Ano
6*** Porto Alegre ***Edição
2186
Primeiro, uma
homenagem que devia ter feito ontem, data de São Joaquim e Santa Ana, ditos
avós de Jesus: parabéns àquelas e àqueles que já curtem os dulçores do avonado.
A propósito, ainda
ontem o escritor paulista Roberto Melo Mesquita, autor de prestigiada Gramática
da Língua Portuguesa escreveu: “Ainda que você seja de outra área, sou seu leitor. Aprendi em
um de seus livros a usar a palavra 'avonado'. Gosto muito do seu livro ‘Alfabetização
Científica’. Grato por ter aceitado nosso pedido de amizade. Prazer enorme ter
você ao nosso lado. O Face é mesmo uma alameda sem fronteiras. Um abraço e até
qualquer hora. Em tempo, um grande novo ano letivo para nós todos! Fiquei muito orgulhoso ao saber da
aprovação de uma das palavras que parece que cunhei.
Em minhas andadas esta semana por Buenos
Aires, algo que se percebia era o desprestígio do peso — moeda nacional. As
tentativas que se pagasse em dólar era sedutoras. Até o real se fazia valorizado.
Eis uma tabela de conversão extraída de uma vitrine na Calle Florida: 1 peso =
7,00 US$ // 7,50 Euro // 2,40 reais. Este comentário se conecta com a notícia
que conheci, já retornado: “A primeira vez uma mulher aparecerá em uma cédula
monetária argentina!”
A Argentina
apresentou na quarta-feira (25) uma nova cédula de 100 pesos (cerca de R$ 44)
com o rosto de Eva Duarte para comemorar os 60 anos da morte da segunda esposa
do presidente da Argentina por três vezes, Juan Domingo Perón, e a quem é
atribuída a frase "voltarei e serei milhões".
"Essa é
uma obra histórica que consagra uma mulher que marcou não só a vida dos
argentinos, mas a história mundial", disse a presidente argentina,
Cristina Kirchner, no ato de apresentação da nota. A governante destacou que
Evita, cuja morte completou 60 anos nesta quinta-feira (26), "é a primeira
mulher que aparece em uma cédula" na Argentina.
Um dia antes
da morte de Eva Perón completar 60 anos, a atual presidente da Argentina,
Cristina Kirchner, apresentou a nova nota de 100 pesos que traz a imagem de
Evita. A nova estampa, assinada pelo francês Roger Pfund — apresentado por
Cristina Kirchner como o melhor desenhista de cédulas do mundo —, foi baseada
em um esboço não concluído de uma nota de 5 pesos argentinos que começou a ser
feita em 1952, após o falecimento de Evita, mas que nunca chegou a ser
impressa.
Com a
deposição de Perón, em 1955, um empregado da Casa da Moeda decidiu esconder os
desenhos para que não fossem encontrados pelos golpistas. Segundo a presidente,
há poucos anos o desenho foi encontrado escondido em um móvel da Casa da Moeda
e surgiu o projeto de realizar uma nota em homenagem a Evita.
Em 23
de janeiro deste ano, escrevi aqui: EM BUENOS AIRES COM EVITA, relatando a visita que fiz, então, ao museu
dedicado a Eva Peron.
Apesar do
caráter "comemorativo" inicial, a governante disse que solicitará às
autoridades monetárias que tomem todas as medidas para que a cédula de Eva substitua
a atual de 100 pesos, que leva o rosto de Julio Argentino Roca, militar por
duas vezes presidente da Argentina (1880-1886 e 1898-1904), figura histórica
muito questionada pelo governo.
Julio Roca
aparece em um topônimo brasileiro. A cidade (e o município) gaúcha do vale do
Taquari, de Roca Sales, carinhosamente chamada Roca, que pertencia a
Estrela teve seu nome mudado de Conventos Vermelhos para Roca Sales em uma
homenagem a um evento de 1899, quando o presidente da Argentina, o general
Julio Argentino Roca visitou o Brasil e teve a visita retribuída em 1900 pelo
presidente brasileiro, Campos Sales.
Atualmente, já
circulam na Argentina duas moedas cunhadas em homenagem a Evita, uma de 1997,
feita em comemoração à lei do voto feminino, e outra de 2002, quando se
completou meio século da morte da ex-primeira dama, ocorrida em 26 de julho de
1952. "Não é que Eva tenha sido perfeita, não é que tenha sido uma santa.
Pelo contrário. O que a transforma em algo maior, em algo inesquecível e
imortal, é que foi uma humilde mulher que teve a imensa sorte de encontrar-se
com um homem e com um povo", afirmou Cristina.
Caro Attico,
ResponderExcluirestratégia de marketing ou verdadeira homenagem (ou um misto dos dois, já que tudo e possível).
No momento em que a economia argentina perde valorização, utiliza-se a imagem mítica de umas das maiores personalidades do país para estampar o orgulho portenho. Não creio em tanta inocência política em uma ação como esta, sem desmerecer a figura da Evita.
Abraço,
PAULO MARCELO
Alemanha, Brasil, Argentina etc. as mulheres estão tomando o seu lugar a frente desta grande e conturbada gaia...
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Caro Chassot,
ResponderExcluirPrimeiro, parabéns pelo dia de ontem, eu ainda não tive o prazer de exercer o "avonado". Segundo, hoje eu estava pensando em você enquanto tomava o desjejum e me saiu um limerique espontâneo que publico abaixo:
Limerique
Attico Chassot, professor gaudério
De escrita escorreita sem mistério
Carinha bom de letra
Com ele não tem tetra
Trata com leveza assunto sério.
Caro Chassot,
ResponderExcluiraprendi muito com tua postagem de hoje. Havia lido cedo, mas só agora estou comentando. Entre outras coisas, um pouco mais da história dessa mulher que é marca forte para os argentinos e um ícone nas Américas. Fiquei impressionado com a ação do funcionário da casa da moeda que teve o cuidado de esconder os desenhos da antiga nota: são atitudes assim que dão frutos no futuro.
Também aprendi algo sobre Roca Sales que nunca tive a curiosidade de saber de onde viera tão incógnito nome. Agora sei. Obrigado!
Um abraço,
Garin