TRADUÇAO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

domingo, 31 de agosto de 2014

31.- Num domingo fagueiro

ANO
 9
Na edição de ontem o anúncio de Para que(m) é útil o ensino?  
EDIÇÃO
 2882

Para uma blogada fagueira, como soem ser as domingueiras, sirvo-me de um texto que me foi enviado por José Carlos H. Ferreira, meu aluno na Universidade do Adulto Maior do Centro Universitário Metodista do IPA. Nos muitos envios do Zeca, salvam-se — entre aquelas de militante anti-Lula, que me abstenho de ler — preciosidades, como aquelas que nos levam a cenários inimagináveis. Penso que esta, que trago hoje, merece ser lida.
 Meia, Meia, Meia, Meia ou Meia? A língua portuguesa é uma das mais difíceis do mundo, até para nós. Eis um exemplo do português praticado no Brasil.
 *Na recepção dum salão de convenções, em Fortaleza*
- Por favor, gostaria de fazer minha inscrição para o Congresso.
- Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
- Sou de Maputo, Moçambique.
- Da África, né?
- Sim, sim, da África.
- Aqui está cheio de africanos, vindos de toda parte do mundo. O mundo está cheio de africanos.
- É verdade. Mas se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço antropológico da humanidade...
- Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
- Desculpe, qual sala?
- Meia oito.

- Podes escrever?
- Não sabe o que é meia oito? Sessenta e oito, assim, veja: 68.
- Ah, entendi,*meia* é *seis*.
- Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação:
- A organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material: DVD, apostilas, etc., gostaria de encomendar?
- Quanto tenho que pagar?
- Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam *meia*.
- Hmmm! que bom. Ai está: *seis* reais.
- Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
- Pago meia? Só cinco? *Meia* é *cinco*?
- Isso, meia é cinco.
- Tá bom,*meia* é *cinco*.
- Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
- Então já começou há quinze minutos, são nove e vinte.
- Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia .
- Pensei que fosse as 9:05, pois *meia* não é *cinco*? Você pode escrever aqui, a hora que começa?
- Nove e meia, assim, veja: 9:30h.
- Ah, entendi,*meia* é *trinta*.
- Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um folder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado?
- Sim, já estou na casa de um amigo.
- Em que bairro?
- No Trinta Bocas.
-Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria no Seis Bocas?
- Isso mesmo, no bairro *Meia*Boca.
- Não é meia Boca, é um bairro nobre.
- Então deve ser *cinco* Bocas.
- Não, Seis Bocas, entende? Seis Bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas, por isso Seis Bocas. Entendeu?
- Acabou?
- Não. Senhor, é proibido entrar no evento de sandálias. Coloque uma meia e um sapato.
O africano (quase) enfartou...

sábado, 30 de agosto de 2014

30.- Volta a circular PARA QUE(M) É ÚTIL O ENSINO?


