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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

18DEZ2020 *** Adeus, Ano Velho!!!!


 

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3700

Aqui, e em muitos outros espaços, é tempo de encerrar logo este bissexto 2020 aziago. Já é tempo de cantarolar musiquinha xaroposa “Adeus, ano velho!”

Está é última edição deste blogue este ano. Volto, muito provavelmente, 15 de janeiro de 2021. Mesmo sem sair, por estes dias, nem para o jantar com familiares, parece que me irmano, como nunca dantes, nesta tão esperada virada de ano (em férias).

Esta é 48ª edição do blogue deste ano. Quantidade coerente para uma edição semanal, com período de férias. Nestes quase 15 anos de circulação, durante um tempo, houve edições diárias (quase não crível para mim) e depois com número variável de edição semanais. Já, há três anos, postar a edição semanal, ao pôr-do-sol das sextas-feiras, determina, não apenas o início do shabath, como também, estar então num fruído fim de semana.

As viradas de anos são usualmente tempos de muito afeto que entrelaçam crentes e incréus. Todos nós — desde as crianças que são mais hábeis que nós em certos artefatos tecnológicos até homens e mulheres mais anosos, que qual Edgar Morin, continuam distribuindo saberes — estamos mais solidários nestes tempos. Isto faz que nesta edição — diferente de quase todas minhas blogadas destes 2019 e 2020 —, não arremessarei dardos farpados contra o presidente da República. Neste período de desejar Paz e Saúde, respeitando a liturgia do cargo, incluo o presidente Messias.

A recém nominação de um dos mais importantes e admirados intelectuais coetâneos foi para não deixar sem um registro algo muito emocionante, que mulheres e homens de dezenas de países das Américas, da Europa, da África e talvez de outros continentes (que não registrei), vivenciamos, nesta quarta-feira, dia 16. Edgar Morin (Paris, 08 de julho 1921) com quase 99,5 anos, pronunciou por quase 1 hora, a conferência magistral do 3º Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, Trouxe, com encantadora lucides uma narrativa escorreita, permeada de exemplos da Química e da biologia, especialmente da evolução de primatas. Respondeu perguntas, não aparentou cansaço e não percebi em nenhum momento esquecimento.

Realmente foi estimulante (e, porquê não dizer, encantador) o que se assistiu. Sem ter referido, nos ofertou mais desejos de que a vacina venha também para ser facilitadora do transe que vivemos.

No olhar, com aumentada esperança para um futuro longevo, conectei algo do passado:  em junho de 2009, estava na UFPA, participando do evento ‘2009 Ano Brasil-França’. O conferencista para o encerramento não pode vir. O convidado à tribuna recém vacante se propôs a narrar tentativas para mostrar possibilidades de um caminho inverso para a leitura do ‘mundo real’: das disciplinas à indisciplina. Foi significativo para mim, no dia 20 de junho de 2009, colaborar que a cátedra destinada a Morin não ficasse desocupada.

Em paralelo a excepcional live acima narrada, nesta última semana, antes de cumprir o recesso já anunciado, tive duas bancas (uma no PPGECM na Unifesspa, em Marabá PA e outra em Cuiabá MT, em Programa de Pós-graduação UniC e IFMT) e duas lives: ontem, na UERR, na única capital brasileira no hemisfério Norte e hoje minha 88ª (e última live do ano) em mais uma edição de ‘Diálogo de Aprendentes’, no IFSP no campus de São José dos Campos. Agora, já expectante com 2021.

Aos que creem/aos que não creem no milagre natalino de uma virgem dando à luz a um Deus // aos que podem/aos que não podem ficar em casa para ajudar a frear a disseminação do covid-19, a cada um dos habitantes do Planeta Terra (nossa casa comum) votos de um muito feliz ano novo!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

11DEZ2020 *** A pandemiazinha está terminando!!!


 

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3699

Há que dizer, com confessa religiosidade, que esta já é a edição que circulará no terceiro domingo do advento. Não falta muito para ardorosamente cantarmos “Adeus, ano velho!”

Ontem o presidente (sim! com letra pê minúscula), esteve a inaugurações (Não! em campanha para 2022), em Porto Alegre. Quando se convive com mais acentuado número de mortos e de infectados, sem máscara, disse que pandemiazinha está terminando (Sem comentários!).

Narro dois momentos da semana que se esvai. Parece que um e outro não se conectam. Mas, ambos se tecem fazendo esta blogada pré-natalina.

Deixo de comentar, mais extensamente, duas lives desta semana e também a festa de natal no Laboratório indisciplinar.

