarta feira começou com a aproximação do Vision of the seas do porto de Muscat ou Mascate — para recordar o 1,5 século dos portugueses em Omã e, também, na evocação de algumas figuras de mascates de minha infância. 
Era o momento do clarear do dia com um sol mais tímido. Desde que estamos nas Arábias foi o primeiro dia que não foi ensolarado e a temperatura parecia aquela de nossas primaveras (entorno dos 20 ºC). Logo fomos ao dejejum em um dos restaurantes da proa para nos encantarmos com centenas de pássaros (cujo nome não sabemos) que voavam, nadavam e, talvez, pescavam;
Logo deixamos ao navio e nos integramos a um citytur de modalidade que nos encanta. Toma-se ônibus, contempla-se cenários, ouve-se descrições e pode-se descer em determinados pontos e meia hora ou hora depois tomar um ônibus seguintes.
Assim nos encantamos com Mascate. Lindas avenidas, prédios todos brancos, jardim e árvores (estas tão ausente em Khasab) entres as quais lindas tamareiras, montanhas desnudas que afloram no perímetro urbano, lindos prédios, jardins muito floridos, dezenas de mesquitas... Quando anoitecia estávamos no souk (=mercado) e aí uma decepção. Quem conhece souk — marca dos centro históricos de cidades como Istambul, Cairo, Tanger, Túnis, Doha não precisa ir ao souk de Mascate.
Pensara nessa blogada falar das belezas que vi nesta quarta-feira. Desisti. Há duas leituras que tenho feito acerca dos três países que conheci (melhor, dei uma espiadela) em uma semana — Qatar, Emirados Árabes Unidos (apenas Dubai, por ora) e Sultanato de Omã — que estão me incomodando. Reparto-as aqui. Talvez, esteja usando óculos inadequados.
A primeira, estes países são monarquias absolutistas, logo não democráticas com os vícios de ditaduras. Seus governantes são homens (mulheres, jamais terão esta oportunidade) ascendem ao poder em uma sucessão familiar que se perpetua a séculos dita ‘escolhida por Deus’. O atual sultão de Omã — descrito nas falas oficiais com sábio e bom — passou a governar o pais em consequência de um golpe contra seu pai que resultou na morte de seu predecessor. Situações como estas não são exceções.
A segunda, nestes três países coabitam duas classes distintas: cidadãos e semi-cidadãos. Os nativos têm privilégios que qualquer humano almeja: benesses como cuidados de saúde, água, energia elétrica gratuito, isenção de impostos e abono salarial para aqueles que não trabalham. Os expatriados (estrangeiros que se constituem numa grande maioria, no Qatar, são mais de 80%) não têm acesso a cuidados de saúde pública, não podem exercer certas profissões (só omanis podem dirigir táxis), são submetidos a regimes de trabalho insalubres e seus filhos mesmo nascidos no país não adquirem cidadania (se um nativo casar com um alienígena, perde todos os direitos). Em síntese, existem duas castas: nativos e estrangeiros.
Não se pode deixar de reconhecer que existem destaques distintivos entre esses países: maior expectativa de vida, baixa mortalidade infantil, bens públicos de excelente qualidade (museus, teatros, rodovias...), elevado PIB (são países dos mais ricos), baixo índice Gini (melhor distribuição de renda). Há uma grande preocupação com o meio ambiente (mesmo que alguns destes países sejam os maiores produtores de gás carbônico per capita (gasolina muito barata e altas temperaturas geram um ser simbiôntico: homem+automóvel).
Ainda um registro do diário de bordo desta noite de quarta para quinta-feira: o Vision of the seas não navegou. Pousamos na capital do Sultanato de Omã e nesta quinta-feira teremos mais um dia para fruir Mascate.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