ANO
 9
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EDIÇÃO
 2881

Alegro-me de anunciar que novamente circula o Para que(m) é útil o ensino? Desde o começo de outubro de 2013, tenho aguardado este retorno. Durante 18 anos este livro teve o selo da Editora da Ulbra — a quem sou reconhecido —, pois quando da primeira edição, em 1995, eu completava meu terceiro (e ultimo ano) como professor da Universidade Luterana do Brasil.
Quando esgotou a segunda edição, abriram-se novas opções. Agora o livro volta pela editora da Unijuí, esta — que sempre me remete e remeterá ao meu saudoso amigo Mario Osório Marques — editou o meu primeiro livro — A Educação no ensino de Química — em 1990. Após foi o Catalisando transformações na Educação química. Um outro encontradiços em sebos ou em edições piratas, que em mais de uma oportunidade já me foram trazidas para autógrafos. Sei de universidades onde o segundo, quando já esgotado, teve ‘reedição doméstica’ para todos alunos da licenciatura em Química. O meu terceiro livro pela Editora Unijuí é o Alfabetização científica: Questões e desafios para a Educação lançado em julho de 2000 terá em breve a sua sexta edição. Meu último livro solo Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto — onde celebro meus 50 anos de professor em 2011 — foi também editado pela Unijui, em 2012.
Assim, o Para que(m) é útil o ensino? vem juntar-se, agora, a já muito bem sucedida coleção ‘Ensino de Química’. É muito bom vivenciar não apenas a significativa transição para uma Editora que, há mais de um quarto de século, vem contribuindo para alfabetização científica no Brasil com a disseminação de livros que foram significativos para a consolidação da área da Educação nas Ciências em nosso País, mas também, para contribuir com este movimento tão significativo que é transgressão das fronteiras das disciplinas rumo uma cada vez mais significativa transdisciplinaridade, ou até, mais ousadamente, uma indisciplinaridade, aderindo às propostas de reestruturação do Ensino Médio.
Talvez, se devesse fazer uma recomendação ao leitor desta reedição do Para que(m) é útil o ensino? diria que ele não leia este livro como apenas acerca do ensino de Química. Pense mais amplamente — pense indisciplinarmente —, mesmo que ele esteja abrigado na coleção ensino de Química: este é livro acerca do ensino de Ciências. Por outro lado, há um pedido maior. Há que ter em consideração, que este livro foi escrito há 20 anos. Mesmo que se tenha feito atualizações em assuntos, na apresentação desta nova edição alerto que nesta nova Escola indisciplinar o prefixo in tem pelo menos três ações:
a)  in: no sentido de incluir a partir da própria disciplina outras disciplinas; são as ações que vamos fazer para colocar nossas especificidades em outras disciplinas;
b)  in: seguindo o mesmo sentido de direção, trata-se de incorporar elementos, métodos e conhecimento de outras disciplinas; aqui parece mais evidente o quanto temos buscar nas outras disciplinas, não nos bastando o ‘mundo’ pequeno ou específico de nossa disciplina;
c)   in: como negação, trata de negar a disciplina no sentido etimológico do termo; aqui a proposta parece ser mais radical ou inovadora: trata-se de rebelar-nos à coerção feita pelas disciplinas que, como um látego, nos vergastam a submissão.
Esta nova edição quase poderia ser considerada como um mesmo produto em nova embalagem. O quase entrou nesta afirmação por obra e graça de duas pessoas maravilhosas: Joana de Jesus Andrade e Naiara Tostes Cruz professora e aluna do Curso de Licenciatura em Química da USP de Ribeirão Preto. Uma e outra se envolveram com este livro em 2013. Quando ele tinha sua segunda edição esgotada a Naiara defendia seu trabalho de conclusão de curso, orientada pela professora Joana. Sua monografia tinha como título: Para que mesmo se Ensina/Aprende Química? Fazendo uma análise do Ensino de Química pela perspectiva de Attico Chassot.
Pode um professor ver reconhecido de maneira mais emocionante, quando vê no sumário de um texto de 43 páginas: Referencial Teórico: 2.1–Porque Chassot?
Uma e outra vibraram com a notícia da nova edição. Aderiram à proposta de fazerem parte desta nova edição com seus textos. Também, por tal há regozijos neste anúncio.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