No dia 8, terça-feira, vivi uma reedição de ‘Diálogo de aprendentes’ onde os participantes recebem com antecipação o texto homônimo e então dialogam comigo. Numa promoção da FFCLRP USP foram cerca de 100 minutos de sumarentas trocas de saberes.

O dia seguinte, na UFS, dialoguei com o Prof. Dr. Bernard Charlot; quando conheci seu currículo, que dá de dez a zero no meu, tremi. Nas duas horas de conversação reanimei-me.

Agora os dois momentos já anunciados. Um dos momentos preencheu meu fim de semana e ainda se espraia pelos dias que fluem. O outro ainda me interroga. É irrespondível.

No sábado, um passarinho, ainda implume, caiu no foyer pela chaminé da lareira, de provável ninho no piso superior. Não voa ainda, mas se adonou e marcou sua presença em peças da casa. No domingo, com orientações de distante pontos do país recebi orientações para hidratá-lo e alimentá-lo. Não tive muito sucesso. Acolchoei lhe uma caminha. Na manhã de segunda-feira, anunciei aos meus parceiros salvacionistas que o frágil passarinho fora a óbito. Engano meu. Ao ascender para dar-lhe sepultura no jardim, manifestou-se piando a doer. Então, de vez em vez, ofertei-lhe uma solução hidratante, leite morno, pirão... Não fui hábil. Penso que a oferta não foi aceita. À tarde, na expectativa que seu piar chamasse sua mãe (depois me disseram que as mãe não reconhecem filhotes que foram tocados por humanos e os deserdam), levei-o a um tomar um sol, entre nuvens, nada intenso. Foi fatal. Ele morreu. Dei-lhe sepultura sob uma lápide, onde penso que vejo escrito este memorial. Sofri. Sofro. Eu não mato uma das milhares de drosophilas que se apossaram de minha cozinha, ajudei a matar um passarinho ainda emplume (levando-o ao sol).

Agora, o segundo momento a narrar. Na minha biblioteca seria merecido houvesse um Recanto Jairo Brasil. Cada ano, no meu aniversário, sou agraciado, pelo meu ex-orientando de mestrado, com um livro sempre muito especial. Este ano, deixou na Portaria de meu prédio A Bibliotecária de Auschwitz, um romance baseado numa história real. Não vou fazer resenha. O título diz muito. Mesmo que já faça um mês do ofertório, não terminei. Nestes dias, múltiplos interrogantes sequenciam minhas leituras diversas. O livro é dolorosamente saboroso. Exige leituras à pequenas doses. Estas me fazem retornar a Auschwitz, onde estive há não muito. Um dos personagens do livro é o macabro Doutor Mengele. Fazia (e se comprazia) experiências com crianças que qualquer um de nós não permitiria fazer nem em ratos de laboratórios ou em drosophilas. Se quisesse experimentar, por exemplo, mudar a cor dos olhos das crianças para azul, injetava no globo ocular um corante azul, mesmo que isso cegasse os inocentes para sempre. Este é apenas um exemplo ‘simples’.

Agora um interrogante fulcral: como o episódio do frágil filhote e os cruéis crimes contra a humanidade em centros de extermínios se entretecem. Parece que não preciso responder. Até a vindoura sexta-feira! 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

04DEZ2020 *** memórias de 28OUT2018

 

 

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EDIÇÃO

3698

Finalmente chega dezembro. Há esperanças que 2020 termine. Mesmo que pareça que estamos vendo números e protocolos que nos assustavam nos idos de março. Será que vai começar um ano (novo)2020Beta?

O segundo turno passou. Não adiro àqueles que veem êxito na esquerda. Me consolar com a derrota dos apoiados pelo falso Messias é muito pouco. Ver a rejeição à Comunista em Porto Alegre, ratificou a um senso comum fajuto que envaidece aos gaúchos: somos o estado mais politizado do Brasil. Há não muito em eleição ao Senado, entre o ínclito Olívio Dutra e um comentarista esportivo, se rejeitou o ex-prefeito e ex-governador e se escolheu termos um obscuro senador. O terceiro turno em 2022 não será trivial.

Antes de oferecer o que agendei para esta edição, há uma evocação histórica/atual a registrar.