25—Em um enclave chamado Khasab

ANO
 11
A bordo do Vision of the seas
FÉRIAS 12/24
EDIÇÃO
 3257


Este registro é feito a bordo do Vision of the seas durante a navegação entre Khasab e Muscat, aqui já quarta-feira enquanto em Porto Alegre ainda é terça-feira. Diferente de outros momentos o balanço do navio é bastante grande, dificultando a digitação.
Aportamos em Khasab quando começava a nascer o sol de onde partimos, iniciamos esta etapa da navegação às 16h30min. Pela manhã, logo após o café, deixamos o navio. Ao pisar o solo do Sultanato de Oman, registrava a minha chegada ao 52º pais — terceiro e último país rotulado como ‘primeira vez’ em minha lista pessoal.
Nas diferentes vistas em Khasab e vizinhanças, que fizemos em tour, em ônibus, de mais de três horas com um grupo de participantes do cruzeiro onde o que mais chama atenção é número de mesquitas e solo montanhoso e estéril se uma árvore sequer. Vimos construções fortificadas feitas pelos portugueses nos séculos 16 e 17.
O país que visitamos nesta terça e no qual estaremos ainda por dois dias, hoje e quinta-feira, tem uma longa história que a Wikipédia registra assim: Omã pertencia ao império ao Império Sassânida, mas ficou livre desse poder em 632. Em 751, os ibadis criaram o Emirado do Omã. Durante séculos o Omã não passava de um mero país incrustado no deserto, até que os portugueses o invadiram em 1508. Em 1659, os otomanos tomam o Omã e expulsam os portugueses. Em 1741, os otomanos foram por sua vez expulsos. Inicia-se a era de ouro do sultanato, que expande suas fronteiras e obtém várias colônias no Oceano Índico (Zanzibar e Comores, na África e o Baluchistão, na Ásia) que foram perdidas no colapso que o país sofreu, em 1891, quando virou um mero protetorado britânico, tornando-se novamente independente em 1971.
Parece válido fazer um registro geográfico original: Se observarmos o mapa ao lado, vamos observar que o sultanato de Omã tem fronteiras terrestres com Yemen, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Podemos neste mapa localizar a capital Muscat (ou Mascate, para lembrar os 150 anos de dominação portuguesa) mas não localizamos Khasab (ou Caçapo, nome do período português), a segunda cidade do país. Khasab está em enclave dentro dos Emirados Árabes Unidos, no extremo norte do país a apenas 65 quilômetros do Irã. Khasab fica na Península de Musandam (ao sul do estratégico Estreito de Ormuz) — apelidada de "Noruega da Arábia" por seus belos fiordes.
Ainda um registro do diário de bordo desta terça-feira: à noite, com champanhe passageiros e tripulantes do Vision of the seas   reuniram-se para receber a palavra do comandante. Foi um momento de desfilar-se em roupa de festa. Achei-me um pouco ridículo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

24.—Uma primeira postagem navegando

ANO
 11
A bordo do Vision of the seas
FÉRIAS 11/24
EDIÇÃO
 3256

Viva! Já tenho alguns registros a fazer acerca das minhas primeiras horas embarcado em um navio. Isto é algo inédito em mais de 11 anos deste blogue. O check-in estava marcado para ser entre as 12-15h. Chegamos cedo ao porto. As filas eram imensas para acolher cerca de 2 mil passageiros. Então, uma primeira observação: a extrema eficiência para se fazer um ingresso rápido e seguro. Mesmo com muitas exigências o pessoal de serviço é muito competente.
Logo que estávamos no  Vision of the seas  pelas 14 horas já tínhamos um almoço e antes de começarmos a navegar já estavam agendadas duas atividades. A primeira, num amplo auditório recebemos informações acerca de possibilidades turísticas das duas cidades de Oman (Khasab e Muscat) que serão os dois próximos pontos que desembarcaremos. A segunda, uma hora antes da partida, todos os passageiros foram compulsoriamente convocados para uma simulação de um naufrágio; cada passageiro passa a ficar sabendo a que ponto deve se dirigir e qual o bote salva-vidas deve tomar e outros detalhes, caso houver um desastre.
As 18h, como aprazado e sem que se percebesse qualquer movimento e/ou oscilação o Vision of the seas começou abandonar o porto de Dubai e um tempo depois não mais se divisava mais de uma centena de automóveis brancos, que lado formavam um imenso quadrilátero.
A oferta de programas para a primeira noite era grande. Há que fazer opções. Assistimos a uma orquestre onde se entremeava um show circense modelo Cirque du soleil. Havia também um cômico. Mas rir de piadas em inglês está além de minha capacidade.
Houve após um jantar formal, bastante requintado. As demais ofertas (coquetel de recepção, shows, baile...) para a noite optamos por não aproveitar.
No começo da manhã o navio chegava ao porto de Khasab, a segunda mais importante cidade do Sultanato de Oman — onde teremos uma programação. O mais significativo registro destas primeiras a bordo é não se percebe nenhum balanço do navio. Não se tem impressão de deslocamento. Provavelmente, amanhã um relato de Oman.