29.- DAS LEITURAS FUNDAMENTALISTAS


ANO
 9
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 2880

Recebi, depois de minha fala no ENEQ, esta mensagem esta mensagem de uma colega:
Desde que comecei a reler O Tempo e o Vento, o livro me traz memórias tuas! Primeiro por narrar momentos históricos e personagens da região Sul do país, principalmente do Rio Grande do Sul... É o caso do corregedor Sepé Tiaraju, um dos chefes do exército dos Sete Povos das Missões, e que este ano apareceu em teu Blog, quando dá nome a uma escola. Também lembro porque, em tua belíssima palestra [em Ouro Preto, dia 19], há um momento em que falas sobre o feito de Lutero, de trazer o conhecimento da bíblia para os leigos através do ensino da leitura... O trecho a seguir logo me fez pensar em assuntos que nos propuseste então.
A seguir a Cristhiane, da Universidade Federal de Juiz de Fora que, de vez em vez, nos brinda comentários aqui, transcreve um primoroso excerto de Érico Veríssimo:
" O caso de Inácio - ocorrido havia poucos dias - fora verdadeiramente impressionante. Descoberto por um de seus companheiros no momento em que espiava a mulher dum amigo que tomava banho, nua, fora trazido à presença do cura, que o repreendeu severamente, pintando-lhe os horrores que sofreriam no inferno os que pecassem contra os santos mandamentos. Num dado momento, embriagado pelo próprio fervor, o Pe. Antônio repetiu - e sua voz nesse momento tinha a qualidade de esmeril - o versículo bíblico que diz “Se teu olho te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti". Tamanha fora a eloquência do cura e tão grande o arrependimento de Inácio, que o índio correra para a oficina, tomara de uma pua e com ela vazara o olho esquerdo. Com a cara lavada em sangue, e urrando de dor, procurava vazar o direito, golpeando a própria testa às cegas, quando um irmão leigo e outro índio o subjugaram. O cura teve de usar todo o seu tato para lhe explicar que, conquanto seu pecado fosse muito sério, os versículos bíblicos não deviam ser tomados ao pé da letra. Mais tarde, naquele mesmo dia, dissera a Alonzo à hora da ceia:
— Imagina tu a loucura de Lutero! Dar a Bíblia a ler aos leigos!
Alonzo olhou para Inácio, dirigiu-lhe algumas palavras de conforto e começou a afastar-se dele quando o índio o chamou:
— Padre!
— Que é?
— Quando o índio morrer ele vai para o céu?
— Se seguires os mandamentos de Deus, se fores um bom cristão, irás para o céu.
— E se eu for para o céu, Deus me dá um olho novo?

— Claro, Inácio, claro. Deus te dará um olho novo.
Um curto silêncio.
— Padre, eu quero um olho azul, como o de Pay Antônio.
— Está bem, Inácio. Reza e pede a Deus que te dê no céu olhos azuis como os de Pay Antônio.
O olho são de Inácio tornou a brilhar, mas sua face continuou séria e rígida.

A Cris adita: A arte também imita a vida. E vice versa... A loucura de Lutero, em dar-nos a ler... Ela deixou-me com muita vontade de reler o Érico. Já faz mais cerca de meio século que me emocionei com Bibiana, Ana Terra, Rodrigo Cambará... O excerto evocado ilustra muito bem o embate entre a igreja romana e as igrejas reformadas. O não acesso X o acesso aos textos sagrados.
Sou grato a Cris por me presentear com este exemplo. Parece que essa diferença foi superada, mesma que ainda hoje sejam os protestantes que têm mais acesso (=leem mais) à Bíblia apesar de aos católicos não se fazer mais restrições à leitura da bíblia. Mesmo que possamos assumir a tese luterana, há que convir que o fundamentalismo recrudesce forte entre nós e por tal não como não nos assustar com a possibilidade de Marina vir tornar-se presidente. Bisar uma Rosinha Garotinho em termos de criacionismo x evolucionismo, não está descartado.
Na edição de amanhã uma notícia de um texto aguardado.
Vale conferir. É um anúncio esperado.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

28.- O QUE ESTOU LENDO!