BHOPAL 84: Ontem, 3 de dezembro foi o Dia Mundial de Combate aos Agrotóxicos. A data existe em homenagem às vítimas do crime de Bhopal, na Índia, em 3 de dezembro de 1984. A história é impactante: uma fábrica de agrotóxicos estadunidense negligenciou normas de segurança para armazenamento do gás tóxico isocianato de metila e causou uma tragédia que matou 2,2 mil pessoas na hora e afetou a vida de quase 600 mil pessoas ao longo dos anos.

O Brasil de Fato lançou o documentário Bhopal 84, que relembra essa história. O filme pode ser assistido no canal do BdF no YouTube, no Facebook e no Instagram Brasil de Fato;

 Trinta e seis anos depois da tragédia, os empresários não foram punidos, as vítimas receberam indenizações irrisórias e as causas do vazamento nunca foram esclarecidas.

Agora, o blogue no seu fazer memórias. Nesta sexta feira participei de duas lives; as minhas 81ª e 82ª lives. Pela manhã em Campina Grande, na Universidade Estadual da Paraíba, fiz a fala de abertura CONAPESC - DIGITAL EDITION/Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino em Ciências. À tarde, no Instituto Federal do Acre dialoguei de maneira sumarenta acerca destes tempos pandêmicos com meu colega Evandro Ghedin da UFAM.

Já estive, de maneira presencial na UFAC, em Rio Branco. Guardo de então saborosas evocações da terra de Chico Mendes. Aprendi até a história do Imperador do Acre. Mas, desde 28 de outubro de 2018, o Acre catalisa evocações dolorida para mim. E o Acre, por razões profissionais neste ano me é muito presente. A Uiara Pinho, minha orientanda de doutorado, é professora no IFAC, em Xapuri.

Alguém pode estar a perguntar que mal te fizeram os acreanos. Nenhum. Ao contrários, são muito queridos. Mas aquele fatídico último domingo de outubro de2018 é dolorosamente inesquecível.

Levantei cedo. Quando abriu a votação eu já era dos primeiros a votar. A uns era sugerido levar uma arma. A outros levar um livro. Ao retornar dei ao Alessandro, funcionário da portaria do meu condomínio um exemplar do A Ciência é masculina? É, Sim Senhora! que levara à votação.

A partir da votação contava nervoso o passar do tempo para chegar às 17h quando se iniciaria a apuração. Havia dois candidatos.


Um fora Ministro Educação de julho de 2005 a janeiro de 2015. Dur
ante seu mandato como ministro, houve a criação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), a implementação da Universidade Aberta do Brasil e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, assim como a implementação do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a reformulação e ampliação do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Em 2012, o ex-ministro da Educação foi eleito prefeito do município de São Paulo, vencendo no segundo turno o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), José Serra. Fez excelente governo na maior cidade da América do Sul.

O outro candidato, um Capitão do Exército, expulso da corporação por organização de ato terrorista; deputado de sete mandatos conhecido não pelos dois projetos de lei que conseguiu aprovar em 28 anos, mas pelas maquinações do submundo que incluem denúncias de “rachadinha”, contratação de parentes e envolvimento com milícias; ganhador do troféu de campeão nacional da escatologia, da falta de educação e das ofensas de todos os matizes de preconceito que se pode listar.

No segundo turno não houve os esperados debates. Houve atentado ainda não esclarecido; por recomendações médicas o Capitão tomou resguardos.

 As pesquisas falavam em empate técnico. Ou ora eram favoráveis a um ou ora ao outro. Havia esperanças. Se pensava que as notícias que diziam que a vitória de Haddad significaria a implantação do comunismo era tão tolo que não sensibilizaria ninguém. O antipetismo do primeiro para o segundo turno recrudesceu.

 Era preciso ouvir as urnas...mas as 17h, para apurar mais de 115 milhões de votos. Às 16h55mim registrava no meu diário: em dez minutos saberemos os primeiros resultados oficiais de todos os pontos do pais.

Ledo engano. Logo ao encerar a eleição às 17h sabe-se que não pode ser divulgado nenhum resultado enquanto esteja havendo votação. E no Acre eleição terminará às 19h pelo horário de Brasília.

Quando a muito sofrida espera de 2 horas pelo encerramento da eleição transcorrem, há realidade ainda mais aplastante. Os votos estão todos apurados e não haverá o sofrimento de acompanhar os resultados de cada estado.

Resultados finais definitivos: Bolsonaro 55% X Haddad 45% com uma vantagem para o Capitão de 10,6 milhões de votos.

Se diz e eu concordo: o Brasil levará décadas para compreender o que aconteceu naquele nebuloso ano de 2018.

Na expectativa de nos lermos na próxima semana a curtir o esvanecer do 2020.