ANO
9 |
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
2878
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Escrevo quase no ocaso
da terça. Esta foi, como anunciei ontem, plena nos três turnos.
Pela manhã
reencontrei-me com a turma de licenciatura em Música do Centro Universitário
Metodista do IPA, pois na última terça estava no ENEQ. À tarde falei para cerca
de 500 professoras e professores de seis Coordenadorias de Educação [Porto Alegre (1ª), São Leopoldo (2ª),
Osório (11ª), Guaíba (12ª), Canoas (27ª) e Gravataí (28ª)] que
envolveu a participação de representantes de escolas que fazem Educação de
Jovens e Adultos em cerca 40 municípios do Rio Grande do Sul. O cenário não podia ser mais inusual: salão dos espelhos do Clube do
Comércio, na Praça da alfandega de Porto Alegre. Centrei minha
discussão na prática de pesquisa marcada pela indisciplinaridade. Foi emocionante,
quando encerrei, depois de mais de duas horas de fala, ter um auditório
aplaudindo de pé. Convenço-me que a escola pública do Rio Grande do Sul está
fazendo algo diferente. A noite, foi o privilegiado reencontrar a turma de
Pedagogia, que na minha ausência na última terça se fez pré-leitora de um texto
"Assestando óculos para olhar o mundo". Foram apontados destaques significativos:
comentários acerca do uso de dicionário, o uso de metáforas e as distinções
ente mentefato e artefato.
Destes três turnos, a
blogada de hoje vai para o turno da manhã. Justifico. Em fevereiro de 2007,
assisti a um festival de cinema em Porto Alegre. Era um período de férias,
muito próprio para um banho de cultura, por vários dias cinema em três turnos.
Aqui neste blogue em 13/FEV/2008 escrevi, depois de ter assistido O Pesadelo de Darwin (Darwin’s Nightmare)
“Não recordo de já ter assistido um
documentário tão dolorosamente cruel”. Passados mais de sete anos o
filme me tocou muito forte, mais uma vez.
A preparação da aula me
exigiu muitas leituras. Esta manhã, discutimos o que representou este documentário,
que assistiram na última aula, na minha ausência, para cerca de 30 músicos que
se fazem professor. Foi algo emocionante ouvir os debates trazidos disciplina
Ética, Sociedade e Meio Ambiente. O filme não poderia fazer a melhor conexão
com as três dimensões presentes no nome da disciplina.
Não tenho condições de,
aqui e agora, fazer uma resenha deste documentário de 2004, que uma coprodução
da Áustria, Bélgica, França, Canadá, Finlândia e Suécia, dirigida por Hubert
Sauper.
O documentário sobre a
pesca num lago da Tanzânia é documento aterrador sobre os dejetos da globalização.
Em tese, o pesadelo a que o título se refere é uma tragédia ambiental existente
no Lago Victoria, o segundo maior do mundo, localizado na Tanzânia. Nos anos
1960, uma espécie de peixe predador chamada perca do Nilo foi introduzida no
local, como tentativa de oxigenar a frágil economia dos vilarejos ribeirinhos,
baseada na pesca. O peixe deu lucro, sim, mas também acabou por extinguir mais
de 200 espécies nativas, arrasando o ecossistema local e comprometendo o futuro
da vida no lago. E a situação socioeconômica da população não melhorou muito.
Das diferentes leituras
que estão disponíveis, recomendo a análise de Rodrigo Carreiro, que está em www.cinereporter.com.br/
criticas/pesadelo-de-darwin-o/
Valeu muito ter ouvido
os comentários de meus alunos. “O Pesadelo de Darwin” é o tipo de filme que dá
calor no estômago de quem assiste – uma mistura de raiva, impotência e agonia. Acredito
que todos nós que estávamos na manhã fria de ontem do centenário prédio, na
Dona Leonor, devemos ter nos perguntado o que fazer para termos um mundo mais justo.
Isto serve para, pelo menos, para dar a partida. Há que continuar as reflexões
e fazê-las ações.
Sempre quando assumimos uma postura ética poderemos não consertar o mundo, mas certamente seremos um irresponsável a menos. Apesar de aparentemente parecer ser uma atitude insignificante, é o pontapé inicial.
ResponderExcluirOlá professor Áttico esta pode ser chamada de 3a feira gorda não? Parabenizo-o pelo seu trabalho etica e politicamente comprometido E muito bom ter sua contribuição sempre magistral em nosso PPG. Abraço
ResponderExcluirNão acredito em mudança estrutural. O sistema está impregnado pelo poder materialista destruidor. Penso que a via consiste no sentido de uma espécie de "mimetismo" pelo EXEMPLO que podemos dar na relação de respeito e cuidado com a natureza. Embebidos pela transparência, ética e coerência.
ResponderExcluirQuando o homem faz merda
ResponderExcluirO bicho homem teima em intervenções
Que acabam em desastre comumente
Sem teimosia, estultice e burras ações
A natureza seguiria seu curso à frente.
A evolução darwiniana sempre perfeita
Põe cada ser do Planeta em seu nicho
Portanto é claríssima a natural receita
Tudo em seu lugar seja planta ou bicho.
Mas o Homo sapiens perfeito trapalhão
Vendo-se esperto, as cartas embaralha
Redistribui os seres na maior confusão
E depois de fazer a caca joga a toalha.
Quem paga conta é a próxima geração
Quando a natureza perder essa batalha.,