ANO
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 2879
Certa originalidade na edição de hoje, talvez seja envolvimento no livro que estou lendo. Recordo de tempos — sim, sou saudosista! — que comentar o que líamos era pauta de rodas de conversa. Hoje lemos menos livros. Parece que conversamos menos com amigos. A leitura (e a escrita) internética nos absorvem. 
No ENEQ comprei Nunca Pura: Estudos Históricos de Ciência como se Fora Produzida por Pessoas com Corpos, Situadas no Tempo, no Espaço, na Cultura e na Sociedade e Que se Empenham por Credibilidade e Autoridade.
Só este subtítulo (com estas maiúsculas desacertadas) já é quase uma súmula. Em que pese o tom coloquial do livro, é distante poder fazer uma resenha, mesmo porque tem 554 páginas das quais mais de um quarto (148) são de notas, das quais, muitas sumarentas.
Mas para instigar a imaginação de meus leitores trago a sinopse, e o sumário. Já li alguns capítulos. Constituíram-se em uma boa amostra.
Sinopse Steven Shapin argumenta que a ciência, para todos esta imensa autoridade e poder, é e sempre foi um esforço humano, submetido às nossas capacidades e limites. Dito de outro modo, a ciência nunca foi pura. Os ensaios de Shapin coletados neste livro incluem reflexões sobre as relações históricas entre a ciência e o senso comum, entre ciência e modernidade, bem como entre a ciência e a ordem moral.
Sumário
1 Baixando o Tom na História da Ciência: Um Chamado Nobre
PARTE I - MÉTODOS E MÁXIMAS
2 O Amor de Cordélia: Credibilidade e os Estudos Sociais da Ciência
3 Como Ser Anticientífico
4 Ciência e Preconceito em Perspectiva Histórica
PARTE II - LUGARES E PRÁTICAS
5 A Casa da Experiência na Inglaterra do Século Dezessete
6 Bomba e Circunstância: A Tecnologia Literária de Robert Boyle
PARTE III - A PESSOA CIENTÍFICA
7 "A Mente é Seu Próprio Lugar”: Ciência e Solitude na Inglaterra do Século Dezessete
8 “Um Scholar e um Cavalheiro”: A Identidade Problemática
8 do Praticante Científico na Inglaterra do Século Dezessete
9 Quem Foi Robert Hooke?
10 Quem É o Cientista Industrial? Comentários da Sociologia Acadêmica e de Chão de Fábrica nos Estados Unidos, de cerca de 1900 a cerca de 1970
PARTE IV - O CORPO DE CONHECIMENTO E O CONHECIMENTO DO CORPO
11 O Filósofo e a Galinha: Sobre a Dietética do Conhecimento Descorporificado
12 Como Comer Como um Cavalheiro: Dieta e Ética na Inglaterra no Início da Era Moderna
PARTE V - O MUNDO DA CIÊNCIA E O MUNDO DO SENSO COMUM
13 Confiando em George Cheyne: Expertise Científica, Senso Comum e Autoridade Moral na Medicina de Dieta do Início do Século Dezoito
14 Economias Proverbiais: Como um Entendimento de Algumas Características Linguísticas e Sociais do Senso Comum Pode Lançar Luz sobre Corpos de Conhecimento de Prestígio Maior, A Ciência, por Exemplo
15 Descartes, o Doutor: Racionalismo e suas Terapias
PARTE VI - CIÊNCIA E MODERNIDADE
16 Ciência e o Mundo Moderno
 Dados técnicos
Editora: FINO TRAÇO EDITORA Belo Horizonte MG
www.finotracoeditora.com.br
ISBN: 8580541107
ISBN13 :9788580541106
Páginas: 543
Publicação:2013  1a Edição
Encadernação: BROCHURA

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

27.- ACERCA DE UMA TRI-TERÇA

ANO
 9
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 2878

Escrevo quase no ocaso da terça. Esta foi, como anunciei ontem, plena nos três turnos.
Pela manhã reencontrei-me com a turma de licenciatura em Música do Centro Universitário Metodista do IPA, pois na última terça estava no ENEQ. À tarde falei para cerca de 500 professoras e professores de seis Coordenadorias de Educação [Porto Alegre (1ª), São Leopoldo (2ª), Osório (11ª), Guaíba (12ª), Canoas (27ª) e Gravataí (28ª)] que envolveu a participação de representantes de escolas que fazem Educação de Jovens e Adultos em cerca 40 municípios do Rio Grande do Sul. O cenário não podia ser mais inusual: salão dos espelhos do Clube do Comércio, na Praça da alfandega de Porto Alegre. Centrei minha discussão na prática de pesquisa marcada pela indisciplinaridade. Foi emocionante, quando encerrei, depois de mais de duas horas de fala, ter um auditório aplaudindo de pé. Convenço-me que a escola pública do Rio Grande do Sul está fazendo algo diferente. A noite, foi o privilegiado reencontrar a turma de Pedagogia, que na minha ausência na última terça se fez pré-leitora de um texto "Assestando óculos para olhar o mundo". Foram apontados destaques significativos: comentários acerca do uso de dicionário, o uso de metáforas e as distinções ente mentefato e artefato.
Destes três turnos, a blogada de hoje vai para o turno da manhã. Justifico. Em fevereiro de 2007, assisti a um festival de cinema em Porto Alegre. Era um período de férias, muito próprio para um banho de cultura, por vários dias cinema em três turnos. Aqui neste blogue em 13/FEV/2008 escrevi, depois de ter assistido O Pesadelo de Darwin (Darwin’s Nightmare) “Não recordo de já ter assistido um documentário tão dolorosamente cruel”. Passados mais de sete anos o filme me tocou muito forte, mais uma vez.
A preparação da aula me exigiu muitas leituras. Esta manhã, discutimos o que representou este documentário, que assistiram na última aula, na minha ausência, para cerca de 30 músicos que se fazem professor. Foi algo emocionante ouvir os debates trazidos disciplina Ética, Sociedade e Meio Ambiente. O filme não poderia fazer a melhor conexão com as três dimensões presentes no nome da disciplina.
Não tenho condições de, aqui e agora, fazer uma resenha deste documentário de 2004, que uma coprodução da Áustria, Bélgica, França, Canadá, Finlândia e Suécia, dirigida por Hubert Sauper.
O documentário sobre a pesca num lago da Tanzânia é documento aterrador sobre os dejetos da globalização. Em tese, o pesadelo a que o título se refere é uma tragédia ambiental existente no Lago Victoria, o segundo maior do mundo, localizado na Tanzânia. Nos anos 1960, uma espécie de peixe predador chamada perca do Nilo foi introduzida no local, como tentativa de oxigenar a frágil economia dos vilarejos ribeirinhos, baseada na pesca. O peixe deu lucro, sim, mas também acabou por extinguir mais de 200 espécies nativas, arrasando o ecossistema local e comprometendo o futuro da vida no lago. E a situação socioeconômica da população não melhorou muito.
Das diferentes leituras que estão disponíveis, recomendo a análise de Rodrigo Carreiro, que está em www.cinereporter.com.br/ criticas/pesadelo-de-darwin-o/
Valeu muito ter ouvido os comentários de meus alunos. “O Pesadelo de Darwin” é o tipo de filme que dá calor no estômago de quem assiste – uma mistura de raiva, impotência e agonia. Acredito que todos nós que estávamos na manhã fria de ontem do centenário prédio, na Dona Leonor, devemos ter nos perguntado o que fazer para termos um mundo mais justo. Isto serve para, pelo menos, para dar a partida. Há que continuar as reflexões e fazê-las ações.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

26.- INVENÇÕES DO SÉCULO NA UAM


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 2877
Uma terça de agenda plena nos três turnos. Pela manhã e à noite, aulas na graduação para as licenciaturas em Música e Pedagogia. À tarde faço ‘uma formação’ para professoras e professores que se envolvem com a Educação de Jovens e Adultos em seis Coordenadorias de Educação do Rio Grande do Sul. Estarei com as CREs: Porto Alegre (1ª), São Leopoldo (2ª), Osório (11ª), Guaíba (12ª), Canoas (27ª) e Gravataí (28ª). Vou discutir uma prática de pesquisa que está em:
CHASSOT, Attico. A pesquisa de saberes primevos catalisando a indisciplinaridade. p. 115-133, em O Ensino Médio e os Desafios da Experiência: movimentos da prática AZEVEDO, José Clovis; REIS, Jonas Tarcísio (orgs). São Paulo: Fundação Santillana e Moderna, 2014, 237p. ISBN 978-85-63489-22-7
O livro aqui referido está disponível na sua íntegra na internet para cópia. Basta colocar em um buscador: Moderna desafios da experiência e surgirão endereços com disponibilização do livro.
Posta esta agenda preambular, trago o assunto desta edição que se faz na esteira de ontem, quando se apresentou aqui as 20 mais significativas invenções e avanços tecnológicos do Século 20. Ontem na aula da Universidade do Adulto Maior, solicitei ao 23 presentes (o quórum estava reduzido a menos de 50% talvez pela transmutação de uma manhã de verão em uma tarde muito fria e de chuvas muito) fizessem uma lista individual de apenas três invenções e/ou avanços tecnológicos do Século 20. Estabelecemos uma ponderação para cada uma das três menções: 3 pontos para a 1ª citação // 2 pontos para a 2ª // 1 ponto para a 3ª.
Recolhida a votação fizemos a apuração. O grupo de 23 mulheres e homens de faixa etária aproximada entre 70 e 80 anos, guardados os critérios antes estabelecidos apresentou como as dez mais significativas invenções e avanços tecnológicos do “nosso’ Século 20 a seguinte lista:
1.  Penicilina

2.  Internet
3.  Vacinas
4.  Telefone celular
5.  Computador
6.  Televisão
7.  Avião
8.  Divisão do átomo
9.  Estudos de células-tronco
10.            Pílula anticoncepcional

Estes resultados ensejaram tão ricas análises que nem houve espaço para a lista trazida ontem. Faremos isso na próxima segunda-feira.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

25.- SÉCULO 20 EM 20 INVENÇÕES


ANO
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 2876
É usual fazer-se listas de descobertas tecnológicas e de estabelecimento de novos princípios teóricos de um determinado período. Quando se olha diferentes listas acerca de legados, por exemplo, do segundo milênio: a invenção da imprensa e a descoberta da eletricidade são de maneira usual evocadas. Fiz consulta a algumas listas de invenções e avanços tecnológicos do Século 20. Trago uma dentre várias, Talvez, seja aquela que mais se pareça com aquela que fosse a minha lista.
Uma sugestão ao leitor: dois exercícios antes de observar a lista que apresento adiante. 1) Faça uma lista de apenas cinco itens para o Século 20 e compare quanto estão na lista de 20 invenções e avanços tecnológicos. 2) Procure uma lista idêntica para o Século 19. Surpreenda-se como deveria ser diferente a vida de seus bisavôs e mesmo dos seus avôs. Agora, procure uma lista do século 18 ou até do Século 17 e pense como viviam seus ancestrais.
Sim! Seus pais, quando tinham sua idade não conheciam internet nem telefone celular. Seus avôs, talvez, não tivessem, então, eletricidade. Seus bisavôs, provavelmente não conheceram vaso sanitário. Pensando nisto frua a lista a seguir, que como antecipei pode apresentar diferenças de nossas listas. Não sei também qual o critério de ordenação. Aliás, por tal, caberia outros exercícios: a) coloque os 20 itens da lista oferecida em ordem cronológica: b) coloque os 20 itens em ordem pessoal de importância. Convide outros que façam sua ordenação, mediados pela importância que conferem a cada dos itens.
As 20 grandes invenções e avanços tecnológicos do século 20 (Fonte: super.abril.com.br/galerias-fotos/veja-20-grandes-invencoes-avancos-tecnologicos-seculo-xx-695628.shtml#0) contém, também, excelentes ilustrações para cada um dos 20 tópicos.

1)        COMPUTADORES - O matemático Alan Turing ficou conhecido como o 'Pai da ciência da computação' por ter formalizado o conceito de algoritmo e por ter desenvolvido o computador moderno. Vale lembrar que o primeiro computador pesava mais de 30 toneladas. Os microcomputadores foram popularizados na década de 1980, com os produtos da Apple, idealizados por Steve Jobs.
2)         TEORIA DA RELATIVIDADE GERAL (1915) - Publicada pelo cientista Albert Einstein, a teoria ampliou as concepções astrofísicas da época e gerou polêmica entre estudiosos.
3)         PENICILINA (1928) - O médico Alexander Fleming foi o responsável por descobrir este antibiótico natural. A identificação da penicilina proveu grandes contribuições à sociedade da época, que sofria com doenças infeciosas de origens bacterianas.
4)        DERIVA CONTINENTAL (1915) - Foi uma teoria escrita pelo geógrafo e meteorologista alemão Alfred Weneger. Ela descrevia a origem dos atuais continentes, que teriam surgido a partir de Pangeia, uma grande massa de terra inicial.
5)        TRANSPLANTE DE CORAÇÃO (1967) - O primeiro transplante de coração humano foi feito pelo médico sul-africano Christiaan Barnard.
6)        CLONAGEM DE MAMÍFEROS (1996) - A ovelha Dolly foi o primeiro mamífero clonado com sucesso. Os cientistas Ian Wilmut e Keith Campbell foram os grandes responsáveis pelo feito.
7)        ESTRUTURA DO DNA (1953) - A molécula do DNA foi descoberta pelos pesquisadores James Watson e Francis Crick.
8)        ENERGIA NUCLEAR (1942) - A fissão nuclear foi descoberta anos antes, mas a primeira reação em cadeia foi supervisionada pelo físico italiano Enrico Fermi , que trabalhava no Projeto Manhatan.
9)        EXPLORAÇÃO ESPACIAL - O primeiro satélite artificial, o Sputnik, entrou em órbita em 1957. No mesmo ano, o primeiro ser vivo a ir ao espaço foi a cadela Laika, enviada em uma missão russa. O primeiro homem a sair da atmosfera foi Yuri Gagarin, em 1961.
10)     FIBRA ÓTICA - Foi inventada em 1952, pelo físico indiano Narinder Singh Kapany. Revolucionou o campo das telecomunicações.
11)     LASER - O termo foi publicado pela primeira vez em 1959, pelo cientista americano, Gordon Gould, para descrever um dispositivo que emite luz por um processo de amplificação ótica baseado na emissão estimulada de fótons. Antes, outros pesquisadores haviam concentrado seus estudos em invenções parecidas.
12)     MOTOR A JATO - Vários pesquisadores haviam desenvolvido motores de propulsão baseados em fluidos. Em 1910, o romeno Henri Coanda inventou o primeiro avião com motor a jato, o Coanda-1910.
13)      LINHA DE PRODUÇÃO - É uma forma de produção em série, popularizada em 1913, pelas linhas de montagem de Henry Ford.
14)     TEORIA DO BIG BANG - Em 1927, o padre e cosmólogo belga Georges Lemaître realizou estudos que indicavam a expansão do universo, que seria causada pela explosão de um átomo original. Mas só em 1929 é que a teoria foi sistematizada pelo astrônomo americano Edwin Hubble. O estudo ficou conhecido como Lei de Hubble-Humason.
15)     INTERNET - A ideia de montar redes de computadores surgiu em pesquisas de 1960, época da Guerra Fria, A Arpanet nesta década, com o objetivo de transmitir dados entre redes militares. A World Wide Web (rede mundial de computadores) foi criada em 1992, pelo cientista Tim Berners-Lee.
16)     AVIÃO - Há muita polêmica sobre quem teria inventado o avião: Santos Dumont ou os irmãos Wright. De acordo com a Federação Aeronáutica Internacional, o prime voo público de Dumont ocorreu em 1906. Já o primeiro voo documentado dos irmãos Wright ocorreu em 1903.
17)     PÍLULA ANTICONCEPCIONAL - O primeiro contraceptivo oral foi sintetizado em 1951, pelo químico mexicano Luis E. Miramontes. A invenção foi fundamental para o controle de natalidade.
18)     RADAR - O primeiro dispositivo para detectar objetos a longas distâncias foi construído em 1904 pelo cientista alemão Christian Hülsmeyer.
19)     TELEVISÃO - O engenheiro russo Vladimir Zworykin patenteou o tubo iconoscópico para câmara de televisão em 1923. O primeiro sistema analógico foi demonstrado em 1924.
20)     TRANSISTOR - O dispositivo semicondutor foi concebido pelos engenheiros americanos Walter Brattain e John Bardeen em 1947. O termo foi usado pela primeira vez pelo cientista John R. Pierce.